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ESCOLA SECUNDÁRIA CARLOS AMARANTE

COMPLEMENTO OBLÍQUO

PARA COMPREENDER O QUE É UM COMPLEMENTO OBLÍQUO

1º Distinguir modificador do verbo de um complemento de verbo

Repara nas seguintes frases:

a) Eu moro em Braga.
b) Eu comprei uma casa em Braga.

No primeiro caso o elemento “em Braga” é selecionado pelo verbo, isto é completa a
ideia transmitida por este, é um elemento obrigatório para que a frase seja
gramaticalmente correta. Estamos, por isso, perante um complemento do verbo.

No segundo caso, o elemento “em Braga” não é selecionado pelo verbo, não é um
elemento obrigatório para que a frase seja gramaticalmente correta. Estamos, por isso,
perante um modificador.

Exercícios:

A. Nas seguintes frases distingue complementos de modificadores:

a) O Luís partiu hoje para Lisboa.


b) O João subiu rapidamente à árvore.
c) Os meninos viram um papel no jardim.
d) Eles passaram o dia no jardim.
e) A Maria reside na Madeira.
f) A Maria vê paisagens maravilhosas na Madeira.
g) A Ana reconciliou-se com o namorado.
h) A Ana foi ao cinema com o namorado.

2º Distinguir complemento direto / complemento indireto / complemento oblíquo

Repara nas seguintes frases:

a) O Luís adora o chocolate.


b) O Luís comprou um chocolate à mãe.
c) O Luís gosta de chocolate.

1 Professora: Aurora Araújo


Em todos os casos, o elemento “chocolate” é obrigatório, é selecionado pelo verbo,
isto é, completa a ideia transmitida por este, é um elemento obrigatório para que a
frase seja gramaticalmente correta. Estamos, por isso, perante um complemento.

No primeiro caso, a)“O Luís adora chocolate.”, o elemento “chocolate” é substituível


pelo pronome pessoal “o”. Estamos, por isso, perante um complemento direto.

No segundo caso, b) “O Luís comprou um chocolate à mãe.”, o elemento “um


chocolate” é substituível pelo pronome pessoal “o” e o elemento “à mãe” é
substituível pelo pronome pessoal “lhe”. Estamos, por isso, perante um complemento
direto (um chocolate) e um indireto (à mãe).

No terceiro caso, c) O Luís gosta de chocolate, o elemento “de chocolate” não é


substituível pelo pronome “lhe”, logo não é complemento indireto, é complemento
oblíquo.

ALGUNS VERBOS QUE SELECIONAM COMPLEMENTO OBLÍQUO (GRUPO


PREPOSICIONAL)

 acabar (com) – O Simão acabou com a empresa.


 beneficiar (de) – A casa beneficiou de algumas obras.
 brindar (a) – Vamos brindar ao teu novo emprego.
 candidatar-se (a) – O João candidatou-se a delegado de turma.
 colocar (em) – Ela colocou os livros na estante.
 concordar (com) – Os alunos concordaram com as notas.
 discordar (de) – Discordo da tua decisão.
 enamorar-se (de) – A Sílvia enamorou-se do vizinho.
 encarregar-se (de) – Encarrega-te das sobremesas.
 engraçar (com) – As crianças engraçaram com o cão.
 falar (de) – Fala-me dos teus projetos.
 gostar (de) – Gosto de chocolate.
 guardar (em) – Guarda o dinheiro no cofre.
 interessar-se (por) – Interesso-me por pintura.
 ir (a) – Vamos a Coimbra amanhã.
 ocupar-se (de) – Ele ocupa-se das crianças durante a manhã.
 olhar (por) – Os avós olharam pelo neto nas férias.
 opor-se (a) – A Teresa opôs-se à mudança de casa.
 pactuar (com) – Não podemos pactuar com injustiças.
 participar (em) – Todos participaram na reunião.
 pensar (em) – Penso em ti todo o dia.
 persistir (em) – Ele persiste naquela atitude desagradável.
 pousar (em) – Pousa a chávena na mesa.
 precisar (de) – Todos precisam de atenção.
 preparar-se (para) – Os atletas preparam-se para o jogo.
2 Professora: Aurora Araújo
 prescindir (de) – Não prescindo da tua companhia.
 reconciliar-se (com) – Ela reconciliou-se com a Joana.
 renunciar (a) – Não renuncio aos meus direitos.
 troçar (de) – Não troces dos teus colegas.
 vir (de) – O Manuel veio do Brasil no domingo.
 vir (por) – Viemos pelo atalho.
 viver (de) – Aquele indivíduo vive de esmolas.

Conclusões

a) O complemento oblíquo (C. Obl) é um complemento circunstancial (segundo


a gramática tradicional) obrigatório para completar o sentido do verbo e faz parte do
predicado. A sua supressão pode gerar incorreções (agramaticalidade) ou alterações
de sentido.

b) O C. Obl pode ser constituído por um grupo preposicional, um grupo


adverbial ou pela coordenação de ambos.

c) O C. Obl não pode ser substituído pelas formas pronominais lhe/ lhes.

Mais exemplos:

. O Rui portou-se mal. (ideia de modo)


. Os juízes condenaram os arguidos à prisão. (ideia de lugar)
. Vou para Mangualde. (ideia de lugar)
. Desloquei-me até ao hospital. (ideia de lugar)
. O meu julgamento foi adiado até Janeiro.
. Todos concordaram em participar.
. Mergulhou numa melancolia intransponível.
. Insisti no tema.
. Duvido dos arguidos.
. Os alunos do 11.º A transitaram de ano.
. Confio em ti, minha esposa.
. O Dr. Barroso participou num congresso.
. Não mexas no pudim.
. Coloca o livro aí.
. Eu antipatizo / simpatizo com a Josefina.
. O frade andava ao peditório.
. O Outono dá umas pinceladas douradas nas uvas brancas.
. O Antunes gosta de filmes americanos.
. A Célia cuida da avó.

3 Professora: Aurora Araújo

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