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KARATÊ GOJU RYU

VOCABULÁRIO BÁSICO
RENATO FROSSARD
KARATÊ GOJU RYU – VOCABULÁRIO BÁSICO
RENATO FROSSARD

Sobre o autor:

Renato Frossard iniciou a prática do karatê aos doze anos, de forma


independente, e entrou para sua primeira academia aos 16 anos de idade, sob
a orientação do Mestre Matias Olguin (in memorian). Tornou-se faixa preta aos
22 anos, após de participado de diversas competições, cursos e workshops
relacionados ao karatê. Iniciou a prática do karatê no estilo Kenyu- Ryu Karatê
Kempou fundado pelo mestre Riusho Tomoyori e trazido para o Brasil pelo
mestre Akyo Yokoyama (1942-2012). Depois, Renato continuou os
treinamentos com o filho de Matias, Júlio Olguin, até tornar-se faixa preta em
1993. Em 1995, Renato muda-se para Belo Horizonte onde, após algum tempo
treinando com mestre Akyo Yokoyama, conhece o mestre Neweton Adas e é
convidado a juntar-se ao seu dojô, mudando, mais tarde, para o estilo Goju-
Ryu. Renato continuou treinando com este mestre por mais de 20 anos até a
mudança deste para Uberlândia, MG. Renato deve ao mestre Neweton suas
maiores conquistas no karatê, dentre elas títulos a nível estadual e regional,
tanto em kata, como em kumitê. Renato é graduado pela UFMG em Música e
Letras e pós graduado em Ensino de Inglês e Educação a Distância. Mais
recentemente, Renato busca implantar no campus da UFMG o projeto Karatê
no Campus, que visa permitir que os membros da comunidade acadêmica
possam praticar a modalidade.
Prefácio

Este material traz informações essenciais sobre o Karatê Goju Ryu com
o objetivo de auxiliar o aluno no processo de aprendizado, além de servir de
fonte de pesquisa para sanar dúvidas e ampliar conhecimentos. O presente
volume traz informações sobre a maneira como está organizado o ensino do
karatê, definições de cada categoria de treinamento, nomes de técnicas e
posturas, entre outros.
Apesar de ser mais especificamente voltado para o estilo Goju Ryu,
acredito que esta apostila poderá beneficiar, também, praticantes de karatê de
todos os estilos, já que aborda alguns aspectos que são comuns a todas as
escolas de karatê-do.
Obrigado por consultar esse material e boa leitura!

CAPÍTULO 1
ORGANIZAÇÃO BÁSICA DO ENSINO
E TREINAMENTO DO KARATÊ

O ensino e o treinamento do Karatê estão organizados em 3 grandes


categorias:

a) Kihon (Treinamento de técnicas de ataque, defesa, bases e esquivas)


b) Kata (Treinamento que consiste na execução de sequências de técnicas
de ataque, defesa, bases e esquivas em todas as direções. Cada sequência
recebe um nome específico, e deve ser executada com precisão.
c) Kumitê (Treinamento de combate)

1.1 – KIHON

O kihon é o treinamento das técnicas básicas do karatê através da


repetição. Deve ser praticado em todas as aulas e, em geral, é praticado na
primeira parte de uma aula de karatê, logo após o aquecimento. O treinamento
de Kihon se divide em 3 subcategorias:

a) Kihon Kotei Shiki - Execução de técnicas de ataque ou defesa sem


deslocamento contínuo, ou seja, o atleta permanece na mesma posição
durante todo o exercício. No Kihon Kotei Shiki, pode haver deslocamento de
um ou dois passos, mas o atleta sempre retorna à posição inicial.

b) Kihon Idou Shiki - Execução de técnicas de ataque, defesa, bases e


esquivas com deslocamento contínuo, ou seja, o atleta caminha para frente ou
para trás, enquanto executa as técnicas demonstradas pelo professor.

c) Henzoku Waza – Execução de técnicas de ataque, defesa, bases e


esquivas em sequência, sem ensaio prévio. Em outras palavras, nesse
exercício o atleta deve ir executando técnicas, sem interrupção, de um lado a
outro da área de treinamento ou ao longo de um percurso pré-definido pelo
professor.

1.2 – KATA

Os katas são sequências predefinidas de movimentos de ataque,


defesa, bases e esquivas que visa simular um combate real no qual se enfrenta
diversos oponentes. Muito além do objetivo simples de ensino do karatê, os
katâs visam fortalecer o corpo e a mente para a prática do esporte e para a
vida.

a) Taikyoku Katas

Trata-se de katas elementares que ensinam as técnicas básicas de ataque


e defesa, bem como as principais bases do karatê. Os Taikyoku Katas do estilo
Goju Ryu são:

 Taikyoku – Jodan Daí Ichi/ Ni, Tchudan Daí Ichi/Ni, Guedan Daí Ichi/Ni
 Kake Uke – Daí Ichi/Ni

b) Kihon Katas

Trata-se de katas básicos que ensinam elementos mais complexos do


karatê como a respiração Ibuki, que visa fortalecer o corpo para a prática da
arte marcial e também objetiva fortalecer a saúde do praticante de uma forma
global. Os kihon katas do estilo Goju Ryu são:

 Sanchin - Significa (três batalhas). Ele não se refere a batalhas reais, ou


físicas, mas à batalha interna, na qual se utilizam o corpo, mente e
espírito. Neste kata se trabalham a força muscular e a respiração,
através da contração muscular extrema e da respiração controlada e
impulsionada através do diafragma (Tanden). (Fonte:
http://www.ikgabrasil.com)

 Tensho - Ten significa rodar e Sho significa mão aberta. Este kata foi
desenvolvido pelo Mestre Chojun Miyagi a partir do kata Rokkishu do
estilo chinês garça branca. Rokkishu significa seis mãos e denota as
diferentes posições de mãos neste kata. É a combinação entre a tensão
com uma forte respiração e movimentos de mãos suaves e fluidos.
(Fonte: http://www.ikgabrasil.com)

 Gueki Sai – Daí Ichi/Ni - Significa ataque e destruição. Estes katas,


foram inicialmente introduzidos pelo Sensei Chojun Miyagi em 1940.
Este nome se deve à época em que foram criados os katas - o período
da 2ª Guerra Mundial - Dai Ichi - número um, Dai Ni - número dois.
(Fonte: http://www.ikgabrasil.com)

c) Kaishu Katas

Trata-se de katas avançados que ensinam técnicas e posturas mais


elaboradas. São katas de grande beleza e sua execução exige muita prática e
concentração. Os katas avançados do estilo Goju Ryu são:

 Saifa – significa romper e esmagar ou esmagar e partir em várias


partes. Este kata é de origem chinesa e foi trazido para Okinawa pelo
Mestre Kanryo Higaonna. Ataques para os lados e técnicas de libertação
são realçados neste kata. Os ataques são circulares com movimentos
livres nas articulações do pulso, cotovelo e ombro como um chicote
aumentando a velocidade e força. (Fonte: http://www.ikgabrasil.com)

 Seinchin – Significa Controlar e puxar. É caracterizado pela respiração


e movimentos lentos. Este kata dá ênfase às posições fortes e estáveis
e, como seu próprio nome dá a entender, possui muitas técnicas de
puxar e contra-atacar. (Fonte: http://www.ikgabrasil.com)

 Shisochin – significa ataque a quatro portas ou ataques e defesas em


quatro direções podendo também significar literalmente, lutar em quatro
direções. Também de origem chinesa, este kata foi ensinado ao Mestre
Kanryo Higaonna pelo Sensei Ryu Ryu Ko. Movimentos de esquiva e de
empurrar são realçados por movimentos de anca acentuados. Além de
técnicas de empurrão para distanciar o oponente, contém técnicas de
corpo a corpo, tais como ataques e chaves contra as articulações.
(Fonte: http://www.ikgabrasil.com)

 Sanseru – Significa o número 36, calculado pela fórmula 6x6. O primeiro


6 representa a vista, a orelha, o nariz, a língua, o corpo e o espírito e o
segundo 6 representa a cor, a voz, o paladar, o cheiro, o tato e a justiça.
É também composto de 36 movimentos. É caracterizada por
movimentos rápidos na defesa de ataques de curta distância. Foi
estudado por Chojun Miyagi junto a um aluno direto de Ryu Ryuko
Sensei durante sua estada em Fuzhou, China, no início de 1916. (Fonte:
http://www.ikgabrasil.com)

 Seipai – Significa o número 18, calculado a partir de 6x3. O número 6


representa o mesmo que o segundo 6 do Sanseru (cor, a voz, o paladar,
o cheiro, o tato e a justiça). O número 3 representa o bom, o mau e a
paz. O número 6 também faz referência aos olhos, orelha, nariz, língua,
corpo e espírito. Este Kata exemplifica o verdadeiro espírito do Goju-Ryu
de Okinawa : uma mistura de flexibilidade, técnicas circulares (o
princípio JU) com rigidez (o princípio GO). (Fonte:
http://www.ikgabrasil.com)

 Sesan – Significa o número 13, ou seja, treze mãos. Contém oito


técnicas defensivas e cinco de ataque, todas executadas com mudanças
de direção. Na escola tradicional Goju-Ryu, há técnicas onde recua-se
ao mesmo tempo em que o oponente é agarrado, mantido sob controle,
e atingindo em algum ponto vital de seu corpo. Este Kata é um exemplo
perfeito desse princípio. Ele enfatiza o combate a curta distância, com
socos curtos e técnicas de chutes baixos para romper a defesa do
adversário. É caracterizado pela combinação de técnicas rápidas e
explosivas com técnicas lentas e pesadas. (Fonte:
http://www.ikgabrasil.com)

 Kururunfa – Significa o número 19 ou parar o ataque que vem e partir.


Também pode significar calma eterna. Neste kata sobressaem o Tai
Sabaki (esquiva) e os movimentos rápidos. Foi estabelecidodo pelo
mestre chinês de Higaonna Kanryo Sensei, Ryu Ryuku, mas o criador
original deste kata é desconhecido. Kururunfa contém uma grande
variedade de técnicas de mão aberta e, especialmente, de coordenação
entre técnicas de mão e quadril. Como o Seisan, os movimentos suaves
do Kururunfa são seguidos por movimentos rígidos. Porém, neste kata, a
diferença entre rígido e o flexível são muito mais notáveis ao
observarmos os movimentos lentos e prolongados seguidos de pausas
com devastadoras técnicas explosivas. Kururunfa simboliza os ideais de
Go (rígido) e Ju (flexível), com transições rápidas e arrebatadoras.
(Fonte: http://www.ikgabrasil.com)

 Suparimpei – Significa o número 108. O antigo nome desta kata era


Pichurin. Havia também antigamente 3 variantes deste kata, o Dai, Chu
e Sho. Atualmente pratica-se a variante Sho. Suparimpei é o kata que
contém o maior número de técnicas e variações. Entre suas diversas
técnicas, Suparimpei inclui o controle da respiração, e contém o maior
número de aplicações com profundidade de significados. (Fonte:
http://www.ikgabrasil.com)

1.2 – KUMITÊ
O kumitê é o treinamento de combate. Foi o último elemento a ser
introduzido na sequência de treinamento do karatê, já que os mestres
inicialmente evitavam a prática de combate corpo a corpo, pois temiam pela
integridade física de seu alunos. Porém, com o passar do tempo, diversas
formas de treinamento de combate foram desenvolvidas e introduzidas na
prática rotineira do karatê como forma de testar as habilidades desenvolvidas
por seus praticantes, bem como de aperfeiçoar as técnicas através do seu uso
em situações próximas da realidade. Assim como o kihon, existem diversas
formas de treinamento de kumitê, desde situações totalmente combinadas
onde os atletas sabem exatamente o que devem fazer, até situações de
combate real onde as possibilidades são totalmente imprevisíveis. Podemos
dividir o treinamento de kumitê da seguinte forma:

Kihon Kumitê: Situações combinadas de combate, nas quais o professor


determina tanto a técnica que o atacante usará, quanto a forma de defesa que
o defensor deverá aplicar. São formas mais básicas de treinamento.

Kenkyu Kumitê (luta de estudo): Luta sem contato que visa permitir que os
estudantes utilizem livremente suas técnicas sem o risco de sofrerem lesões. É
um treinamento bem leve e relaxado que possibilita o uso de diversas técnicas
de ataque e defesa.

Shiai Kumitê (Luta Por Pontos): Trata-se da modalidade desportiva de luta.


Possui regras bem definidas que visam preservar a integridade dos atletas,
além de permitirem aos árbitros decidir com facilidade se uma técnica merece
ou não ser pontuada. É a modalidade de luta que fará parte dos jogos
olímpicos. As disputas de shiai kumitê costumam produzir belíssimas
demonstrações de controle e elaboração das técnicas do karatê, apesar de as
regras restringirem o uso dessas a algumas poucas técnicas de ataque como
chutes e socos, pois nesta modalidade o atleta precisa demonstrar total
domínio de seus golpes, afim de preservar a integridade do oponente.

1. 3 - REGRAS DE SHIAI KUMITÊ


Os combates têm a duração de 3 minutos para masculino adulto e 2
minutos para feminino adulto. As disputas se dão por pontos e, em geral, vence
o atleta que consegue somar a maior quantidade de pontos durante o tempo
regulamentar. Em caso de empate, o vencedor será escolhido pro Hantei
(decisão dos árbitros) com base em seu comportamento durante o tempo
regulamentar de luta.
Além de obter pontos ao atingir o adversário com ataques válidos, o
atleta também pode obtê-los ao ser beneficiado com faltas cometidas por seu
oponente. As regras também preveem casos de vitória de um competidor por
desistência do adversário, por saídas repetidas da área de luta, por
comportamento antidesportivo de um dos atletas, dentre outras situações que
devem ser julgadas pela equipe de arbitragem.
Dependendo da atitude de um atleta durante o combate ou competição,
este pode ser punido com a expulsão da luta ou de todo o campeonato. No
último caso, se o atleta já tiver conquistado premiação esta será devolvida e
atribuída ao atleta em posição imediatamente inferior àquela ocupada pelo
atleta expulso.

As pontuações possíveis no shiai kumitê são:

Ipon (3 pontos)
Wazari (2 pontos)
Yuko (1 ponto)

Se concede pontuação quando se realiza uma técnica em uma zona pontuável


de acordo com os seguintes critérios:

a) Boa forma
b) Atitude esportiva
c) Aplicação vigorosa
d) Zanshin (alerta)
e) Tempo apropriado
f) Distância correta
Um IPPON é atribuído para:

a) Chutes Jodan.
b) Qualquer técnica pontuável realizada sobre um oponente caído.

Um WAZA-ARI é atribuído para:

a) Chutes Chudan.

Um YUKO é atribuído para:


a) Chudan ou JodanTsuki (soco).
b) Chudan ou JodanUchi (uraken).

Os ataques no shiai kumitê estão limitados às seguintes zonas:

a) Cabeça
b) Rosto
c) Pescoço
d) Abdômen
e) Peito
f) Costas
g) Laterais

São atribuídas faltas ao atleta que incorrer em um ou mais dos seguintes


comprotamentos proibidos:

CATEGORIA 1 - (C1W, C1K, C1HC e C1H)

1. Técnicas que façam contato excessivo, tendo em conta a área pontuável


atacada, e técnicas que façam contato com a garganta.
2. Ataques à braços ou pernas, à virilha, às articulações, ou ao peito do pé.
3. Ataques no rosto com técnicas de mão aberta.
4. Técnicas de projeções perigosas ou proibidas.
CATEGORIA 2 - (C2W, C2K, C2HC e C2H)

1. Simular ou exagerar uma lesão.


2. Saídas da área de competição (JOGAI) não provocadas pelo oponente.
3. Colocar-se em perigo, com um comportamento que o expõe a ser lesionado
pelo oponente, ou não tomar as medidas de auto proteção adequadas
(MUBOBI).
4. Evitar o combate como forma de impedir que o oponente tenha oportunidade
de marcar.
5. Passividade – não tentar entrar em combate (não pode se dar nos últimos 15
segundos do encontro).
6. Agarrar ou empurrar, ou permanecer colado um ao outro, sem tentar uma
técnica válida ou queda;
7. Agarrar o adversário com ambas as mãos por razões distintas a realizar uma
queda agarrando a perna do adversário quando está realizando um chute.
8. Agarrar o braço ou karategi (kimono) do adversário com uma mão sem
tentar, logo em seguida, realizar uma técnica pontuável ou queda.
9. Técnicas que por sua natureza não podem ser controladas no que se refere
à segurança do oponente e ataques perigosos e descontrolados.
10. Simular ataques com a cabeça, joelho ou cotovelo.
11. Falar ou provocar o oponente, não obedecer às ordens do árbitro,
comportamento descortês para com os oficiais de arbitragem, ou outras faltas
de comportamento.

Para maiores informações sobre as regras de shiai kumitê, favor consultar o


endereço
<http://docs.wixstatic.com/ugd/03d59d_bb4b4b37693a4c0a95b7edf9b9718daa.
pdf>. (Fonte: http://www.karatedobrasil.com/regulamentos-arbitragem)

Jyiu Kumitê: Trata-se de uma forma de combate livre, sem regras e sem
pausas. Nessa forma de combate os lutadores podem utilizar golpes reais
contra o oponente. É raramente utilizado em treinamentos, sendo aplicado
principalmente como forma integrante dos exames de graduação de faixas
pretas, onde os atletas devem demonstrar que adquiriram capacidade de se
defender de um eventual ataque real. É a forma de kumitê mais próxima de um
combate verdadeiro.

CAPÍTULO 2

NOMES DAS TÉCNICAS MAIS COMUNS

TÉCNICAS DE SOCO (TSUKI WAZA)


OI Tzuki Soco com avanço (Um passo e um soco).
Guiaku Tzuki Soco com a mão oposta à perna que está na frente
(soco com a mão de trás). Pode ser executado com
um passo à frente ou apenas com o avanço da perna
da frente.
Kizami Tzuki Soco com a mão da frente.
Nidan Tzuki Sequência de dois socos.
Sambom Tzuki Sequência de três socos.
Jodan Tzuki qualquer soco na altura do rosto.
Tchudan Tzuki Qualquer soco na altura do peito.
Guedan Tzuki Qualquer soco na região do abdômen.

TÉCNICAS DE CHUTE (GUERI WAZA)


Mae gueri Chute frontal
Mawashi gueri Chute semi circular para frente
Yoko gueri Chute lateral
Ushiro gueri Chute para trás
Ura mawashi gueri Chute utilizando a sola do pé.
Guiaku mawashi gueri Um tipo de mawashi gueri desferido de dentro para
fora, ou seja, no sentido inverso ao mawashi gueri.
Ashi Barai Rasteira
Fumi Komi Pisão ou chute contra a perna do adversário. Obs:
(não é permitida a execução desta técnica em
competições).
Mae Tobi Gueri Chute frontal com salto
Yoko Tobi Gueri Chute lateral com salto (voadora)
Mawashi Tobi Gueri Chute mawashi gueri com salto.

DEFESAS (UKE WAZA)


Jodan age uke Defesa ascendente para o rosto e cabeça
Tchudan uchi uke Defesa circular de dentro para fora (peito)
Tchudan yoko uke Defesa de fora para dentro (peito)
Guedan Barai Defesa baixa (varrer em baixo) de dentro para fora
Shuto uke Defesa com a mão aberta usando a faca da mão
Jodan Ju Ji Uke Defesa cruzando as mãos à frente do corpo (cabeça)
Guedan Ju Ji Uke Defesa cruzando as mãos à frente do corpo (guedan)
Tensho uke Defesa com a palma da mão
Ura uke Defesa com a mão aberta usando o lado do polegar
Kake uke Defesa circular cruzando as mãos à frente do corpo

BASES
Zenkutsu dachi Posição do arqueiro
Sanchin dachi Base curta (Pé da frente para dentro em 45º) e pé de
trás apontando para frente.
Shiko dachi shakaku Base do cavaleiro em diagonal
Shiko dachi heikaku Base do cavaleiro em linha reta
Neko ashi dachi Posição do gato (apenas a ponta do pé da frente toca
o chão, enquanto o pé de trás fica plantado
firmemente no solo). Posição de prontidão para
atacar.
Lenoji dachi Base em L
Mosubi dachi Posição de humildade
Heiko dachi Pés paralelos
Heisoku dachi Pés juntos
Kooza dachi Posição com uma perna cruzada atrás, com o pé de
trás tocando o chão apenas com a ponta.
Sagui ashi dachi Posição da garça
Kokutsu dachi Posição semelhante à neko ashi dachi mas com os
dois pés inteiros no chão. O pé da frente aponta para
frente enquanto o pé de trás descreve um ângulo de
90º em relação ao pé da frente.

CAPÍTULO 3

TÉCNICAS AVANÇADAS

Chamo de técnicas avançadas aquelas que exigem que o aluno já tenha


um bom domínio das técnicas básicas. Descrevo-as a seguir:

3.1 – TAI SABAKI


São técnicas de esquiva, através das quais o karateca consegue evitar
os ataques do adversário. Tai quer dizer corpo e sabaki quer dizer movimento,
ou seja, nesta técnica, o atleta desloca o corpo de forma que um ataque do
adversário que poderia ser efetivo se torna obsoleto. Em um famoso filme de
Hollywood, o mestre diz ao seu aluno que a melhor forma de se evitar um
ataque é “não estar lá”. Essa fala do personagem ilustra bem a idéia por trás do
tai sabaki: escapar do golpe do oponente através de um reposicionamento
rápido e calculado do corpo. Essa técnica exige muito treino e agilidade.

3.2 – DEAI
Literalmente, esta técnica quer dizer antecipar-se ao golpe do
adversário. Trata-se, na verdade, de um dos principais fundamentos do karatê
e das artes marciais em geral. Nesta técnica, o karateca prevê o movimento do
adversário e o atinge com um golpe antes que a técnica do oponente possa
acertá-lo. Isso produz um efeito de choque pois o golpe do atleta que executa o
deai vai de encontro ao oponente enquanto este avança para atacá-lo. Quando
bem sucedido, o deai paraliza e neutraliza a técnica do adversário. Em um
outro filme do cinema americano, duas lutadoras se enfrentam e quando uma
delas tenta desembainhar a espada, a outra a impede, chutando a espada de
volta para a bainha. Isto demonstra o princípio do deai, ou seja, impedir que o
adversário complete o seu ataque de forma bem sucedida utilizando-se de uma
técnica ofensiva. Isso equivale a nem sequer permitir que o outro lutador tire a
espada do estojo.

3.3 – NAGUE WAZA

Trata-se de técnicas de projeção que visam lançar um oponente ao solo


com forte impacto. O objetivo destas técnicas é causar dano ao adversário e,
ao mesmo, deixá-lo vulnerável a um golpe terminal. Em competições, apenas
algumas técnicas de nague waza são permitidas, já que a maioria delas
oferece risco ao competidor. Nos treinamentos, essas técnicas precisam ser
executadas com cuidado, a fim de evitar lesões graves. Em situações de
defesa pessoal técnicas de nague bem executadas podem deixar o agressor
totalmente fora de combate, por causar forte impacto deste com o solo.
Técnicas de nague waza incluem rasteiras (ashi barai) segurando ou não o
adversário, agarrar e projetar, girar o corpo e arremessar, dentre outros
movimentos.

3.4 – ATAQUES AOS PONTOS VITAIS E ARTICULAÇÕES

Essas são técnicas proibidas em competições, devido ao seu potencial


de causar lesões graves. São golpes que, em geral, utilizam a mão aberta, as
pontas dos dedos ou as articulações destes flexionadas, atacando partes do
corpo como a garganta, as têmporas, os ouvidos, os órgãos genitais e as
articulações. Seu uso é exclusivo para situações de defesa pessoal.

CAPÍTULO 4

KIAI E KIME
O kime é a energia que se emprega na execução dos golpes e defesas
do karatê. Busca-se concentrar toda a força do corpo nos membros superiores
e inferiores, de forma que a extremidade dos mesmos seja como uma rocha,
embora o seu comprimento permaneça flexível e relaxado durante a execução
da técnica. De fato, quando se está treinando kihon, por exemplo, tencionamos
todo o corpo de forma a desenvolver sua força e resistência. Porém, numa
situação real de combate, a mão ou a perna que atacam devem permanecer
relaxadas durante o movimento, atingindo a tensão máxima apenas no
momento de impacto contra o corpo do adversário, relaxando-se
imediatamente em seguida para o movimento de rikite ou rikiashi. Um dos
principais requisitos para se atingir o máximo kimê nas técnicas de karatê é o
uso da rotação do quadril durante a execução de um golpe. Além de
potencializar a força, o giro do quadril aumenta a extensão do golpe, facilitando
atingir o adversário.
Já o kiai, que é expresso através de um grito potente e sonoro, emitido
ao mesmo em tempo que se executa um ataque, é uma forma de se expressar
a energia contida no golpe. De fato, kiai significa mostrar o espírito, ou seja, é
uma forma que o karateca tem de exteriorizar a força existente durante a
execução do ataque. O kiai também pode servir como forma de intimidar o
adversário ao demonstar a este a superioridade de nossa força. Não se deve
ter vergonha de emitir o kiai, pois isso indica que o atleta não está utilizando
todo o seu potencial na realização do golpe.

CAPÍTULO 5

DOJO KUN
O Dojo Kun é um conjunto de princípios no qual está alicerçada toda a
prática do karatê. Esses princípios referem-se à forma que o karateca deve se
comportar na academia e na sociedade, ao respeito aos professores e aos
colegas, ao esforço para o desenvolvimento pessoal e á perseverança nos
treinamentos. Esses princípios são expressos através das seguintes
ordenanças:

1 - Esforçar-se para a formação da personalidade.


2 - Seguir o caminho da sinceridade.
3 - Cultivar o Espírito de Empenho.
4 - Dar importância à cortesia.
5 - Reprimir Atos Brutais

Os princípios formadores do Dojo Kun refletem a filosofia oriental que


está impregnada nas artes marciais. Eles refletem a grande importância dada
pelo modo de pensar oriental à busca da perfeição na realização de qualquer
arte ou ofício, à humildade nas relações interpessoais e no relacionamento
entre o aluno e seu professor, ao comportamento cortês e ao autocontrole. Em
algumas escolas o Dojum Kun é recitado ao final de cada aula, como forma de
deixá-los bem gravados na mente dos alunos.

REFERÊNCIAS

REGULAMENTOS DE COMPETIÇÃO DE KATA E KUMITE. Tradução


Para O Brasil – CBK. Disponível em : <
http://docs.wixstatic.com/ugd/03d59d_bb4b4b37693a4c0a95b7edf9b9718daa.p
df>.

KATAS GOJU KAY. Disponível em < http://www.ikgabrasil.com>.

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