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ENGENHARIA CIVIL

LUIZ ANTONIO SANTANA SOUZA

COMPATIBILIZAÇÃO DOS PROJETOS ARQUITETÔNICO E


COMPLEMENTARES DE UMA RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR
UTILIZANDO O CONCEITO BIM

ITABUNA-BA
2019
LUIZ ANTONIO SANTANA SOUZA

COMPATIBILIZAÇÃO DOS PROJETOS ARQUITETÔNICO E


COMPLEMENTARES DE UMA RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR
UTILIZANDO O CONCEITO BIM

Trabalho monográfico, submetido a Faculdade de


Tecnologia e Ciências de Itabuna, como requisito
parcial para obtenção do grau de Bacharel em
Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Ricardo Araújo

ITABUNA-BA
2019
RESUMO

Os projetos que são necessários para a execução de um empreendimento


desenvolvidos em sistema CAD gera muitas interferências devido a problemas de
visão espacial restrita e volume de informações a ser verificada. Com o avanço
tecnológico no setor da construção civil e a busca por competitividade o modo
tradicional de projetar, que é susceptível a falhas e inconsistências na obra, está
sofrendo uma substituição por inserção de novas tecnologias. A compatibilização é
uma etapa essencial do gerenciamento e planejamento de uma construção, auxiliando
na descoberta de problemas no processo construtivo antes mesmo do início da
execução obra, evitando retrabalho e assegurando prazo e custos previstos. Assim
sendo, o presente trabalho tem como objetivo quantificar as interferências entre os
projetos arquitetônico, estrutural, hidráulico e sanitário, elaborados em CAD com a
utilização de software do conceito BIM. A fim de alcançar os resultados desejados,
verificou-se as interferências com o auxílio do Navisworks dos projetos modelados no
Revit de uma residência unifamiliar com dois pavimentos desenvolvidos inicialmente
em sistema CAD. Assim, os testes da ferramenta clash detection comprovam que um
projeto desenvolvido em sistema CAD apresenta grande número de interferências que
podem interferir na execução da construção e que o modelo BIM pode facilitar a
visualização dessas inconformidades e suas possíveis correções.

Palavras Chave: Modelagem da informação da construção, BIM, interferências de


projetos.
ABSTRACT

The projects necessary for the execution of a development in CAD system that
generate many interferences due to restricted problems of space vision and volume
information to be verified. With the technological advance in the construction sector
and the search for competitiveness the traditional way of drawing, which is susceptible
to failures and inconsistencies in the work, it is going through for a substitution by
insertion of new technologies. Compatibilization is an essential step in the
management and planning for construction, guiding to discovery problems in the
construction process before beginning the construction work, avoiding rework and
ensuring the expected term and costs. Therefore, the actual research aims to quantify
the interferences between the architectural, structural, hydraulic and sanitary projects,
elaborated in CAD with the use of software that have a BIM concept. In order to achieve
the results, interferences were verified with the Navisworks, helping the Revit patterned
projects for a single-family dwelling with two decks initially developed in the CAD
system. The tests of the tool clash detection proved that a project developed in CAD
system has a large number of interferences that can interfere in the execution of the
construction, and BIM model can facilitate the visualization of these nonconformities
and possible corrections.

Keywords: Building Information Modeling, BIM, Project Interferences.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Relação entre o ciclo de vida do projeto e o nível de influência dos


projetistas. 10
Figura 2 - Gráfico entre tempo de projeto e custo mensal do empreendimento.
11
Figura 3 - Aspecto de compatibilização de projetos. 12
Figura 4 - BIM e o ciclo de vida de uma edificação 16
Figura 5 - Área de trabalho do Revit. 17
Figura 6 - Navegador de Projeto com as vistas de cada projeto. 20
Figura 7 – Perspectiva 3D modelo estrutural. 21
Figura 8 – Perspectiva 3D modelo Arquitetônico. 22
Figura 9 – Perspectiva 3D modelo hidrossanitário. 23
Figura10 - Quadro de Seleção e configuração do teste de interferência. 24
Figura 11 - Painel dos testes da ferramenta clash detective do Navisworks. 25
Figura 12 - Detalhe de Viga sobrepondo uma porta 27
Figura 14 - Detalhe de arquitetura sobrepondo a tubulação, a) tubulação
atravessando a parede, b) conexão sobrepondo a parede. 28
Figura 15 - Detalhe de Tubulação atravessando janela. 29
Figura 16 - Vistas isométricas de prumadas aparentes. 30
Figura 17 - Detalhe de tubulações transpassando lajes. a) perpendicularmente
b) longitudinalmente 31
Figura 18 - Detalhe de tubulações transpassando pilar da fundação 31
Figura 19 - Detalhe da tubulação de agua fria dentro do pilar 33
Figura 20 - Detalhe de Tubulação de 75mm de aguas pluviais transpassando
uma viga baldrame 34
Figura 21 - Passagem vertical de tubulação pela Viga 35
Figura 22 - Dimensão máxima do furo vertical em uma viga. 35
Figura 23 - Passagem vertical de tubulação de 150mm por uma viga de seção
retangular 14x50cm 36
Figura 24 - Incompatibilidades observadas durante a modelagem, a) intersecção
de tubulação b) sobreposição de sapatas 37
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 7
Problema 8
Justificativa 8
Objetivos 9
1.3.1 Objetivo geral 9
1.3.2 Objetivos específicos 9

2. REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO 10
Projeto 10
Compatibilização de projetos 12
O que é BIM? 14
Benefícios do BIM 15
Revit 17
Navisworks 18

3. METODOLOGIA 19
Materiais e métodos 19
Procedimento analítico 19
3.2.1 Projeto Estrutural 20
3.2.2 Projeto Arquitetônico 21
3.2.3 Projeto Hidrossanitário 22
3.2.4 Analise de interferências 23

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 25
Projeto arquitetônico versus projeto estrutural 26
Projeto arquitetônico versus projeto hidrossanitário 28
Projeto estrutural versus projeto hidrossanitário 30
Outras Interferências 37

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 38

REFERÊNCIAS 39

ANEXOS 42
1. INTRODUÇÃO

O setor da construção civil é uma parte vital da economia do país que


recentemente foi abalado com a crise que se instaurou no mercado. Com isso muitos
investidores ficaram com receio de aplicar capital no ramo imobiliário, afetando
diretamente as construtoras, incorporadoras, arquitetos, engenheiros e toda classe
trabalhadora da construção civil. Com o mercado mais competitivo por conta da baixa
demanda, houve uma crescente e benéfica necessidade de melhorias, buscando a
inserção de novas tecnologias que auxiliem na gestão e planejamento na construção.
Um dos pontos em que ocorre esse avanço é no setor de projetos, que há muito
tempo vem fazendo uso de softwares baseados em um sistema denominado
Computer Aided Design (Desenho Assistido por Computador) – CAD, os quais se
tornaram indispensáveis para o desenvolvimento de projetos na indústria de
Arquitetura, Engenharia e Construção – AEC (NUNES & LEÃO, 2018).
Este modo tradicional de projetar é susceptível a ocorrência de falhas e
inconsistências na hora da execução, pois os projetos desenvolvidos precisavam ser
compatibilizados por meio de sobreposição de diversas plantas que são utilizados em
uma construção. Sendo assim, é comum que o projetista deixe de ver alguns objetos
que estão passando por dentro de outros, a exemplo de uma tubulação que passa por
dentro de uma viga. Desta forma, essas inconsistências acabam tendo que ser
improvisadas dentro da obra na hora da execução desses objetos.
Na busca por prazos cada vez menores, por qualidade e eficiência, o conceito
BIM está se propagando devido ao seu potencial de otimização de diversas atividades
relacionadas a construção, onde é modelado uma construção virtual paramétrica do
projeto carregado de informações referente a cada etapa podendo ser exportadas ou
modificadas, tentando representar a realidade antes mesmo de sua execução
propriamente dita, possibilitando diversas analises e comparações ainda na fase de
projeto.
Segundo Santos (2014) a falha de comunicação entre projetos inerentes pode
causar, entre outros fatores, um aumento de custo no produto final, e
consequentemente um descontentamento do cliente, frustrando sua expectativa. Este
aumento do custo final na maioria das vezes acontece devido a improvisação no
canteiro de obras decorrente de projetos que não foram compatibilizados. Com o
7
conceito BIM essa falta de comunicação entre todos os envolvidos nos projetos acaba
sendo eliminada, visto que um dos pilares deste modo de desenvolvimento de projeto
é a interoperabilidade que permite a integração entre diversos softwares e os projetos
são modelados de forma integrada e até mesmo simultânea.
A execução de uma obra de construção ou reforma requer um certo grau de
organização no planejamento para que sejam minimizados os erros que podem vir a
ocorrer no decorrer da execução da obra. Alguns dos principais benefícios oferecidos
pelo BIM, é justamente o aumento da precisão dos projetos e do planejamento com
uma visão integrada e abrangente da construção, a viabilização dos processos de
identificação e especificação, dos tipos de serviços a executar, dos materiais e
equipamentos a incorporar à obra, extraindo automaticamente estas informações, e a
interação e comunicação entre todos os projetos envolvidos no processo (CBIC,
2016).

Problema

Tendo em vista que o processo de elaboração de projetos com o auxílio de


softwares CAD gera muitas interferências, com consequências financeiras, se não
forem compatibilizados minuciosamente através da sobreposição de projetos, o
desenvolvimento desses projetos em softwares do conceito BIM pode agilizar o
processo de compatibilização, diminuindo o número de interferências?

Justificativa

Um dos grandes entraves na área de construção civil é a falta de


compatibilização ou compatibilização ineficiente entre os diversos projetos que são
necessários para desenvolvimento de um empreendimento, gerando sérios
problemas de retrabalho que acarretam aumento dos custos e prazos.
Por isso, o estudo de caso realizado neste trabalho busca apresentar a
quantidade de interferências que podem ocorrer em projetos desenvolvidos do modo
tradicional em software que não leva em consideração a interação entre projetos, e
propor a utilização de ferramentas modernas e mais eficientes. Mostrando os
benefícios em adotar o BIM nos escritórios de engenharia em todas as etapas de

8
projeto, melhorando assim a qualidade deste e das informações que devem chegar
as etapas de orçamento e execução da obra.

Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

Quantificar as interferências entre os projetos arquitetônico, estrutural, hidráulico


e sanitário, elaborados em CAD com a utilização de software do conceito BIM.

1.3.2 Objetivos específicos

 Pesquisar o processo de compatibilização com o conceito BIM;


 Desenvolver o modelo arquitetônico, estrutural e de instalações hidráulicas
de uma residência unifamiliar com o conceito BIM;
 Verificar as interferências entre os modelos sempre em pares;
 Analisar o relatório de interferências gerado pelo Navisworks;
 Discutir os resultados obtidos no relatório de interferências do Navisworks.

9
2. REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO

Projeto

De acordo com a NBR 5670 (1997) projeto é a definição qualitativa e quantitativa


dos atributos técnicos, econômicos e financeiros de um serviço de engenharia e
arquitetura, com base em dados, elementos, informações, estudos, discriminações
técnicas, cálculos, desenhos, normas, projeções e disposições especiais.
O conselho superior do instituto de arquitetos do brasil dispõe na Resolução
COSU N°7/151 (2017) que o projeto de arquitetura é o conjunto de informações
técnicas necessárias e suficientes para a correta interpretação da obra a ser edificada,
expresso através de desenhos, textos, memoriais descritivos, especificações técnicas,
tabelas e/ou modelos tridimensionais e outros elementos que contribuam com essa
finalidade.
Considerando um projeto com um todo, define-se então como uma atividade ou
serviço integrante do processo de construção, responsável pelo desenvolvimento,
organização, registro e transmissão das características físicas e tecnológicas
especificadas para uma obra, a serem consideradas na fase de execução
(MELHADO, 1994). Esses conceitos reforçam a importância de um projeto bem
elaborado, e como a execução de um empreendimento é cercada de diversas
informações.

Figura 1 - Relação entre o ciclo de vida do projeto e o nível de influência dos projetistas.

Fonte: (ZOLFAGHARIAN et al., 2012).

10
Durante o andamento do projeto, a influência do projetista diminui, enquanto o
efeito do custo aumenta (figura 1). Assim, o ideal é que nos estágios iniciais do projeto
haja uma maior comunicação e troca das informações, integrando conhecimento e
experiência dos gerentes de construção e projetistas, eliminando o redesenho e
retrabalho em canteiros de obras (ZOLFAGHARIAN et al., 2012).
No gráfico apresentado na figura 2 demonstra que se houver um maior
investimento na fase inicial, para permitir um maior desenvolvimento do projeto pode
levar a redução dos custos totais de uma obra (MELHADO, 1994).

Figura 2 - Gráfico entre tempo de projeto e custo mensal do empreendimento.

Fonte: (BARROS; MELHADO, 1993 apud MELHADO, 1994).

Junto com preocupação na redução dos custos finais, atualmente no setor da


construção civil existe uma grande necessidade de aperfeiçoar a elaboração dos
projetos de edificações para interagir com a execução no sentido de otimizar e agregar
valor ao empreendimento como produto final (SOUZA, 1995).
Na contratação e coordenação racional de um projeto deve-se levar em
consideração a necessidade de integração das equipes, dos conhecimentos e
experiências, além de uma otimização cada vez maior dos projetos para garantir um
melhor planejamento e controle das obras (CAMBIAHI & AMA, 2006). Assim, o
gerenciamento e planejamento de um projeto como um todo está diretamente
relacionado com a compatibilização e integração dos diversos projetos constituintes
elaborados por diferentes profissionais da área de engenharia e arquitetura.

11
Compatibilização de projetos

Segundo Graziano (2003), a compatibilidade é conceituada como características


do projeto cujos componentes dos sistemas ocupam espaços harmoniosamente e que
não conflitam entre si e, também, que possui informações compartilhadas com
consistência e confiabilidade até o final do processo de projeto e obra.
Mikaldo Jr e Scheer (2008), completam que compatibilização é uma forma de
comunicação dos diversos tipos de projetos da obra, tendo como objetivo detectar as
interferências que possam ocorrer na execução. Seu propósito é de ajustar os projetos
eliminando as interferências entre os elementos construtivos, para diminuir o
retrabalho, tempo e desperdício de material.
Sendo assim a compatibilização transforma-se em uma ferramenta fundamental
para a melhoria da qualidade do projeto pela eliminação das não conformidades
apresentadas pelos mesmos (TAVARES JUNIOR, 2001).
De acordo com Rodriguez e Heineck (2001), é indispensável que ocorra a
compatibilização em todas as etapas do projeto: iniciando na fase estudos
preliminares, mediante a análise de soluções propostas e sucede na fase do
anteprojeto, encerrando com a compatilbilidade final na fase de projetos legais e
projetos executivos, integrando as soluções e especificações dos diversos projetos,
conforme mostrado na figura 3.

Figura 3 - Aspecto de compatibilização de projetos.

COMPATIBILIZAÇÃO

COMPATIBILIZAR INTEGRAR
AVALIAR Compatibilização nas fases
Avaliação das soluções Integração dos projetos,
de estudos preliminar,
propostas das soluções e das
anteprojeto e projeto
especificações técnicas.
executivo

Fonte: Adaptado de ROGRIGUEZ & HEINECK (2001).

12
Logo, a compatibilização surge como a ferramenta extremamente vantajosa e,
encarregada por descobrir os problemas antes do início da execução da obra, nos
estudos preliminares. Permite então, analisar as soluções propostas, ainda na fase de
projeto, prevenindo retrabalhos por inconsistência de projetos, assegurando o
cumprimento de prazos e custo.
Para constatar a compatibilidade entre os projetos de diversas áreas, antes
empregava-se o uso da técnica de sobreposição, sendo uma das práticas mais
antigas e usuais para identificação de não conformidades.
Segundo Bellan (2009), na sobreposição de projetos posiciona um desenho
sobre o outro, em seguida é realizada a averiguação, quadrante por quadrante, de
prováveis interferências nos projetos. Estas assim que detectadas são corrigidas. Esta
técnica pode ser realizada através de desenhos feitos em papel ou em arquivo
eletrônico. Usa-se o checklist como base, para que nenhuma falha escape, sendo
possível basear-se em listas anteriores, reduzindo o risco de passar alguma
interferência.
A ferramenta de sobreposição de desenhos no conceito 2D é ultrapassado, uma
vez que disponibiliza uma série de limitações ao processo, tal como problemas de
visão espacial restrita, transformando-se uma possível fonte de erros de
construtibilidade, especificação e compatibilização (FERREIRA & SANTOS, 2007).
Contudo, existe no mercado softwares que possibilitam a integração de modelos
em três dimensões (3D), permitindo a identificação de interferências físicas de forma
mais clara. Existe uma grande expectativa neste nicho do mercado de projetos, que
aposta na conexão natural dos diferentes sistemas presentes em um empreendimento
(BORGES, 2019).
A criação do conceito BIM é um grande avanço na resolução de múltiplos
problemas na construção civil, pois permite a interação de vários projetos, avaliando
tridimensionalmente e organizando-os, fazendo com que os elementos estejam
harmonicamente no mesmo espaço. Esse é um grande diferencial em relação a
plataforma CAD, que desenvolve apenas uma representação em linhas do desenho.

13
O que é BIM?

A sigla BIM é a abreviação do Building Information Modeling que traduzido


significa Modelagem da Informação da Construção, mas este termo tem várias
interpretações e definições. Uma definição comumente utilizada é que o BIM é um
processo no qual diferentes profissionais das mais variadas áreas da construção
trabalham em conjunto em todo o ciclo de vida do empreendimento, trocando
informações com eficiência (dados e geometria) e colaboram para fornecer um
processo de construção mais eficiente (por exemplo, menos erros, construção mais
rápida), edifícios mais eficientes que produzem menos resíduos e com menor custo
de produção, mais fáceis de operar. Com essa visão, a chave não é a modelagem
tridimensional em si, mas as informações desenvolvidas, gerenciadas e
compartilhadas, em apoio a uma melhor colaboração (EASTMAN et al., 2011).
Apesar ser um conceito relativamente novo no Brasil, em outros países o BIM já
é amplamente utilizado em vários segmentos da construção civil. Segundo Quirk
(2012) um dos pontos de partida do BIM foi a criação do banco de dados da
construção em um experimento chamado de Building Description System (BDS)
idealizado por Charles Eastman em 1974, foi o primeiro software a descrever
elementos de bibliotecas individuais que podem ser recuperados e adicionados a um
modelo. Este programa usava uma interface gráfica do usuário, visualizações
ortográficas e em perspectiva e um banco de dados classificável que permite ao
usuário recuperar informações categoricamente por atributos, incluindo tipo de
material e fornecedor.
O BIM já é uma ferramenta de projetos da construção civil mais utilizada em
diversos países da Europa, Ásia e Américas. Nos Estados Unidos, apesar da sua
criação ter sido por volta da década de 1970, a implementação e utilização se
iniciaram por volta da década de 1990, em 1992 foi estabelecido o Facility Information
Council (FIC) com a missão de melhorar o desempenho das instalações ao longo de
todo o seu ciclo de vida, promovendo padrões comuns e abertos e um modelo
integrado de informações sobre o ciclo de vida para a arquitetura, engenharia,
construção, operações e proprietários. Em 2005 o FIC começou a desenvolver o
National BIM Standard, padrão BIM nacional, para melhorar a interoperabilidade dos
projetos (NIBS, 2018).

14
No Reino Unido a utilização do BIM é obrigatório em todas as obras públicas,
sendo um dos países mais avançados na utilização e padronização do processo. De
acordo com o relatório do Governo do Reino Unido, o programa BIM tem contribuído
para a economia recorde de 2,2 bilhões de libras entre 2013 e 2015. Atingindo a meta
da Estratégia de Construção do Governo de 2011 de economizar 25% sobre o custo
dos projetos de capital do setor público, o BIM é reconhecido como uma ferramenta
importante para ajudar a indústria da construção a continuar a reduzir os custos e a
aumentar a rentabilidade (BSI, 2018).
No Brasil o BIM ainda é pouco difundido, exemplo disso é a falta de normas e
regulamentação ao uso deste processo. Alguns dos poucos documentos que norteiam
são: o Caderno de apresentação de projetos BIM elaborado pelo Secretaria do
Planejamento do Governo Estadual de Santa Catarina; Guia da AsBEA (Associação
Brasileira dos Escritório de Arquitetura) - Estruturação do escritório de projeto para a
implantação do BIM; e a Coletânea de Implementação do BIM para Construtoras e
Incorporados da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção).

Benefícios do BIM

A figura 4 ilustra a integração otimizada da Modelagem da Informação da


Construção de todas as fases do projeto em um único modelo digital com base de
dados própria com duas definições, funções e performances funcionando de maneira
integrada e colaborativa desde o estudo preliminar, projeto, análises, geração de
documentação, planejamento, manutenção até a demolição do empreendimento.

15
Figura 4 - BIM e o ciclo de vida de uma edificação

Fonte: Lloyd's Register (2018).

A tecnologia BIM pode suportar e melhorar muitas práticas de negócios da


indústria da construção civil e trazer benefícios a todos os envolvidos na construção
(RADÜNS & PRAVIA, 2013), como:
 Aumento da qualidade do projeto por meio de ciclos de análise eficazes;
 Planejamento otimizado;
 Redução do custo da construção;
 Redução no tempo de projeto e do tempo gasto na elaboração de
estimativas de custo;
 Previsão e correção de interferências de maneira interativa;
 Diminuição dos erros na execução;
 Redução dos desperdícios;
 Transparência no uso dos recursos públicos;
 Redução do retrabalho.

A prática atual com a ferramenta CAD 2D traz algumas ineficiências como


prazos, falta de continuidade na cadeia de suprimentos, processamento, retrabalho,
confiabilidade de dados e previsibilidade de planos, falta de gerenciamento de projeto
e comunicação. Segundo Melo (2014) a empresa que não possui a metodologia BIM,
apresenta maiores problemas de compatibilização, e imprevistos em obra, que

16
demandam tempo e custos, ou ainda, que podem paralisar a execução do
empreendimento, gerando assim retrabalhos e consequentemente menos lucro.

Revit

O Revit é um software da Autodesk baseado na Modelagem de Informação da


Construção, da mesma empresa proprietária do outro software popular, o AutoCAD.
Existem outros softwares no mercado que são baseados no conceito BIM mas o Revit
é o mais utilizado por vários membros da indústria da construção (arquitetos,
engenheiros, empreiteiros, etc.) para projetar e documentar um empreendimento. A
Autodesk disponibiliza para estudantes e professores uma licença gratuita por um
período de três anos com todas as funcionalidades a disposição para que realizem
estudos e trabalhos acadêmicos.
É uma plataforma de projeto e documentação que suporta projetos, desenhos e
tabelas necessários para a Modelagem de Informação da Construção oferecendo
informações sobre projeto, o escopo, as quantidades e as fases do projeto quando
forem necessárias. O processo de modelagem paramétrica utilizado pelo Revit refere-
se à relação entre todos os elementos em um projeto que permite a coordenação e o
gerenciamento de alterações. Estas relações são criadas tanto automaticamente pelo
software quanto por quem está projetando, determinando imediatamente o que foi
afetado pelas alterações e refletindo estas alterações para quaisquer elementos
afetados (AUTODESK, 2019).

Figura 5 - Área de trabalho do Revit.

Fonte: Dados da pesquisa (2019)


17
Um exemplo da relação entre os elementos é que se uma porta que já tenha sido
hospedada em uma parede for movida ou tiver as suas dimensões modificadas
afetaram as informações tanto referente a porta quanto ao seu hospedeiro. Todas as
alterações feitas nos elementos do projeto também afetam simultaneamente as
tabelas, quantidades e levantamento de material que são utilizadas para quantificar e
analisar os componentes e os materiais utilizados no projeto. Uma tabela é uma outra
vista do modelo (AUTODESK, 2019).

Navisworks

O software de análise de projetos software Autodesk® Navisworks permite que


profissionais de AEC analisem de forma completa com os interessados os modelos e
os dados integrados durante a pré construção para controlar melhor os resultados do
projeto (AUTODESK, 2019).
O Navisworks pode combinar vários modelos, incluindo a arquitetura, a estrutura
e os modelos MEP (hidrossanitário, elétrico, Proteção contra incêndios e AVAC) que
foram exportados de seus respectivos aplicativos BIM. O Navisworks é equipado com
uma poderosa tecnologia de compactação que permite que eles sejam facilmente
revisados como um projeto inteiro, independentemente do tamanho ou formato do
arquivo. As opções de detecção de colisão são eficientes e de fácil compreensão e
oferecem a capacidade de coordenar o projeto antes da construção, reduzindo
pedidos de mudança, erros de construção, reduzindo o desperdício e mantendo os
custos sob controle (VILLANUEVA-MEYER, 2010).
O Navisworks oferece análise de projeto para coordenação 3D e uma simulação
de construção 4D em seus produtos Navisworks Simulate e o Navisworks Manage
com a diferença que esta última versão é a única que detecta os conflitos, verifica
interferência e gerencia-os (AUTODESK, 2019). Este software ainda possui uma
versão gratuita, o Navisworks Freedom que pode ser feito o download no site oficial
da empresa, esta versão é um visualizador dos projetos desenvolvidos em CAD, Revit
ou outros aplicativos com modelos criados com outras ferramentas.

18
3. METODOLOGIA

Materiais e métodos

Para elaboração deste estudo de caso, foi feita a modelagem 3D no software


Autodesk® Revit dos projetos 2D concedidos pelo proprietário do imóvel em arquivos
com extensão DWG do software Autodesk® AutoCAD, sendo estes projetos:
arquitetônico, estrutural, hidráulico e sanitário referentes a uma residência unifamiliar
com dois pavimentos e uma área total de 284,98 m² (ANEXOS). A análise e
quantificação das interferências foram realizadas por meio do software Autodesk®
Navisworks. Por se tratar de uma aplicação específica de colaboração e análise de
projetos, apresenta mais recursos para detecção de incompatibilidades. Todos os
softwares utilizados neste estudo foram da versão educacional disponibilizados pela
Autodesk gratuitamente no site da empresa com período de utilização de três anos.

Procedimento analítico

O modelo 3D parametrizado do projeto foi desenvolvido no software Autodesk®


Revit com auxílio de um template previamente configurado e com todas as famílias
carregadas para modelagem dos projetos em questão. Para desenvolvimento do
modelo utilizou-se da opção de vínculo de CAD que o REVIT possui, onde consegue-
se conectar o arquivo do AUTOCAD contendo o projeto que se quer modelar e através
da seleção das linhas lançar os componentes 3D como paredes, pisos, pilares, vigas
e tubulações no local exato do projeto 2D.
Adotou-se uma sequência de modelagem, começando pela planta de locação no
nível de fundação criado de acordo com a cota de projeto, logo após alinhando as
plantas arquitetônicas e de fôrma dos pavimentos térreo, superior e cobertura. Os
projetos foram separados em vistas como mostra a figura 6, cada vista com seu
respectivo arquivo vinculado e componentes referentes. A partir das vistas
organizadas foram modelados na seguinte ordem: projeto estrutural, arquitetônico,
hidráulico e sanitário.

19
Figura 6 - Navegador de Projeto com as vistas de cada projeto.

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

3.2.1 Projeto Estrutural

Para modelagem do projeto estrutural foram utilizadas as famílias que são


instaladas com o software, como as famílias de pilares retangulares, vigas
retangulares e sapatas cônicas distribuídas, sendo apenas necessário a criação da
família de sapatas cônicas de divisa.

20
Figura 7 – Perspectiva 3D modelo estrutural.

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

3.2.2 Projeto Arquitetônico

No arquitetônico as paredes foram criadas sem a preocupação de configuração


das camadas da parede com os respectivos materiais (Bloco cerâmico, chapisco,
reboco, massa e pintura). As configurações ocorreram apenas nas espessuras de
acordo com o projeto 2D, assim como na criação dos pisos, apenas observando as
cotas de projeto.
Para o lançamento de portas e janelas, foram feitas pesquisas na internet de
famílias que se aproximassem das especificadas em projeto e quando estas não
estavam com as dimensões do projeto, houve o cuidado de parametrizar as
dimensões de altura e largura para facilitar a colocação no modelo caso um mesmo
componente tivesse variação de dimensões em projeto.

21
Figura 8 – Perspectiva 3D modelo Arquitetônico.

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

3.2.3 Projeto Hidrossanitário

Na modelagem do projeto hidráulico, que contempla o sistema de água fria e


sanitário o sistema de esgoto e drenagem pluvial, as famílias de tubulação, conexões
e acessórios de tubulação (ralos, caixa sifonada, registros e caixas d’agua) foram
carregadas no modelo a partir de um template específico disponibilizado por um
fabricante desses equipamentos em seu site. Assim como as famílias de pias,
torneiras, chuveiros e bacias sanitárias, faziam parte de uma biblioteca disponibilizada
pelo fabricante em seu site.
Apesar do Revit possuir a opção de visualização realista do modelo com os
materiais aplicados aos componentes, para melhor definição de cada sistema, neste
projeto foram criados filtros com diferentes cores para os sistemas hidráulico,
sanitário, ventilação e águas pluviais facilitando assim a identificação em planta e
vistas isométricas.
Os equipamentos específicos de projeto como as caixas de inspeção, caixa de
gordura, caixa de areia tiveram que ser modelados. Já as famílias de tanque séptico
e sumidouro foram encontrados na internet em sites que disponibilizam bibliotecas
BIM online.

22
Para as tubulações de esgoto o lançamento foi feito de acordo com as
inclinações indicadas no projeto partindo dos equipamentos hidráulicos até as caixas
de inspeção e caixas de gordura.

Figura 9 – Perspectiva 3D modelo hidrossanitário.

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

3.2.4 Analise de interferências

Com o modelo pronto e todos os projetos ativos em uma vista 3D, esta foi
exportada para o Navisworks pela opção ferramentas externas na aba suplementos.
Já no aplicativo de análise de projetos foram quantificadas e analisadas as
interferências por meio da ferramenta clash detection. Os componentes dos projetos
aparecem devidamente categorizados (Figura 4). Para que a análise fosse realizada
em pares de projetos, foram selecionados os componentes de acordo com sua
categoria, por exemplo, arquitetônico versus estrutural, arquitetônico versus
hidrossanitário, estrutural versus hidrossanitário e no decorrer da modelagem foram
observadas interferências entre tubulações, fazendo necessário a verificação
hidrossanitário x hidrossanitário.
Na seleção dos elementos para rodar o teste de interferência foram considerados
aqueles que pudessem levar a grandes modificações e/ou prejuízos na hora da
execução. Para o arquitetônico foram selecionadas paredes, portas, janelas, paredes
23
cortina (que neste projeto foram criadas para representar as esquadrias de alumínio
e vidro) e telhados. Para o estrutural foram considerados as sapatas (fundações
estruturais), pilares, vigas (quadro estrutural), escada e as lajes. Já para o
hidrossanitário foram selecionados os elementos de acessórios de tubo, conexões de
tubo, e tubulação (agua fria, esgoto, ventilação e aguas pluviais).
A análise de interferências do Navisworks é muito mais completa que a nativa
do Revit, permitindo a configuração de algumas regras de checagem para maior
confiabilidade nos testes. Neste estudo apenas foi configurado a tolerância de um
centímetro entre os elementos e o tipo de incompatibilidade Hard que detecta as
intersecções reais entre as geometrias (Figura 10).

Figura10 - Quadro de Seleção e configuração do teste de interferência.

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

Após a criação, os testes foram rodados e os relatórios gerados em arquivos


HTML (Tabular) que mostram quais elementos estão colidindo e informações pré-
selecionadas que ajudem a identificar a interferência (ANEXOS). Foram verificadas e
apenas contabilizadas as incompatibilidades relevantes ao estudo. Por exemplo,
algumas interferências entre paredes e vigas que o software contabiliza podem não
ser consideradas prejudiciais, por isso as interferências geradas no relatório tiveram
que ser verificadas uma a uma.

24
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir do objeto do presente estudo após testes criados de acordo com a


relevância na execução do empreendimento, foram levantadas as interferências e
falhas de projeto que estão quantificados na figura 11. As interferências tiveram que
ser analisadas caso a caso. Como pode ser observado na figura 11 existem três
quadros no painel do calsh detective, na ordem de cima para baixo, o primeiro lista os
testes escolhidos e os resultados com a quantidade de incompatibilidades
encontradas, no segundo quadro são itemizados as interferências com características
de cada uma de acordo o teste selecionado. Já no terceiro mostram quais os
componentes de cada disciplina comparada estão se chocando e quais as cores estão
destacadas na janela.

Figura 11 - Painel dos testes da ferramenta clash detective do Navisworks.

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

25
Projeto arquitetônico versus projeto estrutural

O primeiro teste rodado foi entre as disciplinas de arquitetura e estrutura, onde


foram encontrados o total de 153 interferências, cada uma delas analisada
separadamente, a maior parte foi contabilizada como interferência devido a falha de
modelagem onde as paredes não foram unidas as vigas, pilares e lajes, na
modelagem, estes elementos deveriam ficar embutidos nas camadas internas das
paredes. Este processo de união pode simular a realidade, onde na execução só
passam pelas vigas e pilares as camadas de reboco, massa e pintura. Deste modo,
ao final da modelagem dos projetos o quantitativo gerado poderá ser mais exato e
com maior confiabilidade.
Um estudo de caso realizado com um projeto residencial unifamiliar com dois
pavimentos e área total de 266,77m² e análise de interferências no Navisworks
encontrou 356 incompatibilidades no teste “Arquitetônico vs Estrutural” em grande
maioria os conflitos de paredes com vigas, pilares e lajes podem ser evitados ao
modelar os elementos, corroborando com os resultados encontrados neste estudo
(BORTOLOTTO, 2014).
Na modelagem do pavimento tipo de um empreendimento residencial com
relativo grau de complexidade, que possuía 2 pavimentos com 4 apartamentos tipos
por andar, além de 2 apartamentos duplex, totalizando 10 apartamentos, Goes (2011)
analisando os elementos viga versus esquadrias apenas com o modelo BIM com a
ferramenta do de verificação do Revit encontrou 17 interferências, apesar que, como
o projeto apresentava soluções simétricas o software contabilizou algumas
interferências uma única vez. Por isso a utilização do Navisworks é a mais indicada,
este software considera os elementos de cada disciplina separados, sendo possível
ainda a especificação da tolerância dessa incoerência geométrica.

26
Figura 12 - Detalhe de Viga sobrepondo uma porta

Viga
Esquadria

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

As interferências que pudessem interferir na execução da obra foram


encontradas apenas três, das quais duas foram entre vigas e esquadrias e uma entre
pilar e esquadria. Na incoerência geométrica mostrada na figura 12, a sugestão de
solução seria o redimensionamento da altura da esquadria, visto que a viga em
questão é a de sustentação do patamar da escada. As outras duas poderiam ser
resolvidas com o deslocamento da esquadria, na figura 13.a, a porta poderia ser
deslocada para o lado e na figura 13.b, a janela poderia ter a dimensão de altura ou a
altura de peitoril redefinida.

Figura 13 - Detalhe de esquadrias sobrepondo a estrutura. a) Porta sobrepondo Pilar. b)


Janela Sobrepondo Viga.

Viga
Esquadria

a) b)

Fonte: Dados da pesquisa (2019)


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Projeto arquitetônico versus projeto hidrossanitário

O segundo teste realizado foi entre as disciplinas de arquitetura e hidrossanitário,


no qual foram encontradas 140 interferências, todas analisadas uma a uma para
verificar a importância destas na execução da obra. Sendo a maioria incoerência
geométrica entre paredes e tubulações ou conexões (Figura 14). Estas interferências
são foram consideradas de grande impacto na obra, devido ao sistema construtivo
brasileiro já considerar a execução de rasgos em alvenaria para passagem de
tubulações. Bortolotto (2014) encontrou 93 incompatibilidades em teste similar
realizado, também afirma que tubulações perfurando parede não causam grandes
complicações.

Figura 14 - Detalhe de arquitetura sobrepondo a tubulação, a) tubulação atravessando


a parede, b) conexão sobrepondo a parede.

Tubulação
Parede

a) b)

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

Após análise de todas as interferências presentes no relatório deste teste foi


encontrada apenas uma incompatibilidade entre os elementos, uma tubulação de
água fria que alimenta o banheiro da suíte do térreo e o lavabo traspassando uma
esquadria (janela). Essa interferência poderia ter sido facilmente solucionada se
houvesse a interoperabilidade entre os projetos, e o profissional reposicionaria a
prumada de agua fria para o lado, visto que do outro lado passa um pilar o que
ocasionaria uma incoerência mais grave (Figura 15).

28
Figura 15 - Detalhe de Tubulação atravessando janela.

Tubulação
Janela
Pilar

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

Em um estudo a partir de projetos modelos existentes de uma residência


multifamiliar com 02 pavimentos elaborados em Revit, também foram feitos teste de
compatibilidade entre as disciplinas deste tópico, e a interferência grave identificada
entre elementos do projeto arquitetônico e do projeto hidrossanitário foi uma tubulação
de água fria passando por dentro de uma esquadria (janela), e os dados da pesquisas
afirmaram que isto aconteceu devido a uma falha de comunicação entre os
profissionais e também pela falta de visão bidirecional dos elementos (MARSICO, et.
al., 2017).
Alguns problemas que não representam interferências geométricas, mas sim de
cunho estético foram observados durante a modelagem (Figura 16). Como essas
colunas de tubulações estão aparentes será necessário revesti-las criando assim
saliências na arquitetura que pode não ter sido prevista pelo profissional.

29
Figura 16 - Vistas isométricas de prumadas aparentes.

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

Projeto estrutural versus projeto hidrossanitário

A comparação das disciplinas de estrutura e hidráulica, que compreende os


projetos de água fria, esgoto e águas pluviais, foi o terceiro teste a ser executado e
encontradas 144 intersecções geométricas entre os elementos, foram analisadas uma
a uma e todas consideradas pois poderiam interferir na execução do empreendimento.
Aires & Pires (2018) após a modelagem de uma residência unifamiliar com área
total de 200,76 m² também dividida em dois pavimentos encontraram um total de 2304
interferências nos testes realizados entre as disciplinas de estrutura, hidrossanitária e
elétrica, mas após verificação dos resultados uma a um, encontraram 293 que
pudessem interferir na execução do projeto, sendo 93 destas relacionadas as
disciplinas de estrutura e hidrossanitária.
As interferências entre a tubulação e as lajes que nesse teste foram incluídas
como parte do projeto estrutural, os pisos do térreo não foram considerados, somaram
um total de 53 intersecções. As tubulações atravessaram as lajes tanto
longitudinalmente como perpendicularmente, podendo ser observado na figura 17, isto
pode ter ocorrido devido à falta de informações no projeto hidrossanitário, como no
caso da intersecção longitudinal, que não havia informações de cota da tubulação.
Estes problemas poderiam ser evitados na obra com um maior detalhamento de cotas
de tubulações ou vistas isométricas e cortes precisos, já nas intersecções

30
perpendiculares o profissional deveria ter visto a possibilidade de criação de shafts
para passagem das tubulações.

Figura 17 - Detalhe de tubulações transpassando lajes. a) perpendicularmente b)


longitudinalmente

Tubulação
Laje

a) b)
Fonte: Dados da pesquisa (2019)

As interferências entre a tubulação e pilares foram contabilizadas em um total de


16, sendo consideradas incompatibilidades graves que interferem na obra gerando
atrasos e aumento dos custos. No sistema construtivo brasileiro é comum que a
primeira etapa a ser feita é a estrutura e a alvenaria, só após destas prontas que se
faz o lançamento das tubulações. Assim, se os projetos não passaram por
compatibilização e pela troca de informações entre os profissionais envolvidos no
empreendimento, problemas como o demonstrado na figura 18 serão frequentes.

Figura 18 - Detalhe de tubulações transpassando pilar da fundação

Tubulação
Pilar

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

31
Praticamente metade das intersecções das tubulações com pilares, foram
tubulação de aguas pluviais ou de esgoto com diâmetros variando entre 75 e 100mm
e pilares vindos da fundação (Figura 18). Estas poderiam ser revolvidas verificando a
possibilidade da mudança de posicionamento das linhas de tubulação, segundo
Mesquita et al. (2018) este tipo de interferência não é previsto em norma e a forma de
solucioná-lo seria alterar o trajeto da tubulação, ou seja, adicionar mais conexões para
desviar dos pilares, o que, possivelmente, diminuiria a pressão da água na tubulação
e aumentaria o gasto de materiais. Assim, Pittigliani (2018) conclui que a utilização do
BIM para a compatibilização tem um impacto significativo no orçamento, uma vez que
se o projeto é compatibilizado em um ambiente bidimensional, é muito mais propenso
a erros, indefinições e consequentemente, a um aumento maior nos custos. Caso não
se compatibilize um projeto através da plataforma BIM, quanto mais tarde se percebe
uma interferência em obra, mais onerosa é sua solução.
Durante a análise minuciosa das interferências entre as disciplinas deste tópico,
foi verificada uma interferência que não foi computada pelo teste e que observada
durante a modelagem dos projetos, como está demonstrada na figura 19 a tubulação
de agua fria do chuveiro foi projetada embutida dentro de um pilar, é possível que o
software não tenha encontrado pois este considera as faces do elemento e o seu
interior vazio, assim o tubo de 25mm não efetua intersecção com o pilar,
demonstrando um problema que pode causar transtornos na obra para embutir essa
tubulação em um pilar concretado.

32
Figura 19 - Detalhe da tubulação de agua fria dentro do pilar

Tubulação
Pilar

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

Neste teste foram considerados como estrutura as sapatas, lajes, escadas,


pilares e vigas, não foram encontradas nenhuma incompatibilidade entre os elementos
de tubulações e escadas. Por último, foram observadas 75 intersecções geométricas
entre as vigas e tubulações ou conexões de tubo, assim como no caso dos pilares,
todas foram consideradas incompatibilidades graves que interferem na obra gerando
retrabalhos e consequentemente atrasos e aumento dos custos.
Houve uma certa dificuldade na modelagem do projeto sanitário, visto que para
o desenvolvimento do projeto em 2D não há a preocupação das cotas que a tubulação
terá com as inclinações necessárias e o software utilizado se aproxima da construção
real, por isso algumas conexões (joelhos, curvas, junções e tês) não se conectavam
automaticamente devido a problemas com as inclinações, sendo necessários alguns
ajustes de cotas para que se mantivessem as especificações de projeto.
Na figura 20 está destacado um caso recorrente nas obras, uma tubulação
traspassando quatro vigas baldrame na parte horizontal (perpendicular a espessura)
da viga, é muito comum no processo construtivo antes da concretagem dessas peças
faz se o lançamento dessas tubulações, não havendo problemas de retrabalho, mas
sem a devida comunicação entre os projetistas a locação de vários tubos em uma
mesma viga pode tornar a seção projetada desta peça insuficiente para as cargas de
solicitação.

33
Figura 20 - Detalhe de Tubulação de 75mm de aguas pluviais transpassando uma viga
baldrame

Tubulação
Vigas Baldrames

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

Apesar de ser muito comum em obra este tipo de situação, esses furos feitos na
direção da largura da viga deverão ter uma distância à face mais próxima de no
mínimo 5cm e duas vezes o cobrimento previsto para a face, e para que esses furos
dispensem verificação deverão ter as seguintes condições: furos em zona de tração e
a uma distância da face do apoio de no mínimo 2 h, onde h é a altura da viga;
dimensão do furo de no máximo 12 cm e h/; distância entre faces de furos, em um
mesmo tramo, de no mínimo 2 h (NBR 6118, 2014).
Outra incompatibilidade comum encontrada em obras são as passagens da
tubulação pelas vigas da superestrutura, neste estudo também foram encontradas
passagens na vertical (perpendicular à altura). No presente teste foram observadas
apenas passagens de tubulação na vertical como pode ser observado na figura 21.
Quando não se trabalha com shafts a solução é passar os tubos pelas vigas, isso
acontece sempre, porem tudo deve ter um dimensionamento. Com a modelagem
virtual tridimensional, pode-se buscar corrigir erros que, caso passassem
despercebidos e fossem levados ao canteiro, poderiam atrasar o fluxo de trabalho ou
ainda serem corrigidos de maneira não-otimizada, gerando assim um possível
desperdício de material e mão-de-obra (FLORES, 2017).

34
Figura 21 - Passagem vertical de tubulação pela Viga

Tubulação
Viga

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

De acordo com a NBR 6118 (2014) o efeito de furos e aberturas em elementos


estruturais na resistência e na deformação deve ser verificado e não podem ser
ultrapassados os limites previstos na norma. E para furação no sentido vertical da viga
deve ser respeitada a distância mínima à face mais próxima deve ser no mínimo igual
a 5cm e duas vezes o cobrimento previsto para essa face e deve possuir dimensão
máxima de 1/3 da largura da viga (figura 22). Segundo Giugliani (2013), no caso de
elementos estruturais, vigas e lajes, a seção restante de concreto, descontada a área
do furo, deverá ser verificada quanto a sua capacidade de resistência ao cisalhamento
e à flexão, a partir das solicitações previstas pelo cálculo.

Figura 22 - Dimensão máxima do furo vertical em uma viga.

Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118:2014, p. 178

35
As vigas deste projeto possuem 12 e 14 centímetros de espessura, os furos
possíveis nestas vigas só poderiam ter entre 20mm e 40 mm respectivamente, de
acordo com a primeira regra da norma, e de acordo com a dimensão máxima de 40mm
e 46mm respectivamente. Contudo a maioria das passagens verticais nas vigas são
por tubulações acima de 50mm estando completamente fora de norma, sendo
necessário a revisão dos projetos, tanto para possível reposicionamento de prumadas
ou recalcular estrutura considerando os furos necessários. A redução da seção,
principalmente de vigas e pilares, pode acarretar em diminuição do seu desempenho
estrutural, obrigando que um novo dimensionamento seja feito a fim de aumentar a
seção das estruturas para compensar essa diminuição (BORTOLOTTO, 2014).
Levando em consideração que este tipo de tubulação geralmente é instalado
após concretagem das vigas, essas incompatibilidades poderiam ocasionar
problemas graves de execução, como por exemplo, uma tubulação que o diâmetro é
da dimensão da espessura da viga e que se lançada dessa forma dividirá a viga em
duas partes após corte para passagem do tubo (figura 23).

Figura 23 - Passagem vertical de tubulação de 150mm por uma viga de seção retangular
14x50cm

Tubulação
Viga

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

36
Outras Interferências

No decorrer da modelagem foram observadas outras interferências entre


elementos de mesma disciplina que poderiam causar problemas na execução. Foram
observadas intersecções entre tubulações de agua fria e sanitária, o que demonstra a
falta de compatibilização que deveria ser feita pelo próprio projetista. Também foi
observado uma sobreposição de sapatas.

Figura 24 - Incompatibilidades observadas durante a modelagem, a) intersecção de tubulação


b) sobreposição de sapatas

a) b)

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

37
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A elaboração dos projetos com a adoção de ferramentas modernas e mais


eficientes com os softwares que utilizam o conceito BIM como base, agilizam e
otimizam o processo de compatibilização e análise das interferências pelos
profissionais envolvidos. Este processo se torna mais preciso que os métodos
convencionais de sobreposição de projetos 2D.
Mesmo desenvolvendo o modelo 3D no Software Revit, é difícil perceber todas
as interferências que ocorrem, mesmo que seja um projeto relativamente pequeno,
por isso a utilização da ferramenta de verificação de interferências disponível no
software pode ser de grande auxilio durante a modelagem para que estas possam ser
corrigidas ainda na fase de elaboração. Já a utilização do Navisworks, torna-se
imprescindível tanto durante quanto ao final do projeto, devido a uma maior precisão
com a configuração de regras de análise na ferramenta clash detection.
Os resultados apresentaram-se como esperado para projetos desenvolvidos em
sistema CAD que não foram compatibilizados, totalizando 437 interferências
encontradas entre as disciplinas comparadas. Demonstrando que a maior parte
destas podem ser facilmente resolvidas ainda na fase de projeto com o auxílio
eficiente do BIM, reduzindo o retrabalho na hora da execução, reduzindo custos com
mão de obra e materiais adicionais e evitando um aumento do prazo para conclusão
do empreendimento.
Neste estudo foi possível observar uma falha que pode ocorrer com o uso da
ferramenta clash detection, sugere-se trabalhos futuros que que possam confirmar
essa falha, e ainda uma abordagem comparativa especifica para este tipo de
problema, entre as ferramentas de análises de interferências disponíveis no mercado.

38
REFERÊNCIAS

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41
ANEXOS

42
Planta de Locação

Planta de Forma (Baldrames)

43
Planta de Forma (Laje)

Projeto Arquitetônico - Térreo

44
Projeto Arquitetônico - Superior

Projeto Hidráulico – Térreo

45
Projeto Hidráulico – Superior

Projeto Hidráulico – Reservatório

46
Vistas Isométricas Hidráulica - Térreo

Vistas Isométricas Hidráulica - Superior

47
Projeto Sanitário – Térreo

Projeto Sanitário – Superior

48
Exemplo do relatório de interferências gerado pela ferramenta clash detection do
Navisworks

49

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