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TICs e a educação a distância: ferramentas do ambiente virtual de

aprendizagem

TICs and distance learning: tools virtual learning environment

Juliane Marise Barbosa Teixeira1


Tânia Frugiuele Soares Agostinho2
1
Pós-graduada em Gestão estratégica de pessoas, Grupo Educacional UNINTER, professora avaliadora
em EaD. juliane_bt@hotmail.com
2
Pós-graduada em Metodologia de ensino de língua estrangeira moderna, Grupo Educacional UNINTER,
professora avaliadora em EaD. tanfru@hotmail.com

RESUMO

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) são uma realidade em todos os


campos de atuação profissional e estão presentes no cotidiano das pessoas de várias
classes sociais, assim como, de variadas faixas etárias e na formação acadêmica. Desta
forma, não é exagero afirmar que, assim como mudanças ocorreram em todos os
campos sociais e profissionais, também elas se fizeram presentes no campo
educacional. Sem sombra de dúvida, o ensino presencial sofreu influências dessas
tecnologias tanto na sala de aula como fora dela. Se isto se dá no Ensino Presencial,
com certeza, se faz de maneira mais acentuada no Ensino a Distância (EaD), onde o
perfil do aluno difere daquele encontrado no Ensino Presencial, pois, geralmente, ele é
adulto, busca um curso direcionado ao seu ramo de atuação profissional e,
principalmente, busca capacitação e formação específica para a melhoria de sua
colocação no mercado de trabalho. O presente artigo tem o objetivo de realizar uma
breve análise da relação que professor/tutor tem com as Novas Tecnologias de
Comunicação e de como ele tem se preparado para assumir o novo papel que surge na
educação atual. Na realização deste breve estudo serão utilizadas como referências as
ideias de Demo sobre o uso das tecnologias e a formação docente, os conceitos de
Belloni sobre a educação à distância e as ideias de Cruz a respeito das linguagens
midiáticas, a educação e a comunicação.

Palavras- chave: Formação Docente. Uso das TICs. Ensino a distância.

Abstract

The Information and Communication Technologies (ICTs) are a reality in all fields of
professional and are present in the daily lives of people of various social classes, as well

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as a variety of age groups and in academia. Thus, it is no exaggeration to say that, as
well as changes occurred in all social and professional fields, they also were present in
the educational field. Without a doubt, the classroom teaching has been influenced
both of these technologies in the classroom and beyond. If this occurs in the Face
Teaching certainly makes up more strongly in Distance Learning (DL), where the
student's profile differs from that found in Classroom Teaching, because often it is
adult, a course directed to search their field of professional and mainly seeks
empowerment and training to improve their placement in the labor market. This paper
aims to conduct a brief analysis of the relationship teacher / tutor has with the New
Communications Technology and how it has been prepared to take on the new role that
arises in education today. In conducting this brief study will be used as references
Demo's ideas about the use of technology and teacher education, the concepts of
Belloni on distance education and ideas about the languages media of Cruz.

Keywords: Teacher Education. Use of ICTs.Distance learning.

Resumem
Las Tecnologías de la Información y la Comunicación (TIC) son una realidad en todos los
ámbitos de la actividad profesional y están presentes en la vida cotidiana de personas
de diferentes clases sociales, así como para diferentes grupos de edad y formación
académica. Por lo tanto, no es exagerado decir que, así como los cambios ocurridos en
todos los ámbitos sociales y profesionales, sino que también estaban presentes en el
campo educativo. Sin lugar a dudas, la enseñanza en las aulas fue influenciado tanto
de esas tecnologías en las aulas y más allá. Si esto ocurre en la enseñanza presencial
sin duda hace que te das cuenta de que el más fuertemente en el aprendizaje a
distancia (EAD), donde el perfil del estudiante difiere de la encontrada en la enseñanza
presencial, ya que, en general, es mayor de edad, en busca de un curso dirigido
desempeño profesional de la empresa y, sobre todo, buscar la formación y capacitación
para mejorar su colocación en el mercado de trabajo. Este artículo tiene como objetivo
hacer un breve análisis de la relación profesor / tutor tiene con nuevas tecnologías de
comunicación y cómo se ha preparado para asumir el nuevo papel que aparece en la
educación actual. En la realización de este breve estudio se utilizarán como referencia
las ideas de Peter demostración sobre el uso de la tecnología y la formación del
profesorado, los conceptos de Belloni en la educación a distancia y las ideas de Dulce
Marcia Cruz sobre los medios de comunicación del lenguaje, la educación y la
comunicación.

Palabra clave: Formación del professorado. Uso de lasTICs. Aprendizaje a distancia.

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Um novo horizonte na educação - um contexto direcionado

Uma nova realidade educacional propiciada pelo advento das novas tecnologias
se faz presente atualmente no Brasil e no mundo. A Educação à Distância, mediada
pelo uso do computador e apoiada nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem, traz a
expansão de uma nova modalidade de ensino baseada na necessidade eminente de
uma formação acadêmica, que supra as necessidades do mercado de trabalho e que se
adapte ao encurtamento de espaço que o aluno encontra quando opta por ingressar
em um curso superior, porém, não tem acesso e muitas vezes dificuldades de
deslocamento até centros educacionais que promovam essa oportunidade.
Assim, a sociedade diante de inúmeras inovações tecnológicas, acabou sendo
contemplada com o Ensino à Distância que representou e ainda representa um marco
tanto no advento da tecnologia como na educação.

A Educação a Distancia é um modelo educacional histórico que se utiliza dos


mecanismos tecnológicos disponíveis e pertinentes em cada época para alcançar
uma determinada população. Atualmente, a mesma é vista como uma modalidade
de aprendizagem e está inserida, formalmente, no contexto educacional e
apresenta expansão veloz no cenário mundial. Tal fato pode ser compreendido ao
analisarem-se as novas demandas políticas e sociais, posto à necessidade e
exigência do aperfeiçoamento profissional no mercado de trabalho, bem como a
continuidade dos afazeres do cotidiano, algo que demanda tempo. (ARCÚRIO,
2012 p. 3)

Não se pode afirmar que a relação entre a tecnologia e a educação se


estabeleceu apenas nas últimas décadas, pois, podemos considerar que várias
ferramentas foram consideradas ‘novas tecnologias’ quando surgiram no âmbito social
e educacional e cada uma delas foi tratada como tal e, portanto, essa relação se faz
presente na história do conhecimento humano.
Ao analisarmos as diferentes etapas de evolução da civilização encontraremos
diferentes denominações para cada uma delas de acordo com a tecnologia usada pelo
homem no fabrico de seus utensílios buscando se adaptar às novas exigências que seu
grupo social, seu habitat e a própria natureza exigiam. Podemos citar, como exemplo, a
idade da pedra, a idade do bronze, a idade do ferro, entre outras. Ao observarmos as
etapas acima citadas encontraremos variantes tecnológicas, espaciais e econômicas
significativas.

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Burke e Ornestein (1999) em seu livro: “O presente do fazedor de machados”,
fazem uma retrospectiva sobre a evolução que aos olhos de um observador mais
desavisado, passa como sendo um processo natural e lógico. Mas, onde está a lógica
da evolução? Foi obra da curiosidade humana? Foi um acidente de percurso? Ou foi
resultado de mudanças naturais?
Os autores viajam até aproximadamente 13 milhões de anos atrás e destacam
as mudanças nos fatores climáticos e ambientais que desencadearam um
desenvolvimento humano necessário para sobrevivência e adaptação do homem e
suas comunidades no meio em que ele estava inserido:

A seleção natural favoreceu os que eram capazes de caminhar eretos pela relva alta e
pelos matagais do novo habitat, uma vez que eram bem equipados para enxergar os
predadores e os alimentos ( razão pela qual sobreviveram) e provavelmente por isso
mesmo venceram a luta pela sobrevivência... (BURKE, J., ORNSTEIN, R. 1999, p. 25)

A evolução foi necessária para sobrevivência do homem - não discutiremos aqui


as consequências que a evolução trouxe para a humanidade porque esse seria um
assunto com um enfoque diferenciado a que nos propomos nesse estudo – onde a
analogia da tecnologia representada pelo machado dá vida ao início do trabalho em
comunidade, o descobrimento das técnicas e consequentemente, a divisão entre
especialidades e as primeiras hierarquias pré-definidas.
Para atender suas necessidades e propagar a sua espécie, a sociedade sempre
buscou estruturar normas, costumes e benefícios que lhe trouxessem qualidade de
vida, segundo Arcúrio (2012, p.5):

Inicialmente, a sociedade agrícola buscava aprimorar seus instrumentos primários


para o plantio, colheita e confecção de manufaturas. Já na sociedade industrial, o
foco era elevar a produção de objetos industrializados e a educação era tecnicista.
Atualmente, a sociedade do conhecimento exige atualização quase imediata e a
válvula propulsora desta é o saber. Neste momento, ajustar a vida social,
profissional e educacional é primordial para a sobrevivência. Desse modo, a
aprendizagem à distância surge como uma possibilidade e cria-se um novo olhar
para a educação, já que esta ajusta a globalização do conhecimento e a
personalização do estudo.

No Brasil, a Educação a Distância tem um papel muito importante como fator


de inclusão dos menos favorecidos econômica e socialmente à medida que
proporciona o acesso ao ensino universitário e ao aperfeiçoamento e capacitação do

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profissional já inserido no mercado de trabalho.

A formação continuada é contemplada de forma significativa na modalidade à


distância e proporciona a sistematização de informações, eleva a motivação e a
predisposição para a aprendizagem, além de aperfeiçoar e favorecer a apreensão de
habilidades profissionais e educativas. Indubitavelmente, a educação a distância
concretiza sua função social, pois a disparidade econômica minimiza-se, devolve-se a
dignidade e a cidadania a muitos brasileiros, eleva-se o igualitarismo e a
compreensão política e cultural, além de alavancar o desenvolvimento do país. (
Arcúrio, 2012, p. 5)

Antes de enfocar a problematização da formação do professor em face das TICs,


convém aqui reproduzir a definição do termo tecnologia aplicada por Saéz (1999, p.
16): “É o conjunto de conhecimentos relatos e cosmovisões que pressupõe qualquer
aplicação técnica presente em diferentes contextos históricos, sociais e econômicos.”
Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem são frutos da Tecnologia da Informação
e Comunicação que passaremos a chamar a partir desse momento de TICs que são
tecnologias traduzidas em recursos a serem aplicados à educação e, como tal,
apresentam-se aos professores com inúmeras possibilidades de interação e
aperfeiçoamento de sua prática docente. Porém, nem sempre essas possibilidades são
percebidas ou conhecidas pelo professor, mesmo quando trabalha com a EaD.
Para Tori (2010) a aplicação dos recursos e ferramentas disponíveis nas
plataformas virtuais possibilita não só o gerenciamento dos conteúdos
disponibilizados, mas também, dos processos de ensino-aprendizagem.
No contexto da educação que utiliza a TICs, segundo dos Anjos (2010), é
importante ressaltar que o todo o processo se dá através da interação, em relações
dialógicas onde emissores e receptores trocam mensagens, utilizando diferentes
linguagens e ambos assumem os dois papéis.
Na educação mediada pelas TICs o que se percebe é que as diferentes
linguagens que estas possibilitam, têm diversas aplicações e podem ser exploradas
pelo professor de maneiras distintas, contanto que este tenha em mente as
características construtivas desse modelo e saiba se utilizar dos recursos e ferramentas
disponíveis em busca de uma Educação a Distância com qualidade.

Tecnologia: ponte que transpassa barreiras.

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A Internet tem papel fundamental no processo da aprendizagem mediada pela
tecnologia, pois, propicia o acesso à informação de maneira rápida e eficaz, aproxima
os usuários e abre um leque de opções, que nenhum outro veículo conseguiu abrir. De
acordo com Chaves (2010), um primeiro aspecto do potencial da Internet e da Web
(rede) que deve ser levado em conta na AMT (Aprendizagem Mediada pela Tecnologia):

(...) está no fato de que a Internet, especialmente através da Web, caminha


rapidamente para se tornar o grande repositório que armazenará todo tipo de
informação que for tornada pública no mundo daqui para frente. Com isso, as pessoas
vão recorrer a ela o tempo todo para buscar informações – não só professores e
alunos, porque essas categorias tendem a perder seu sentido, mas qualquer pessoa
esteja ela no processo de aprender porque quer se desenvolver ou porque precisa
realizar alguma atividade em seu trabalho ou em sua vida particular. ( Saéz, 1999, p 18)

Para introduzir este breve estudo, é importante procurar entender como se


relacionam atualmente as tecnologias e a educação e qual é a influência do mundo
virtual no mundo educacional.
De acordo com Moran (2010, p. 2), em seu artigo denominado “A Integração
das Tecnologias na Educação”

As tecnologias chegaram à escola, mas estas sempre privilegiaram mais o controle,


a modernização da infra-estrutura e a gestão do que a mudança. Os programas de
gestão administrativa estão mais desenvolvidos do que os voltados à
aprendizagem. Há avanços na virtualização da aprendizagem, mas só conseguem
arranhar superficialmente a estrutura pesada em que estão estruturados os vários
níveis de ensino. Apesar da resistência institucional, as pressões pelas mudanças
são cada vez mais fortes. As empresas estão muito ativas na educação on-line e
buscam nas universidades mais agilidade, flexibilização e rapidez na oferta de
educação continuada. Os avanços na educação à distância com a LDB e a Internet
estão sendo notáveis. ALDB legalizou a educação à distância e a Internet lhe tirou
o ar de isolamento, de atraso, de ensino de segunda classe. A interconectividade
que a Internet e as redes desenvolveram nestes últimos anos está começando a
revolucionar a forma de ensinar e aprender.

Na educação presencial o que se vê atualmente é que, apesar da sabida


resistência dos professores e das instituições tradicionais de ensino, cada vez mais as
tecnologias se fazem presentes na vida dos alunos, através principalmente das redes
sociais e este fato não pode e não deve ser ignorado pelos educadores, pois, elas
desmitificam o conceito de que para se aprender é preciso estar em lugar específico e
em horário determinado.
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As redes, principalmente a Internet, estão começando a provocar mudanças
profundas na educação presencial e a distância. Na presencial, desenraizam o
conceito de ensino-aprendizagem localizado e temporalizado. Podemos aprender
desde vários lugares, ao mesmo tempo, on e offline, juntos e separados. Como nos
bancos, temos nossa agência (escola) que é nosso ponto de referência; só que
agora não precisamos ir até lá o tempo todo para poder aprender As redes
também estão provocando mudanças profundas na educação à distância. Antes a
EAD era uma atividade muito solitária e exigia muita auto-disciplina. Agora com as
redes, a EAD continua como uma atividade individual, combinada com a
possibilidade de comunicação instantânea, de criar grupos de aprendizagem,
integrando a aprendizagem pessoal com a grupal. A educação presencial está
incorporando tecnologias, funções, atividades que eram típicas da educação à
distância, e a EAD está descobrindo que pode ensinar de forma menos
individualista, mantendo um equilíbrio entre a flexibilidade e a interação.

A evolução tecnológica trouxe, principalmente, a integração do mundo real ao


mundo digital com o advento das ambientes virtuais de aprendizagem. Mas, o que é
um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)?
A definição de ambiente virtual de aprendizagem pode ser elaborada segundo a
sua função primária que é promover o processo ensino – aprendizagem, através da
mediação pedagógica entre alunos e professor (tutor) que estejam separados
geograficamente, porém, unidos pela intenção.
Ele se apresenta em forma de portais, plataformas virtuais e pode ser utilizado
por biblioteca virtuais, museus virtuais, grupos de estudo e, principalmente, nos cursos
à distância.
Na Educação a Distância, o AVA tem papel primordial no processo de aquisição
de conhecimento, tendo em vista que através dele organizam-se as ferramentas para
acessos aos cursos, promove-se a interação com os conteúdos e possibilita -se a
realização das atividades de aprendizagem. De que forma se dá a aprendizagem
mediada pelo AVA? Para Santos (2003, sp.):

A aprendizagem mediada por AVA pode permitir que, através dos recursos da
digitalização, várias fontes de informações e conhecimentos possam ser criadas e
socializadas através de conteúdos apresentados de forma hipertextual,mixada,
multimídia, com recursos de simulações. Além do acesso e possibilidades variadas
de leituras, o aprendiz que interage com o conteúdo digital poderá também se
comunicar com outros sujeitos de forma síncrona e assíncrona em modalidades
variadas de interatividade: um-um e um-todos,comuns das mediações,
estruturados por suportes como os impressos,vídeo, rádio e televisão; e
principalmente todos-todos, própria do ciberespaço.

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São várias as ferramentas utilizadas no AVA que propiciam a interação entre os
alunos e os professores (tutores) e que, principalmente, fazem a mediação do ensino
aprendizagem, dentre elas pode-se citar o chat, o fórum, o email, a vídeo aula, o
hipertexto e a rádio web, entre outros.

O uso do AVA e suas ferramentas de interação e comunicação tem sido um


desafio para muitos professores/tutores no que diz respeito, principalmente, em
relação às suas habilidades para delas se apropriarem e com elas se beneficiarem.
Não há dúvida que o professor, principalmente, aquele que trabalha na EaD
deve ter em mente que esta modalidade de ensino implica em interação e relação
dialógica entre os sujeitos, onde o professor deve assumir o papel de facilitador do
processo ensino-aprendizagem assumindo juntamente com os alunos uma posição de
parceria.

Buscando novos caminhos.

As novas tecnologias já fazem parte da nossa vida e estão enraizadas nas nossas
relações com o meio e com indivíduos. Sua presença é fato. Não imaginamos nossa
vida sem a praticidade de um refrigerador, um forno de micro-ondas, um chuveiro
elétrico ou um telefone celular. Talvez tantas facilidades já se façam tão integradas ao
nosso mundo que nós nem percebemos sua presença como um advento tecnológico e
sim como algo comum.
Kampff (2006)resume as tecnologias “empregadas com fins educacionais”
como um colaborador do professor e que empregadas adequadamente podem auxiliar
o processo educacional. Ela também dá alguns exemplos práticos como o acesso a
jornais e revistas online com informações pontuais e atualizadas, o vasto acervo da
biblioteca virtual, um laboratório de ciências que permite recriar experiências
cientificas que se transporiam do livro didático direto para o concreto, recursos
audiovisuais que aproximam os alunos de realidades antes intocáveis e por fim a vasta
gama de oportunidades que os alunos podem experimentar com o universo virtual.
Mas, observa-se que em muitos casos esses adventos não refletem o fim
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esperado. Segundo a UNESCO (2012): O Brasil precisa melhorar a competência dos
professores em utilizar as tecnologias de comunicação e informação na educação. A
forma como o sistema educacional incorpora as TICs afetam diretamente à diminuição
da exclusão digital existente no país.
Quando o assunto é ambiente virtual, educação a distância e internet muitos
professores resistem, reagem com incredulidade e até mesmo com preconceito. Em
uma primeira análise pode-se observar que muitos desses professores/tutores
retratam com esse posicionamento um desconhecimento das ferramentas tecnológicas
como apoio ao processo educacional muitas vezes por falta de tempo e treinamento.
Não se pode mais negar que as TICs e a educação estão intimamente ligadas e
aqueles educadores que ainda resistem aos ‘novos tempos’, tornam-se profissionais
ultrapassados e inadequados aos anseios da sociedade, das instituições de ensino e,
principalmente, dos próprios alunos:

Não mais fonte principal de (senão única) do conhecimento, o professor terá que
desempenhar outras funções no sentido de estimular e orientar os estudantes na
pesquisa de novos conhecimentos, gerindo as dificuldades devidas ao uso das
tecnologias e ao excesso e dispersão de informações disponíveis. A formação dos
formadores no ensino superior será talvez o maior desafio a ser enfrentado pelos
sistemas educacionais, sendo por outro lado a condição necessária, embora não
suficiente, para qualquer transformação da educação em todos os níveis. ( Belloni,
2001, p. 8)

É de suma importância que o professor/tutor tenha preparo para o papel que


assume diante da Educação a Distância e diante de seus alunos. Este professor não será
mais aquele detentor e transmissor do conhecimento, conforme o antigo modelo da
educação presencial tradicional, mas sim, frente a todas as novas tecnologias e de suas
ferramentas, deve tornar-se capaz de utilizá-las de maneira a facilitar a comunicação e
a interação com seus alunos.
Não foram somente os parâmetros educacionais que mudaram. A sociedade
mudou, o mercado de trabalho mudou, as pessoas mudaram, o mundo mudou. Temos
necessariamente que evoluir e nos adaptar, assim como a bilhões de anos nossos
ancestrais evoluíram na busca pela sobrevivência ao mundo novo que desabrochava
perante eles. Seremos nós hoje homens em evolução. E quem sabe onde chegaremos?

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REFERÊNCIAS
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Disponível em:
<http://www.partes.com.br/educacao/autonomiadoaprendiz.asp>Acesso em: 05 de
mai. 2012.
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EAD. Disponível em:
<http://ava.grupouninter.com.br/claroline176/claroline/learnPath/learningPath.php?p
ath_id=7>Acesso em: 11 de set. de 2010.
BELLONI, Maria Luiza. Educação à Distância. 2. Ed. Campinas, SP: Autores Associados,PP
106, 2001.
BURKE, James, ORNSTEIN, Robert.O presente do fazedor de machados. Bertrand. Brasil,
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CHAVES, Eduardo Oscar de CamposTecnologia na Educação, Ensino a Distância, e
Aprendizagem Mediada pela Tecnologia: Conceituação Básica Disponível em:
<http://www.anchieta.br/unianchieta/revistas/ubiquidade/Site/ubiquidade/pdf/Ubiq-
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SAÉZ, V.M.M. Globalización, Nuevas Tecnologias y Comunicación. Madrid: Ediciones de
La Torre, 1999.
KAMPF, Adriana Justin Cerveira. Tecnologia da informática e comunicação na educação.
Curitiba, IESDEPP.11 -12 Brasil S.A, 2006
SANTOS, Edméa Oliveira. Ambientes virtuais de aprendizagem: por autorias livre,
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<http://www.eca.usp.br/prof/moran/integracao.htm> Acesso em: 05 de out. de 2010.
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UNESCO, Disponível em:<http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/communication-
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