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Dimensionamento de Um Trocador de Calor Tipo Casco e Tubos PDF
Dimensionamento de Um Trocador de Calor Tipo Casco e Tubos PDF
Aluno:
Guilherme Augusto de Oliveira
2
Índice
1. Introdução 04
2. Desenvolvimento Teórico 04
2.1. Principais Variáveis de Processo dos Trocadores de Calor 04
2.1.1. Natureza e Característica dos fluidos 04
2.1.2. Temperaturas de Operação 05
2.1.3. Pressões de Operação 05
2.1.4. Velocidade de Escoamento 06
2.1.5. Perda de Carga Admissível 06
2.1.6. Fator de Sujeira 07
2.1.7. Localização dos Fluidos 08
2.2. Tipos de Trocadores de Calor 11
2.3. Coeficiente Global de Transferência de Calor 15
2.4. Uso da Média Logarítmica das Diferenças de Temperatura 16
2.5. Trocadores de Calor com Escoamento Cruzado e com Múltiplos 18
Passes
2.6. Análise do trocador de calor pelo método da efetividade NUT 20
2.6.1. Definições 21
2.6.2. Metodologia para o dimensionamento de Trocadores de Calor 24
3. Apresentação do Problema 25
4. Resolução do Problema 26
5. Análise dos Resultados Obtidos 29
6. Conclusões 31
7. Anexos 32
Bibliografia 32
3
1. Introdução
2. Desenvolvimento Teórico
A natureza dos fluidos que circulam num trocador de calor constitui um fator
fundamental no seu estudo. É óbvio que há diferença notória num processo se o
fluido em questão é ácido sulfúrico (produto extremamente corrosivo), ou leite
(produto alimentício), ou sulfeto de carbono (produto muito tóxico) ou vapor d'água
(fluido com coeficiente de troca térmica muito elevada).
4
Vale lembrar que os valores dessas propriedades variam em função da
temperatura que, por sua vez, se altera ao longo de um trocador de calor. Na
maioria das vezes, é aceitável como simplificação que se adotem os valores das
propriedades à temperatura média entre a entrada e a saída.
5
Para as situações em que as pressões são muito elevadas, devem-se
consultadas as normas específicas a respeito. A espessura da parede deve ser
naturalmente maior e sistemas de segurança adequados precisam ser previstos.
Outro aspecto sobre a pressão diz respeito à contaminação dos fluidos num
acidente de ruptura dos tubos. Se, por motivos de processo ou de segurança, é
preferível que o fluido A seja contaminado pelo fluido B e não vice-versa, como o
caso do resfriamento do ácido sulfúrico (fluido A) por água (fluido B), então se
opera com uma pressão maior no lado do fluido B do que a do A. Assim, quando
ocorre um vazamento pelos tubos, o fluido B, que tem pressão maior, passa para o
lado do fluido A e não o oposto. Mas é importante lembrar que num trocador de
calor há uma queda de pressão entre a entrada e a saída e, para aproveitar o fato
acima, a pressão de saída do B (a mínima do B no trocador) tem que ser maior que
a pressão de entrada do fluido A (a máxima do A no trocador).
6
2.1.5. Perda de Carga Admissível
7
Pode ser devido à sedimentação, à polimerização, à cristalização, à corrosão,
ou a causas de natureza orgânica (como algas). Esses mecanismos podem ocorrer
independente ou paralelamente. A taxa de depósito é afetada pelas condições de
processo do trocador tais como a natureza dos fluidos, a velocidade de
escoamento, as temperaturas dos fluidos, a temperatura na parede, o material de
construção do equipamento, o grau de acabamento da superfície como a
rugosidade ou tipo de revestimento interno. Para facilitar a quantificação desse
efeito que conforme visto é complicado, costuma-se usar um parâmetro definido
como fator de incrustação ou fator de sujeira ("fouling factor"). Dimensionalmente
falando, é o inverso do coeficiente de transporte de energia por convecção. Logo,
quanto maior o fator de incrustação, maior o depósito, maior a resistência à troca
térmica. Faixas de valores típicos desse fator podem ser encontrados na literatura
para diversos casos de operação comuns. Esses valores são interessantes e úteis
porque servem de orientação geral.
8
(a) Fluido com maior tendência de incrustação:
Além disso, a limpeza mecânica e química é bem mais fácil pelos tubos. No
casco, a limpeza mecânica às vezes é impraticável e a limpeza química pode ser
não tão eficiente pela existência de zonas de baixa turbulência. Vale lembrar que a
água de resfriamento é um dos fluidos industriais com alto fator de sujeira e,
portanto, de modo geral, circula preferencialmente pelos tubos. Mesmo para a água
de resfriamento tratada, cujo fator de sujeira já não é tão elevado, recomenda-se
em geral a sua circulação pelos tubos.
É melhor circular o fluido corrosivo no lado dos tubos. Pois, assim, "só se
corrói" o tubo, que pode ser protegido com uso de material de construção mais
resistente ou até ser revestido internamente, se for o caso. O material de
construção e o grau de acabamento do casco poderão então ser diferentes e mais
brandos.
Vale ressaltar que o critério exposto não implica em que o fluido com maior
temperatura ou maior pressão do que o outro necessariamente deve ser locado nos
tubos. Mas se o valor da temperatura ou da pressão for significativamente
apreciável, requerendo material de construção especial ou outros cuidados
especiais, então esse fluido merece uma preferência de circular pelos tubos.
9
(d) Fluido com menor velocidade de escoamento:
Um fluido com alta viscosidade também dificulta a troca térmica. Assim pelo
mesmo motivo do item anterior, circula-se o fluido mais viscoso no lado do casco
onde é mais fácil intensificar a turbulência. Mas se a diferença de viscosidades
entre os dois fluidos for pequena, nesse caso, torna-se indiferente a sua locação
quanto ao critério de viscosidade.
Água de resfriamento;
Fluido corrosivo ou fluido com alta tendência de incrustação;
Fluido menos viscoso;
10
Fluido de temperatura e pressão elevadas;
Fluido de maior vazão.
11
Figura 1 – Diferentes escoamentos associados ao perfil de temperatura no trocador
[5]
de calor
12
Outra configuração comum é o trocador de calor casco e tubo. Formas
específicas diferem de acordo com o número de passes no casco e tubo e a forma
mais simples, que envolve um único passe no tubo e no casco, é mostrada na
figura 3.
Figura 3 – Trocadores casco e tubo com um passe no casco e um passe nos tubos a
[5]
correntes cruzadas contrárias.
13
Figura 5 – Trocador casco e tubo – Dois passes no casco e quatro passes nos
[5]
tubos.
[6]
Figura 6 - Trocadores de Calor compactos.
14
Trocadores de calor de placas paralelas podem ser aletados ou corrugados e
podem ser utilizados em formas de operação com um único passe, ou múltiplos
passes. As seções de escoamento associadas a trocadores de calor compactos são
tipicamente pequenas ( é menor que 5 mm), e o escoamento é usualmente
laminar.
1 1
,
, 1
(1)
!"
(2)
15
Onde é a temperatura da superfície da base, e é a área total da
superfície (aleta mais base exposta). Assim, deduz-se pela seguinte relação:
1 1
(3)
16
Em particular, se é a taxa total de transferência de calor entre o trocador e
a sua vizinhança for desprezível, assim como as variações de energia potencial e
cinética, a aplicação da equação de energia em escoamento estacionário, tem-se:
∆
(8)
∆6
(9)
17
Onde ∆6 é a diferença de temperatura média apropriada.
A equação (9) pode ser utilizada combinada com as equações (6) e (7) para
realizar a análise do trocador de calor. Antes que isso seja feito, é necessária uma
forma específica de ∆6 . Neste trabalho, só será considerado o trocador casco e
tubo, que é o tipo de trocador de calor que está presente no problema a ser
resolvido, como será visto adiante.
∆76 8∆76,9:
(10)
18
Isto é, a forma apropriada de ∆76 é obtida pela aplicação de um fator de
correção ao valor de ∆76 que seria calculado na hipótese de escoamento com
correntes contrárias. Logo, têm-se as relações, que podem ser vistas na figura 8:
[5]
Figura 8 – Trocador de Calor de Correntes Contrárias.
∆1 ,0 ,.
∆2 ,1 ,-
(11)
Expressões algébricas para o fator de correção 8 foram desenvolvidas para
várias configurações de trocadores de calor casco e tubos e correntes cruzadas.
Serão apresentados os resultados para os trocadores casco e tubo, através das
figuras 9 e 10:
19
Figura 10 – Fator de correção para um trocador de calor casco e tubo com
dois passes no casco e um número de passes múltiplo de quatro tubos (4,8,..)
[5]
passes por tubo).
20
2.6.1. Definições
29 D 2J
(13)
21
q
ε
qPQR
(15)
Em termos da temperatura, tem-se:
CT TT,V TT,W
ε
CPXY TT,V TZ,V
(16)
Ou
CZ TZ,W TZ,V
ε
CPXY TT,V TZ,V
(17)
264M
[ ^ _@
. `
26AB
(19)
Onde 2!"/2KL é igual a 2//2 , ou 2 /2/, dependendo das grandezas
relativas das taxas de capacidade de calor dos fluidos quente e frio. O número de
unidades de transferência @
é um parâmetro adimensional que é amplamente
utilizado para a análise do trocador de calor e é definido como:
.
@
264M
(20)
22
[5]
Tabela 2 – Relações de efetividade para diversos trocadores de calor.
[5]
Figura 11 – (a)Correntes paralelas, (b) Correntes contrárias.
23
Figura 12 – (c) trocador casco e tubo com dois passes no casco e n.º
qualquer de passes múltiplos de dois nos tubos. (d) trocador casco e tubo com um
passe no casco e n.º qualquer de passes múltiplos de quatro nos tubos. [5]
Figura 13 – (e) Trocador de calor casco e tubo com dois passes no casco e
um número qualquer de passes múltiplos de quatro nos tubos (f) Trocador de calor
de passe único com correntes cruzadas e um fluido misturado e o outro não
[5]
misturado.
24
oportuno sintetizar os conceitos apresentados e organizá-los, para facilitar o
entendimento.
Neste trabalho, foram mostrados dois procedimentos para realizar a análise
de um trocador de calor, o método >? e o método @
. Em qualquer problema,
podem ser utilizados ambos os métodos que fornecem resultados equivalentes.
Entretanto, dependendo da natureza do problema, o método @
pode ser mais
fácil de implementar. O uso do método >?, é facilitado pelo conhecimento das
temperaturas de entrada e saída do fluido quente e do frio, pelo cálculo de ∆76 . O
problema de projeto é selecionar o tipo adequado de trocador de calor, para
assegurar uma troca de calor e temperaturas de saída desejadas.
O método @
também pode ser utilizado para se obter a área de troca
térmica, através dos gráficos e tabelas mostrados neste relatório.
Alternativamente, o tipo de trocador de calor e o tamanho podem ser dados, e o
objetivo seria determinar a taxa de transferência de calor e as temperaturas de
saída dos fluidos para as taxas de escoamento e temperaturas de entrada
prescritas. Embora o método >? possa ser empregado para o cálculo do
desempenho de um trocador de calor, os cálculos seriam tediosos, necessitando de
iteração matemática.
A natureza iterativa da solução anterior poderia ser eliminada pela utilização
do método @
. Do conhecimento do tipo e do tamanho do trocador de calor e das
taxas de escoamento do fluido, os valores @
e 2!"/2KL podem ser calculados e
a efetividade [ pode então ser determinada através de gráficos e tabelas, como foi
exibido anteriormente. Desta forma, podem-se determinar as temperaturas de
saída dos fluidos.
3. Apresentação do problema
Um trocador de calor do tipo casco e tubo deve ser selecionado para aquecer
água de 20º2 a 90º2, com vapor escoando no lado do casco. A transferência de
calor é de 600 &d. Se o diâmetro dos tubos é de 10 , e o escoamento não deve
ultrapassar a velocidade de 3 /1. Deve-se então, determinar quantos tubos devem
ser utilizados nesse trocador de calor. Além disso, pede-se para expressar
graficamente a variação do número de passes de tubos em relação ao escoamento
da água variando de 1 /1 até 8 /1, e deve-se fazer as análises dos resultados
obtidos. A figura abaixo ilustra o trocador de calor casco e tubo considerado no
problema:
25
Figura 11 – Ilustração do problema a ser resolvido
4. Resolução do problema
Fluido: Água
/, 0 20º 2
/, 1 90º 2
, 600 &d
26
Fazendo uma média aritmética entre as temperaturas de entrada e saída,
temos uma temperatura média, que será usada para a tomada das propriedades
físicas da água.
TABELA A.6 (Incropera, pg. 661)
q,
, /
2h,/ /,1 /,0
(21)
Para esta vazão mássica, a área de seção transversal dos tubos é dada pela
relação:
, p. r.
(22)
Isolando , tem-se:
,
p. r
(23)
s. ²
. "
4
(24)
Isolando ", tem-se:
27
4. .
"
s. ²
(25)
,
p. r
(27)
#*/{'
#*/{'
1.00 26.50 4.50 5.90
1.25 21.20 4.75 5.60
1.50 17.70 5.00 5.30
1.75 15.13 5.25 5.10
2.00 13.25 5.50 4.90
2.25 11.80 5.75 4.60
2.50 10.60 6.00 4.45
2.75 9.65 6.25 4.24
28
3.00 8.85 6.50 4.10
3.25 8.15 6.75 3.95
3.50 7.60 7.00 3.80
3.75 7.10 7.25 3.65
4.00 6.65 7.50 3.55
4.25 6.25 7.75 3.45
8.00 3.35
29
Quanto maior a velocidade de escoamento num trocador de calor, maior a
intensidade de turbulência criada e melhor deve ser o coeficiente de transporte de
energia. Conseqüentemente, a área do trocador necessária para uma dada carga
térmica será menor, em tese. Maiores questionamentos e esclarecimentos quanto a
intensidade de velocidade do escoamento serão apresentados na conclusão deste
relatório.
?
@s8∆769:
(28)
Onde:
?
?A.
>
(29)
Onde > é o número de passes
30
Logo, observa-se que para um maior número de passes, garantem-se
menores comprimentos de casco, proporcionando menores dimensões para o
trocador de calor, podendo ser projetado para operar em espaços especiais ou
restritos.
6. Conclusões
31
7. Anexos
Ac = m/(p*V)
plot(Vel, Np)
xlabel('Velocidade do escoamento [m/s]')
ylabel('Número de passes')
grid on;
Bibliografia
[1] - http://collatio.tripod.com/regeq/condies.htm
[2] - http://www.demec.ufmg.br/disciplinas/ema074/trocador/index.htm
[3] - http://www.scribd.com/doc/6389790/Trocadores-de-Calor
[4] - http://www.fem.unicamp.br/~em524/Textos_Transparencias/CAP_7/aula-22.pdf
[5] - Çengel, Heat Transfer – A Pratical Approach 2nd Edition.
[6] - J.P Holman - Heat Transfer, 8th Edition.
[7] - Incropera, DeWitt: Fundamentals of Heat and Mass Transfer, 5th Edition.
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