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INSTITUTO POLITÉCNICO INDUSTRIAL

ALDA LARA

TRABALHO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Tema :
Monangamba (Poema)

GRUPO: 3
CLASSE: 10ª
SALA: 02
TURMA: I10BM
PERÍODO: MANHÃ
CURSO: INFORMÁTICA
docente
___________________

Luanda, 2023
Integrantes do Grupo

Nº Nome Completo Nota Individual Nota Coletiva

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ÍNDICE
INTRODUÇÃO..................................................................................1
ABORDAGEM TEÓRICA..................................................................2
Monangamba....................................................................................2
Esquema rimático..............................................................................3
Nomeações e estrofes......................................................................3
Exemplos de Estrofe 4
Classificação de rimas quanto à acentuação 4
Classificação de rimas quanto à posição no verso 4
A escansão dos versos 4
CONCLUSÃO 5
BIBLIOGRAFIA.................................................................................6
INTRODUÇÃO

António Jacinto nasceu a 28 de Setembro de 1924, em Luanda, e


morreu em 23 de Junho de 1991, em Lisboa. Usou também o pseudónimo de
Orlando Távora, para assinar alguns contos. Fez o curso do liceu em Luanda e
trabalhou como empregado de escritório.

Foi fundador, com Viriato da Cruz, do muitíssimo efémero Partido


Comunista Angolano (logo dissolvido no movimento nacionalista que ajudaram
a formar). Esteve preso, por actividades políticas anti-coloniais, de 1962 a
1972, a maior parte do tempo no Campo de Concentração de Tarrafal, em
Cabo Verde. Não contando com os anos de prisão fora do seu país, viveu
praticamente toda a sua vida em Luanda.

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ABORDAGEM TEÓRICA

António Jacinto formado na estética neo-realista, a sua poesia da fase


heróica, escrita por altura do incremento grupal das literaturas angolana e
africana (na viragem da década de 1940), individualiza-se em poemas que
permanecem como ícones sintomáticos e imprescindíveis dessa época: “Carta
dum contratado”, “Poema da alienação”, “Monangamba” e “Castigo pró
comboio malandro”. Neles se encontram temas da dialéctica marxista e do neo-
realismo: alienação, analfabetismo, contrato, exploração e revolta. Noutro
grupo de poemas (de que faz parte o também muito conhecido “Grande
desafio”), são visíveis a temática e o estilo comuns aos poetas ligados a
Benguela (Aires de Almeida Santos, Alda Lara, Ernesto Lara Filho),
privilegiando quadros idílicos da infância.

Esteve preso, por actividades políticas “anti-coloniais”, de 1962 a 1972, a


maior parte do tempo no Campo de Concentração de Tarrafal, em Cabo Verde.
Não contando com os anos de prisão fora do seu país, viveu praticamente toda
a sua vida em Luanda. Ainda antes da independência de Angola, dirigiu o
Centro de Instrução Revolucionária do MPLA. Depois, foi Ministro da Cultura
(1975-78) e membro do Comité Central do MPLA. Autor de um dos melhores
poemas da literatura angolana “Monangamba”

Monangamba

Naquela roça grande não tem chuva


é o suor do meu rosto que rega as plantações:
Naquela roça grande tem café maduro
e aquele vermelho-cereja
são gotas do meu sangue feitas seiva.

O café vai ser torrado


pisado, torturado,
vai ficar negro, negro da cor do contratado.

Negro da cor do contratado!

Perguntem às aves que cantam,


aos regatos de alegre serpentear
e ao vento forte do sertão:

Quem se levanta cedo? quem vai à tonga?


Quem traz pela estrada longa
a tipóia ou o cacho de dendém?
Quem capina e em paga recebe desdém
fuba podre, peixe podre,
panos ruins, cinquenta angolares
"porrada se refilares"?
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Quem?

Quem faz o milho crescer


e os laranjais florescer
- Quem?

Quem dá dinheiro para o patrão comprar


máquinas, carros, senhoras
e cabeças de pretos para os motores?

Quem faz o branco prosperar,


ter barriga grande - ter dinheiro?
- Quem?

E as aves que cantam,


os regatos de alegre serpentear
e o vento forte do sertão
responderão:
- "Monangambééé..."

Ah! Deixem-me ao menos subir às palmeiras


Deixem-me beber maruvo, maruvo
e esquecer diluído nas minhas bebedeiras

- "Monangambééé..."

Esquema rimático

O esquema rimático é um esquema que nos revela de que forma a rima


está combinada numa estrofe. Costuma ser indicada por letras. 'Como o que
caracteriza a rima é a coincidência ou correspondência de sons entre os versos
de um poema, ao fazer-se o esquema rimático de um texto poético, assinalam-
se com a mesma letra do alfabeto os versos em que se verifique identidade ou
semelhança de sons, o que implica que se altere a letra sempre que não haja
correspondência dos mesmos sons.

Só assim se torna útil o recurso a esta «técnica» do esquema rimático,


pois torna visível a rima de um poema através da identificação por letras dos
vários sons coincidentes, permitindo a sua classificação dentro dos vários tipos
de rimas (emparelhadas – aa-bb-cc, alternadas ou cruzadas - ababab,
interpoladas ou opostas – abba, e encadeadas – aba-bcb-cdc).'

Nomeações e estrofes
Na literatura, a estrofe é uma estrutura da composição poética formada
por um conjunto de versos que compartilham relações de sentido e de métrica
entre si.
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Em outras palavras, a estrofe representa um conjunto de versos, que por
sua vez, correspondem a uma linha do texto poético.
Exemplos de Estrofe

Para exemplificar, segue abaixo um trecho do “Monangamba”,

O café vai ser torrado


pisado, torturado,
vai ficar negro, negro da cor do contratado.
Classificação de rimas quanto à acentuação

Classificação das Rimas quanto à acentuação


Rima aguda (ou masculina): Que ocorre entre palavras oxítonas.

sertão
responderão

Rima grave (ou feminina): Que ocorre entre palavras paroxítonas


Classificação de rimas quanto à posição no verso

Rima final (ou externa): Que ocorre no fim do verso.

Quem se levanta cedo? quem vai à tonga?


Quem traz pela estrada longa
A escansão dos versos

É o exercício de contar as sílabas poéticas que compõem os versos de


um poema, geralmente para conferirmos sua métrica e podermos classificá-lo
ou não em um poema de forma fixa, como soneto, ode, balada, etc

Contar as sílabas até a última sílaba tónica do verso (as sílabas átonas
que vierem depois, se houver, não são consideradas);

Fundir em uma sílaba só as vogais átonas (fracas) que aparecem entre


as palavras.

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CONCLUSÃO

A classificação de rimas e identificação do esquema rimático é muito


importante na análise dos aspectos formais do poema, porque nos ajuda a
fazer um estudo sobre as frases e a forma de como um poema deve ser feito.

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BIBLIOGRAFIA

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 38. ed. Rio de Janeiro: Lucerna
e Nova Fronteira, 2015.

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática de Língua Portuguesa. 48. ed.


Companhia Editora Nacional, 2010.

CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Breve Gramática do Português Contemporâneo. 9.


ed. Lisboa: João Sá da Costa, 1996.

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