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(06/10/19)
III. SAUDAÇÕES:
Não existe uma ordenança nas Escrituras sobre a saudação. O objetivo principal das saudações é demonstrar
educação, respeito, amor fraternal, acolhimento pelo outro. Portanto, a melhor saudação é a sincera, a que vem do
coração. A recomendação de Paulo e de João é de que devemos saudar nossos irmãos em Cristo de maneira pessoal
e individual, sempre que possível.
A “graça e paz em Cristo” era uma saudação que Paulo usava apenas quando ele enviava cartas aos diáconos e
presbíteros das igrejas!
Graça é favor imerecido, ou seja, não é necessário merecer ou conquistar o favor de Deus. Ele nos ama sem o nosso
merecimento (Romanos 5:6-8; Efésios 2:8).
Paulo sempre usava a palavra "graça" antes de "paz", porque é impossível alguém ter paz com Deus sem antes ter sido
alcançado pela graça. A paz é uma das virtudes (qualidades) do fruto do Espírito Santo (Gálatas 5:22).
V. O ÓSCULO SANTO:
Ósculo, do latim, significa "beijo". O beijo na Bíblia é uma forma de saudação fraternal séculos antes de Cristo:
1) Labão (sogro de Jacó) beijou os seus filhos (Gênesis 31:55).
2) Davi e Jonatas se beijaram (1 Samuel 20:41).
3) Labão beijou Jacó (Gênesis 29:13).
4) Arão beijou Moisés no deserto (Êxodo 4:27).
5) Jesus foi comer na casa de um fariseu e este não o beijou (Lucas 7:45).
6) Os cristãos primitivos se saudavam com um beijo, símbolo de fraternidade cristã (Romanos 16:16).
A Bíblia mostra que os irmãos se saudavam com um beijo no rosto em sinal de cordialidade. Era um costume da época,
como o nosso hoje, de saudar uns aos outros com um aperto de mão e um abraço. O ósculo não é colocado como uma
doutrina ou ensinamento, mas apenas como um gesto de cordialidade que deve haver entre os irmãos.
Na nossa sociedade, homem beijando homem, é um tanto desconfortável, e por isso evitamos a prática do ósculo.
Se Paulo escrevesse hoje a nós, provavelmente ele diria: “saudai a todos com uma “abraço santo”.
A HISTÓRIA DE JUDAS:
JUDAS ISCARIOTES. Iscariotes é um termo usado para identificar a naturalidade do indivíduo. Ex.: Saulo, de Tarso
(Turquia); Jesus, de Nazaré (Israel). Quiriote se refere a uma cidade na região de Moabe (Jordânia), vizinha a Judéia.
Alguns historiadores acreditam que Judas era um membro do partido revolucionário (seita) dos ZELOTES; um grupo
que se opunha ao domínio romano; nacionalistas guerrilheiros, possivelmente liderados por Barrabás. Os grupos mais
importantes de Israel eram os Fariseus (estudiosos da Lei), Saduceus (sacerdotes cultos e ricos), Essênios (judeus que
viviam no deserto, puritanos), Zelotes (radicais, fanáticos, terroristas).
Dentro do partido dos Zelotes, Judas era um SICÁRIO, membro que dispunha de um punhal chamado SICA e que se
prestavam a realizar os atos mais sujos. Foram os primeiros terroristas de que se tem notícia. Em reuniões públicas,
eles sacavam estas adagas para atacar romanos ou judeus simpatizantes, se misturando à multidão para escapar.
Entre os 12 discípulos de Jesus (Mateus 10:4), ele era o tesoureiro (João 12:6), que carregava a bolsa de moedas. Mas
como era um ladrão (João 12:6), usava o dinheiro para seu benefício próprio.
Traiu Jesus por 30 moedas de prata (Mateus 26:47-49) e depois se enforcou (Mateus 27:3-5). Atos 1:18 complementa
que além de se enforcar, Judas caiu (de um penhasco), o seu corpo se rompeu ao meio (sobre as rochas pontudas), e
suas entranhas se derramaram.
MALHAÇÃO DE JUDAS:
A traição é uma ofensa quase imperdoável. Até os bandidos não toleram a traição. Os católicos festejam a “Malhação
de Judas”, quando um boneco de palha é queimado e apedrejado no Sábado de Aleluia (ou Sábado de Páscoa). Judas
virou sinônimo de “traidor”.
REMORSO X ARREPENDIMENTO:
Judas pode ter sentido algum remorso, o que o levou a devolver o dinheiro aos fariseus, mas ele nunca se arrependeu,
preferindo, ao invés, cometer suicídio, o último ato de egoísmo (Mateus 27:5-8).
Diante desse fato o remorso tomou conta dele, mas não o arrependimento. Se o arrependimento estivesse na vida de
Judas ele não teria se enforcado, antes, teria achado um jeito de pedir perdão a Jesus.
REMORSO significa sentimento de culpa, mal-estar, tristeza, angústia por um erro cometido (pecado). É nossa
consciência nos dizendo que agimos mal. Quando alguém toma consciência de um erro que cometeu e entende que
foi ruim, isso gera remorso. O sentimento de remorso traz culpa, mas só o arrependimento leva ao perdão e à
reconciliação.
ARREPENDIMENTO vem depois do remorso. É o próximo passo. Quando nos arrependemos, decidimos mudar. Em vez
de continuar a sentir remorso, sem fazer nada, escolhemos mudar de vida e procuramos uma forma de fazer isso.
A Bíblia diz que há dois tipos de tristeza: a tristeza que destrói e a tristeza que leva à salvação (2 Coríntios 7:10). A
“tristeza segundo o mundo” apenas produz remorso, que traz culpa e condenação (morte). Mas a “tristeza segundo
Deus” leva ao arrependimento. Quando nos arrependemos, decidimos a agir de maneira diferente, rejeitando os
pecados de nossa vida passada. Começamos a lutar contra o pecado, para viver de maneira diferente, com uma
consciência limpa. O arrependimento traz o perdão de Deus, que nos livra da culpa.
O remorso é uma coisa boa, quando nos convence do pecado e da necessidade de mudar, levando ao arrependimento.
O remorso somente é ruim quando, como no caso de Judas, não leva ao arrependimento.
Para ficarmos livres do remorso, precisamos nos arrepender (Atos 3:19-20). Isso significa escolher uma vida diferente.
Mas não conseguimos ficar livres da culpa do pecado sozinhos. Precisamos do perdão de Deus primeiro.
Quando nos arrependemos e cremos que Jesus é o nosso Salvador, que morreu por nós, recebemos o perdão de Deus
e uma vida nova. Os erros do passado são apagados de nossa “conta”. Assim, vivemos uma vida nova, em que não
precisamos mais sentir remorso pelos erros do passado. Temos uma nova chance e, dessa vez, Jesus está conosco para
nos ajudar a viver corretamente. Ainda vamos cometer erros, mas com a ajuda de Jesus, podemos deixar os erros e o
remorso para trás, procurando viver sempre de maneira melhor, mais parecido com Jesus.
ARREPENDIMENTO DE PEDRO:
O Apóstolo Pedro também pisou na bola com Jesus. Diante das pessoas que o questionavam de conhecer a Jesus,
Pedro o negou veementemente: “então, começou ele a praguejar e a jurar: não conheço esse homem! E
imediatamente cantou o galo” (Mateus 26:74). Após ver o pecado que cometera, Pedro chorou amargamente (Mateus
26:75). Mas além do choro, o que nos mostra que Pedro se arrependeu e não apenas sentiu remorso, foram os frutos
de arrependimento vistos na vida dele. Ele chorou pelo pecado que cometeu. Mas logo depois estava junto aos
discípulos, buscando novamente a Jesus (João 20:1-10). E permaneceu firme na fé, morrendo como mártir.
VII. CONCLUSÃO:
Viver em sociedade exige alguns regras básicas e uma delas é o cumprimento entre as pessoas. Hoje em dia, a forma
mais usual de saudação no Mundo Ocidental é o aperto de mãos e um abraço. O pequeno gesto de cumprimentar
alguém, mesmo que um estranho, é sinal de boa educação, respeito e nos trará felicidade nas relações com as pessoas.
O Apóstolo Tiago disse (Tiago 2:9) que “não devemos fazer acepção (diferenciação) de pessoas, senão seremos
culpados diante de Deus”. Tem uma frase que diz: “não adianta ir a igreja no domingo e não cumprimentar a faxineira
durante a semana”.
É claro que não é errado desejar sinceramente a um irmão que sinta “a paz do Senhor”, mas não devemos nunca impor
uma forma específica de saudação.