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Resenha:
(A EXPERIÊNCIA ETNOGRÁFICA)
James Clifford
Professores:
Muito habilmente nos faz perceber que a concretização textual é uma problemática na
etnografia contemporânea, e trata de identificar os modos ou processos de autoridade
etnográfica mais relevantes, como experiencial, interpretativo, dialógico e polifônico.
James Clifford explica sobre a criação de uma nova forma particular de autoridade, no
final do séc. XIX, em que há uma validação científica baseada numa singular experiência
pessoal e que nos inícios do séc. XX o que emerge é uma nova fusão de teoria com
pesquisa empírica, de análise cultural com descrição etnográfica.
Na década de 1920 surge este gênero científico e literário com as seguintes inovações:
Uma posição que o autor vai considerar extrema, porém útil, é a análise do romance
“polifônico”. Um campo onde há diversidade, complexidade discursiva e interação
dialógica, uma resistência à totalidade. Dá-se a quebra de um tabu profissional pós-
malinowskiano sobre os “informantes privilegiados” e a indagação: se a etnografia é parte
da “invenção da cultura”, sua atividade é plural e além do controle de qualquer indivíduo.
Em concordância com o autor conclui-se que a consciência “etnográfica” não pode mais
ser considerada monopólio de certas culturas e classes sociais do ocidente. A escrita
etnográfica ganha coerência por meio de atos específicos de leitura. Nenhum dos modos
de autoridade é obsoleto nem é puro. Os processos experiencial, interpretativo, dialógico
e polifônico são encontrados de forma discordante em cada etnografia. A escrita
etnográfica está em luta no limite destas possibilidades, ao mesmo tempo contra elas.