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Anais

II Encontro Nacional de Estudos da Imagem 12, 13 e 14 de maio de 2009 • Londrina-PR

IMAGEM SURREALISTA DA PAISAGEM URBANA DE MARINGÁ-PR


FOTOGRAFIA PINTADA DO MONUMENTO AO DESBRAVADOR – “PELADÃO”

SURREALIST IMAGE OF THE URBAN LANDSCAPE OF MARINGÁ-PR: A PAINTED PICTURE OF


THE MONUMENT IN HONOR OF THE REGION EXPLORER NAMED “PELADÃO”

Rosane Carnielli Mukai1


rosane@sisa.eng.br

Resumo: A fotografia pintada da estátua Monumento ao Desbravador da cidade de


Maringá/PR, popularmente chamada “Peladão” faz parte do escopo dessa comunicação.
Em sua dimensão exagerada, mostra distorções em relação à realidade, um dos marcantes
aspectos do surrealismo – palavra criada em Paris, pelo escritor Guillaume Apollinaire em
1917, para descrever dois exemplos de criação artística. O escritor André Breton, o
principal mentor do Surrealismo, apropriou-se da palavra para designar o nome do
Movimento Surrealista. O estudo realizado é de cunho bibliográfico e analítico, ilustrado
por duas imagens construídas através de colagem e das linguagens: fotográfica e pintura
tornando-as híbridas e colocando-as entre os três paradigmas da imagem: pré-fotográfico,
fotográfico e pós-fotográfico, segundo classifica a autora Lúcia Santaella.
Palavras-chave: Fotografia pintada; Memória de Maringá; Surrealismo

Abstract: The painted picture of the monument in honor of the region explorer of Maringá-
Pr, and located in an ancient square of the city popularly known as ‘Peladão Square’, due
to the statue of a naked man as an explorer, is part of the scope of this communication.
The statue shows exaggerating dimension, distortions in relation to reality, what, in fact,
is an outstanding aspect of ‘Surrealism’ – a word created in Paris in 1917, by Guillaume
Apollinaire, to describe two examples of artistic creation. André Breton, the main mentor
of Surrealism, made use of the word ‘Surrealism’ to name the Surrealist Movement. This
paper is a bibliographical and analytical study illustrated by two images constructed by
collages and by two artistic languages – photographic and painting what turn them hybrid:
Lúcia Santaella classifies images among three paradigms: pre-photographic, photographic
and pós-photographic.
Key words: Painted Picture; Memory of Maringá; Surrealism

1. Introdução
A invenção da fotografia no século XIX é um dos maiores e mais extraordinários
feitos humanos e proporcionou a seus semelhantes profundas mudanças no âmbito da
comunicação entre si e também com o mundo, mudando hábitos que eram quase
dogmáticos.
O uso da imagem é muito antigo, o homem se expressa por meio dela desde a arte
rupestre das cavernas no período pré-histórico. Atualmente, a produção de imagens é

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Especialista em Fotografia: Práxis e Discurso Fotográfico e Especialista em História da Arte Moderna e Pós-
moderna pela Universidade Estadual de Londrina 643

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infinita e abundante e a imagem fotográfica, no mundo contemporâneo, é uma das mais


difundidas. Sua distribuição é veloz, sua mensagem sutil e sua produção elaborada com
muito requinte servindo as mais diversas finalidades. Camargo (1999) afirma que desde sua
invenção até meados do Século XX, a fotografia vem se destacando como instrumento para
a criação e registro de imagens, promovendo, ainda, a expressão e não apenas uma
reprodução do visível, como se pretendia no contexto de sua criação.
Neste estudo, será realizada a análise da paisagem urbana de Maringá, cujo objeto
é a fotografia da estátua do Monumento ao Desbravador, popularmente chamado de
“Peladão”. Ela será mostrada através da construção de duas imagens fotográficas que
sofreram manipulação por fotógrafo profissional para receberem a colagem e pintura de
elementos que as tornam imagens híbridas e traduzem os cânones surrealistas. Sua
transformação foi feita por artista plástica que se utilizou de pintura e colagem de
fragmentos de fotografia de jornal da imagem de obra de arte em exposição.
Sobre a manipulação de imagens, Camargo (1999) assevera:

De um modo ou de outro há possibilidades de modificarmos as imagens


obtidas fotograficamente. Com o avanço da tecnologia, e principalmente
da computação, é praticamente impossível mantermos uma atitude
ortodoxa em relação à obtenção e manipulação das imagens. Muitos
recursos ou alterações que levavam horas para serem obtidos dentro de um
laboratório, são realizadas em segundos nos computadores
(CAMARGO.1999, p. 115).

A estátua construída em bronze Monumento ao Desbravador, popularmente


chamada de “Peladão” está instalada na Praça 7 de setembro, localizada no início do
“Maringá Velho” constatamos que essa praça é um marco entre o “Maringá Velho” e o
“Maringá Novo”para onde a cidade se expandia vertiginosamente no início de sua
formação.
As ilustrações das imagens mostradas nesse estudo originalmente são fotografias
manipuladas e posteriormente consideradas híbridas, pela intervenção da técnica de
colagem e pintura que sofrem, as imagens se encontram, segundo Santaella (SANTAELLA
apud SAMAIN, 2005) em três paradigmas da imagem: o pré-fotográfico, fotográfico e o pós-
fotográfico.
As imagens feitas durante o Surrealismo mostram desproporções muito marcantes
em sua composição de colagens em fotografia, pinturas assombrosas, deslocamento para a
arte de objetos comum do dia-a-dia, e outras experimentações.
A estátua é de um homem seminu – tronco, braços, mãos, pernas e pés. O
Surrealismo surgiu no início do Século XX época dos famosos “manifestos” em que surgiram

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movimentos artísticos, denominados de “ismos”: Cubismo, Expressionismo, Futurismo,


Abstracionismo e muitos outros:

O aspecto mais notável da situação artística do início do século XX (ou do


período que se designa por “vanguarda histórica”) reside na tendência dos
seus protagonistas para se organizarem em movimentos e grupos
homogêneos, ou seja, em formações que nascem de convergências
ideológicas muito precisas, baseadas em teorias comuns acerca dos
objectivos da produção artística (SPROCCATTI, 1999, p. 145).

A imagem da estátua do homem desbravador, por ter exageros em relação a um


homem comum apresenta traços surrealistas, principalmente suas desproporções muito
marcantes em relação aos objetos que fazem parte do ambiente da praça, A estátua
apresenta dimensões exageradas na construção de seu corpo – tronco, braços, mãos,
pernas e pés.
Este trabalho apresenta referencial teórico e análise relacionada ao Movimento
Surrealista, através de seus conceitos, em todo seu texto. Nas ilustrações das imagens
fotográficas aparecem colagens de elementos e pintura com tinta especial para aplicação
em fotografia tornando-as dessa forma híbridas.
As imagens originalmente são fotográficas e se encontram, segundo Santaella
(SANTAELLA apud SAMAIN, 2005) em três paradigmas da imagem: o pré-fotográfico,
fotográfico e o pós-fotográfico.
A análise da imagem fotográfica é realizada durante todo o estudo sendo
comparativa aos conceitos de produção imagética do surrealismo, que trabalha o
consciente/inconsciente, através de colagens, pinturas fantásticas e oníricas. Braune
(2000), afirma que “a unicidade consciente/consciente, tão procurada e desejada pelo
Movimento Surrealista, é não somente parte integrante como pedra fundamental, dado
inseparável da linguagem fotográfica” (BRAUNE, 2000, p. 53).

2. Fotografia e surrealismo
2.1. Fotografia
Kossoy (2001), orienta que a imagem fotográfica pode e deve ser utilizada como
fonte histórica. Deve-se, entretanto, ter em mente que o assunto registrado mostra apenas
um fragmento da realidade, um e só um enfoque da realidade passada: um aspecto
determinado.
É fato que a fotografia está inserida na história cultural, como afirma o autor, de
maneira definitiva, se fazendo presente como meio de comunicação e expressão em todas
as atividades humanas. Segundo o autor
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fotografia é memória e com ela se confunde. Fonte inesgotável de


informação e emoção. Memória visual do mundo físico e natural, da vida
individual e social. Registro que cristaliza, enquanto dura, a imagem –
escolhida e refletida – de uma ínfima porção de espaço de mundo exterior.
É também a paralisação súbita do incontestável avanço dos ponteiros do
relógio: é, pois o documento que retém a imagem fugidia de um instante
da vida que flui ininterruptamente. (KOSSOY, 2001, p. 156)

As imagens, segundo Santaella, estão dentro de três paradigmas: o pré-fotográfico,


que tem o seu fazer artesanal, sua produção depende de um suporte, uma superfície que
recebe quase sempre a aplicação de tintas, do artista resultando uma imagem que é
objeto único e sua característica é monádica; o fotográfico, no qual o processo de
produção é diático, sendo a imagem o resultado do registro sobre um suporte químico ou
eletromagnético; pós-fotográfico, em que o processo de produção é triático, ou seja,
resulta do casamento entre o computador e uma tela de vídeo, mediados ambos por uma
série de operações abstratas, modelos, programas e cálculos.
Vive-se um momento histórico em que o mundo passa a ser conhecido visualmente.
De acordo com Kossoy (2001), após as primeiras décadas da invenção da fotografia, com
seu intenso uso, surge a denominada “civilização da imagem”, que começa a se delinear
de fato no momento em que a litografia, ao reproduzir em série as obras produzidas pelos
artistas do princípio do século XIX inaugura o fenômeno do consumo da imagem enquanto
produto estético de interesse artístico e documental.

2.2. Surrealismo
Compreende-se por Surrealismo o movimento nas artes plásticas e na literatura que
se originou na França e floresceu ao longo das décadas de 20 e 30 do século XX. O que o
caracterizou foi a importância que o mesmo conferia ao bizarro, ao incongruente e ao
irracional. Seu principal teórico foi André Breton que, segundo Chilvers (2001), afirmou
que o propósito do movimento era resolver a contradição que existe entre sonho e
realidade, por meio de uma realidade absoluta, uma supra-realidade.
As bases do Surrealismo, conforme salienta Braune (2000), surgiram apoiadas
na

filosofia nietzschiana, no sentido de tirar-nos de tantos Séculos de letargia


social, tentando libertar o homem da alienação oriunda de uma Sociedade
calcada nos preceitos da razão, da ética, da moral e dos cânones religiosos
erigidos sobre as bases da verdade absoluta e da inquestionabilidade dos
dogmas (Braune, 2000. p.25)

O Segundo Manifesto Surrealista de Breton radicaliza as idéias e ideais contra a


sociedade. Braune (2000), assevera que o manifesto pregava que todos os meios devem ser
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considerados aceitáveis para se oporem às idéias de família, pátria e religião,


demonstrando, assim todo o seu poder de revolta contra a letargia, a imobilidade, o
enfado e a solidão impostos por uma civilização que ele considera extremamente
decadente.
O autor, ainda analisando as bases do surrealismo e pensando sobre a imagem
fotográfica, menciona que

a fotografia, da mesma forma, sobretudo por não ter nenhum compromisso


com a grande arte do passado, ao debruçar-se sobre o antioficial,
redimindo e tirando do limbo o kitsch e o promíscuo, pratica a antiarte, e,
assim, se adentra pelo mundo surrealista. Sob essa visão, a fotografia
questiona o que era inquestionável, relativiza o que era absoluto, traz à
tona uma nova visão de mundo, mais despojada e leve, embora crítica,
dinâmica e participativa (BRAUNE. 2000, p. 26).

Sobre o uso da fotografia pelos artistas desse movimento, Braune (2000) faz uma
interessante reflexão quando diz que essa foi seu grande veículo visual “o caminho trilhado
pelos surrealistas para se abstraírem da realidade foi através do automatismo puro, daí o
movimento ter surgido muito mais com um caráter literário do que plástico, e a linguagem
fotográfica ter sido o seu grande veículo visual” (BRAUNE, 2000, p. 30)
O mesmo autor discorre sobre mais experimentações desses artistas no surrealismo.
Afirmando que faz parte de importante manifestação de expressão, a colagem:

Ainda dentro do próprio espaço de representação, a realidade pode ser


subvertida surrealisticamente quando se lança mão de colagens de
quaisquer objetos que venham,de alguma forma, produzir efeitos de
mascaramento total ou parcial na imagem representada, desestruturando o
espaço e, conseqüentemente, quebrando a homogeneidade do olhar, não
apenas por interromper a linearidade e continuidade da leitura, como por
introduzir novas texturas e campos, que alterarão os sentidos e remeterão
o espectador a experimentar novas vivências (BRAUNE, 2000. p.37).

Braune (2000) conclui seu pensamento a produção desse movimento, atribuindo


verdadeiro valor àquilo que realmente foi determinante para os artistas que se utilizavam
colagens/montagens que expressavam a suas irreverências.

Não seria arriscado afirmar que o Surrealismo encontrou as suas maiores


transgressões através das colagens/montagens, exatamente por elas
permitirem uma infinidade de combinações de imagens e elementos dentro
das propostas do movimento. As colagens surrealistas têm seu fundamento
no confronto de imagens díspares, que nos colocam frente a situações
absurdas, paradoxais, violentas, nos remetendo a uma realidade que não
se apresenta qualquer nexo com a realidade cotidiana, liberando o espírito
para um mundo novo, supra-real, caotizado pelos imprevistos choques de
imagens (BRAUNE, 2000. p. 39).

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Os artistas surrealistas faziam intensas transgressões no fluxo de suas


experimentações. Na pintura mostravam estranhos objetos na imagem considerados
oníricos. Muitos trabalhos eram de colagens de recortes de jornais, de experimentações
fotográficas para apresentar o resultado final de suas obras.

3. O Monumento ao Desbravador
A memória das cidades está nos livros, nas habitações, nos prédios, nas fotografias,
nas histórias contadas de um para outro, nos artistas, nos poetas, nos cantores.
O Monumento ao Desbravador é considerado como um dos pontos turísticos de
Maringá. Foi inaugurado em 1972, é uma escultura em bronze, de autoria do artista
plástico Henrique Aragão, que retrata, através de sua nudez e os braços erguidos para o
céu, a simplicidade e a fé do pioneiro, do desbravador que chegou a Maringá trazendo
somente a força do trabalho representada pelas mãos espalmadas.
Ao seu lado há três machados estilizados, com as cores da bandeira do município
que simbolizam o abrir caminhos da cidade da mata virgem.

4. Ilustrações da imagem pintada


A imagem manipulada, ora objeto de estudo, foi pintada e recebeu a colagem com
fragmentos da obra de arte do artista plástico maringaense Paolo Ridolfi, fotografia
divulgada no dia 26 de fevereiro deste ano de 2009 no jornal O Diário do Norte do Paraná.

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Ilustração 1 – imagem surrealista do “Peladão”

Imagem original: fotografia digital colorida


Autor: Laércio Nickel Ferreira Lopes, dentista e fotógrafo amador – Maringá/PR
Manipulação digital, fotógrafa Bruna Maria Moreschi – Maringá/PR
Colagem e pintura, artista plástica Rosane Carnielli Mukai – Maringá/PR
Colagem a partir de fragmentos de jornal* da divulgação da obra de arte do artista plástico
Paolo Ridolfi – Maringá/PR
* Jornal O Diário do Norte do Paraná – Maringá, 26 de fevereiro de 2009.

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Ilustração 2 – imagem surrealista do “Peladão” com roupa do Grêmio

Imagem original: fotografia digital colorida


Autor: fotógrafo João Mário Góes – Maringá/PR (repórter fotográfico da Folha de Londrina)
Manipulação digital, fotógrafa Bruna Maria Moreschi – Maringá/PR
Colagem e pintura, artista plástica Rosane Carnielli Mukai – Maringá/PR
Colagem a partir de fragmentos de jornal* da divulgação da obra de arte do artista plástico
Paolo Ridolfi – Maringá/PR
*Jornal O Diário do Norte do Paraná – Maringá, 26 de fevereiro de 2009.

A análise da imagem pressupõe, principalmente, metodologia específica que se


define, segundo Joly (s/d), em primeiro lugar por seus objetivos. A autora assevera que
uma das funções primordiais da imagem é sua função pedagógica e que não existe um
método absoluto para análise, mas opções a serem feitas ou inventadas em função dos
objetivos. Percebeu-se que para discorrer sobre esse assunto seria necessário apresentar
estudo somente sobre esse tema. Decidiu-se sobre a imagem construída no surrealismo.

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Embora a estátua do “Peladão” não esteja entre os principais pontos turísticos da


cidade, considera-se que ela tem um significado especial para os moradores que
demonstram isso colocando a vestimentas nela, aqui o uniforme do Grêmio, time de futebol
(ilustração 2) das ilustrações. É uma projeção de sentimentos, através da roupagem que
colocam na estátua. Ela passa a simbolizar o desejo de muitos cidadãos que querem dar
visibilidade ao seu time de futebol. A idéia de se vestir a estátua parte de alguns
torcedores, mas quando ela está vestida identifica a esperança do homem, cidadão comum.
As imagens vêm carregadas de informações e significações e existem diferenças
significativas entre as pessoas que as observam. De imediato todo observador quer “ler” a
imagem fotográfica que quase sempre é figurativa e o faz, embora nem sempre consiga
entender seus significados.
A análise da imagem fotográfica ou de qualquer outra imagem requer, em primeira
instância, uma metodologia de análise, um repertório de conhecimento profundo sobre
imagens, uma cultura geral para identificar alguns fatores essenciais, aquilo que a
caracteriza, para que finalidade foi produzida entre outras respostas que tem de
apresentar. Além de todo o aparato técnico-científico há de se ter sensibilidade e
experiência prática.
A imagem produzida por meio da fotografia e da colagem tem por finalidade
representar o povo maringaense em suas lutas e conquistas, em suas aspirações e em seus
sonhos. Assim, converte-se em uma imagem surrealista, que procura abrandar e diminuir a
distância entre sonho e realidade, entre ideal e possibilidade.

5. Considerações finais
Estudos da imagem no campo científico ora analisado não são recentes, mas
considera-se que o assunto é muito vasto diante das possibilidades de expansão que ele
oferece.
A linguagem fotográfica é o suporte principal do Movimento Surrealista, assim como
a intervenção que ela sofreu para ser apresentada como resultado final. Dentro de
linguagens e poéticas fotográficas, cada imagem construída exclusivamente para
determinado estudo, torna-se objeto único. É uma nova imagem nesse infindável mundo das
imagens.
O movimento Surrealista, com sua construção de imagem híbrida, leva à reflexão dos
diferentes modos de se ver a realidade, o sonho e os ideais humanos. Ao romper com os
tradicionais dogmas da sociedade, o Surrealismo apresenta novas formas de representar o
real e sua simbologia.

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A imagem do Monumento ao Desbravador, manipulada artisticamente, serve como


uma mostra das emoções e sensações do povo que ela representa, das suas lutas e
conquistas, assim como de suas aspirações.

6. Referências
BRAUNE, Fernando. O surrealismo e a estética fotográfica. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2000.

CAMARGO, Isaac Antonio. Reflexões sobre o pensamento fotográfico. Londrina: Editora


Universidade Estadual de Londrina, 2ª edição, 1999.

CHILVERS, Ian. Dicionário Oxford de Arte. Tradução Marcelo Brandão Cipolla. Revisão
técnica Jorge Lúcio Campos – 2ª edição – São Paulo: Martins Fontes, 2001.

JOLY, Martine. Introdução à analise da imagem.Tradução Marina Appenzeller. Revisão


Técnica Rolf de Luna Fonseca – São Paulo: Papirus Editora, s/d.

KOSSOY, Boris. Fotografia & História. São Paulo: Ateliê Editorial, 2ª. ed., 2003.

SANTAELLA, Lucia. Os três paradigmas da imagem. In: SAMAIN, E. (Org.) O Fotográfico. São
Paulo: Editora Hiucitec/ Editora Senac, 2ªedição, 2005.
SPROCCATI, Sandro. Guia de História da Arte. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo,
4ª edição 1999, Lisboa:Editora Presença.

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