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5.1 – Introdução
Este capítulo será dedicado ao estudo das grelhas planas
Chama-se grelha plana a estrutura plana que é solicitada exclusivamente por cargas
ortogonais ao plano da estrutura.
Para validade dessa definição, uma carga-momento concentrado deve ser interpretada como o
efeito duas cargas iguais e contrárias (binário), que podem estar contidas no plano ortogonal a
estrutura.
∑ F = ∑V = 0 Æ
z Somatório das forças perpendiculares ao plano nulo
∑M = 0 Æx Somatório dos momentos em torno do eixo x nulo
∑M = 0 Æy Somatório dos momentos em torno do eixo y nulo
Uma grelha será então isostática quando houver apenas três incógnitas a determinar. Os tipos
mais comuns de grelhas isostáticas são os indicados na figura abaixo:
z P2
q
y
P2 q
Ma d
P1 c d
x P1 c
Ta
a Vd
a b
b
Va Va
Vb
Na grelha engastada, as reações serão o momento torçor, o momento fletor e a reação vertical
no engaste.
Grelhas com 4 ou mais apoios (sem rótulas) e grelhas engastadas com 1 ou mais
apoios são hiperestáticas.
Grelhas com 2 ou menos apoios e grelhas com 3 apoios colineares são hipostáticas.
d
c
a Vc
b Ve
Vb
Olhando a figura acima, verifica-se que não é possível equilibrar a estrutura. Aplicada uma
força em d, não há como tornar nulo o momento em torno do eixo b-c.
O exercicio 2 dos itens 1.5 e 2.4 apresenta o cálculo das reações de apoio e esforços seccionais
de uma grelha engastada.
No caso de uma grelha de 3 apoios como a da figura a seguir onde todas as barras possuem
comprimento Lx (na direção x) e Ly (na direção y), pode-se calcular as reações de apoio da
seguinte forma:
z P2 ∑F z = Va + Vb + Vd = P1 + P2 + q ⋅ Lx = 0
y q
d ∑M b−c = Va Ly + P2 Ly − Vd Ly − P1Ly = 0
c
x P1
Lx 3L
a
b
Vd
∑M a −b = qLx ⋅
2
− Va Lx + P2 ⋅ x = 0
2
Va
Vb
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Diagramas de esforços em grelhas planas – Professora Elaine Toscano
Da mesma forma que nos outros tipos de estruturas já vistos, os esforços seccionais numa
grelha são determinados, para cada seção transversal, considerando-se todas as cargas e
reações aplicadas na estrutura, localizadas em um dos lados da seção considerada. Além disso,
para traçado de diagramas, também é válido o artifício de se tratar cada trecho da grelha como
uma viga biapoiada, desde que se apliquem em suas extremidades os esforços ali atuantes.
A figura abaixo apresenta os diagramas de esforços para a grelha de três apoios da página
anterior.
P2 P2Lx/2 P2Lx/2
Vd
qLx
qL2x/8 Vd
P1 Vb (Vd-P2)Ly
Va
Q
VaLy (Vd-P2)Ly M
-P2Lx/2
-(Vd-P2)Ly
T
Observações importantes:
As convenções correspondem ao apresentado no item 2.3.
Para o cálculo dos momentos fletores em cada barra utiliza-se as forças de um lado ou do
outro da seção multiplicadas pela distância na direção paralela a barra.
Para o cálculo dos momentos torçores em cada barra utiliza-se as forças de um lado ou
do outro da seção multiplicadas pela distância na direção perpendicular a barra.
VA = 10kN
MAx=52kN
MAy=6kN
Esforço cortante:
Barra a-b: 4kNL à direita: +4kN
Barra d-e: 6kNL à esquerda: -6kN
Barra e-f: 10kNL à esquerda: -10kN
Barra g-h: 2kNL à direita: +2kN
Barra g-d: 2kNL à frente: -2kN
Barra d-a: 4kNL atrás : +4kN
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Diagramas de esforços em grelhas planas – Professora Elaine Toscano
Momento fletor:
Barra a-b:
Em a: 4 x 2 kNm -8kNm (tração superior)
Em b: 4 x 0 kNm 0
Barra g-h:
Em g: 2 x 2 kNm -4kNm (tração superior)
Em h: 2 x 0 kNm 0
Barra c-e:
Em e: 2 x 3 kNm -6kNm (tração superior)
Em c: 2 x 0 kNm 0
Barra e-i:
Em e: 2 x 3 kNm -6kNm (tração superior)
Em i: 2 x 0 kNm 0
Barra a-d:
Em d: 4 x 3 kNm -12kNm (tração superior)
Em a: 4 x 0 kNm 0
Barra d-g:
Em d: 2 x 3 kNm -6kNm (tração superior)
Em g: 2 x 0 kNm 0
Barra d-e:
Em d: (4 + 2) x 2 kNm +12kNm (tração inferior)
Em e: (4 + 2) x 2 kNm -12kNm (tração superior)
Barra e-f:
Em e: (4 + 2) x 2 kNm -12kNm (tração superior)
Em f: (4 + 2)x6 + (2 + 2)x4 =-52kNm (tração superior)
52
4 8
12 +8
2
4 12
6 +6 +6
6 6
6 10 12
2 -4
2 2 4
Momento torçor:
Barra a-b: 0
Barra c-e: 0
Barra e-i: 0
Barra g-h: 0
Barra a-d: 4 x 2 kNm +8kNm
Barra d-g: 2 x 2 kNm -4kNm
Barra d-e: 4x3–2x3 +6kNm
Barra e-f: 4x3–2x3 +6kNm
a) b) c)
d) e) f)
g) h) i)
j) l) m)
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Diagramas de esforços em grelhas planas – Professora Elaine Toscano
n) o)
2
2
-6
e) isostática
Q M T
6
2 12
0,5
2
6 6 -6
4
3,75 +6
2,25
2 2
9
15
i) isostática
Q M T
12 4
4
2 12
2 2
1 1 6 6
3 +6
1 -6
5
12
j) hiperestática
l) isostática
Q M T
26 6
2
2 0,5
-6
2 8
6 6
6
2 2 +6 +6
2 2
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Treliças isostáticas planas – Professora Elaine Toscano
6.1 – Introdução
Este capítulo será dedicado ao estudo das treliças isostáticas.
As treliças são capazes de vencer grandes vãos com um peso pequeno em relação ao que seria
necessário para uma viga vencer a mesma distância. No entanto, as treliças funcionam
baseadas em sua disposição de barras e dimensões e tendem a exigir uma altura estrutural
maior. Costumam ser muito adotadas em coberturas e passarelas.
Em geral as barras de uma treliça são finas e podem suportar pequena carga lateral. Todas as
cargas são, portanto, aplicadas às juntas e não às barras.
Embora as barras sejam unidas por meio de conexões pivotadas ou soldadas, costuma-se
considerar que as barras são unidas através de pinos; logo, as forças que atuam em cada
extremidade de uma barra reduzem-se a uma única força sem nenhum momento
Hipóteses de Cálculo:
1) As barras que formam a treliça ligam-se por meio de articulações sem atrito
(rótulas).
2) As cargas e as reações são aplicadas somente nos nós da treliça.
3) O eixo de cada barra coincide com a reta que une os centros das articulações nas
extremidades.
4) As barras são solicitadas somente por esforço normal.
Na realidade as ligações entre as barras não são rótulas perfeitas, sendo esta uma simplificação
de cálculo.
Sempre que as barras da treliça forem dispostas de modo que os eixos se cruzem em um
ponto, os esforços secundários são desprezíveis (por exemplo: a flexão que surge nas barras
devido à rigidez dos nós).
A condição necessária, mas não suficiente, para que uma treliça plana seja isostática é:
2n = b + v
Onde:
n = número de nós na treliça, incluindo os vínculos externos;
b = número de barras da treliça;
v = número total de reações dos vínculos externos;
No caso de treliças espaciais utiliza-se 3n, pois o número de equações por nó passa a
ser 3 para considerar o equilíbrio das forças em 3 direções.
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Treliças isostáticas planas – Professora Elaine Toscano
∑F z =0 e ∑F y =0
1º - Começar por nós com apenas 2 incógnitas (duas barras de esforço normal desconhecido
ou 2 reações de apoio);
Verifica-se que em um nó sem forças externas aplicadas, sem vínculos externos e com três
barras sendo duas delas paralelas entre si (2 e 3), a barra não paralela (1) terá esforço nulo.
Isso ocorre porque o somatório das forças na direção perpendicular as barras 2 e 3 deve ser
nulo e a única força existente nesta direção se encontra na barra 1.
As barras que atendem as condições abaixo podem ser eliminadas antes do início da resolução
da treliça.
a) pertencer a um nó sem forças externas aplicadas, sem vínculos externos e com três barras
sendo duas delas paralelas entre si (2 e 3),
Após a eliminação de cada barra é possível reavaliar a treliça para verificar se outras barras
passaram a atender estas condições.
O método dos nós avalia o esforço que cada barra transfere para os nós analisados, desta
forma, os vetores representados durante a resolução correspondem as reações das barras ao
esforço sofrido por elas.Logo, no caso de barras de treliças, observa-se a mesma
convenção de sinais adotada para tirantes e escoras.
Verifica-se que apesar das setas estarem entrando na barra, o esforço normal é positivo
pois as setas representam uma reação do barra às ações por ela sofridas. Ou seja, a barra está
puxando os nós pois está sendo tracionada.
N(-) N(+)
Como a treliça possui apenas 3 reações de apoio, podemos resolvê-la de forma mais rápida
partindo do cálculo das reações de apoio.
⎧n
⎪∑ X i = 0 : H A = 0,5kN →
⎪ i =1
⎪n
⎪∑ Yi = 0 : VA + VB = 1,5kN ↑
⎨ i =1
⎪n
⎪∑ Mzi = 0 : ∑ M A = 2 ⋅ 1 − 2 ⋅ 0,5 − 4VB = 0 → VB = −0,25kN ↑
⎪ i =1
⎪
⎩VA = 1,25kN ↑
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Treliças isostáticas planas – Professora Elaine Toscano
Nó E: Barra 5: Compressão
1) Calcular os esforços e reações de apoio para as treliças isostáticas abaixo usando qualquer
método de resolução:
a)
b)
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Treliças isostáticas planas – Professora Elaine Toscano
c)
d)
e)
f)
g)
h)
80
Treliças isostáticas planas – Professora Elaine Toscano
i)
j)
l)
a)
b)
c)
82
Treliças isostáticas planas – Professora Elaine Toscano
d)
e)
f)
g)
h)
i)
84
Treliças isostáticas planas – Professora Elaine Toscano
j)
l)