Você está na página 1de 10

Diário da República, 1.a série — N.

o 208 — 27 de Outubro de 2006 7483

Artigo 35.o MINISTÉRIO DA ECONOMIA E DA INOVAÇÃO


Diplomas orgânicos complementares

1 — Os diplomas orgânicos pelos quais se procede Decreto-Lei n.o 208/2006


à criação, fusão e reestruturação dos serviços e orga- de 27 de Outubro
nismos do MAOTDR devem ser aprovados no prazo
de 90 dias após a entrada em vigor do presente decre- O Programa de Governo consagra a modernização
to-lei, sem prejuízo do disposto no artigo 31.o da Administração Pública como um dos instrumentos
2 — Até à entrada em vigor dos diplomas orgânicos essenciais da estratégia de desenvolvimento do País.
a que se refere o número anterior, os serviços e orga- Com esse objectivo, no domínio da reorganização estru-
nismos do MAOTDR continuam a reger-se pelas dis- tural da Administração, o Governo aprovou, através da
posições normativas que lhes são aplicáveis. Resolução do Conselho de Ministros n.o 124/2005, de
4 de Agosto, o Programa de Reestruturação da Admi-
nistração Central do Estado, abreviadamente designado
Artigo 36.o por PRACE, tendo como objectivo a promoção da cida-
Norma revogatória dania, do desenvolvimento económico e da qualidade
dos serviços públicos, com ganhos de eficiência pela sim-
São revogados os Decretos-Leis n.os 36/2005, de 17 plificação, racionalização e automatização, que permi-
Fevereiro, e 53/2005, de 25 de Fevereiro. tam a diminuição do número de serviços e dos recursos
a eles afectos.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 20
Na sequência da aprovação do PRACE, a Resolução
de Julho de 2006. — José Sócrates Carvalho Pinto de
do Conselho de Ministros n.o 39/2006, de 30 de Março,
Sousa — António Luís Santos Costa — Luís Filipe Mar-
veio definir as orientações, gerais e especiais, para a
ques Amado — Fernando Teixeira dos Santos — Manuel
reestruturação dos ministérios.
Pedro Cunha da Silva Pereira — Henrique Nuno Pires
As orientações gerais definidas, relativas quer à reor-
Severiano Teixeira — Alberto Bernardes Costa — Fran-
ganização dos serviços centrais dos Ministérios para o
cisco Carlos da Graça Nunes Correia — Manuel António
exercício de funções de apoio à governação, de gestão
Gomes de Almeida de Pinho — Jaime de Jesus Lopes
de recursos, de natureza consultiva e coordenação inter-
Silva — Mário Lino Soares Correia — José António Fon-
ministerial e de natureza operacional, quer à reorga-
seca Vieira da Silva — António Fernando Correia de Cam-
nização dos serviços desconcentrados de nível regional,
pos — Maria de Lurdes Reis Rodrigues — José Mariano
sub-regional e local e à descentralização de funções,
Rebelo Pires Gago — Maria Isabel da Silva Pires de
determinam, desde logo, a introdução de um novo
Lima — Augusto Ernesto Santos Silva.
modelo organizacional que tem por base a racionali-
Promulgado em 19 de Outubro de 2006. zação de estruturas, o reforço e a homogeneização das
funções estratégicas de suporte à governação, a apro-
Publique-se. ximação da Administração Central dos cidadãos e a
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. devolução de poderes para o nível local ou regional.
Nessa esteira, as orientações especiais definidas
Referendado em 23 de Outubro de 2006. reflectem não só a prossecução dos objectivos em que
O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de assenta o PRACE, como concretizam os objectivos esta-
Sousa. belecidos no Programa de Governo para o movimento
de modernização administrativa, preconizando a melho-
ANEXO I ria da qualidade dos serviços públicos, nos termos acima
referidos.
Cargos de direcção superior de administração directa O programa do XVII Governo Constitucional define
ainda orientações tendentes a concretizar o estabele-
Número
cimento de um novo rumo visando a retoma do cres-
de cimento da economia nacional, o reforço do papel de
lugares
Portugal no contexto da Europa e do Mundo e a devo-
lução à sociedade civil da confiança e vontade de par-
Cargos de direcção superior de 1.o grau . . . . . . . . . . . . 11 ticipar de forma activa num projecto global de relan-
Cargos de direcção superior de 2.o grau . . . . . . . . . . . . 22
çamento da economia nacional.
Para tanto, importa criar e desenvolver mecanismos
destinados a aumentar a competitividade da economia
ANEXO II portuguesa, através da inovação tecnológica de produtos
Dirigentes de organismos da administração indirecta e serviços, de processos e das formas e métodos de orga-
nização e gestão.
A aposta na construção de um Portugal moderno,
Número
de
com um crescimento económico sustentável, apoiado
lugares no conhecimento, na tecnologia e na inovação, devol-
vendo à sociedade um papel activo, interventor e
Cargos de direcção superior de 1.o grau . . . . . . . . . . . . 7 empreendedor, implica a redefinição da estrutura orga-
Cargos de direcção superior de 2.o grau . . . . . . . . . . . . 9 nizacional da Administração Pública de modo a con-
Presidentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 tribuir para um ambiente empresarial mais dinâmico.
Vice-presidentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
Vogais (1) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Tal significa que as reformas devem ser efectuadas
a todos os níveis, sobretudo nos serviços e organismos
(1) Não inclui vogais não executivos. do Estado, de modo a que as estruturas sejam mais
7484 Diário da República, 1.a série — N.o 208 — 27 de Outubro de 2006

eficientes e com o objectivo de facilitar a iniciativa b) Criação de uma única estrutura pública dirigida
empresarial e favorecer o desenvolvimento económico. à promoção do desenvolvimento turístico, o Instituto
É neste enquadramento político de reforma da Admi- do Turismo de Portugal, envolvendo a disponibilização
nistração Pública que a Lei Orgânica do XVII Governo de informação aos agentes económicos, a qualificação
Constitucional, aprovada pelo Decreto-Lei n.o 79/2005, dos recursos turísticos, a promoção de Portugal como
de 15 de Abril, optou pela redução da dimensão do destino turístico, no plano interno e externo, e a estru-
Governo, extinguindo alguns ministérios criados pelo turação, planeamento e execução das acções de pro-
XVI Governo Constitucional e integrando as respectivas moção turística, por iniciativa própria ou mediante con-
atribuições, serviços e organismos noutros, mas procu- tratualização o financiamento da melhoria da oferta
rando, em prol da normalidade e da racionalidade admi- turística, o investimento qualificado dos recursos huma-
nistrativas, reduzir ao mínimo esta transferência. nos, bem como a regulação e fiscalização dos jogos de
Neste contexto, foi criado pelo artigo 17.o do Decre- fortuna e azar;
to-Lei n.o 79/2005, de 15 de Abril, o Ministério da Eco- c) A redefinição das funções do Instituto de Apoio
nomia e da Inovação, o qual sucede ao ex-Ministério às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento cen-
do Turismo e ao ex-Ministério das Actividades Eco- trando as suas actividades na promoção da inovação
nómicas e do Trabalho, com excepção dos serviços, orga- e na qualificação dos recursos humanos das pequenas
nismos e entidades que, nos termos do n.o 3 do e médias empresas (PMEs), concebendo e gerindo os
artigo 20.o do referido decreto-lei transitam para o instrumentos financeiros e promovendo as parcerias
Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social. adequadas e vocacionando os sistemas de incentivo ao
Esta reorganização implica, igualmente, a assunção investimento empresarial para as actividades e iniciativas
da tutela sobre determinados serviços e organismos ante- que melhorem a capacidade competitiva das empresas
riormente confiada a outros ministérios, nomeadamente através da inovação;
das estruturas públicas dirigidas às políticas de defesa d) A criação de uma entidade empresarial visando
do consumidor. coordenar a intervenção pública no âmbito da gestão
Assim, a nova orgânica do Ministério da Economia dos instrumentos financeiros públicos de incentivo ao
e da Inovação procura responder aos desafios de sim- investimento e garantir a coerência global da interven-
plificação e modernização das estruturas públicas e de ção pública no sistema nacional de financiamento à ino-
favorecimento da melhoria competitiva das empresas, vação através da utilização de capital de risco, garantias,
pelo que, contempla um modelo de funcionamento titularização de créditos e outros mecanismos de finan-
assente numa parceria entre as políticas públicas e os ciamento;
agentes económicos e as suas estruturas associativas e) Concentração das funções normativas na Direc-
visando: ção-Geral das Actividades Económicas, com excepção
a) A promoção da capacidade competitiva das empre- do domínio da energia e dos recursos geológicos, em
sas portuguesas nos mercados globalizados; estreita articulação com as políticas comunitárias, cujo
b) A promoção de um ambiente económico que, esti- acompanhamento também nela é concentrado, e das
mulando a eficiência empresarial e a concorrência leal, funções de coordenação operacional das direcções regio-
crie as melhores condições para o desenvolvimento nais de Economia;
empresarial, o qual tenha como elemento essencial o f) Concentração no Gabinete de Estratégia e Estudos
respeito pelos direitos dos consumidores; das funções de análise e acompanhamento da evolução
c) A promoção das actividades de produção de bens macro e micro económica, visando o apoio à formulação
e serviços, apoiando as iniciativas que valorizem o desen- e ajustamento dos instrumentos de política;
volvimento empresarial e o emprego qualificado com g) Concentração na Secretaria-Geral das funções de
base na inovação e no desenvolvimento tecnológico, na gestão dos recursos financeiros, patrimoniais e humanos,
qualificação dos recursos humanos, na eficiência ener- do apoio jurídico, da coordenação dos sistemas de infor-
gética, na redução dos impactos ambientais e da fle- mação, do planeamento e controlo orçamental e da audi-
xibilidade dos processos visando uma adaptação às dinâ- toria interna.
micas da procura;
d) A promoção de iniciativas que estimulem a cap- Assim:
tação de investimento directo estrangeiro estruturante Nos termos do n.o 2 do artigo 198.o da Constituição,
e favoreçam uma inserção mais qualificada das empresas o Governo decreta o seguinte:
portuguesas nos mercados globais;
e) A promoção de políticas activas que visem a sal- LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO DA ECONOMIA E DA INOVAÇÃO
vaguarda dos direitos dos consumidores e a sua inter-
nalização nas estratégias empresariais.
CAPÍTULO I
Por outro lado, a nova orgânica contempla um pro-
funda simplificação, com diminuição do número de Missão e atribuições
estruturas num quadro de separação das funções regu-
Artigo 1.o
lamentares, conceptuais e operacionais, e de fiscaliza-
ção, inspecção e sancionamento, nomeadamente através Missão
da:
O Ministério da Economia e da Inovação, abrevia-
a) Criação de uma única estrutura pública dirigida damente designado por MEI, é o departamento gover-
às iniciativas de inserção económica internacional, a namental que tem por missão conceber, executar e ava-
AICEP — Agência para o Investimento e Comércio liar as políticas dirigidas às actividades económicas,
Externo de Portugal, englobando a promoção da ima- designadamente de produção de bens e prestação de
gem global de Portugal, das exportações de bens e ser- serviços, incluindo as indústrias extractiva e transfor-
viços, e a captação de investimento directo estruturante, madora, a energia, o comércio e o turismo, assim como
nacional ou estrangeiro; as políticas horizontais dirigidas à inovação visando a
Diário da República, 1.a série — N.o 208 — 27 de Outubro de 2006 7485

competitividade e internacionalização das empresas, as CAPÍTULO II


políticas dirigidas à defesa dos direitos dos consumidores
e as políticas de regulação dos mercados, em estreita Estrutura orgânica
coordenação com os outros domínios relevantes da
Artigo 3.o
acção do Governo.
Estrutura geral
o
Artigo 2. O MEI prossegue as suas atribuições através de ser-
Atribuições viços integrados na administração directa do Estado,
de organismos integrados na administração indirecta do
Na prossecução da sua missão, são atribuições do Estado, de entidades integradas no sector empresarial
MEI: do Estado e de outras estruturas.
a) Criar condições a nível económico, social, legis-
lativo e administrativo visando um bom ambiente empre- Artigo 4.o
sarial, favorável ao desenvolvimento económico; Administração directa do Estado
b) Promover a melhoria do desempenho da actividade
produtiva nacional, apoiando iniciativas nos domínios 1 — Integram a administração directa do Estado, no
da inovação e demonstração tecnológica, da qualificação âmbito do MEI, os seguintes serviços centrais:
dos recursos humanos, da racionalização energética, da a) O Gabinete de Estratégia e Estudos;
flexibilidade produtiva e da resposta rápida à procura, b) A Secretaria-Geral;
num quadro de desenvolvimento sustentável; c) A Direcção-Geral das Actividades Económicas;
c) Acompanhar e avaliar os custos e oportunidades d) A Direcção-Geral de Energia e Geologia;
para a economia portuguesa resultantes da globalização, e) A Direcção-Geral do Consumidor;
criando condições para uma resposta coordenada, atem- f) A Autoridade de Segurança Alimentar e Eco-
pada e adequada à concorrência acrescida em mercados nómica.
competitivos, que permita minimizar os primeiros e
maximizar as segundas; 2 — Integram ainda a administração directa do
d) Conceber e desenvolver acções com vista ao repo- Estado, no âmbito do MEI, os seguintes serviços
sicionamento interno e internacional da imagem de Por- periféricos:
tugal, através da promoção de valores de qualidade, de a) Direcção Regional da Economia do Norte;
tecnologia e de inovação, capazes de potenciar a pre- b) Direcção Regional da Economia do Centro;
sença em mercados progressivamente mais complexos, c) Direcção Regional da Economia de Lisboa e Vale
a internacionalização da economia portuguesa e a cap- do Tejo;
tação de investimento directo estrangeiro; d) Direcção Regional da Economia do Alentejo;
e) Assegurar o desenvolvimento de um regime de e) Direcção Regional da Economia do Algarve.
concorrência aberto e equilibrado, por forma a garantir
o rápido acesso dos consumidores aos benefícios da ino-
Artigo 5.o
vação e uma relação não falseada entre as empresas,
designadamente através de uma regulação eficaz dos Administração indirecta do Estado
mercados, através da operacionalização e do reforço dos Prosseguem atribuições do MEI, sob superintendên-
mecanismos de inspecção, fiscalização e sancionamento; cia e tutela do respectivo ministro, os seguintes orga-
f) Promover a criação das condições necessárias à nismos:
captação de iniciativas de investimento nacional ou
estrangeiro estruturante, que se articulem com o tecido a) O Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empre-
empresarial, científico e tecnológico do País, que se sas e ao Investimento, I. P.;
enquadrem nas prioridades sectoriais do desenvolvi- b) O Instituto do Turismo de Portugal, I. P;
mento económico e que contribuam para a internacio- c) O Instituto Português da Qualidade, I. P;
nalização das empresas portuguesas; d) O Laboratório Nacional de Energia e Geolo-
g) Promover o desenvolvimento de infra-estruturas gia, I. P.
e da oferta de serviços ligados à tecnologia industrial
e à qualidade, em particular nas áreas da normalização, Artigo 6.o
metrologia, e da investigação; Entidades administrativas independentes
h) Elaborar, no quadro da estratégia global de desen-
volvimento económico do País, as políticas sectoriais São entidades administrativas independentes no
e horizontais relativas à sua área de actuação, apoiando âmbito do MEI:
especialmente a inovação tecnológica e o investimento, a) A Autoridade da Concorrência;
quer pela gestão de sistemas de incentivos de carácter b) A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.
regular, quer pela introdução de programas e meca-
nismos de apoio às empresas, que se revelem neces-
sários; Artigo 7.o
i) Desenvolver uma acção concertada e sustentada Outras estruturas
que consolide a política de turismo, com a gestão e
conservação da base de recursos indispensáveis à sua No âmbito do MEI funcionam ainda:
existência e com as realidades de natureza social, cul- a) A Comissão Permanente de Contrapartidas;
tural e ambiental necessárias para a qualificação, diver- b) A Comissão de Aplicação de Coimas em Matéria
sificação e competitividade de oferta turística nacional; Económica e de Publicidade;
j) Promover o desenvolvimento da política de defesa c) A Comissão de Avaliação e Acompanhamento de
do consumidor. Projectos de Interesse Nacional.
7486 Diário da República, 1.a série — N.o 208 — 27 de Outubro de 2006

Artigo 8.o administrativo aos gabinetes dos membros do Governo


Sector empresarial do Estado
integrados no MEI e aos demais órgãos e serviços nele
integrados, nos domínios da gestão de recursos internos,
Sem prejuízo dos poderes conferidos por lei ao Con- do apoio jurídico-contencioso, da documentação e infor-
selho de Ministros e ao membro do Governo responsável mação, da comunicação e relações públicas, das tec-
pela área das Finanças, a competência relativa à defi- nologias de informação e comunicações (TIC).
nição das orientações das entidades do sector empre- 2 — A SG tem ainda por missão assegurar as funções
sarial do Estado com atribuições nos domínios da ener- de inspecção e auditoria, com a missão de apreciar a
gia, recursos geológicos, qualidade, inovação, indústria, legalidade e regularidade dos actos praticados pelos ser-
comércio e distribuição, ao nível dos mercados abas- viços e organismos do MEI, ou sujeitos à tutela do res-
tecedores, serviços, turismo, e do apoio ao investimento pectivo ministro, bem como avaliar a sua gestão e os
e à internacionalização da economia portuguesa, bem seus resultados, através do controlo de auditoria técnica,
como ao acompanhamento da respectiva execução, é de desempenho e financeiro.
exercida pelo membro do Governo responsável pela área 3 — A SG prossegue as seguintes atribuições:
da Economia e da Inovação.
a) Assegurar a prestação centralizada de serviços, em
particular para os organismos integrados na adminis-
Artigo 9.o tração directa do Estado;
Controlador financeiro b) Promover o planeamento integrado das actividades
do MEI, bem como o acompanhamento da programação
No âmbito do MEI pode ainda actuar um controlador da actividade dos seus serviços e organismos;
financeiro, nos termos previstos no Decreto-Lei c) Assegurar a gestão orçamental, financeira e patri-
n.o 33/2006, de 17 de Janeiro. monial do MEI, bem como a apreciação, acompanha-
mento, avaliação e controlo da actividade financeira dos
CAPÍTULO III serviços, organismos e outras entidades nele integrados;
d) Assegurar as funções de inspecção e de auditoria
Serviços, organismos e outras estruturas no âmbito do MEI;
e) Definir a política estratégica na área das TIC e
SECÇÃO I
acompanhar a sua execução, bem como assegurar a cons-
trução, gestão e operação das infra-estruturas na área
Serviços da administração directa do Estado de actuação do MEI;
f) Promover a aplicação das medidas de política de
Artigo 10.o organização e de recursos humanos definidas para a
Gabinete de Estratégia e Estudos Administração Pública, coordenando e apoiando os ser-
viços e organismos do ministério na respectiva imple-
1 — O Gabinete de Estratégia e Estudos, abrevia- mentação, bem como emitir pareceres em matéria de
damente designado por GEE, tem por missão prestar organização, recursos humanos e criação ou alteração
apoio técnico aos membros do Governo na definição de quadros de pessoal;
da política económica e no planeamento estratégico, g) Estudar, programar e coordenar a aplicação de
bem como apoiar os diferentes organismos do MEI, medidas tendentes a promover, de forma permanente
através do desenvolvimento de estudos e da recolha e e sistemática, a inovação, modernização e a política de
tratamento de informação. qualidade, no âmbito do ministério, sem prejuízo das
2 — O GEE prossegue as seguintes atribuições: atribuições cometidas por lei a outros serviços, bem
a) Prestar apoio técnico em matéria de definição e como assegurar a articulação com os serviços e orga-
estruturação das políticas, das prioridades e dos objec- nismos com atribuições interministeriais nestas áreas;
tivos do MEI, de modo a promover a articulação entre h) Assegurar as funções de unidade ministerial de
as suas prioridades estratégicas e o Programa do compras;
Governo; i) Promover boas práticas de gestão de documentos
b) Prestar apoio à definição do planeamento estra- nos serviços e organismos do MEI e proceder à recolha,
tégico do MEI, nomeadamente em matéria das grandes tratamento, conservação e comunicação dos arquivos
prioridades financeiras; que deixem de ser de uso corrente por parte dos orga-
c) Conceber metodologias de avaliação dos instru- nismos produtores.
mentos de política, de modo a monitorizar a sua
execução; 4 — A SG é dirigida por um secretário-geral, coad-
d) Elaborar estudos de prospectiva de âmbito nacio- juvado por um secretário-geral-adjunto.
nal, sectorial e regional, desenvolvendo competências
nas áreas das metodologias prospectivas e de cenari- Artigo 12.o
zação, identificando e acompanhando as tendências de
longo prazo nas áreas de intervenção do MEI. Direcção-Geral das Actividades Económicas

1 — A Direcção-Geral das Actividades Económicas,


3 — O GEE é dirigido por um director, cargo de abreviadamente designada por DGAE, tem por missão
direcção de primeiro grau. a promoção e o desenvolvimento de um ambiente ins-
titucional mais favorável à competitividade e à inovação
Artigo 11.o empresarial, através do apoio à concepção, execução,
Secretaria-Geral
divulgação e avaliação de políticas dirigidas às activi-
dades industriais, do comércio, do turismo e dos serviços,
1 — A Secretaria-Geral, abreviadamente designada e assegurando a coordenação das relações internacionais
por SG, tem por missão assegurar o apoio técnico e no âmbito de actuação do MEI.
Diário da República, 1.a série — N.o 208 — 27 de Outubro de 2006 7487

2 — A DGAE prossegue as seguintes atribuições: nente da Comissão de Planeamento Energético de


Emergência.
a) Promover a articulação da política de empresa com
outras políticas públicas, nomeadamente nas áreas do
3 — A DGEG é dirigida por um director-geral, coad-
ambiente, ordenamento do território e formação e cer-
juvado por dois subdirectores-gerais.
tificação profissional, visando o crescimento da produ-
tividade e da competitividade, numa óptica do desen-
volvimento sustentável; Artigo 14.o
b) Contribuir para a definição e execução das políticas Direcção-Geral do Consumidor
que enquadram o relacionamento económico externo,
em articulação com o Ministério dos Negócios Estran- 1 — A Direcção-Geral do Consumidor, abreviada-
geiros, apoiando o Governo no acompanhamento da mente designada por DGC, tem por missão contribuir
actividade das organizações internacionais de carácter para a elaboração, definição e execução da política de
económico e no contributo para a formulação e execução defesa do consumidor com o objectivo de assegurar um
da política de empresa, da política comercial comum, nível elevado de protecção.
da política de turismo e da vertente económica da polí- 2 — A DGC prossegue as seguintes atribuições:
tica de relações externas da União Europeia; a) Colaborar na definição e execução da política de
c) Coordenar a participação do MEI no domínio defesa do consumidor nomeadamente, apresentando
comunitário, promover a transposição e o acompanha- propostas de medidas legislativas ou outras que visem
mento das directivas comunitárias no domínio das a protecção dos consumidores;
empresas e monitorizar a execução das respectivas polí- b) Promover, por sua iniciativa ou em conjunto com
ticas comunitárias; outras entidades públicas ou privadas, a divulgação da
d) Coordenar a operacionalidade das intervenções informação sobre bens, produtos e serviços susceptíveis
regionais e harmonização de práticas e procedimentos de afectar a saúde e o bem estar dos consumidores,
das DRE nas respectivas áreas geográficas, mediante assim como dos direitos de que são titulares e divulgar
despacho do MEI. os sistemas de informação sobre produtos de consumo
perigosos instituídos pela União Europeia ou por outras
3 — A DGAE é dirigida por um director-geral, coad- organizações internacionais;
juvado por dois subdirectores-gerais. c) Promover a articulação entre as diversas entidades
que participam no sistema nacional de defesa do con-
Artigo 13.o sumidor e participar regularmente nas actividades e
Direcção-Geral de Energia e Geologia acções comuns das entidades internacionais e estran-
geiras relacionadas com o âmbito das suas atribuições
1 — A Direcção-Geral de Energia e Geologia, abre- e propor a celebração de acordos e convenções inter-
viadamente designada por DGEG, tem por missão con- nacionais;
tribuir para a concepção, promoção e avaliação das polí- d) Exigir, mediante pedido fundamentado, a entida-
ticas relativas à energia e aos recursos geológicos, numa des públicas e privadas, as informações, os elementos
óptica do desenvolvimento sustentável e de garantia da e as diligências que entender necessários à salvaguarda
segurança do abastecimento. dos direitos e interesses do consumidor;
2 — A DGEG prossegue as seguintes atribuições: e) Participar na definição do serviço público de rádio
a) Contribuir para a definição, realização e avaliação e de televisão em matéria de informação e educação
da execução das políticas energética e de identificação do consumidor;
e exploração dos recursos geológicos, visando a sua valo- f) Assegurar o encaminhamento de denúncias e recla-
rização e utilização apropriada e acompanhando o fun- mações em matéria de consumo e garantir o acesso dos
cionamento dos respectivos mercados, empresas e consumidores aos mecanismos de resolução de conflitos
produtos; de consumo.
b) Promover e participar na elaboração do enqua-
dramento legislativo e regulamentar adequado ao desen- 3 — Junto da DGC funciona o Conselho Nacional
volvimento dos sistemas, processos e equipamentos liga- de Defesa do Consumidor, órgão independente de con-
dos à produção, transporte, distribuição e utilização da sulta e acção pedagógica e preventiva que exerce a sua
energia, em particular visando a segurança do abaste- acção nas matérias relacionadas com o interesse dos
cimento, diversificação das fontes energéticas, a eficiên- consumidores.
cia energética e a preservação do ambiente; 4 — Junto da DGC funciona ainda a Comissão de
c) Promover e participar na elaboração do enqua- Segurança de Serviços e Bens de Consumo.
dramento legislativo e regulamentar, relativo ao desen- 5 — A DGC é dirigida por um director-geral, coad-
volvimento das políticas e medidas para a prospecção, juvado por um subdirector-geral.
aproveitamento, protecção e valorização dos recursos
geológicos e o respectivo contexto empresarial e con- Artigo 15.o
tratual; Autoridade de Segurança Alimentar e Económica
d) Apoiar a participação do MEI no domínio comu-
nitário e internacional, na área da energia e dos recursos 1 — A Autoridade de Segurança Alimentar e Eco-
geológicos, bem como promover a transposição de direc- nómica, abreviadamente designada por ASAE, tem por
tivas comunitárias e acompanhar a implementação das missão a avaliação e comunicação dos riscos na cadeia
mesmas; alimentar, bem como a fiscalização e prevenção do cum-
e) Apoiar o Governo na tomada de decisão em situa- primento da legislação reguladora do exercício das acti-
ções de crise ou de emergência, no âmbito da lei, e vidades económicas nos sectores alimentar e não ali-
proporcionar os meios para o funcionamento perma- mentar, exercendo funções de autoridade nacional de
7488 Diário da República, 1.a série — N.o 208 — 27 de Outubro de 2006

coordenação do controlo oficial dos géneros alimentícios das DRE nas respectivas áreas geográficas é feita pela
e organismo nacional de ligação com outros Estados DGAE, mediante despacho do membro do Governo
membros. responsável pela área da Economia e da Inovação.
2 — A ASAE prossegue as seguintes atribuições: 5 — As DRE são dirigidas por um director regional,
cargo de direcção superior de segundo grau.
a) Emitir pareceres científicos e técnicos, recomen-
dações e avisos, nomeadamente em matérias relacio-
nadas com a nutrição humana, saúde e bem-estar animal, SECÇÃO II
fitossanidade e organismos geneticamente modificados;
b) Caracterizar e avaliar os riscos que tenham Organismos da administração indirecta do Estado
impacto, directo ou indirecto, na segurança alimentar,
colaborando, na área das suas atribuições com a Auto- Artigo 17.o
ridade Europeia para a Segurança dos Alimentos; Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas
c) Fiscalizar a oferta de produtos e serviços nos termos e ao Investimento, I. P.
legalmente previstos, bem como o cumprimento das 1 — O Instituto de Apoio às Pequenas e Médias
obrigações legais dos agentes económicos, procedendo Empresas e ao Investimento, I. P., abreviadamente
à investigação e instrução de processos de contra-or- designado por IAPMEI, I. P., tem por missão promover
denação cuja competência lhe esteja legalmente atri- a inovação e executar políticas de estímulo ao desen-
buída; volvimento empresarial, visando o reforço da compe-
d) Fiscalizar todos os locais onde se proceda a qual- titividade e da produtividade das pequenas e médias
quer actividade industrial, turística, comercial, agrícola, empresas (PME) portuguesas que exerçam a sua acti-
piscatória ou de prestação de serviços; vidade nas áreas sob tutela do MEI, com excepção do
e) Apoiar as autoridades policiais na prevenção e sector do turismo.
punição de práticas ilícitas, em matéria de jogos de for- 2 — São atribuições do IAPMEI, I. P.:
tuna e azar, em articulação com os serviços de inspecção
de jogos do Instituto do Turismo de Portugal, I. P. a) Executar as medidas de estímulo ao desenvolvi-
mento empresarial, nomeadamente as dirigidas à ino-
3 — A ASAE é dirigida por um inspector-geral, coad- vação e ao desenvolvimento tecnológico, à inovação
juvado por três sub-inspectores-gerais, um dos quais organizacional e à melhoria da qualificação dos recursos
exerce as funções de director científico para a área dos humanos;
riscos da cadeia alimentar, cargos de direcção superior b) Desenvolver iniciativas que promovam o investi-
de primeiro e segundo graus, respectivamente. mento de base empresarial, orientado para a valorização
da inserção internacional das empresas nacionais pro-
Artigo 16.o dutoras de bens e serviços;
c) Desenvolver iniciativas de difusão de informação
Direcções regionais da Economia técnica, de actividades de assistência técnica e de for-
1 — As direcções regionais da economia, abreviada- mação especializada dirigida às PME;
mente designadas por DRE, são serviços periféricos do d) Emitir parecer e acompanhar as diversas medidas
MEI, que têm por finalidade a representação e actuação públicas no âmbito do reforço da competitividade das
do MEI a nível regional. PME, assegurando a uniformidade dos seus critérios;
2 — As DRE prosseguem as seguintes atribuições, no e) Emitir pareceres, coordenar e acompanhar as medi-
âmbito das circunscrições territoriais respectivas: das públicas de promoção de sistemas de gestão da ino-
vação, nomeadamente no âmbito da sua certificação;
a) A representação do MEI junto dos orgãos do poder f) Coordenar as medidas públicas, no âmbito do MEI,
local, bem como assegurar a articulação com os orgãos dirigidas ao financiamento das empresas, designada-
desconcentrados do poder central de incidência regio- mente o refinanciamento do capital de risco, a titula-
nal; rização de créditos e a contra-garantia mútua.
b) Assegurar funções desconcentradas de execução
das políticas do MEI, através da produção de bens e 3 — O IAPMEI, I. P., é dirigido por um conselho
serviços em matéria de licenciamento, fiscalização e con- directivo composto por um presidente, um vice-presi-
trolo metrológico no âmbito da actividade industrial, dente e três vogais.
incluindo o sector das massas minerais, do comércio
e dos serviços, do turismo e da energia;
Artigo 18.o
c) Proporcionar aos agentes económicos da respectiva
região os serviços que lhes permitam cumprir as obri- Instituto do Turismo de Portugal, I. P.
gações regulamentares para com o MEI;
1 — O Instituto do Turismo de Portugal, I. P., abre-
d) Garantir a aplicação da legislação nos sectores da
viadamente designado por Turismo de Portugal, I. P.,
indústria, comércio e serviços, energia, recursos geo-
tem por missão o apoio ao investimento no sector do
lógicos, qualidade e turismo, nas respectivas áreas geo-
turismo, a qualificação e desenvolvimento das infra-es-
gráficas de actuação.
truturas turísticas, a coordenação da promoção interna
e externa de Portugal como destino turístico e o desen-
3 — As funções das DRE exercem-se em articulação
volvimento da formação de recursos humanos do sector,
com os organismos centrais do MEI, nomeadamente
bem como a regulação e fiscalização dos jogos de fortuna
nos domínios da indústria e comércio, energia, recursos
e azar.
geológicos, qualidade, incluindo o controlo metrológico
2 — São atribuições do Turismo de Portugal, I. P.:
e turismo.
4 — A coordenação operacional das intervenções a) Apoiar o MEI na formulação da política nacional
regionais e harmonização de práticas e procedimentos e comunitária de turismo, e acompanhar a actividade
Diário da República, 1.a série — N.o 208 — 27 de Outubro de 2006 7489

das organizações internacionais do sector de que Por- b) Promover a elaboração de normas portuguesas,
tugal é membro, propondo medidas e acções de diver- garantindo a coerência e actualidade do acervo nor-
sificação, qualificação e melhoria da oferta turística mativo nacional, e promover o ajustamento de legislação
nacional, num quadro de preservação e valorização dos nacional sobre produtos às normas da União Europeia;
recursos do País; c) Gerir o sistema de notificação prévia de regula-
b) Prestar apoio técnico e financeiro, directa ou indi- mentos técnicos e de normas, no âmbito da União Euro-
rectamente, às entidades públicas e privadas, em especial peia e da Organização Mundial do Comércio, de acordo
às empresas do sector, e assegurar a gestão dos res- com a legislação aplicável;
pectivos sistemas de incentivos, nos termos da legislação d) Assegurar a implementação, articulação e inven-
em vigor, bem como aprovar e acompanhar o inves- tariação de cadeias hierarquizadas de padrões de medida
timento público de interesse turístico promovido pelas e promover o estabelecimento de redes de laboratórios
autarquias locais, através da afectação das contrapar- metrológicos acreditados.
tidas das zonas de jogo;
c) Coordenar a promoção de Portugal como destino 3 — A competência relativa à definição das orien-
turístico, no plano interno e externo, e garantir a estru- tações estratégicas relativas ao IPQ, I. P., no domínio
turação, o planeamento e a execução das acções de pro- da metrologia científica, bem como ao acompanhamento
moção turística, quer as directamente organizadas quer da sua execução é exercida em articulação com o mem-
as desenvolvidas ao abrigo de mecanismos de descen- bro do Governo responsável pela área da Ciência, Tec-
tralização e contratualização; nologia e Ensino Superior.
d) Incentivar e desenvolver a política de formação 4 — O IPQ, I. P., é dirigido por um conselho directivo
de recursos humanos do turismo, e a respectiva inves- composto por um Presidente e dois vogais.
tigação tecnico-pedagógica, bem como coordenar, exe-
cutar e reconhecer os cursos e as acções de formação
profissional para essa área, além de certificar a aptidão Artigo 20.o
profissional para o exercício das profissões turísticas; Laboratório Nacional de Energia, Geologia, I. P.
e) Acompanhar o desenvolvimento da oferta turística
nacional, nomeadamente através do registo e classifi- 1 — O Laboratório Nacional de Energia e Geologia,
cação de estabelecimentos e actividades turísticas, e pro- abreviadamente designado por LNEG, I. P., é o labo-
mover uma correcta inserção do turismo sustentável, ratório do Estado que tem por missão impulsionar e
entendido como elemento de valorização territorial, em realizar acções de investigação, de demonstração e trans-
colaboração com os organismos competentes pelo orde- ferência de conhecimento, de assistência técnica e tec-
namento do território e pela protecção da Natureza; nológica e de apoio laboratorial dirigidas às empresas,
f) Apoiar tecnicamente o MEI em matéria de jogos nos domínios da energia e geologia.
de fortuna e azar, bem como contribuir para a elabo- 2 — São atribuições do LNEG, I. P.:
ração de regulamentação em matéria de jogos de fortuna
e azar; a) Promover a realização de estudos, de investigação,
g) Fiscalizar a exploração dos jogos de fortuna e azar de demonstração e transferência de tecnologia, de assis-
concessionados pelo Estado; tência técnica e tecnológica no domínio da energia, com
h) Apoiar tecnicamente e colaborar com as autori- particular incidência nas energias renováveis e na efi-
dades e agentes policiais na prevenção e punição de ciência energética, com vista à criação de novos pro-
práticas ilícitas em matéria de jogos de fortuna e azar. cessos e produtos e seu aperfeiçoamento;
b) Promover, realizar e gerir estudos, cartografia sis-
3 — O Turismo de Portugal, I. P. integra a Inspec- temática e projectos nos domínios da geologia, hidro-
ção-Geral de Jogos, com autonomia técnica e funcional. geologia, geologia marinha e costeira, bem como pro-
4 — O Turismo de Portugal, I. P., é dirigido por um mover a realização de inventariação, revelação, apro-
conselho directivo composto por um presidente, um veitamento, valorização, monitorização e conservação
vice-presidente e três vogais. dos recursos minerais, rochas ornamentais e águas
naturais;
c) Promover a realização de investigação e de desen-
Artigo 19.o volvimento tecnológico orientados para a actividade eco-
Instituto Português da Qualidade nómica e as exigências do mercado, especialmente diri-
gidos à criação de novos processos e produtos e seu
1 — O Instituto Português da Qualidade, abreviada- aperfeiçoamento;
mente designado por IPQ, I. P., tem por missão a coor- d) Cooperar com instituições científicas e tecnológicas
denação do sistema português da qualidade e de outros afins e participar em actividades de ciência e tecnologia,
sistemas de qualificação regulamentar que lhe forem nacionais e estrangeiras, designadamente participando
conferidos por lei, a promoção e a coordenação de acti- em consórcios, redes e outras formas de trabalho
vidades que visem contribuir para demonstrar a cre- conjunto.
dibilidade da acção dos agentes económicos, bem como
o desenvolvimento das actividades necessárias à sua fun- 3 — O LNEG, I. P. integra dois departamentos dota-
ção de laboratório nacional de metrologia. dos de autonomia científica e técnica, o Laboratório
2 — São atribuições do IPQ, I. P.: de Energia (LNE) e o Laboratório de Geologia e Minas
a) Gerir, coordenar e desenvolver o Sistema Portu- (LGM).
guês da Qualidade, numa perspectiva de integração de 4 — A competência relativa à definição das orien-
todas as componentes relevantes para a melhoria da tações estratégicas relativas ao LNEG, I. P., bem como
qualidade de produtos, de serviços e de sistemas da ao acompanhamento da sua execução é exercida em
qualidade e da qualificação de pessoas, enquanto orga- articulação com o membro do Governo responsável pela
nismo nacional coordenador do referido Sistema; área da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
7490 Diário da República, 1.a série — N.o 208 — 27 de Outubro de 2006

5 — O LNEG, I. P. é dirigido por um conselho direc- nos mercados internacionais e a criação de capacidades
tivo constituído por um presidente e dois vogais. sustentáveis de apoio ao ciclo de vida dos equipamentos
e sistemas objectos da aquisição;
c) Desenvolver e gerir programas de cooperação e
SECÇÃO III desenvolvimento industrial, e outras tarefas, que lhe
Entidades administrativas independentes sejam especialmente cometidas pelo Governo.

Artigo 21.o 3 — As competências relativas à definição das orien-


tações estratégicas da CPC, bem como ao acompanha-
Autoridade da Concorrência
mento da sua execução são exercidas em articulação
1 — A Autoridade da Concorrência tem por missão com o membro do Governo responsável pela área da
assegurar a aplicação das regras de concorrência, no Defesa Nacional.
respeito pelo princípio da economia de mercado e de 4 — A CPC é dirigida por um presidente, cargo de
livre concorrência, tendo em vista o funcionamento efi- direcção superior de primeiro grau.
ciente dos mercados, a repartição eficaz dos recursos
e os interesses dos consumidores, nos termos previstos Artigo 24.o
na lei e nos respectivos estatutos.
Comissão de Aplicação de Coimas
2 — A Autoridade da Concorrência é independente em Matéria Económica e de Publicidade
no exercício das suas funções, no quadro da lei, sem
prejuízo dos princípios orientadores de política da con- 1 — A Comissão de Aplicação de Coimas em Matéria
corrência fixados pelo Governo, nos termos constitu- Económica e de Publicidade, abreviadamente designada
cionais e legais, e dos actos sujeitos a tutela ministerial, por CACMEP, tem por missão a aplicação de coimas
nos termos previstos na lei e nos respectivos estatutos. e sanções acessórias às contra-ordenações em matéria
económica e de publicidade.
Artigo 22.o 2 — A CACMEP é dirigida por um presidente, cargo
de direcção superior de primeiro grau, nomeado por
Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos despacho do membro do Governo responsável pela área
1 — A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos da Economia e da Inovação.
tem por missão a regulação dos sectores do gás natural 3 — São vogais da CACMEP o Inspector-Geral da
e da electricidade, nos termos dos respectivos estatutos ASAE, o Director-Geral da DGAE, o Director-Geral
e no quadro da lei, dos contratos de concessão e das da DGC e o Presidente da Entidade Reguladora para
licenças existentes. a Comunicação Social.
2 — A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos
é independente no exercício das suas funções, no quadro Artigo 25.o
da lei, sem prejuízo dos princípios orientadores de polí- Comissão de Avaliação e Acompanhamento de Projectos
tica energética fixados pelo Governo, nos termos cons- de Interesse Nacional
titucionais e legais, e dos actos sujeitos a tutela minis-
terial, nos termos previstos na lei e nos respectivos A Comissão de Avaliação e Acompanhamento de Pro-
estatutos. jectos de Interesse Nacional, abreviadamente designada
por CAA-PIN, constituída em regime de inerência e
representação nos termos do respectivo diploma orgâ-
SECÇÃO IV nico, tem por missão o reconhecimento e acompanha-
Outras estruturas
mento dos projectos de potencial interesse nacional.

Artigo 23.o CAPÍTULO IV


Comissão Permanente de Contrapartidas
Disposições transitórias e finais
1 — A Comissão Permanente de Contrapartidas,
abreviadamente designada por CPC, tem por missão Artigo 26.o
contribuir para a definição e a implementação da política Quadro de pessoal dirigente
nacional em matéria de contrapartidas e programas de
cooperação industrial, bem como o estudo, a promoção, São aprovados os mapas de dirigentes superiores da
a avaliação, o acompanhamento da execução e a fis- administração directa, da administração indirecta e de
calização dos processos de contrapartidas ou de coo- outras estruturas do MEI, constantes dos anexos I, II
peração industrial a desenvolver no âmbito de progra- e III ao presente decreto-lei, respectivamente, do qual
mas de aquisição de equipamentos e sistemas de defesa. fazem parte integrante.
2 — São atribuições da CPC:
a) Promover o reforço da capacidade competitiva das Artigo 27.o
empresas portuguesas através, nomeadamente, da sua Criação, extinção, fusão e reestruturação
participação em projectos de carácter estruturante que de serviços e organismos
promovam a inovação nas diferentes vertentes da tec-
1 — São criados:
nologia, de processos ou de produtos possibilitando a
progressão das empresas nacionais nas cadeias de valor a) A Secretaria-Geral;
em que se integrem; b) A Direcção Geral das Actividades Económicas;
b) Apoiar a concretização de projectos na área das c) O Laboratório Nacional de Energia e Geolo-
indústrias de defesa, visando uma presença competitiva gia, I. P.
Diário da República, 1.a série — N.o 208 — 27 de Outubro de 2006 7491

2 — São extintos, sem qualquer transferência de atri- 5 — São ainda objecto de reestruturação os demais
buições, os seguintes serviços e organismos: serviços, organismos e estruturas identificados nos arti-
gos 4.o, 5.o e 7.o
a) O Conselho Geral para a Dinamização Empre- 6 — O Instituto Nacional da Propriedade Industrial
sarial; é transferido para o âmbito do Ministério da Justiça.
b) O Conselho para a Dinamização do Turismo; 7 — O Conselho de Garantias Financeiras é trans-
c) A Comissão Nacional de Gastronomia. ferido para o âmbito do Ministério das Finanças e da
Administração Pública, passando a designar-se Conse-
3 — São extintos, sendo objecto de fusão os seguintes lho de Garantias Financeiras à Exportação e ao Inves-
serviços e organismos: timento.
a) A Secretaria-Geral do Ministério do Turismo,
sendo as suas atribuições integradas na Secretaria-Geral; Artigo 28.o
b) O Gabinete de Coordenação dos Assuntos Euro-
peus e Relações Internacionais, sendo as suas atribui- Referências legais
ções integradas na Direcção-Geral das Actividades
Económicas; As referências legais feitas aos serviços e organismos
c) O Instituto de Formação Turística, I. P. sendo as objecto de extinção, fusão e reestruturação referidos
suas atribuições integradas no Instituto de Turismo de no artigo anterior, consideram-se feitos aos serviços ou
Portugal, I. P; organismos que passam a integrar as respectivas atri-
d) A Direcção-Geral do Turismo, sendo as suas atri- buições.
buições de natureza normativa integradas na Direcção-
-Geral das Actividades Económicas, e as restantes no
Artigo 29.o
Instituto do Turismo de Portugal, I. P;
e) A Inspecção-Geral dos Jogos, sendo as suas atri- Externalização
buições integradas no Instituto do Turismo de
Portugal, I. P; Deixam de integrar o MEI, saindo da administração
f) O Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologias central do Estado:
e Inovação, sendo as atribuições relativas aos domínios
a) O Instituto Português de Acreditação, I. P., em
da energia e geologia integradas no Laboratório Nacio-
termos a regulamentar;
nal de Energia e Geologia, I. P., as atribuições relativas
b) As Regiões de Turismo, em termos a regulamentar.
à metrologia integradas no Instituto Português da Qua-
lidade, as atribuições relativas às tecnologias alimentares
e da biotecnologia relevantes com aplicação nas indús- Artigo 30.o
trias alimentares integradas no Instituto Nacional de
Recursos Biológicos, I. P., no âmbito do Ministério da Reforma dos laboratórios do Estado
Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas,
as suas atribuições no domínio das tecnologias e ciências No quadro da reforma dos laboratórios do Estado,
da saúde relevantes integradas no Instituto Nacional podem ser objecto de revisão as atribuições e o estatuto
de Saúde Dr. Ricardo Jorge, I. P., no âmbito do Minis- jurídico do Laboratório Nacional de Energia e Geologia.
tério da Saúde, e as suas atribuições no domínio da
detecção remota e da monitorização do ar e da água Artigo 31.o
no Instituto de Meteorologia, I. P., no âmbito do Minis-
tério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; Produção de efeitos
g) O ICEP Portugal, I. P., sendo as suas atribuições
integradas na Agência Portuguesa para o Investimento, 1 — As criações, fusões e reestruturações de serviços
E. P. E., que é objecto de reestruturação e passa a deno- e organismos previstas no presente decreto-lei apenas
minar-se Agência para o Investimento e Comércio produzem efeitos com a entrada em vigor dos respectivos
Externo de Portugal, E. P. E; diplomas orgânicos.
h) A Direcção-Geral da Empresa, sendo as suas atri- 2 — Exceptua-se do disposto no número anterior, a
buições integradas na Direcção-Geral das Actividades nomeação dos titulares dos cargos de direcção superior
Económicas. e dos órgãos de direcção dos organismos previstos nos
mapas anexos ao presente decreto-lei, a qual pode ter
4 — São objecto de reestruturação os seguintes ser- lugar após a sua entrada em vigor.
viços e organismos: 3 — Nos casos de fusões, a nomeação prevista no
número anterior depende da prévia cessação de funções,
a) O Instituto do Consumidor, que passa a integrar designadamente nos termos do número seguinte, de um
a administração directa do Estado, passando a desig- número pelo menos igual de dirigentes, assegurando
nar-se Direcção-Geral do Consumidor; os dirigentes nomeados a direcção dos serviços e orga-
b) A Direcção-Geral de Geologia e Energia, que passa nismos objecto de fusão até à entrada em vigor dos
a designar-se Direcção-Geral de Energia e Geologia; novos diplomas orgânicos.
c) O Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empre- 4 — As comissões de serviço dos titulares de cargos
sas e ao Investimento, I. P., sendo as suas atribuições de direcção superior de serviços cuja reestruturação ou
relativas aos Centros de Formalidades das Empresas fusão tenha sido determinada pelo presente decreto-lei
e a estrutura de gestão da respectiva rede nacional trans- podem cessar, independentemente do disposto no n.o 1,
feridas para a Agência da Modernização Administra- por despacho fundamentado, quando, por efeito da rees-
tiva, I. P., no âmbito da Presidência do Conselho de truturação ou fusão, exista necessidade de imprimir nova
Ministros. orientação à gestão dos serviços.
7492 Diário da República, 1.a série — N.o 208 — 27 de Outubro de 2006

Artigo 32.o ANEXO III

Diplomas orgânicos complementares Outras estruturas

1 — Os diplomas orgânicos pelos quais se procede Número


à criação, fusão e reestruturação dos serviços e orga- de
lugares
nismos do MEI devem ser aprovados no prazo de 90 dias
após a entrada em vigor do presente decreto-lei.
2 — Até à entrada em vigor dos diplomas orgânicos Presidentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
a que se refere o número anterior, bem como aos que
procedem às operações de externalização previstas no
artigo 29.o, os serviços e organismos do MEI, continuam
a reger-se pelas disposições normativas que lhes são MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,
aplicáveis. DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS

Artigo 33.o Decreto-Lei n.o 209/2006


Norma revogatória de 27 de Outubro

São revogados os Decretos-Leis n.os 8/2005, de 6 de O Programa de Governo consagra a modernização


Janeiro, e 228/2004, de 7 de Dezembro. da Administração Pública como um dos instrumentos
essenciais da estratégia de desenvolvimento do País.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 20 Com esse objectivo, no domínio da reorganização estru-
de Julho de 2006. — José Sócrates Carvalho Pinto de tural da Administração, o Governo aprovou, através da
Sousa — António Luís Santos Costa — Luís Filipe Mar- Resolução do Conselho de Ministros n.o 124/2005, de
ques Amado — Fernando Teixeira dos Santos — Manuel 4 de Agosto, o Programa de Reestruturação da Admi-
Pedro Cunha da Silva Pereira — Henrique Nuno Pires nistração Central do Estado, abreviadamente designado
Severiano Teixeira — Alberto Bernardes Costa — Fran- por PRACE, tendo como objectivo a promoção da cida-
cisco Carlos da Graça Nunes Correia — Manuel António dania, do desenvolvimento económico e da qualidade
Gomes de Almeida de Pinho — Jaime de Jesus Lopes dos serviços públicos, com ganhos de eficiência pela sim-
Silva — Mário Lino Soares Correia — José António Fon- plificação, racionalização e automatização, que permi-
seca Vieira da Silva — António Fernando Correia de Cam- tam a diminuição do número de serviços e dos recursos
pos — Maria de Lurdes Reis Rodrigues — José Mariano a eles afectos.
Rebelo Pires Gago — Maria Isabel da Silva Pires de Na sequência da aprovação do PRACE, a Resolução
Lima — Augusto Ernesto Santos Silva. do Conselho de Ministros n.o 39/2006, de 30 de Março,
veio definir as orientações, gerais e especiais, para a
Promulgado em 19 de Outubro de 2006.
reestruturação dos ministérios.
Publique-se. As orientações gerais definidas, relativas quer à reor-
ganização dos serviços centrais dos Ministérios para o
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. exercício de funções de apoio à governação, de gestão
de recursos, de natureza consultiva e coordenação inter-
Referendado em 23 de Outubro de 2006.
ministerial e de natureza operacional, quer à reorga-
O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de nização dos serviços desconcentrados de nível regional,
Sousa. sub-regional e local e à descentralização de funções,
determinam, desde logo, a introdução de um novo
modelo organizacional que tem por base a racionali-
ANEXO I
zação de estruturas, o reforço e a homogeneização das
Cargos de direcção superior da administração directa funções estratégicas de suporte à governação, a apro-
ximação da Administração Central dos cidadãos e a
devolução de poderes para o nível local ou regional.
Número
de Nessa esteira, as orientações especiais definidas
lugares reflectem não só a prossecução dos objectivos em que
assenta o PRACE, como concretizam os objectivos esta-
Cargos de direcção superior de 1.o grau . . . . . . . . . . . . 6 belecidos no Programa de Governo para o movimento
Cargos de direcção superior de 2.o grau . . . . . . . . . . . . 14 de modernização administrativa, preconizando a melho-
ria da qualidade dos serviços públicos, nos termos acima
referidos.
A mudança de políticas nas áreas da agricultura, da
ANEXO II
silvicultura, da produção-alimentar e agro-florestal, do
Dirigentes de organismos da administração indirecta desenvolvimento rural e das pescas obriga a uma nova
estrutura orgânica do Ministério da Agricultura, do
Número
Desenvolvimento Rural e das Pescas, estrutura que per-
de mita prosseguir as atribuições, numa perspectiva de
lugares
desenvolvimento sustentável, da protecção, qualidade
e segurança da produção agro-alimentar e assegurar o
Presidentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 planeamento e coordenação da aplicação dos fundos
Vice-presidentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
Vogais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
nacionais e comunitários a favor da agricultura, das flo-
restas, do desenvolvimento rural e das pescas.

Você também pode gostar