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INDICADORES E ANÁLISE DE CONJUNTURA DOS

SERVIÇOS DE ENGENHARIA E CONSULTORIA


ESTRUTURAL NO BRASIL
Fernando Garcia de Freitas
Ex Ante Consultoria Econômica

31 de outubro de 2019 - São Paulo/SP


• Qual o mercado dos escritórios de serviços de
engenharia e consultoria estrutural no Brasil?
• Quanto essas empresas geraram de faturamento,
renda e empregos?
• Qual foi o contexto econômico que norteou as
atividades dessas empresas nos últimos anos?
• Quais as perspectivas para 2019 e 2020?
• O que esperar no longo prazo?
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR
DE ENGENHARIA E
CONSULTORIA ESTRUTURAL
Mapeamento das empresas de engenharia e consultoria estrutural

CADEIA PRODUTIVA SETOR DE ATIVIDADE

Cadeia produtiva da construção Serviços técnico-profissionais

Empresas formais Serviços de engenharia e arquitetura

Prestadores de serviços Serviços de engenharia

Serviços de engenharia civil Serviços de engenharia civil


A inserção dos serviços de engenharia civil na economia
Faturamento bruto, serviços técnico-profissionais, 2017
Faturamento
R$ bilhões (%)
Serviços técnico-profissionais 148,298 100,0%
Serviços de engenharia e arquitetura 34,422 23,2%
Serviços de engenharia 28,903 19,5%
Serviços de engenharia civil 14,719 9,9%

Fonte: IBGE. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.


A inserção dos serviços de engenharia civil na economia
Valor adicionado (PIB), serviços técnico-profissionais, 2017
PIB
R$ bilhões (%)
Serviços técnico-profissionais 110,622 100,0%
Serviços de engenharia e arquitetura 18,510 16,7%
Serviços de engenharia 15,542 14,0%
Serviços de engenharia civil 7,915 7,2%

Fonte: IBGE. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.


A inserção dos serviços de engenharia civil na economia
Pessoas ocupadas, serviços técnico-profissionais, 2017

Pessoas (%)
Serviços técnico-profissionais 1.131.114 100,0%
Serviços de engenharia e arquitetura 282.571 25,0%
Serviços de engenharia 207.726 18,4%
Serviços de engenharia civil 92.535 8,2%

Fonte: IBGE. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.


ÓTICA DA CADEIA PRODUTIVA DA CONSTRUÇÃO

Fonte: IBGE. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.


A inserção dos serviços de engenharia civil na economia
Faturamento bruto, cadeia produtiva da construção, 2017

R$ bilhões (%)
Cadeia produtiva da construção 1.074,653 100,0%
Empresas formais 739,514 68,8%
Prestadores de serviços 90,153 8,4%
Serviços de engenharia civil 14,719 1,4%

2007 2014 2018

Fonte: IBGE. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.


A inserção dos serviços de engenharia civil na economia
Valor adicionado (PIB), cadeia produtiva da construção, 2017

R$ bilhões (%)
Cadeia produtiva da construção 420,268 100,0%
Empresas formais 291,979 69,5%
Prestadores de serviços 53,520 12,7%
Serviços de engenharia civil 7,915 1,9%

2007 2014 2018

Fonte: IBGE. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.


A inserção dos serviços de engenharia civil na economia
Pessoas ocupadas, cadeia produtiva da construção, 2017
Pessoas (%)
Cadeia produtiva da construção 10.423.961 100,0%
Empresas formais 4.980.927 47,8%
Prestadores de serviços 1.300.787 12,5%
Serviços de engenharia civil 92.535 0,9%

2007 2013 2018

Fonte: IBGE. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.


Peso das empresas de engenharia e consultoria estrutural
Faturamento total dos serviços de engenharia civil, Brasil

Fonte: IBGE. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.


CONTEXTO ECONÔMICO:

CRESCIMENTO E CRISE NA CADEIA


PRODUTIVA DA CONSTRUÇÃO
A evolução da cadeia produtiva da construção
Investimentos em obras, % no produto interno bruto (PIB), Brasil

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e projeções do Observatório da Construção da FIESP. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.
Cadeias produtivas em números
% no produto interno bruto e empregos (milhões), Brasil, 2016

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e projeções do Observatório da Construção da FIESP. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.
A evolução da cadeia produtiva da construção
Investimentos em obras, em milhões de reais a preços constantes de 2017

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e projeções do Observatório da Construção da FIESP. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.
A evolução da cadeia produtiva da construção - CONSTRUTORAS
Investimentos em obras, em milhões de reais a preços constantes de 2017
Anos Variação acumulada
2007 2014 2018 2014-2007 2014-2018
Desenvolvimento Urbano 137,718 279,167 178,767 102,7% -36,0%
Incorporação 7,726 9,405 9,647 21,7% 2,6%
Edificações 89,743 189,706 113,589 111,4% -40,1%
Obras de urbanização 5,515 10,144 5,411 83,9% -46,7%
Saneamento 6,819 9,055 6,817 32,8% -24,7%
Obras auxiliares 27,914 60,858 43,304 118,0% -28,8%
Infraestrutura 94,021 188,769 99,699 100,8% -47,2%
Transportes 38,950 79,436 39,413 103,9% -50,4%
Energia elétrica 11,155 22,211 16,779 99,1% -24,5%
Bens minerais, incluindo Petróleo & Gás 16,385 17,445 4,783 6,5% -72,6%
Telecomunicações 4,514 8,123 6,488 79,9% -20,1%
Instalaões Industriais 3,188 7,955 2,428 149,5% -69,5%
Infraestrutura não especificadas 7,885 21,946 9,474 178,3% -56,8%
Obras auxiliares 11,944 31,654 20,335 165,0% -35,8%
TOTAL 231,739 467,936 278,466 101,9% -40,5%
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e projeções do Observatório da Construção da FIESP. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.
A evolução da cadeia produtiva da construção
PIB em milhões de reais a preços de 2017 e taxa de variação (%)

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e projeções do Observatório da Construção da FIESP. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.
Arrecadação de impostos na cadeia produtiva da construção, 2018
em milhões de reais a preços de 2017 e participação no faturamento (%)
Elos da cadeia produtiva
Total da cadeia
Indústria Construção Comércio Serviços
ICMS 22.429,692 - - - 22.429,692
INSS e FGTS 6.498,509 23.149,784 5.499,044 4.625,220 39.772,557
PIS/Confis 3.276,643 25.859,243 135,042 3.423,067 32.693,995
Outros federais 18.015,775 13.864,695 3.513,280 3.852,903 39.246,653
Outros impostos e taxas 1.411,415 80,451 147,885 5.330,122 6.969,873
Total 51.632,034 71.489,993 8.977,035 16.700,318 141.112,771
(%) do faturamento 22,6% 11,9% 5,1% 18,2% 12,9%

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e projeções do Observatório da Construção da FIESP. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.
A evolução da cadeia produtiva da construção
Pessoal ocupado e taxa de variação (%)

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e projeções do Observatório da Construção da FIESP. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.
A evolução das empresas de engenharia e consultoria estrutural
Faturamento bruto, em R$ de milhões a preços de 2017

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e projeções do Observatório da Construção da FIESP. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.
A evolução das empresas de engenharia e consultoria estrutural
PIB, em R$ de milhões a preços de 2017

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e projeções do Observatório da Construção da FIESP. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.
A evolução das empresas de engenharia e consultoria estrutural
Pessoal ocupado

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e projeções do Observatório da Construção da FIESP. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.
PERSPECTIVAS DE CRESCIMENTO
EM 2019 E 2020 E POTENCIAL DE
LONGO PRAZO
Fatos que afetaram 2019
• Os indicadores econômicos registrados no primeiro semestre
de 2019 dão conta de um crescimento econômico menor
que o esperado para 2019
• Hoje se trabalha com uma perspectiva de crescimento
positivo, mas que não deve superar 1%.
• Razões:
• manutenção da taxa de desemprego em patamar elevado, com crescimento
pouco expressivo da renda das famílias
• queda das principais componentes do investimento
Fatos que afetaram 2019
• As pressões sobre os preços dos serviços e os aumentos dos
bens industriais observados no primeiro semestre ficaram
mais brandas e a taxa de inflação voltou ao patamar de 4,0%
• A reforma previdenciária avançou.
• Não tem efeito fiscal de curto prazo, mas é fundamental para garantir a
estabilidade no longo prazo das contas do governo federal
• A condição obtida até o momento sinaliza um horizonte de menor
necessidade de financiamento do setor público nos próximos dez anos, o que
possibilita uma taxa de juros menor no futuro
Fatos que afetaram 2019
• Reformulação da política do preço do gás natural: os
acordos da Petrobras, no âmbito do CADE, reformulam o
marco regulatório do setor, permitindo um grau maior de
concorrência no transporte de gás natural para a indústria.
• Em médio prazo, essas medidas poderão reduzir o custo do gás na indústria,
que hoje está num patamar de US$ 14 por milhão de BTU, em até 50%

• Criação de uma nova categoria de saque do FGTS que


desvincula o saque da dispensa sem justa causa. Além de
elevar a capacidade de acumulação do FGTS, a medida
constitui um desestimulo ao rompimento de contratos
Queda dos investimentos em obras
• O setor imobiliário sofreu com a restrição de crédito no âmbito do
FGTS
• redução de 20,1% entre janeiro e setembro de 2019 com relação a igual
período de 2018
• Os setores de infraestrutura ainda aguardam definições de médio e
longo prazo essenciais para a entrada de novos projetos
• Marco regulatório do saneamento
• Lei de licitações
• Lei de concessões
• PPI
Incorporadoras e construtoras (edificações)
Empregos com carteira, em pessoas, Brasil

Queda de 35,4% desde 2013

Fonte: Ministério da Economia. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.


Obras de infraestrutura
Empregos com carteira, em pessoas, Brasil

Queda de 28,0% desde 2013

Fonte: Ministério da Economia. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.


Obras de infraestrutura
• Tendo registrado queda de 1,0% em 2019, o emprego em
obras de infraestrutura com carteira assinada segue em
campo negativo
• Houve retração de 28,0% desde 2013, sendo:
• construção de rodovias e ferrovias : -31,0%
• obras de arte: -59,4%
• Obras portuárias, marítimas e fluviais: -53,3%
Cadeia produtiva da construção
• A produção física de materiais de construção teve expansão de 1,8%
no acumulado entre janeiro e agosto de 2019. Apesar de tal evolução,
o nível de produção médio em 2019 ainda se encontra 28,7% abaixo
do nível registrado ao longo de 2013.
• Após dois anos de crescimento, o comércio de materiais de
construção segue em expansão em 2019. Até agosto, as vendas
registraram em termos acumulados crescimento de 3,7%, taxa
ligeiramente superior à verificada em 2018, de 3,5%, quando o
comércio varejista teve o melhor desempenho entre os segmentos da
cadeia produtiva da construção.
Perspectivas
• A tendência de retração do volume de consultas de empréstimos ao
BNDES de empresas da área de infraestrutura se manteve em 2019.
O valor das consultas nos últimos 36 meses teve queda de 12,4% na
comparação com o mesmo período do ano passado.
• Os valores de créditos concedidos do FGTS para o financiamento da
infraestrutura urbana nos últimos 36 meses somaram uma carteira
de R$ 18,446 bilhões em setembro 2019. Esse valor foi 13,4% inferior
ao verificado em 2018, indicando tendência de queda. A retração se
deveu ao desempenho ruim tanto dos empréstimos para saneamento
quanto para os empréstimos para mobilidade urbana.
Perspectivas
• Os valores de créditos concedidos do FGTS e das cadernetas de
poupança para o financiamento habitacional nos últimos 36 meses
somaram uma carteira de R$ 341,8 bilhões em setembro 2019. Esse
valor foi 8,4% superior ao verificado em 2018, mas ainda estão num
patamar 20% inferior ao de 2015. Em termos de número de unidades
em obra, o patamar de 2019 está 28,1% abaixo do verificado em
2015.
• Considerando os três movimentos, há uma tendência positiva de
crescimento para 2020. A construção civil pode crescer entre 2,5% e
3,0% no próximo ano se não houver restrição crédito.
Perspectivas
• Para 2020, o cenário macroeconômico também já indica um
crescimento mais forte, de 2,0%. Essa taxa é maior que a observada
nos últimos anos, mas ainda revela a necessidade de ajustes.
• O cenário externo mais conturbado pelas condições políticas e
econômicas nos Estados Unidos, União Europeia e na Argentina
limitam a expansão do PIB brasileiro.
• Em termos de inflação, espera-se que o custo de vida tenha um
crescimento flutuando entre 3,5% e 4,0% em 2020. Isso permitirá a
manutenção dos juros reais em torno de 1,0% a 1,5% ao ano.
• O câmbio deve permanecer flutuando no patamar entre R$ 3,90 por
US$ e R$ 4,00 por US$ até o final de 2020
Perspectivas
• Para além de 2021, a economia depende de maior estabilidade
política e econômica.
• As condições para um maior ingresso de investimentos externos, os
quais são fundamentais para o financiamento da infraestrutura, ainda
são ruins.
• Para crescer de forma sustentada à taxa de 3% ao ano, o Brasil precisa
de investimentos em habitação, infraestrutura urbana e infraestrutura
econômica (energia, transportes e telecomunicações) de 12,2% do
PIB.
• Já chegamos a investir esse montante entre 2010 e 2014 e nos anos
1970.
Perspectivas
• Para além de 2021, a economia depende de maior estabilidade
política e econômica.
• As condições para um maior ingresso de investimentos externos, os
quais são fundamentais para o financiamento da infraestrutura, ainda
são ruins.
• Para crescer de forma sustentada à taxa de 3% ao ano, o Brasil precisa
de investimentos em habitação, infraestrutura urbana e infraestrutura
econômica (energia, transportes e telecomunicações) de 12,2% do
PIB.
• Já chegamos a investir esse montante entre 2010 e 2014 e nos anos
1970.
Investimentos em obras, 2017
Em (%) do PIB

Fonte: OECD Stat. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.


Investimentos em obras, 2016
Em (%) do PIB

Fonte: OECD Stat. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica.

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