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Pressuposições da PNL

Escrito por:
Roger Ellerton Ph.D.
Publicado em:
sex, 08/10/2010

A base da PNL é um conjunto de pressuposições (crenças) sobre nós mesmos e o mundo em


que vivemos. Essas pressuposições também servem como princípios para guiar o modo como
vivemos as nossas vidas. Dependendo do apresentador, pode variar o número e a maneira
das pressuposições da PNL serem expressas, porém o significado básico é o mesmo.

As minhas pressuposições favoritas estão a seguir. Espero que você também as aprecie e as
torne parte do seu dia a dia. Você pode achar que algumas delas já fazem parte da sua vida.
Também pode achar que algumas são confusas ou ‘não verdadeiras’ – para mais informações
sobre isso, veja o artigo intitulado A Estrutura da Realidade e a discussão em "O que você
não sabe que não sabe".

1. Você não pode não se comunicar.

Você está numa reunião de gerentes sentado de lado, com os braços cruzados, um olhar de
irritado e sem participar das discussões. Ou então, você optou por não responder ao telefone,
nem às mensagens de e-mail em tempo hábil ou de maneira nenhuma. Você está se
comunicando e que mensagem está enviando? E quem realmente você está prejudicando?

Você está sempre se comunicando, seja através do seu tom de voz, das suas ações ou da
sua linguagem corporal.

2. O mapa não é o território.

Eu moro em Ontário no Canadá. Para ter uma ideia de onde um lugar está localizado em
Ontário, eu posso recorrer a um mapa. O mapa não é Ontário, mas uma representação visual.
Alguém mais, com um propósito diferente na cabeça, poderia desenhar
uma representação totalmente diferente (mapa) de Ontário. Ambos representariam Ontário e
dariam perspectivas diferentes.

De modo semelhante, você faz representações internas (mapas) das suas experiências na sua
mente. Você lembra os eventos por meio de imagens, sons, sensações, gostos, cheiros e
palavras. As representações internasque você faz dependem dos seus filtros (crenças, valores,
decisões, etc) – veja o artigo Modelo de Comunicação da PNL.

O seu mapa de um evento não é o evento. Como você decide representar o mapa na sua
mente é o que dá significado ao evento. Se você e eu estivéssemos no mesmo evento, nossos
mapas poderiam ser bastante diferentes, dependendo dos nossos filtros. Se nós entrarmos
numa discussão sobre o evento, nós não estamos realmente discutindo sobre o evento em si,
mas sim sobre as nossas diferentes interpretações (mapas) do evento. Por exemplo, suponha
que você ache que o seu chefe é um asno. Que tipo de representação (mapa) você fará da sua
reunião com ele? Você tende a se focar naquelas coisas que provam o seu ponto? Se eu
estiver na mesma reunião, e achar que ele é ótimo, como o meu mapa (memória) do encontro
vai diferir do seu?

Os seus sentidos recebem o dado no estado original a partir do seu ambiente e esse dado
original não tem absolutamente nenhum significado que não seja o significado (mapa) que você
escolheu dar a ele. Se você tivesse que escolher um significado diferente, isso mudaria a sua
experiência desse evento.

As pessoas reagem ao seu mapa da realidade, não à realidade em si. A PNL está interessada
em mudar esses mapas – não a realidade.
3. Respeite o modelo do mundo da outra pessoa.

Cada um de nós tem a sua própria interpretação da realidade (ou modelo do mundo). As
nossas interpretações podem ser muito semelhantes ou diferentes.

Cada um mapeia a sua experiência do mundo de modo diferente porque todos nós temos
conjuntos diferentes de experiências e filtros. Você pode não entender ou concordar com o
meu comportamento, mas se você tivesse as minhas experiências junto com as
minhas crenças e valores, você poderia.

Você não tem que concordar com o meu modelo de mundo, somente respeitar que eu possa
ver, ouvir, sentir, interpretar o mundo e me comportar de modo diferente de você.

4. O sistema (pessoa) com a maior flexibilidade de comportamento terá a maior influência


sobre o sistema.

Você já não esteve imobilizado na vida, fazendo as mesmas coisas repetidas vezes, e cada
vez com a expectativa de obter um resultado diferente? – Definição de insanidade! Se você
quer que a sua vida seja diferente, fazer as mesmas coisas mais vezes, com mais empenho,
com mais barulho, não é o caminho. Você precisa escolher fazer algo diferente. Se você tentar
uma chave numa porta e ela não servir, vai continuar tentando a mesma chave mais vezes?
Ou você seria mais flexível e experimentaria outras chaves até encontrar aquela que serve?

O mesmo para a sua vida: seja flexível e explore diferentes comportamentos e estratégias para
desbloquear o que você realmente quer na vida ou quem você está destinado a ser.

No trabalho, tenho certeza de que você percebeu que há dois tipos de pessoas. Uma que é
muito inflexível e tenta controlar tudo. Ela vive na ilusão de que está no comando. Na realidade,
os colegas de trabalho dela estão evitando-a para evitar ter que lidar com ela. Depois há o
outro tipo de pessoa, com quem todos gostam de conversar e de ajudá-la com o que precisa
ser feito. Por quê? Porque ao ser flexível em seu comportamento, ela é capaz de se comunicar
com qualquer um e as pessoas a enxergam como uma valiosa colega de trabalho.

Se você tem filhos, considere o seguinte: não há crianças resistentes, apenas adultos
inflexíveis.

5. O significado da comunicação é a reação que ela produz.

Nem sempre a intenção da sua comunicação é aquilo que é entendido pela outra pessoa. Não
importa qual é a sua intenção, o que importa são os resultados que você gera com suas
palavras, tom de voz, linguagem corporal...

Sendo flexível, você pode mudar a maneira como está se comunicando até alcançar o seu
resultado desejado.

Considere a seguinte situação. Eu sou homem e notei que uma funcionária estava de vestido
novo, e decidi fazer um elogio (minha intenção). Eu disse para ela: "Puxa! Você está linda com
esse vestido!" Ela, na hora, ficou furiosa e saiu da sala. Eu não sei o que estava se passando
na cabeça dela, mas obviamente ela ouviu a minha mensagem de um modo muito diferente do
que eu tinha planejado. Talvez no modelo de mundo e dos filtros dela, ela sentia que eu a
estava ‘paquerando’. Na próxima vez que eu a enxergar, posso continuar com o
mesmo comportamento e pensar tudo de ruim sobre ela. Ou posso perceber que não alcancei
o que pretendia e descobrir maneiras diferentes para me comunicar com ela de forma que
possamos ter uma relação de trabalho produtiva.

6. Não existe fracasso, apenas feedback.


Você tenta fazer algo e não funciona da maneira que havia planejado. Quantas vezes você
interpreta isso como fracasso? Ou pode ser simplesmente uma informação que você pode usar
para mudar o que está fazendo a fim de se mover mais para perto do resultado que você quer.

Eu não falhei, apenas encontrei 10 mil soluções que não funcionaram.


Thomas Alva Edison, cientista e inventor

Como a sua vida mudaria se você enxergasse o fracasso como um simples feedback – uma
oportunidade para aprender como não fazer algo e ser flexível para desenvolver uma nova
maneira de alcançar o seu resultado pretendido?

Quão diferente seria o trabalho se o fracasso fosse visto como feedback. Você e os outros
estariam mais propensos para explorar novas maneiras de fazer o seu trabalho com mais
eficiência, mais eficácia e com mais diversão?

É melhor ter bastantes ideias para que algumas delas estejam erradas,
do que estar sempre certo por não ter nenhuma ideia.
Edward de Bono

7. Cada comportamento tem uma intenção positiva.

Não importa quão estranho, prejudicial ou inapropriado o comportamento de uma pessoa


possa lhe parecer; para a pessoa envolvida nesse comportamento, ele faz sentido no modelo
de mundo dela. Ela vê o comportamentocomo a única ou a melhor maneira de satisfazer a
necessidade dela ou de alcançar o objetivo dela.

Maneiras semelhantes de expressar essa pressuposição são:

 Todo mundo está fazendo o melhor que pode com os recursos que tem disponíveis.
 Todo comportamento é útil em algum contexto.
 Todo mundo está sempre fazendo aquilo que acredita estar correto.
 Essa é a melhor opção disponível para uma pessoa nas circunstâncias em que ela está.

O segredo é perceber a intenção positiva do comportamento da outra pessoa. Isso não


significa que você veja o comportamento da outra pessoa como positivo. Pelo contrário, você
pode achá-lo muito desagradável. Você precisa olhar por trás do comportamento para perceber
a intenção positiva dela – para ela, para você, para alguém mais, etc. Logo que você tiver o
entendimento da intenção positiva dela, explore caminhos alternativos para ajudar a pessoa a
realizá-lo.

Como exemplo, suponha que você está tendo uma discussão com alguém e ele comece a
levantar a voz, grite, derrube alguns objetos de cima da mesa e saia da sala. Na sua
perspectiva, isso certamente não é visto como um comportamento positivo. Agora olhe para
isso pela perspectiva da outra pessoa. Qual seria possivelmente a intenção positiva por trás
desse comportamento? Talvez ela não se sentiu segura ou se sentiu oprimida na conversa
com você. Dados os recursos que ela tinha a disposição naquele momento, essa era a única
opção que ela tinha para conseguir algum espaço ou procurar segurança. Assumindo que era
esse o caso, da próxima vez que uma situação semelhante ocorrer, existe algo que você
poderia fazer para ajudá-la a alcançar a intenção positiva de uma maneira diferente e que ao
mesmo tempo lhe ajudaria a alcançar o seu objetivo?

Você poderia usar essa abordagem para melhorar o seu relacionamento com seu chefe? Seus
colegas de trabalho? Seus filhos? Sua esposa?...

8. Não existem pessoas sem recursos, somente estados sem recursos.

Essa pressuposição é semelhante à anterior.


A pessoa já tem os recursos que precisa para ser bem-sucedida. Às vezes, ela se envolve
num estado mental (oprimido, triste, irritado) que impede que esses recursos fiquem
disponíveis de imediato. Como alguém com treinamento de PNL, você pode se ajudar e aos
outros a aprenderem como acessar esses recursos quando necessário.

9. Você está no comando da sua mente e, por conseguinte, dos resultados.

É você que escolhe os filtros (crenças, valores, decisões, etc) que determinam o seu mapa, o
seu modelo de mundo e como você experimenta os diferentes eventos. Você também é aquele
que pode mudar esses filtros para conquistar uma perspectiva diferente do mundo e, em
potencial, resultados significativamente diferentes.

Em resumo, você pode simplesmente ler as pressuposições acima ou pode começar a colocá-
las em ação tornando-as um estilo de vida. Ao fazer isso, você tem a oportunidade de mudar a
sua realidade, os seus resultados e a sua vida! Aqui estão dois caminhos que você pode
querer considerar:

1. Comece a incorporar essas pressuposições na sua vida selecionando uma pressuposição


diferente a cada dia. Leia-a cuidadosamente e durante o dia, no trabalho e em casa, perceba
quando essa pressuposição se aplica e que outros rumos estão disponíveis para você alcançar
o que quer na vida.
2. Identifique uma situação no passado na qual você não atuou tão bem como poderia. Pegue
cada pressuposição, uma de cada vez, e revise a situação a partir de cada uma dessas
perspectivas. Ao fazer isso, observe o que você pode aprender sobre si mesmo, sobre os
outros e que outras escolhas estão disponíveis para você obter um resultado diferente – caso
uma circunstância semelhante ocorra no futuro.

Esse artigo foi traduzido na íntegra do original "NLP Presuppositions", Part I e Part II que se
encontram no site Renewal Technologies.

Copyright © 2009, Renewal Technologies Inc. All rights reserved.

Tradução JVF, direitos da tradução reservados.


Categoria:

 Artigos para Iniciantes em PNL

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