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ESTERÓIDES

A coordenação do metabolismo nos mamíferos é realizada pelo sistema


neuroendócrino, a base do controle dos outros sistemas, estando, portanto,
estreitamente ligado aos processos metabólicos de nutrição, crescimento e
reprodução. As células individuais de um determinado tecido sentem uma mudança
nas condições do organismo e respondem secretando um mensageiro químico, que
passa para outra célula no mesmo tecido ou em um tecido diferente, onde o
mensageiro dança nesta segunda célula. No sistema nervoso, a comunicação opera
através de neurotransmissores tais como noradrenalina, acetilcolina ou serotonina,
enquanto que no sistema endócrino atuam mensageiros químicos denominados
hormônios (do grego “excitar”), os quais são transportados pelo sangue até seu local
de ação (órgão-alvo). O sistema nervoso e o endócrino estão inter-relacionados, pois
o sistema nervoso pode controlar a função endócrina ao tempo que alguns hormônios
controlam funções nervosas.
Existem quatro grupos químicos de hormônios: peptídeos, esteróides,
aminas e eicosanóides. Cada grupo tem diferentes características quanto a sua forma
de síntese, armazenagem, meiavida, forma de transporte no sangue e mecanismo de
ação. Os hormônios peptídicos, as aminas e os eicosanóides agem a partir do exterior
da célula-alvo via receptores de superfície, já os esteróides e os hormônios da tireóide
entram na célula e atuam por meio de receptores nucleares.
Esteróides são hormônios produzidos pelo córtex da supra-renal, ou pelas
gônadas, os quais são responsáveis por diversas funções no organismo, tais como
controle metabólico ou de características sexuais.
Apresentam um núcleo básico derivado da estrutura química do
colesterol, portanto, são hormônios de natureza lipídica. A biossíntese dos hormônios
esteróides é restrita a alguns poucos tecidos como o córtex das glândulas adrenais e
gônadas, os quais expressam diferentes formas do complexo enzimático P-450,
responsável pelo processamento da molécula de colesterol. Os esteróides são
classificados em corticosteróides, andrógenos, estrógenos e progestágenos e são
responsáveis por algumas funções no organismo, tais como, controle metabólico,
hidro-salino e sexual (BIANCO & RABELO, 1999).
São lipídios formados por ácidos graxos e por álcoois de cadeia cíclica
como o colesterol. Possuem importância metabólica na formação dos hormônios
esteróides e componentes da bile.
A bile é secretada pelo fígado, sendo constituída por sais que promovem
a emulsificação das gorduras, facilitando a ação das lipases no intestino.
Os hormônios esteróides são testosterona, estrógeno e progesterona,
relacionados com as características sexuais e a produção de gametas.
A testosterona é hormônio masculino produzido nos testículos; o
estrógeno e a progesterona são hormônios femininos produzidos no ovário.
Os esteroides são uma classe de compostos de grande importância
biológica para vegetais e animais. Eles pertencem ao grupo dos lipídios de moléculas
complexas. Todos os esteroides possuem a estrutura básica mostrada abaixo, com 17
átomos de carbono organizados em quatro ciclos, sendo três ciclos de 6 carbonos e
um deles de 5 carbonos:

Fonte https://alunosonline.uol.com.br/quimica/quimica-dos-esteroides.html

Fonte https://alunosonline.uol.com.br/quimica/quimica-dos-esteroides.html

Eles se deslocam até suas células-alvo através da corrente sanguínea, ligados a


proteínas carregadoras. No córtex adrenal são produzidos mais de 50 hormônios
corticoesteróides, por reações que removem a cadeia lateral do anel D do colesterol e
introduzem oxigênio, formando grupos cetona e hidroxil. Os hormônios são de dois tipos
gerais. Os glicocorticoides (como o cortisol) afetam principalmente o metabolismo dos
carboidratos; os mineralocorticoides (como a aldosterona) regulam a concentração de
eletrólitos no sangue. Os androgênios (testosterona) e os estrogênios (como o estradiol) são
sintetizados nos testículos e ovários. Sua síntese também envolve as enzimas do citocromo P-
450 que clivam a cadeia lateral do colesterol e introduzem átomos de oxigênio. Estes
hormônios afetam o desenvolvimento e o comportamento sexuais, além de uma grande
variedade de outras funções reprodutivas e não reprodutivas.

TOXICODINÂMICA

A principal ação é o aumento de água no interior das células musculares. O inchaço,


associado à malhação, faz com que os músculos cresçam mais rápido. Mas essa é apenas uma
das mudanças provocadas pelas “bombas”. Mais corretamente chamadas de esteróides
anabolizantes, elas são drogas artificiais, cujo ingrediente-chave é uma imitação da
testosterona, o principal hormônio masculino. Existem mais de 20 tipos de anabolizantes, para
uso oral ou injetável. Depois de entrar no organismo os esteróides invadem certas células –
como as musculares e as do fígado – e provocam alterações bioquímicas. Nos músculos, além
de reter líquidos, os anabolizantes aceleram a atividade metabólica (veja no infográfico ao
lado). “As drogas incrementam o anabolismo, que é a fase pós-exercício, em que o corpo
repõe a energia e reconstrói as células degeneradas.

TOXICOCINETICA

Existem evidências de que estrogênios, progesterona e androgênios têm efeito


modulador sobre as respostas imunes humoral e celular. Estes efeitos ocorrem via interações
imuno-neuroendócrinas, envolvendo a hipófise, esteróides sexuais, hormônios do timo e a
presença de receptores específicos. As respostas imunes, tanto a celular como a humoral,
podem ser alteradas. O estrogênio deprime a imunidade celular, suprime a atividade das
células matadoras naturais e aumenta a produção de anticorpos. Progesterona/progestogênios
têm efeito imunossupressor sobre a imunidade celular. Androgênios, após a conversão em
estrogênios, podem estimular o sistema imuno humoral. A TH é, ainda, amplamente usada em
com o propósito de eliminar os sintomas do hipoestrogenismo e prevenir atrofia genital e
perda da massa óssea. Seu uso, com o objetivo de atenuar o risco de doenças cardiovasculares
ou doenças neurodegenerativas, permanece em debate. Poucos estudos foram efetuados com o
propósito de examinar o efeito da TH na pós-menopausa sobre o sistema imunológico e as
reações inflamatórias.
Tipicamente os fisiculturistas, atletas e esportistas que usam esteróides
anabolizantes tentam minimizar seus efeitos colaterais negativos. Por exemplos, alguns
aumentam a quantidade de exercícios cardiovasculares para ajudar a evitar os efeitos
da hipertrofia do ventrículo esquerdo.
Alguns andrógenos vão se aromatizar, ( uma propriedade química na qual certos
sistemas são mais estáveis do que deveriam ser, são mais simétricos do que se presumia e
apresentam característica magnética peculiar ), e se converter em estrógeno, potencialmente
causando alguma combinação dos efeitos colaterais citados acima. Durante o ciclo do
esteroide, os usuários tendem a tomar um inibidor da enzima aromatase e/ou um modulador
seletivo do receptor de estrógeno (MSRE); estas drogas afetam a aromatização e a ligação ao
receptor de estrogênio, respectivamente. O MSRE tamoxifeno é de particular interesse, já que
ele previne a ligação ao receptor de estrogênio no peito, reduzindo o risco de ocorrer
a ginecomastia.
Além disso, a 'terapia pós-ciclo' (TPC) é prescrita, a fim de combater a supressão
endógena da testosterona e recuperar a função do HPTA (eixo hipotalâmico-pituitário-
gonadal).
O objetivo do TPC é devolver o balanço hormonal endógeno original ao corpo no
menor espaço de tempo possível.
Os usuários geneticamente propensos à perda prematura de cabelo, que o uso de
esteroides pode torná-la mais acentuada, têm utilizado a droga finasterida por períodos
prolongados de tempo. A finasterida reduz a conversão de testosterona em DHT, esta última
tendo um potencial muito maior de causa alopécia (ausência de pêlos). A finasterida não tem
utilidade nos casos em que o esteroide não é convertido em um derivado mais androgênico.
Como alguns anabolizantes podem ser tóxicos para o fígado ou podem causar
aumentos na pressão sanguínea ou colesterol, muitos usuários consideram ideal fazer
frequentes testes sanguíneos e de pressão sanguínea para ter certeza de que seus níveis de
pressão e colesterol ainda estão nos níveis normais. Como os anabolizantes podem aumentar o
colesterol, eles podem, conseqüentemente, aumentar o risco de um ataque cardíaco em seus
usuários. Logo, geralmente é considerada obrigatória para todos os usuários a realização testes
sanguíneos enquanto estiverem utilizando os anabolizantes.
REFERENCIAS

ABBAS, Abul K; ROBBINS, Stanley L.: Robbins e Cotran: Patologia - Bases patológicas das
doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 1458 p.

ACUMULOS CULULARES. Disponivel em: https://www.zemoleza.com.br/trabalho-


academico/biologicas/medicina/patologia/. Acesso em: 06/05/2018.

BIANCO, A.C.; RABELO, R. Introdução à fisiologia endócrina. In: AIRES, M.M. Fisiologia,
2ª edição, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1999, cáp.65, p.741-65.

Medeiros SF, Nince APB. Efeito da terapia de reposição hormonal sobre o sistema imune no
climatério. Anais do XII Encontro de Iniciação Científica da UFMT; 15-16 jul 2004; Cuiabá;
2004. p. 269.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032007001100008

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