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CADERNO_QUESTOES_UNICAMP_3_12_2016_ALICE 10/11/16 10:15 Página 1

Redação 兩 Língua Portuguesa e


Literaturas de Língua Portuguesa
UNICAMP
simulado
2016
Instruções para a realização da prova

• Neste caderno, na prova de Redação, deverão ser elaborados dois textos (Texto 1 e Texto 2). Os dois
textos são de execução obrigatória. Não deverá haver nenhuma identificação pessoal (nome, sobrenome,
etc.) nos textos.

• Neste caderno, também deverão ser respondidas as questões das provas de Língua Portuguesa e
Literaturas de Língua Portuguesa (questões de 1 a 6).

• A prova deve ser feita a caneta esferográfica preta. Utilize apenas o espaço reservado (pautado)
para a resolução das questões.

• A duração total da prova é de quatro horas.

ATENÇÃO:
Os rascunhos não serão considerados na correção.

UNICAMP SIMULADO 2016 – 2.a FASE


SALA UNIDADE
REDAÇÃO 兩 LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURAS

NOME DO ALUNO N.o DE COMPUTADOR

DECLARAÇÃO DE PRESENÇA

Declaramos para os devidos fins que o aluno abaixo, inscrito no Simulado Unicamp 2016, compareceu às
provas de Redação e Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa, realizada no dia 3 de dezembro
de 2016.

Nome:

Documento:
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UNICAMP
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REDAÇÃO TEXTO 1
Você é um estudante universitário que integra o Centro Literário do Estudante (CLE), órgão voltado ao estímulo à leitura como forma de ampliar os
horizontes culturais dos estudantes de sua Faculdade. Você está encarregado de fazer um resumo de um conto de um escritor brasileiro. Antes de ser
divulgado, o resumo será submetido à avaliação dos professores da Banca de Literatura Brasileira.Você escolheu resumir o conto de Machado de Assis
transcrito abaixo.
Em seu texto, você deverá incluir:
a) uma síntese do conto, indicando os seus elementos constitutivos;
b) a construção de uma situação social análoga aos fatos narrados, que envolva um problema coletivo;
c) um fechamento, estabelecendo relações com a temática do texto original.
Seu texto deverá ser escrito em linguagem formal, deverá indicar o título da obra e ser assinado com um pseudônimo.

Um Apólogo

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:


– Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
– Deixe-me, senhora.
– Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
– Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus
lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
– Mas você é orgulhosa.
– Decerto que sou.
– Mas por quê?
– É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
– Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
– Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
– Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
– Também os batedores vão adiante do imperador.
– Você é imperador?
– Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro
e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a
modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e
entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os
galgos de Diana – para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
– Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui
entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está
para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura;
não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa
e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto
necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando,
acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
– Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com
ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
– Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como
eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
– Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
Machado de Assis
(Texto extraído do livro Para Gostar de Ler– Volume 9 – Contos, Editora Ática – São Paulo, 1984, pág. 59.)

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REDAÇÃO TEXTO 2
Em busca de soluções para os inúmeros casos de bullying ocorridos O bullying não é uma brincadeira, muito menos uma brincadeira de
na escola em que estudam, um grupo de alunos, inspirados pela matéria criança. Imagine um adulto que no trabalho enfrente sistematicamente
“O problema do bullying nas escolas”, resolveu fazer uma primeira reunião atitudes de “zoação”, atitudes que incomodam, causam sofrimento e
para discutir o assunto. Você ficou responsável pela elaboração da tristeza, que prejudicam sua produtividade e trazem um ambiente de
carta-convite dessa reunião, a ser endereçada pelo grupo à comu- desconforto à empresa. O que ocorreria? Possivelmente, o caso che-
nidade escolar – alunos, professores, pais, gestores e funcionários. garia ao chefe ou iria parar na justiça e os responsáveis seriam punidos.
A carta deverá convencer os membros da comunidade escolar a Então, se não aceitamos isso para os adultos, por que temos de tolerar
participar da reunião, justificando a importância desse espaço para a para com as crianças?
discussão de ações concretas de enfrentamento do problema do bullying CE – Como avalia a lei antibullying, sancionada em novembro do
na escola. Utilize as informações dos textos abaixo para construir seus ano passado e que institui o chamado Programa de Combate à Intimi-
argumentos e mostrar possibilidades de solução. dação Sistemática?
Lembre-se de que o grupo deverá assinar a carta e também Geovanio Rossato – Avaliamos como positiva. Nela, o bullying é
informar o dia, o horário e o local da reunião. definido como “intimidação sistemática”. Nossas crianças, adolescen-
tes e jovens, bem como nossas instituições sociais e escolares,
O problema do bullying nas escolas ganham qualidade de vida com ela. A lei é um avanço por dar às víti-
Um problema mundial encontrado em qualquer escola, pública ou mas e aos que são solidários a elas um instrumento a mais de luta, de
particular, o bullying ainda é um fantasma presente na vida de muitas combate e de organização. A lei, ao obrigar escolas, clubes e agremia-
crianças e adolescentes. Indivíduos despreparados para resolver seus ções a prevenir, diagnosticar e combater o bulllying, vincula-as como
conflitos, por vezes com famílias desestruturadas com pouco relacio- parceiras desta luta. Não poderão mais se omitir, como muitas fazem.
namento afetivo, adotam um comportamento agressivo e antissocial, Daqui por diante, as citadas instituições podem até se omitir, mas terão
podendo manifestar atitudes delinquentes e até criminosas. de indenizar qualquer vítima de bullying.
Alguns alunos que convivem com a violência ou a presenciam mui- CE – Qual deve ser a atitude dos pais cujo filho é alvo de bullying?
tas vezes se calam porque têm medo de se tornarem as “próximas A quais sinais se ater para que esse jovem não venha a ter problemas
vítimas”. Apesar de não sofrerem as agressões diretamente, os alu- de convívio?
nos podem sentir-se incomodados com o que veem e inseguros sobre SMR – As crianças, adolescentes ou jovens que sofrem o bullying
o que fazer. É uma agressão ao direito de aprender em um ambiente geralmente sinalizam que algo não está bem (ainda que nem sempre
seguro, solidário, sem temores, o que vai influenciar negativamente o consigam falar sobre isso, por acreditarem que estão sendo fracos, (ou
rendimento escolar e o comportamento social desses jovens. mesmo) por medo das ameaças do agressor). Podem em casa, na
As pessoas que sofrem bullying podem não superar os traumas escola, nos clubes e outros espaços mostrarem-se mais ansiosos, dis-
sofridos na escola, e levar consequências para a vida adulta, tornando- persos, receosos, assustados, agressivos, tristes, chorosos, depres-
se pessoas com baixa autoestima, problemas de relacionamento etc. sivos, quietos, se isolarem mais do que o comum, demonstrarem
Adotar medidas para o controle, envolvendo toda a comunidade maior relutância em ir para a escola, realizar um excesso de trabalho
escolar, contribuirá positivamente para a formação de um ambiente escolar mais do que o corriqueiro, solicitarem dinheiro com mais
saudável de amizade e de aceitação do outro. frequência e em maior quantidade, apresentarem machucados e
(Disponível em: <http://famaeducativa.com.br/o-problema-do-bullying- hematomas pelo corpo mais do que o trivial, entre outros.
nas-escolas/>. Adaptado.) CE – Como deve ser a capacitação de educadores e gestores para
lidar com o bullying, segundo o proposto pela lei brasileira?
Lei antibullying reforça a valorização dada às crianças
SMR – De acordo com a Lei em questão, “os professores e as equi-
O bullying, fenômeno em voga e tão polêmico, talvez seja tão pes pedagógicas devem ser capacitados a fim de serem imple-
antigo quanto a humanidade. O que o coloca no centro do debate, mentadas as ações de discussão, prevenção, orientação e solução do
principalmente por conta da nova lei antibullying (sancionada em problema”.
novembro de 2015 e em vigor desde a volta às aulas), é o fato de As ações requeridas de educadores e gestores precisam estar em-
termos como elemento novo o sentido que hoje atribuímos às crian- basadas por uma formação de consistência teórica que forneça os
ças. A observação é feita pelo advogado e doutor em Antropologia subsídios a fim de compreender as relações e motivações em que se
Social, Geovanio Rossato, que escreveu o livro Educando para a supe- configura o bullying escolar na rotina da escola e que podem ser tomadas
ração do Bullying escolar (Edições Loyola), em coautoria com a doutora como naturais, como brincadeiras próprias da idade, inclusive muitas
em psicologia Solange Marques Rossato. vezes blindadas pelo próprio professor, que sem se dar conta acaba
Carta Educação – O que é bullying? Como diferenciar a prática de reforçando o comportamento de colocar apelidos, entre outros. Para
uma brincadeira mais maldosa entre crianças ou adolescentes? conseguir perceber para além do que aparece de imediato, na aparente
Solange Marques Rossato – O termo, inglês, origina-se do verbo brincadeira, que pode estar alimentando a intolerância, a indiferença à
“bully”, que significa ameaçar ou intimidar. Por essa razão muitos no- dificuldade do outro, é preciso um olhar e uma formação crítica.
meiam o fenômeno de intimidação, como o fez a lei antibullying, re- O professor, ainda que imbuído de uma ótima formação, não tem
cém-aprovada, que obriga escolas e clubes a criarem “Programas de condições de resolver sozinho um fenômeno que é social, por exemplo.
Combate à Intimidação Sistemática (Bullying)”. De modo genérico,
(Disponível em: <http://www.cartaeducacao.com.br/entrevistas/lei-
bullying se refere a um ato de violência, geralmente gratuito, que se dá
antibullying-reforca-a-valorizacao-dada-as-criancas/>. Adaptado.)
de forma repetida, contínua e intencional, inclusive nas redes sociais.

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Carta a Beatriz
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Cara Beatriz: na última terça (8) você escreveu aqui pro jornal se dizendo espantada com a minha crônica de
domingo (6); “após uma semana de fatos surpreendentes na política”, “num momento tão importante para uma boa
análise”, um de seus “colunistas preferidos” havia se saído com um texto “bobo e sem propósito”.
Fico feliz por me citar entre seus “colunistas preferidos”, mas me pergunto se o elogio foi sincero ou só uma
gentileza. Afinal, quase toda semana o Brasil nos brinda com “fatos supreendentes na política” e quase todo domingo,
em vez de uma “boa análise”, publico textos que poderiam ser considerados bobos e sem propósito.
Não o faço por desvio de caráter nem para irritá-la, Beatriz, mas por dever de ofício. O cronista é um cara pago para
lubrificar as engrenagens do maquinário noticioso com um pouco de graça, de despropósito e – vá lá, por que não? –
de bobagem. Minha função é lembrar o leitor desolado entre bombas na Síria, tiros na Rocinha e patacoadas em
Brasília que este mundo também comporta mangas maduras, Monty Python, Pixinguinha.
O Rubem Braga atravessou duas ditaduras e seu maior libelo à liberdade não é um texto contra o pau de arara, mas
uma carta/crônica ao vizinho que havia reclamado do barulho. O AI-5 podou direitos políticos e a liberdade de
expressão, mas não impediu que continuassem a brotar trocadilhos da pena do Millôr Fernandes. (Afinal, como ele
mesmo disse, “A justiça farda, mas não talha.”) Se você achou as minhas piadas infames, tá legal, eu aceito o
argumento, mas se a crítica é por ter feito piada num momento crítico eu não acolho; that’s my job.
(...)
Lamento, Beatriz, mas atualmente a única “boa notícia” que tenho sido capaz de fazer é às quintas, 15h, deitado
num divã na rua Apiacás – e nem sempre é assim tão boa.
Um abraço. (Antônio Prata, Folha de S.Paulo, 13 mar. 2016.)
(Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/2016/03/1749361-carta-a-beatriz.shtml>)

1. a) No texto acima, o autor utiliza um recurso expressivo para descrever sua função como cronista dentro do
jornal. Transcreva o trecho que contém esse recurso e explique seu significado.
b) A crônica é um gênero que, por meio da linguagem coloquial, busca receptividade com todos os leitores.
Retire do texto três exemplos de usos informais da língua.
Resolução (será considerado apenas o que estiver dentro deste espaço).
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2. (Unicamp) – Além de ter o seu número de celular, você vai ter o celular que é o seu número. Esse enunciado
faz parte de uma propaganda de telefone móvel, em que há um produtivo jogo com a palavra número.
a) Aponte dois sentidos, produzidos no enunciado, para número na relação com o pronome de tratamento você.
b) Explicite as construções sintáticas que permitem o trabalho semântico com números.

Resolução (será considerado apenas o que estiver dentro deste espaço).


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3. (Fuvest) – (...) No fundo o imponente castelo. No primeiro plano a íngreme ladeira que conduz ao castelo.
Descendo a ladeira numa disparada louca o fogoso ginete. Montado no ginete o apaixonado caçula do castelão inimigo
de capacete prateado com plumas brancas. E atravessada no ginete a formosa donzela desmaiada entregando ao
vento os cabelos cor de carambola.
(A. de Alcântara Machado, “Carmela”)

(...) íamos, se não me engano, pela rua das Mangueiras, quando voltando-nos, vimos um carro elegante que
levavam a trote largo dois fogosos cavalos. Uma encantadora menina, sentada ao lado de uma senhora idosa, se
recostava preguiçosamente sobre o macio estofo e deixava pender pela cobertura derreada do carro a mão pequena
que brincava com um leque de penas escarlates.
(José de Alencar, Lucíola)

Nesses excertos, observa-se que a maioria dos substantivos são modificados por adjetivos ou expressões equi-
valentes. Comparando os dois textos,
a) aponte em cada um deles o efeito produzido por tal recurso linguístico.
b) Justifique sua resposta.

Resolução (será considerado apenas o que estiver dentro deste espaço).


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Leia os textos e responda à questão 4.

Texto I
Madrugada – a cerração empresta à Travessa das Acácias um mistério de cidade submersa. A ruazinha de subúrbio
se desfigura. A luz dos combustores, que a névoa embaça, sugere vagos monstros submarinos. As árvores que
debruam as calçadas são como bloco compactos de algas. Todas as formas parecem diluídas.
Cinco horas da manhã.
Que peixe estranho é aquele que lá vem?
A carroça do padeiro passa estrondando, fazendo tremer a quietude da cidade afundada; mas num instante depois
o seu vulto e o seu ruído se dissolvem de novo na cerração.

Texto II
Repito: a vida é monótona. Queres um exemplo frisante, vivido, observado, verificado? (...). E que vejo eu do meu
posto de observador cético? O mesmo ramerrão cotidiano, os mesmos quadros monótonos.(...) São cenas de todo o
dia. Nenhum acontecimento romântico quebra a calma desta rua e de seus habitantes. Onde os dramas que falam os
romancistas? Onde as angústias que cantam os poetas?
Foi depois de muito observar e meditar que eu cheguei à conclusão de que um observador colocado num ângulo
especial poderá ter visão diferente e nova do Mundo. Daí a ideia de escrever este opúsculo. Imagine-se um ser dotado
da faculdade de raciocínio postado em Sírio e de lá olhando a Terra com um telescópio poderoso.

4. a) Qual é a realidade social da rua abordada nesses fragmentos e quem é o emissor em cada excerto?
b) Faça um comentário sucinto sobre a técnica narrativa de Caminhos Cruzados, de Érico Veríssimo.

Resolução (será considerado apenas o que estiver dentro deste espaço).


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Leia os textos e responda à questão 5.

Texto I
O título do terceiro, e maior volume, é ESTÔMAGO.
Nenhum deles designa época: mas quem tiver, como eu, particular conhecimento do indivíduo, pode, sem grande erro
cronológico, datar os três manuscritos. O Coração reina desde 1844 até 1854 (...) Em 1855, notamos a transfiguração
do nosso amigo que durou até 1860 (...) Podemos assinar tempo ao terceiro volume, desde 1860 até fim de 61, em
que o autobiógrafo se desmanchou do que era para se arranjar de outro feito.
(Camilo Castelo Branco, Preâmbulo de Coração, cabeça e estômago)

Texto II
Eu comparo o cair das alturas do coração à queda que se dá de um garboso cavalo: quem nos vê cair pode ser que
nos deplore; mas decerto nos não acha ridículos. Ora, o cair da baixeza dos cálculos racionais é coisa que faz risos aos
outros, e por isso muito comparável ao tombo que damos de um ignóbil burro. O cavalo despenha-nos e, com as crinas
eriçadas, resfolga e arqueia-se com gentis corcovos. O burro, depois que nos sacode pelas orelhas, não é raro
escoicear-nos. (...) A este viver de convalescença é que eu, por não sei que simpatia com a víscera essencial das
nobilíssimas funções animais e espirituais, denominei estômago.
(Camilo Castelo Branco, Coração, cabeça e estômago)

5. a) Pode-se dizer que há, na terceira parte da narrativa de Silvestre, um efeito de sentido irônico causado pelo
distanciamento em relação ao que relatou nas partes anteriores, Coração e Cabeça? Por quê?
b) Nesses dois excertos, notam-se as duas vozes presentes no romance, a do narrador, Silvestre da Silva, e a
do editor. Como elas se caracterizam na obra?

Resolução (será considerado apenas o que estiver dentro deste espaço).


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6. (Fuvest) – Observe o seguinte trecho de Til, de José de Alencar, no qual o narrador caracteriza a personagem
Berta:
Contradição viva, seu gênio é o ser e o não ser. Busquem nela a graça da moça e encontrarão o estouvamento do
menino; porém mal se apercebam da ilusão, que já a imagem da mulher despontará em toda sua esplêndida
fascinação. A antítese banal do anjo-demônio torna-se realidade nela, em quem se cambiam no sorriso ou no olhar a
serenidade celeste com os fulvos lampejos da paixão, à semelhança do firmamento onde ao radiante matiz da aurora
sucedem os fulgores sinistros da procela.

a) Segundo o narrador, Berta é uma “contradição viva”, cujo “gênio é o ser e o não ser”. Como essa característica da
personagem se relaciona à principal função que ela desempenha na trama do romance?
b) Considerando a expressão “anjo-demônio” no contexto cultural da época em que foi escrito o romance, justifica-se
o fato de o narrador classificá-la como “antítese banal”? Explique resumidamente.

Resolução (será considerado apenas o que estiver dentro deste espaço).


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2016
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SIMULADO UNICAMP – 2016 – 19


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20 – SIMULADO UNICAMP – 2016

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