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ADMINISTRAÇÃO DA CONSTRUÇÃO
ECV 5307
Florianópolis, 2011.
Última atualização: agosto de 2011.
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Conteúdo
1. Administração da construção
1.1 Introdução: contexto
1.2 Indústria da construção: importância e gargalos
1.3 O gerenciamento no Brasil
1.4 Administração
1.5 Atribuições do engenheiro e código de ética
1.6 Atores e tipos de obras
1.7 Fatores de sucesso de um empreendimento
1.8 Ciclo de vida de um empreendimento
1.9 Objetivos de uma Empresa
1.10 Funções de uma empresa (funções gerenciais)
1.11 Estrutura organizacional
1.12 Modelos de liderança
2. O orçamento
2.1 Definições e visões do orçamento
2.2 Finalidade dos orçamentos
2.3 Exemplo de fases do processo construtivo que devem ser orçadas
2.4 O orçamento produto
2.5 O projeto
2.6 Documentos de projeto
2.7 Memorial descritivo, especificações técnicas e cadernos de encargos
2.8 O Plano de contas ou discriminação orçamentária
2.9 Levantamento de quantitativos
2.10 Estimativas: levantamentos na inexistência de projetos completos3
2.11 Preço, custos e lucro
2.12 Classificação dos custos
2.13 Composição de preços e custos
2.14 Encargos sociais
2.15 BDI
2.16 Apresentação do orçamento: orçamento sintético e analítico3
2.17 Metodologia para a realização de orçamentos - resumo 3
2.18 CUB - Custo Unitário Básico2
2.19 Curva ABC
3. Contratos, gerenciamento e licitações
3.1 Contratos
3.2 Formas básicas de gerenciamento
3.3 Licitações
4. Abertura de empresas e aprovação de projetos
5. Recursos humanos, processos de trabalho, produtividade e competitividade
5.1 Configuração atual
5.2 Iniciativas de mudança: investindo em melhorias
5.3 Tendências em estratégia
Referências e bibliografia
Anexos
I- Material para exercícios
II- (A) Impostos – alíquotas; (B) Regimes de tributação
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Apostila elaborada pela professora Cristine Mutti para a disciplina ECV 5307.
Nota: Esta apostila contém trechos da apostila elaborada pelos professores Ávila e Jungles
para a disciplina ECV 5307 até 1997 (referenciado nos títulos das seções com o número “1”
sobrescrito). Inclui também partes da apostila elaborada por Librelotto para a disciplina
Construção Civil III da Unisul (referenciado nos títulos com o número “2” sobrescrito), e do
material elaborado por Ávila, Librelotto e Lopez também para a Unisul (referenciado nos
títulos com o número “3” sobrescrito). O bloco do BDI é o arquivo-base para o capítulo 3 do
livro de Jungles e Ávila (2006), disponibilizado pelos autores antes da publicação do livro. O
material elaborado pela professora Cristine Mutti não é particularmente referenciado,
apresentando somente as fontes bibliográficas utilizadas pela mesma ao longo do texto.
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1. Administração da construção
1.1 Introdução: contexto
O ambiente empresarial da construção está a cada dia sujeito a maior competição. Empresas
precisam lucrar mais, algumas lutam mesmo apenas para assegurar sua sobrevivência. Neste
ambiente, é importante que uma empresa seja competitiva, isto é, que ela faça o melhor uso de
seus recursos através de uma boa administração, atingindo a missão da empresa. Esta missão
é basicamente relacionada ao lucro, mas vem assumindo a cada dia maior importância no que
diz respeito ‘a consciência ambiental, qualidade, e satisfação dos envolvidos no processo
(figura 1).
Competitividade
Figura 1: Contexto de uma empresa para ser competitiva. Fonte: Adaptada de Mutti 2004.
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Resumindo: ele precisa saber administrar a construção. Uma boa administração pode ser
decisiva no sucesso de uma empresa, ou de qualquer instituição.
Muitos são os aspectos importantes a serem considerados para uma boa administração, mas
boa parte vem do nível de conhecimento, empenho, criatividade e ética do profissional.
1.2 Indústria da construção: importância e gargalos
A indústria da construção é muito importante para a economia brasileira, representando (cadeia
do Construbusiness) 15,5 % do PIB (dados de 2003). Desempenha também uma função social,
por ser grande geradora de empregos - 15 milhões, dos quais 4 milhões são empregos diretos
(Coutinho 2003). A construção gera 6,1% dos empregos no país (Construbusiness 2001)).
Também é importante por ter o potencial para resolver o déficit habitacional do país (6,7
milhões de unidades em 2002, com um aumento de 400 mil unidades ao ano). A importância da
indústria também está conectada com o seu potencial para resolver gargalos de infra-estrutura
(necessidade de construção e manutenção da infra-estrutura no país: estradas, portos,
aeroportos, saneamento, energia).
A cadeia do construbusiness (Coutinho, 2003) é formada por:
Construção (edificações e construção pesada): 9,1%
Materiais de construção: 4,9%
Serviços (negócios imobiliários e manutenção predial): 0,5%
Outros materiais; 0,8%
Máquinas e equipamentos: 0,2%.
De acordo com um estudo realizado pelo Comitê do Construbusiness (1999), muitos gargalos
limitam a contribuição da indústria da construção para o desenvolvimento sustentável do país,
e, em particular para a criação de empregos. A figura 2 mostra os gargalos, e suas
conseqüências para a própria indústria e para o país.
Conseqüências Conseqüências
para o país Gargalos para a construção
•Altas taxas de juros
Déficit •Falta de financiamento
habitacional
•Sistema fiscal pesado
•Custo das taxas de
Gargalos em infra- trabalho Retração no
estrutura •Custo da burocracia nível de
•Baixa proteção jurídica atividade, com
Perda de •Alta informalidade perda de
emprego •Tendência à
competitividade e
desnacionalização
aumento do
Aumento dos •Obstáculos à desemprego
custos e da industrialização e
dívida racionalização dos
nacional processos
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“...a arte de dirigir e coordenar recursos humanos, materiais e financeiros, durante a vida do
projeto, usando técnicas de administração, visando atingir objetivos pré definidos quanto a
tempo, custo, qualidade e segurança, necessários á satisfação do cliente” (Ávila e Jungles) 1.
Administrar, para diferentes autores significa1:
Henry Fayol: Gulik: Peter Drucker:
Planejar Planejar Fixar objetivos
Organizar Organizar Organizar
Comandar Recrutar Motivar e comunicar
Coordenar Dirigir Avaliar
Controlar Coordenar Desenvolver pessoas
Informar
Orçar
A administração pode ser classificada nos seguintes ramos1:
Administração de pessoal
Administração de patrimônio
Administração documental
Relações públicas
Relações humanas
Administração orçamentária
Organização e métodos
Para uma boa administração, para que o engenheiro possa gerenciar bem um
empreendimento, é importante que ele possa entender o funcionamento do processo de
construção como um todo, bem como o interelacionamento entre as partes e os envolvidos no
processo.
1.4.2 Princípios de administração
a) Princípios da administração introduzida por Taylor (administração científica)
1ª fase:
Racionalização de tarefas, eliminando movimentos inúteis;
Explorar melhor as aptidões dos indivíduos, ou seja, selecioná-lo mais cientificamente,
de acordo com sua capacidade;
Distribuição uniforme do trabalho;
Remuneração móvel, segundo o nível de produção de cada indivíduo.
2ª fase:
O administrador deveria desenvolver um método científico para cada elemento do
trabalho de um homem;
O administrador deveria cooperar para com os trabalhadores, a fim de que as tarefas
fossem executadas da melhor forma;
Deveria haver uma igual divisão de tarefas e responsabilidade entre o administrador e o
operário.
b) Princípios de organização: teoria clássica (Fayol)
Divisão do trabalho; autoridade e responsabilidade;
Disciplina;
Unidade de comando;
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Unidade de direção;
Subordinação do interesse individual para com o interesse geral;
Remuneração do pessoal;
Centralização;
Princípio de hierarquia;
Ordem;
Princípio da equidade;
Princípio da iniciativa.
1.5 Atribuições do engenheiro e código de ética
1.5.1 Atribuções1
As atribuições dos profissionais de engenharia são as definidas nos artigos 6o e 7o da Lei
Federal no 5.194, publicada em 24/02/1966 e suas atividades discriminadas na Resolução no
218 do Conselho Federal de Engenharia Arquitetura e Agronomia de 20/07/1973, a seguir
relacionadas.
Artigo 1o ... ficam designadas as seguintes atividades:
At. 01 – Supervisão, coordenação e orientação técnica;
At. 02 - Estudo, planejamento, projeto e especificação;
At. 03 – Estudo de viabilidade técnico-econômica;
At. 04 – Assistência, assessoria e consultoria;
At. 05 – Direção de obra e serviço técnico;
At. 06 – Vistoria, perícia, avaliação;
At. 07 – Desempenho de cargo e função técnica
At. 08 – Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica;
At. 09 – Elaboração de orçamento;
At. 10 – Padronização, mensuração e controle de qualidade;
At 11 – Execução de obra e serviço técnico;
At 12 - Fiscalização de obra e serviço técnico;
At 13 – Produção técnica e especializada;
At. 14 – Condução de trabalho técnico;
At. 15 - Condução de equipe de instalação, montagem e reparo;
At. 16 – Operação e manutenção de equipamento e instalação;
At. 17 – Execução de instalação, montagem e reparo;
At. 18 – Execução de desenho técnico.
(Disponível em: http://legislacao.confea.org.br/)
Complementando o Artigo anterior que relaciona a gama de atividades legalmente possíveis de
serem exercidas pelo Engenheiro Civil, a mesma lei em seu Artigo 7º define a sua área de
competência e diz:
“Compete ao Engenheiro Civil, ou ao Engenheiro de Fortificação e Construção:
I - o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo primeiro desta resolução, referente a
edificações, estradas, pistas de rolamento e aeroportos: sistemas de transporte, de
abastecimento de água e de saneamento; portos, rios e canais, barragens e diques; drenagem
e irrigação; pontes e grandes estruturas; seus serviços afins e correlatos.”
Pelo contido nos artigos acima expostos, tais atividades são de responsabilidade exclusiva dos
Engenheiros, respondendo por elas civil e criminalmente.
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Clientes
1.6.2 Tipos de Obras
Os Principais tipos de obras onde o engenheiro civil está habilitado ao cumprimento de suas
atividades são:
a) Construção Leve: b) Construções Institucionais:
Casas Escolas
Edifícios Hospitais
Galpões Ginásios de Esporte e Estádios
Prédios Públicos em Geral
c) Construções Industriais: d) Construção Pesada e de infra-estrutura:
Fabricas Portos
Shopping Centres Aeroportos
Refinarias Rodovias
Siderúrgicas Ferrovias
Usinas nucleares e hidroelétricas
Túneis
Canais
Portos
Pontes e viadutos
Barragens
Sistemas de abastecimento de água
Sistemas de efluentes líquidos
Sistemas de drenagem
1.7 Fatores de sucesso de um empreendimento1
Os principais fatores que definem o sucesso de um empreendimento são comentados abaixo.
Não havendo o cumprimento do abaixo estabelecido, é muito pouco provável que um
empreendimento alcance o sucesso planejado. Para tanto, todo o cuidado, atenção e preparo
profissional devem ser metas pessoais de comportamento pessoal do engenheiro.
Dimensionamento do empreendimento bem definido, neste caso considerando uma
correta análise de viabilidade, onde é estudado o adequado tamanho e a inserção do
empreendimento na região desejada, frente às exigências de mercado;
Projetos bem detalhados, com a devida consideração de suas interfaces;
Gerenciamento e supervisão na linha de frente constante e competente, com controle
efetivo tanto da força de construção, como de fornecimento e aplicação de materiais e
equipamentos;
Bom relacionamento interpessoal entre os atores e com os clientes, favorecendo um
bom processo de comunicação;
Rápida resposta a mudanças exigidas, não só por força de projeto ou especificação,
mas também para atendimento ao mercado;
Gerenciamento global do projeto, sem perder de vista o fim a que se destina,
executando-o ao tempo, custo e qualidade estabelecida pelos empreendedores.
1.8 Ciclo de vida de um empreendimento2
Todos os organismos vivos possuem um ciclo de vida, assim como objetos materiais. É
importante o engenheiro ter em mente que o custo de um empreendimento ultrapassa a fase de
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PROJETO CONSTRUÇÃO
DEMOLIÇÃO
PREPARAÇÃO MANUTENÇÃO
CUSTO DE
MANUTENÇÃO
CUSTO ACUMULADO
CUSTO DE
AQUISIÇÃO
CICLO DE VIDA
Figura 4: Custos associados ao ciclo de vida de um produto. Fonte: (adaptada de A. L. van der Moren,
“Maintenance Aspects in Design of Mechanical Systems” , por Librelotto).
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Pote
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Cu
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Figura 5: Habilidade para Influenciar Custos ao Longo do Tempo ( R. W. Sievert Jr. “A Review of Value
Engineering as an Effective System for Planning Building Projects,” ibidem). Fonte: (Librelotto).
1.8.2 Discussão1
Com o mercado consumidor cada vez mais consciente na escolha e avaliação dos produtos
ofertados e tendo o amparo da Lei nº 0.078, de 11 de março de 1991, que define o “Código de
Defesa do Consumidor”, tem ocorrido uma crescente preocupação com o “pós-venda”, face a
exigência do cliente com o desempenho do produto e da consciência dos cidadãos frente aos
seus direitos1.
Assim, recomenda-se ao engenheiro quando especificar e projetar, ter em vista a manutenção e
a operação de seu produto. Uma obra prevista para oferecer baixo custo de operação e
manutenção terá vantagem competitiva quanto a produtos concorrentes, situação esta possível
de ser explorada já na fase de vendas1.
A qualidade de uma obra é definida na fase de projeto quando se realiza as especificações,
sem falar na de construção, que deve ter um bom planejamento, fiscalização, acompanhamento
de suprimento e testes de pré-operação. Projeto bem especificado pode ser bem fiscalizado,
pois a qualidade do produto final e a conseqüente avaliação de custos é definido nas
respectivas especificações1.
O engenheiro deve estar consciente de que em cada fase ou etapa de um empreendimento, as
atividades requerem técnicas gerenciais especificas, exigindo do engenheiro capacidade de as
identificar e utilizar a metodologia de que dispõe de forma adequada1.
1.9 Objetivos de uma Empresa
Empresas têm como características:
Serem orientadas para o lucro;
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Correrem riscos;
Serem dirigidas por uma filosofia de negócios;
Serem geralmente avaliadas sob o ponto de vista contábil.
A empresa, sendo um sistema aberto, é um conjunto de elementos que são as partes
componentes do sistema, os quais são dinamicamente relacionados, desenvolvendo uma
atividade ou função, para atingi um ou mais objetivos.
Os objetivos naturais de uma empresa são:
Proporcionar satisfação das necessidade de bens e serviços para a sociendade;
Proporcionar emprego produtivo para todos os fatores de produção;
Aumentar o bem-estar da sociedade; Proporcionar um retorno justo do investimento
realizado.
1.10 Funções de uma empresa (funções gerenciais)
1.10.1 Função técnica (produção)
Elabora a transformação da matéria-prima em utilidade ou serviços, realizando o objetivo
principal da empresa. Caracteriza a função técnica reproduzir bens ou serviços que venham ao
encontro das necessidades humanas e sociais. Esta função é também denominada de
produção, e sempre dá o nome à organização.
1.10.2 Função comercial (vendas)
A prosperidade de uma empresa depende tanto da função técnica como da função comercial.
Se o produto não vende, tem-se a ruína da empresa. Saber comprar e vender é tão importante
como saber fabricar bem. È a mais difundida de todas as funções porque faz retornar o capital
investido acrescido do lucro. Devido à sua amplitude, a função comercial pode ser decomposta
nas seguintes sub-funções:
Estudo de mercado – relacionamento com o mercado;
Compra;
Armazenamento;
Cadastro;
Propaganda - marketing;
Licitações
Venda;
Expedição;
Entrega;
Cobrança.
1.10.3 Função financeira
O capital é necessário para o pagamento de salários, impostos, aquisição da matéria-prima,
insumos, realização de melhorias na empresa. Atividades: tesouraria, relacionamento com o
mercado financeiro.
1.10.4 Função Contabilidade
Constitui o órgão de visão da empresa. Deve revelar a qualquer momento a posição e o rumo
dos negócios. Deve dar informações claras e precisas sobre a situação econômica da empresa.
Uma boa contabilidade é um poderoso meio de administração.
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Diretor geral
A autora Rosemary Stewart sugere que estruturas funcionais são geralmente as primeiras a se
desenvolverem. Este tipo de estrutura emerge em fases iniciais, em resposta a crises surgidas
nas organizações (como solução para problemas do tipo: Estamos crescendo muito? Queremos
diretrizes? Há muitos incêndios para apagar aqui!!! Temos que ter uma forma de definir
prioridades!!, etc.). Uma estrutura funcional possui sistemas claros, linhas de responsabilidades
claras, possibilita que as pessoas façam parte de grupos especialistas e responde às
aspirações de pioneiros que precisam de uma estrutura para suas organizações. Os problemas
de uma estrutura deste tipo são que pode haver falta de integração entre os especialistas, pode
aumentar a burocracia (quantidade de papéis a serem preenchidos), criar tentativas ‘insalubres’
de criar impérios de uma especialidade ou outra, e a construção de barricadas contra o cliente.
Organizações onde os limites horizontais predominantes sejam entre grupos de produtos, têm
se a estrutura de organização por produto (figura 7). A adoção deste tipo de estrutura seria a
solução para os problemas mencionados acima. De qualquer forma esta não seria uma
estrutura livre de problemas, já que agrupamentos por produtos demandam maior autonomia
para que cada grupo possa se desenvolver independentemente dos outros.
Diretor geral
Gerente do Gerente do
produto A produto B
Desta forma, a mesma autora argumenta que se pode entender o desenvolvimento de uma
forma de estrutura divisionalizada,na qual a tomada de decisão operacional e responsabilidade
pelo lucro sejam delegadas a gerentes gerais destas divisões. Nesta estrutura, a direção está
principalmente envolvida no planejamento estratégico e tomada de decisão, definição de
empreendimentos e diretrizes, alocação de recursos entre divisões, controle financeiro global e
desempenho organizacional. Isto permite o desenvolvimento de uma sinergia em termos de
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Chefe: 4
engenheiro de engenheiros
processo júnior
Chefe: 3
engenheiro de engenheiros
qualidade júnior
Chefe dos 3
serviços de especialistas
gerenciamento júnior
Gerente de 2
pessoal especialistas
de pessoal
Implicações deste tipo de estrutura: adequada para quando ‘tempo’é uma variável muito
importante; funcionários devem responder a dois chefes (gerente especialista e o chefe da
equipe de projeto), o que é desconfortável; muito tempo gasto com reuniões; estrutura custosa;
estrutura altamente burocrática e formal (Dawson 1996).
1.11.4 Teoria das contingências
É uma perspectiva de projeto de organizações que é baseada na idéia de que cada solução
depende do contexto na qual a empresa está inserida. Não há ‘a melhor forma’de organizar
(Woodward 1965). Cada empresa deve planejar sua estrutura em função do contexto em que
está inserida.
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Comportamento ´apoiador´
+ APOIADOR TREINADOR
S3’ S2
DELEGADOR DIRETOR
- S4 S1
Comportamento diretivo
- +
Figura 9: Comportamentos e estilos de liderança.
Líderes eficientes são versáteis. Não existe um estilo certo, mas existe o estilo que mais
combina com cada um.
Nível de desenvolvimento: o estilo de liderança depende das pessoas sendo lideradas – o
seguidor. No modelo Blanchard e Hersey, o estilo de liderança é regido pela competência e
compromisso do seguidor:
D4 (corresponde ao estilo S4, e assim sucessivamente): alta competência /alto compromisso:
experiente no trabalho e confortável com sua habilidade. Pode até ser mais hábil do que o líder.
D3: alta competência / compromisso variável: experiente e capaz, mas com pouca auto-
confiança para fazer sozinho, ou motivação para fazer bem feito e rápido.
D2: Alguma competência / baixo compromisso: pode ter alguma habilidade importante, mas não
consegue fazer o trabalho sem ajuda. A tarefa ou a situação podem ser novas para ele.
D1: Baixa competência, pouco compromisso. Geralmente não têm as habilidades específicas, e
não tem auto-confiança ou motivação para encarar o trabalho.
O estilo de liderança deve corresponder ao nível de desenvolvimento – e é o líder quem tem
que se adaptar.
1.12.2 Dawson / Handy
Lideres orientados para tarefas
Líderes orientados para pessoas
´O melhor estilo´ (best-fit approach)
Requer que as preferências do líder, subordinados, e a tarefa sejam alocados numa escala de
rígido a flexível. Para um desempenho efetivo, tudo deve ficar no mesmo ponto na escala.
a) Fatores a avaliar:
O poder do líder
A relação com seu grupo;
As normas da organização;
A estrutura e tecnologia;
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2. O orçamento
2.1 Definições e visões do orçamento3
Orçar é:
Quantificar insumos, mão de obra, ou equipamentos necessários à realização de uma
obra ou serviço;
Quantificar os respectivos custos e o tempo de duração dos mesmos.
O orçamento é um forte instrumento de planejamento e controle.
O orçamento pode ser visto sob duas óticas:
Como produto
Como processo
a) Orçamento processo
Quando o objetivo é definir metas empresariais em termos de custo, faturamento e
desempenho. Envolve todo o corpo gerencial da empresa.
Possibilita efetuar as projeções futuras dos balancetes mensais, permitindo elaborar o balanço
projetado de exercícios futuros, o que contribui para a empresa conhecer ou avaliar os lucros
futuros.
b) Orçamento produto
O objetivo é definir custo e o preço de algum produto da empresa
Influencia o desempenho da empresa e vice-versa, pois a empresa funciona como um sistema,
um todo.
O orçamento produto visa definir o custo e preço de bens e serviços como:
Elaboração de projetos;
Elaboração de orçamentos, cadernos de encargos, especificações;
Elaboração de laudos técnicos;
Serviços de fiscalização, auditoria ou assessoria técnica;
Orçamento de serviços ou mão de obra;
Orçamento de construção ou empreitada;
Orçamento de canteiros de obras ou obras complementares;
Etc.
2.2 Finalidade dos orçamentos (Lima)
a) Gerencial: quando em função da disponibilidade de recursos e oportunidade, embasam
decisões empresariais sobre o que deve ser construído, qual a forma desejada e quando se dar
a execução. Neste caso apenas interessam os valores finais.
b) Pericial: quando embasam decisões sobre pendências ou solucionam dúvidas a respeito dos
custos de execução segundo técnicas e/ou métodos diferentes. Neste caso interessam, além
dos valores finais, os valores intermediários das etapas de execução.
c) Planejamento: onde interessa o maior detalhamento possível. Os valores iniciais servem
apenas como referência, já que o próprio planejamento os altera significativamente.
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Planejamento e projeto
conceitual
Aquisição do terreno
Elaboração do ante-
projeto
Orçamento preliminar
Estudo de viabilidade
Desenvolvimento projeto
básico
Orçamento e planejamento
executivo
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O orçamento deve ser específico para cada empreendimento. Na construção civil , cada obra
apresenta riscos diferentes.
Por exemplo: dois prédios com projetos arquitetônicos idênticos, construídos em locais
diferentes.
Em diferentes casos, podem ocorrer exigências que gerem orçamentos diferentes, tais como:
Fundações diferentes;
Diferenças culturais de região para região (diferentes padrões de exigências);
Durabilidade das fachadas (em função do clima), exigindo revestimentos diferentes ;
Necessidade de aterro, ou diferenças quanto à drenagem - orçamentos diferentes.
2.5 O projeto3
É o conjunto de informações necessárias à realização do processo de construção. Quanto
melhor e fidedigno o detalhamento de projeto, maior a possibilidade de se obter um bom
orçamento. Visto como processo, um projeto pode ser subdividido em três fases:
a) Concepção: nesta fase é definido o escopo do empreendimento, o tamanho da planta a
ser desenvolvida e o reconhecimento das principais variáveis a influir na sua realização.
b) Consolidação: nesta fase é definido o produto desejado definido no projeto básico, que
permite desenvolver o estudo de viabilidade técnico-econômico do empreendimento,
bem como dar início aos projetos exigidos para aprovação nos organismos
fiscalizadores.
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CONCEPÇÃO
Termos de referência
Estudo preliminar
Anteprojeto
CONSOLIDAÇÃO
Projeto básico
Análise de viabilidade
DESENVOLVIMENTO PROJETO
Projeto Executivo OFICIAL
Detalhamento do projeto Projeto para
Projetos complementares legalização
Especificação técnica RIMA
Memorial descritivo
Caderno de encargos
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Existe um conjunto de normas técnicas (ABNT), além dos parâmetros definidos pela empresa,
que devem ser respeitados e efetivamente seguidos na elaboração de projetos e que são fonte
fundamental de informação para documentar o conjunto de especificações.
Além das normas da ABNT, há uma série de normas de órgãos públicos contratantes; normas
de empresas concessionárias de água, energia, gás e telefone; normas do Ministério do
Trabalho para edificações destinadas às diversas atividades industriais.
Atualmente, há 1.400 normas técnicas relativas à construção civil em vigor no país. O Comitê
Brasileiro de Construção Civil (Cobracon), órgão coordenador do processo de elaboração e
revisão de normas técnicas no setor da construção civil, mantém ainda 105 comissões de
estudos em atividades que estão elaborando ou revisando outros quatrocentos textos
normativos. A maior parte dessas normas refere-se a materiais de construção.
2.8 O Plano de contas ou discriminação orçamentária3
O processo de construção precisa se bem caracterizado quanto a seus insumos, materiais, mão
de obra, recursos financeiros e equipamentos – para que possam ser feitos um bom orçamento
e controle da construção. Por isto, é importante que exista um plano que discrimine e organize
as várias fases de execução da obra. Tal plano chama-se discriminação orçamentária ou plano
de contas de construção. Ele relaciona a seqüência dos diferentes serviços de obras que
entram na composição de um orçamento. Organizar a seqüência é necessário para que
nenhum dos serviços da construção seja omitido. Cada obra apresenta características
particulares, por isto, o plano de contas deve ser adaptado à peculiaridades de cada
empreendimento, de cada empresa, e de cada forma de trabalho.
Em função da discriminação orçamentária é possível subdividir uma obra ou empreendimento
em atividades, o que possibilita o controle dos insumos. Quanto mais preciso e específico for o
detalhamento das atividades e serviços, melhores as condições para controlá-los, e melhor o
resultado econômico a ser obtido.
Para o plano de contas cada obra ou serviço deve receber um código de identificação. Além
disto, para cada item que compõe o serviço, deverá ser atribuído um sub-código de
identificação.
Exemplo:
001. Serviços preliminares
0001.1 Limpeza do terreno
0001.2 Execução de tapume
0001.3 Ligação provisória de água e luz
0001.4 Construção do barracão
Recomenda-se que a obra seja subdividida em etapas construtivas (grupos de serviços que
evidenciam os componentes mais importantes da obra). Esta divisão deverá obedecer a
critérios de afinidade e observar a ordem cronológica de execução. Cada serviço deverá ser
discriminado uma única vez, evitando, assim, a consideração dupla de serviços.
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Com a divisão adequada dos serviços torna-se fácil orçar e administrar uma obra. Tal
procedimento auxilia na administração dos trabalhos, no controle das quantidades dos insumos
efetivamente empregados – o que auxilia na análise e redução de custos.
Classificação dos serviços
Como exemplos de discriminações orçamentárias podem ser citadas:
A da norma NBR 12721 da ABNT ;
A classificação da TCPO (Ed. PINI).
Também é possível elaborar uma discriminação de serviços própria, na ordem cronológica da
execução, a qual poderá ser composta dos seguintes grupos de serviços:
Serviços preliminares;
Terraplenagem;
Fundações (infra-estrutura);
Estrutura (superestrutura);
Elementos de vedações;
Cobertura; revestimentos; Instalações elétricas;
Instalações hidrossanitárias;
Esquadrias;
Vidros e pintura;
Serviços complementares;
Instalações especiais;
Serviços complementares.
2.9 Levantamento de quantitativos3
Esta etapa é de crucial importância, já que é nela que se definirão as quantidades a serem
adquiridas para a realização do empreendimento, obra ou serviço, bem como o
dimensionamento das equipes de produção em função dos prazos estabelecidos.
Para a determinação do custo de uma obra, antes da execução, precisa-se dos seguintes
dados:
Projeto completo especificações do que vai ser construído;
Cálculo das quantidades reais de serviços;
Preços atualizados de materiais e mão de obra.
Para efetuar o levantamento das quantidades de serviços, é necessário seguir os projetos e
especificações, que indicam o que e como é construído.
O levantamento de quantitativos a partir das plantas e desenhos de projetos completos
geralmente apresenta aproximação satisfatória. Porém, quando estas quantidades forem
levantadas a partir de anteprojetos, o nível de precisão do orçamento diminui, gerando maior
discrepância entre o orçado e o realizado. Se o custo real for maior do que o valor orçado, isto
poderá gerar problemas de lucratividade para a empresa, podendo, inclusive, causar prejuízos.
A pesquisa e aproximação na cotação dos preços também são importantes para a precisão do
orçamento. É importante lembrar que preços de materiais e mão de obra podem variar de
região para região.
A seguir, são apresentados alguns critérios para auxiliar na quantificação de serviços. Mais
detalhes podem ser encontrados em material anexo à apostila (Lima).
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armado
Baldrames, blocos e cintas 6 m2/m3 de concreto
Aços CA-50 e CA-60 Lajes maciças PLM = 50 X VL kg de aço (em
kg)
Vigas (somente considerar a PVG = 85 X VV (em kg)
parte que se destaca da laje)
Pilares PPL = 95 X VP (em kg)
Blocos e cintas PBC = 105 X VBC (em kg)
A comissão do vendedor, por exemplo, é um gasto que se torna imediatamente uma despesa.
Todas as despesas são ou foram gasto. Porém, alguns gastos muitas vezes não se
transformam em despesas (por exemplo, terrenos, que não são depreciados) ou só se
transformam quando de sua venda.
c.4) Desembolso: Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço.
Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou
não do gasto.
c.5) Perda: Bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária.
Não se confunde com a despesa (muito menos com o custo), exatamente pela sua
característica de anormalidade e involuntariedade.
2.11.2 Relação custo, preço e lucro1,2,3
A relação entre custos e lucro vem variando de acordo com os tempos, com a alteração de
características mercado.
Historicamente, se orçava o necessário para construir, adicionava-se a este custo a margem de
lucro desejada, e tinha-se o preço de venda - isto considerando que este preço pudesse ser
qualquer preço. Esta situação levava em conta apenas a contabilidade dos custos. A equação 1
(muito usada na década da 60) representa esta situação:
PREÇO = f (∑ CUSTOS + MARGEM DE LUCRO)
Nesta situação, os custos eram geralmente definidos pelos fornecedores de insumos, e a
margem de lucro definida pela empresa ou o profissional interessado.
Quando o lucro, as despesas e os custos são englobados num único fator, ocorre o que se
denomina de mark up (µ). Este fator, aplicado sobre os custos diretos dos produtos e serviços
define o preço desejado.
PREÇO = µ X CD
No mercado atual, a empresa é que tem que racionalizar seus custos, pois é este mercado que
estabelece o preço (em função da pressão dos clientes, da concorrência entre as empresas).
Aqui, é levada em conta a necessidade de controle de custos. Neste caso, a equação muda
para:
MARGEM DE LUCRO = f (PREÇO - ∑ CUSTOS)
O lucro passou a ser função do preço praticado pelo mercado e dos custos incorridos, sendo
que os custos podem/devem ser controlados pela empresa. Enquanto a primeira equação
levava em conta apenas a contabilidade dos custos, esta já traz a necessidade do controle de
custos.
Em função da busca das empresas pela melhoria contínua, a tendência para o futuro é buscar,
não só um controle, mas um gerenciamento dos custos. Assim, a empresa estabelece a
margem de lucro desejada e trabalha para que os custos sejam os menores possíveis, fazendo
com que os preços fiquem dentro dos valores de mercado.
CUSTO = f (PREÇO - MARGEM DE LUCRO)
A figura 13 mostra a evolução da equação de formação de preços.
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Evolução
MARGEM DE LUCRO = PREÇO - CUSTO Década de 90
Figura 13: Evolução da equação para formação de preços. Fonte adaptada: Kliemann Neto & Antunes
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Júnior por Librelotto .
$
$$ LUCRO AUMENTO DO MERCADO
a) Fixos: são aqueles que não variam em função das oscilações na atividade de
produção. Ex.: salários de pessoal administrativo, telefone e aluguel.
b) Variáveis: São os que tem o seu valor determinado pela oscilação do volume de
produção ou dimensão do produto. Ex.: materiais, mão-de-obra, impostos e taxas.
c) Semi-variáveis: possuem componentes das duas naturezas – fixos e variáveis. Certos
autores referem-se as estes custos como os predominantes na construção civil.
Segundo Mascaró, alterações na área construída não representam alterações
proporcionais no custo total.
De acordo com a produção, os custos podem ser classificados em:
a) Diretos: podem ser diretamente apropriados ao produto, bastando haver uma medida
de consumo. Ex.: serviços em obra, mão-de-obra diretamente vinculada à
obra/serviço, leis sociais incidentes sobre a mão-de-obra, materiais, equipamentos,
instalações do canteiro.
b) Indiretos: são aqueles onde se faz necessário qualquer fator de rateio para a
apropriação. Uso de estimativas. Ex.: ferramentas, trabalhos de apoio, instalações
auxiliares, administração e manutenção da obra, entre outros.
c) A tabela 3 mostra alguns exemplos de custos diretos e indiretos.
Tabela 3: Custos Diretos e Indiretos com relação a um empreendimento.
Como se pode observar, os custos diretos são de fácil determinação e contabilização, enquanto
que com os custos indiretos ocorre o contrário. Para alocar estes custos indiretos (despesas
administrativas, etc.) à obra, foi criado o BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) que tenta
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através de equações matemáticas encontrar um índice que multiplicado pelo custo direto,
fornece o preço de venda do imóvel já embutido o lucro desejado.
2.13 Composição de preços e custos3
Os preços e custos na construção civil, via de regra, são orçados por serviço e determinados
segundo a produção de acordo com as composições unitárias. Estas composições, conforme
os serviços, têm por unidade: m, m2, m3, homens-hora despendidos na execução do serviço,
hora de máquina, etc.
2.13.1 Composições de preços3
Na construção civil, o preço é formado pelos custos diretos da execução, multiplicado por um
índice, o IBDI (índice de Benefícios e Despesas indiretas), o qual engloba os custos indiretos
associados a cada serviço.
PREÇO = CD X IBDI
Custo da obra
CUB
Estimativas ou avaliações SINAPI
Custo unitário da construção Custo Unitário Pini
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O custo total de mão de obra, por sua vez, é função do custo unitário calculado e da quantidade
de serviço a realizar.
Então, sendo “S” a quantidade de serviço a ser realizado e CT (MO) o custo total da mão de
obra conexa a um dado serviço, tem-se:
CT (MO) = CU (MO) X S
Produtividade da mão de obra: É recomendável que cada empresa estabeleça, através de
acompanhamento estatístico, a própria produtividade para cada serviço. Assim, dispondo de
índices de produtividade próprios, é possível ter sob controle e domínio seu processo
orçamentário, e assim conseguir que os desvios entre o custo orçado e o custo real sejam
mínimos.
Existem referências para a produtividade de serviços, tais como a TCPO (Tabelas para
composições de preços para orçamentos - Ed. PINI), mas podem ocorrer diferenças
substanciais entre os índices ali apresentados e os de cada empresa: os índices de
produtividades podem variar de empresa para empresa, de região para região.
A produtividade é a razão entre a quantidade de serviço a ser realizado e o número de horas
necessário para realizá-lo.
Assim: r = (quantidade de serviço) / horas
Por exemplo: considere que, depois de acompanhada a execução de 300 m2 de reboco, foi
registrado que o pedreiro demorou 51 horas para efetuar o serviço.
A produtividade deste pedreiro, então, é de:
r = (300 m2) / 51 horas = 5,88 m2/hora
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CU (EQ) = pE X puE
A produtividade do equipamento é fornecida pelo catálogo do fabricante. Porém, há que se
considerar a queda de produtividade propiciada pela utilização do mesmo.
O preço unitário é função de composição onde são considerados:
Depreciação;
Juros sobre capital investido;
Seguros;
Reparos e manutenção;
Reposição de peças rodantes;
Manutenção de pneus;
Custos de operação; combustível, lubrificante e graxa;
Mão de obra de operação.
Na tabela 5a é apresentado um modelo de cálculo de preço horário de equipamento, tendo
como exemplo o caso de um caminhão.
Em obras de grande duração, é recomendável apresentar ao cliente os preços de operação
considerando horas paradas e horas operantes. Isto porque é comum o equipamento ficar à
disposição do cliente, parado.
Obs.: Quando sua empresa for alugar um equipamento de transporte de uma empresa
especializada, você receberá pronto o custo total pelo número de horas. Mesmo assim, é
importante verificar os custos reais, para pesar vantagens e desvantagens entre alugar o
comprar seu próprio equipamento.
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Tabela 6b
Grupo A
Encargos sociais básicos
A.1 Previdência social 20,00%
A.2 Fundo de garantia por tempo de serviço 8,00%
A.3 Salário-educação 2,50%
A.4 Serviço Social da Indústria (SESI) 1,50%
A.5 Serviço Nacional de aprendizagem Industrial (SENAI) 1,00%
A.6 Serviço de apoio à pequena e média empresa (SEBRAE) 0,60%
A.7 Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) 0,20%
A.8 Seguro acidentes de trabalho (INSS) 3,00% (depende do
grau de risco)
A.9 Serviço social da indústria da construção e do mobiliário (Seconci) 1,00%
Total Grupo A 37,80%
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e) Licença paternidade
São 5 dias de licença por ocasião de nascimento de filho. Admite-se um percentual de 50% de
homens na faixa etária de 18 a 60 anos, com taxa de fecundidade de 3%. A proporção de
homens, no total da mão de obra direta na construção é da ordem dos 98%.
Então tem-se:
Número de horas não trabalhadas devido a licença paternidade:
[(5 X 0,03 X 0,98) / 0,5] X 7,33 = 2,156 h
Obs.: A estatística diz que 50% dos homens no mundo estão na faixa etária de 18 a 60 anos.
Na construção, 100% dos homens estão nesta faixa, então, temos que dobrar a taxa de
fecundidade. Fazemos isto multiplicando a parcela por 2, ou dividindo por 0,5, como na fórmula
acima. O mesmo raciocínio vale para a licença maternidade. O que muda é só a proporção na
obra (homens 98% e mulheres2%).
f) Licença maternidade
São 120 os dias de licença devido à maternidade. Admite-se um percentual de 50%de mulheres
na faixa etária de 18 a 60 anos, com uma taxa de fecundidadede 3%. A poporção de mulheres,
no total da mão de obra direta na construção civil é estimada na ordem dos 2%.
Então:
120X [ 9 0,03X0,02) / 0,5 ] X 7,33 = 1,056 h
O número total de horas indisponíveis é dado por:
350,5112 + 80,6663 + 27,499 + 36,6665 + 219,999 + 2,156 + 1,056 = 718,5549 h
HI = 718,5549 horas
III) Horas efetivamente trabalhadas
O total de horas efetivamente trabalhadas é obtido diminuindo do número de horas de trabalho
anualmente disponíveis o número de horas indisponíveis.
Horas disponíveis – horas indisponíveis = horas trabalhadas
HT = 2.676,6545 – 718,5549 = 1.958,0996 h
2.14.2 Cálculo dos encargos sociais do grupo B
B.1 Repouso semanal e feriados = 431,1773 / 1.958,0996 = 22,02%
B.2 Férias = (219,999 / 1.958,0996) X 1,333 = 14,98%
O acréscimo de 1/3 é dispositivo da constituição.
B.3 Auxílio-enfermidade = 36,6685 / 1.958,0996 = 1,87%
B.4 Licença paternidade = 2,1560 / 1.958,0996 = 0,11%
B.5 13º salário = (30 X 7,3333) / 1.958,0996 = 11,24%
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Se são obrigados por lei, por que até hoje a maioria dos órgãos não cumpre as determinações?
Existem várias explicações sobre isso: uma delas é a inércia natural dos órgãos públicos em se atualizar
diante de sucessivas modificações que ocorrem na legislação brasileira. A outra é a preocupação dos
agentes públicos responsáveis pela aprovação dos orçamentos de obras de que essa atualização legal
possa vir a onerar seus custos de obra, o que no fundo se trata de um equívoco, pois esses itens saem
das Despesas Indiretas da Composição Tradicional do BDI, para passarem a ser Custos Diretos de
Produção.
Explique melhor essa questão de Custos Diretos e de Despesas Indiretas. Não é a mesma coisa?
A rigor são coisas diferentes. Quando falamos genericamente de custos, esses se referem aos custos
de produção que podem ser diretos ou indiretos. Diretos são aqueles que se incorporam ao produto final
ou a realização física da obra pronta, que pode ser uma edificação, estrada ou qualquer outro tipo de
construção. Os custos indiretos são aqueles que são necessários para a realização do objetivo final, que
são os serviços de apoio e de infra-estrutura como administração local, construção do canteiro de obras,
mobilização e desmobilização, placas de obra etc. Portanto, embora indiretos, são custos e não devem
ser confundidos com despesas indiretas que falarei a seguir.
As despesas indiretas, como diz o próprio nome, são aquelas necessárias fora da fábrica, ou fora do
local onde está sendo produzida, tais como, parte (rateio) das despesas de Administração Central,
tributos, despesas financeiras, comerciais e o lucro, que são os principais componentes do BDI. Para
maior clareza, quando falamos de custos, eles se referem à produção da obra e quando falamos de
despesas, se referem ao BDI.
Existe alguma penalidade para quem não cumpre essas leis?
Sim. Não é difícil saber o que acontece com o órgão que deixar de cumprir qualquer lei. No caso de
licitação pública o caminho pode ser a impugnação do edital ou processo judicial anulatório da licitação.
Se o orçamento estiver devidamente identificado com a assinatura e o número de registro do Crea do
profissional que o elaborou, conforme determina o art. 14 da Lei 5.194/66; e se houver omissões que
prejudiquem os colegas de profissão, a responsabilidade poderá recair sobre ele e poderá ser punido
por falta ética pelo Conselho. Se o orçamento apresentado numa licitação pública não for
expressamente identificado por um profissional habilitado, a própria licitação poderá ser impugnada e
até anulada, conforme o que estabelecem os artigos 12o e 15o da mesma Lei 5.194/66.
Se forem considerados esses encargos complementares, como ficaria o total das taxas de Leis
Sociais a serem aplicadas nos salários dos horistas?
A PINI, pela sua equipe especializada, calculou para este ano uma taxa de 171,55%. O SindusCon-SP
(Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), que se vale da assessoria técnica
da Fundação Getúlio Vargas, calculou em 184,55% (julho 2006) e o Instituto de Engenharia estima em
176,08% ( Regulamento do BDI - 30/08/04). Esses índices estão sendo revisados pelas equipes
técnicas das três entidades com objetivo de uniformizar as taxas e poderão sofrer alguma variação para
mais ou para menos.
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I) Importância do BDI
O BDI - Benefícios e Despesas Indiretas, como o próprio nome diz, é um valor monetário que
engloba o lucro bruto desejado sobre um empreendimento, o somatório das despesas indiretas
incorridas, aí incluídos os tributos.
O objetivo de determinar o BDI é calcular, de forma expedita, o preço de uma obra ou serviço
em função dos custos diretos orçados, de forma a garantir a margem de lucro desejada.
Assim, no valor do preço será considerado, além do custo direto orçado, os custos
administrativo e financeiro da empresa, o lucro desejado, o risco do empreendimento e os
tributos incorridos. Esses outros custos, denominados de custos indiretos, estão aglutinados
dentro do BDI.
O BDI pode ser considerado sob duas óticas: como valor monetário e como índice. Este índice
é aquele comumente denominado de BDI e destinado a simplificar o orçamento na obtenção do
preço das propostas.
Ao ser definido o preço por qualquer das duas óticas, como não poderia deixar de ser, o
resultado final será o mesmo.
O Preço, então, pode ser calculado em função do BDI e dos Custos Diretos de dois modos
distintos, segundo apresentado nas equações abaixo, em que a primeira expressa o BDI como
valor monetário e a segunda como índice:
Dada a particularidade de cada empresa, é recomendado definir seu próprio índice. Esse índice
pode ser distinto de obra para obra, variar segundo a composição dos tipos de serviços em
carteira e, também, segundo o número de obras ou do volume de contratos disponíveis.
É importante notar que, quanto maior for o número de obras e/ou serviços em carteira, menor
pode ser o valor do BDI, já que há maior número de contratos a suportar os custos fixos de
administração da empresa, com expressão direta na sua competitividade.
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O aumento de lucro nas condições acima mencionadas ocorre quando, mantido constante o
nível de recursos a ser despendido em custo indireto, a contribuição à estes custos realizada
pelos diversos empreendimentos for superior às reais necessidades da empresa.
Estando coberto o custo indireto pôr um grupo de obras já contratadas e sendo mantida a
capacidade de produção, é possível a empresa elaborar propostas desconsiderando este tipo
de custo na composição de seu BDI, situação que permite aumentar a sua vantagem. Esta,
sem dúvida, é uma situação excepcional e devera ser efetuada e acompanhada com cuidado.
Além dos custos acima comentados, a adequada apropriação contábil dos custos
administrativos, fixos, favorece a realização do processo de acompanhamento e controle de
evolução do próprio BDI. Nessas condições, a empresa dispõe de forte instrumento para
acompanhar com efetividade o seu desempenho financeiro e consequentemente dispor de
informações e dados necessários a elaborar um bom Plano Orçamentário.
Do ponto de vista operacional, o que interessa é uma rápida informação quanto aos custos
praticados. Assim, quanto mais rapidamente as áreas orçamentárias e gerenciais dispuserem
de informações confiáveis sobre custos, mais efetivo será o processo decisório.
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Assim, aquele profissional que esteja informado sobre sua real condição de competitividade e
desempenho, que saiba qual o ganho real esperado, sabe o limite de suas propostas de preço
e a real possibilidade de sucesso nos contratos!
O BDI definido em forma de índice é obtido partindo do conhecimento dos custos diretos da
empresa, do montante dos valores monetários dos benefícios desejados e das despesas
indiretas praticadas ou orçados, devidamente reconhecidos.
Como definido no item I, o preço de uma obra ou serviço pode ser composto pela soma de duas
principais parcelas, do custo direto e do BDI – Benefícios e Despesas Indiretas.
Realizando a expressão do BDI em função do custo direto, define-se o índice “k”, denominado
comercialmente de mark up, ou multiplicador que permite o estabelecimento do
preço de um produto, sendo conhecido o seu custo de aquisição.
Então,
IBDI = ( 1 + k ) Eq. 6
Conhecida a relação existente entre os dois modos de expressar o BDI, Eq. 1 e Eq. 2, a etapa
seguinte é a demonstração da metodologia da composição e da obtenção do benefício e
despesas indiretas, BDI, de uma empresa.
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Além disso, estas informações e obrigações legais, no Brasil, costumam ser alteradas de um
exercício fiscal para outro e o gerenciador de projetos deve estar atento quanto ao impacto que
alterações causam no valor dos contratos e, consequentemente, na mutação dos valores dos
BDI’s praticados.
O BDI, Benefícios e Despesas Indiretas, podem ser formados e considerados como função do
somatório de quatro principais variáveis, a saber:
O modelo a seguir define a expressão para obtenção do valor monetário do BDI em função de
suas principais variáveis:
Cada variável apresentada na equação acima, por sua vez, pode ser subdividida em outras
variáveis cujo tratamento é distinto quanto à metodologia de obtenção do valor correspondente
a cada uma delas. Algumas destas podem ser calculadas diretamente a partir de dados
disponíveis. Outras, por meio de algum método de rateio.
Especial cuidado deve ser atribuído à definição dos impostos. A inadequada avaliação da
metodologia do seu cálculo pode influir na redução de lucros esperados e na competitividade da
empresa. Primeiro, pôr subestimar os impostos inclusos no BDI e acarretando uma redução do
lucro ao ter de recolher, futuramente, imposto em valor superior ao previsto. Segundo, pôr
superestimá-los e resultar na prática de preços fora da realidade de mercado.
Nos itens seguintes, serão analisadas cada uma das variáveis acima descritas e a forma de
como podem ser decompostas e definidos os seus respectivos valores.
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O montante dos custos indiretos pode ser efetuado com a utilização da expressão abaixo, cuja
definição e forma de obtenção de cada termo é realizada em segmento.
Podem, também, ser consideradas neste item alguma despesa vinculada à estrutura de apoio,
tais como engenheiros de suporte à obra, os integrantes da estrutura de compras lotados na
sede da empresa e escritórios de apoio, desde que vinculados e destinados a atender,
exclusivamente, determinado contrato.
Pelo exposto, fica visível que estas despesas são de cunho indireto, porém especificamente
vinculadas a determinado empreendimento e, em termos de despesa, tem comportamento
variável segundo a mutação da carteira de contratos disponíveis pela empresa.
Nestes custos estão apropriados todos os custos indiretos, fixos ou variáveis, relativos à
administração da empresa. Como exemplo: o salário de diretores, de pessoal técnico e
burocrático vinculados ao quadro permanente da empresa, os encargos sociais conexo a esse
pessoal, despesas administrativas e de representação, aluguel de sede e almoxarifados,
despesas com serviços públicos, etc..
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Cada contrato, então, deverá contribuir para a amortização desses custos e que deverão ser
rateados atendendo algum critério objetivo. No item IV será discutida a questão de rateio.
No caso da empresa ter apenas uma obra ou um contrato, este deverá suprir a totalidade dos
fundos necessários à cobertura das despesas apropriadas sob a rubrica Custos Gerais de
Administração da Empresa.
Porém, quando a empresa dispõe de uma carteira de contratos, é recomendado que os custos
gerais de administração da empresa sejam rateados pelos diversos contratos em andamento.
Na indústria da construção civil, como todo contrato tem um tempo determinado para a
contribuição à conta CGA, é recomendável que a cada nova proposta seja revisto o rateio
desses custos e a avaliação de sua devida contribuição aos contratos futuros.
No item IV o assunto será analisado em maior detalhe, explorando a situação do curto prazo.
Isto é, partindo da premissa que a empresa deseja manter intacta a sua capacidade de
produção e, em decorrência, o nível dos custos gerais de administração que vem incorrendo.
Os custos financeiros são caracterizados como aqueles a serem pagos pela utilização de
capital de giro necessário à realização do empreendimento.
Esse capital de giro pode abranger o total dos custos diretos e dos custos indiretos vinculado ao
empreendimento, segundo o interesse da empresa.
Uma abordagem quanto à definição dos custos financeiros é considerá-los como o montante do
valor monetário a ser efetivamente pago a instituições financeiras pelo capital delas tomado.
As duas abordagens comentadas são situações limite, sendo muito provável que o capital de
giro disponível para a execução de um empreendimento seja oriundo das duas fontes citadas.
Nessa situação, a recomendação é efetuar o cálculo dos custos financeiros utilizando a média
ponderada dos custos inerentes a cada fonte de capital utilizada pela empresa.
Além desses, é importante levar em consideração o tempo que a empresa deverá financiar o
capital de giro, a ocorrer entre a incidência dos custos necessários a sua realização e a
quitação dos mesmos pelo contratante.
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Dois aspectos devem ser observados de forma específica nas despesas com propaganda.
Àquelas referentes à promoção institucional da empresa e as referentes a um determinado
empreendimento.
Este último caso reflete a situação de qualquer comissão ou pagamentos incidentes sobre
serviços contratados.
Na construção, o risco deve ser quantificado em termos monetários, visando dispor a empresa
de capital para a cobertura de eventual sinistro. E, evitar sua descapitalização caso lhe seja
atribuída culpa em alguma eventualidade.
O valor de risco pode, então, ser considerado como uma importância a ser paga pelo prêmio de
um seguro efetuado com o objetivo de garantir a cobertura de perdas devido a possíveis
acidentes, inadimplemento ou atraso contratual.
Pode, também, ser apropriado como o custo direto previsto para cobrir prejuízos causados por
eventuais danos a propriedades vizinhas ao empreendimento, a exigências da legislação
ambiental ou a suspensão de faturamento por motivo de chuva ou imprevistos do gênero,
quando não cobertos por seguro.
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O montante de lucro consiste no valor do benefício a ser auferido pela empresa proveniente da
realização de um contrato ou empreendimento.
O valor em causa normalmente é calculado sobre o somatório dos custos diretos, dos custos
indiretos e da margem de risco, pois são estes os valores movimentados e trabalhados pela
empresa para o cumprimento de seus fins.
Após definida uma margem de lucro, isto é, a porcentagem de ganho que a empresa deseja
obter pelo capital ou custos a serem movimentados, esta é multiplicada pelo somatório dos
recursos já mencionados, o que permite obter o montante do lucro, o benefício a ser auferido.
Pelo exposto, matematicamente, o cálculo do lucro “ML” é efetuada pela seguinte expressão:
A margem de lucro “µ“é definida, então, como um percentual incidente sobre o somatório dos
custos diretos, dos indiretos e do valor de risco.
Considerando que µ caracteriza a margem de lucro desejada, após a dedução dos custos de
produção, administrativos e tributos do faturamento esperado, ela compatível com a taxa de
mínima atratividade da empresa.
II.e) Tributos
Sob o conceito de tributo, estão considerados os impostos, taxas e contribuições devidas aos
fiscos da União, estados e municípios.
Estas situações deverão ser previstas durante a fase de elaboração das propostas, visando
inibir a frustração dos lucros esperados.
Os tributos incidentes sobre os serviços de engenharia podem ser agrupados em três principais
categorias:
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• Encargos Sociais.
Nesta seção são analisados os dois primeiros, sendo os Encargos Sociais analisados em seção
anterior.
Quanto ao fisco estadual, os impostos considerados são o IPI - Impostos sobre Produtos
Industrializados e o ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Como as
empresas de engenharia são enquadradas como consumidores finais, estão dispensadas do
recolhimento deste tributo sobre seus serviços e empreendimentos.
A lei de formação do BDI, Equação 7, mostra que ele é função de quatro variáveis principais,
em que os impostos são a quarta variável da expressão.
Para o cálculo do preço, uma das abordagens é estabelecer todos os custos que contribuem
para sua formação, a partir dos quais poderá ser definido o montante, em valor monetário, dos
impostos a serem recolhidos e, após, leva-los à equação do BDI como acima expressa.
a) da taxa de lucro desejada, devido à influência dos impostos incidentes sobre o lucro
da empresa;
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b) e, do IBDI a ser utilizado no cálculo final dos preços, visando considerar tributos
incidentes, diretamente, sobre o faturamento.
Receita, por sua vez, é entendida como todo e qualquer ganho que contribui ao caixa, a
exemplo da venda de algum bem integrante do ativo imobilizado ou proveniente de aplicação
financeira e sobre ela não incide diversos dos tributos como no caso do faturamento.
Em outras palavras, a margem de lucro estabelecida como objetivo empresarial será mantida,
após ocorrer o devido recolhimento de todos os tributos.
Como já citado, a metodologia utilizada por facilidade de procedimento, nos dois casos em
pauta é a que efetua a majoração da margens de lucro e do IBDI devido, respectivamente, aos
tributos incidentes sobre o lucro e aqueles incidentes sobre o faturamento.
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É importante ressaltar, que a “µLÍQUIDA“ exprime a margem de lucro liquido esperado, após o
desconto de todos os impostos e taxas incidentes sobre o lucro e sobre o faturamento, sendo
compatível com a taxa de atratividade arbitrada pela administração da empresa. Então:
µ L = ƒ (µ , α CS ,α IR)
Esta margem bruta é aquela a ser adotada nos procedimentos propostos para o cálculo do BDI,
em que α L corresponde ao total das alíquotas incidentes sobre o lucro.
Se houvesse apenas o Imposto de Renda incidindo sobre o lucro, a expressão acima poderia
ser utilizada na forma como exposta na Eq. 10, quando α L seria idêntico a α IR.
No Brasil, porém, dois são os impostos incidentes sobre o lucro: a Contribuição Social e o
Imposto de Renda. E, conforme estabelece a legislação específica, o Imposto de Renda é
descontado do lucro do exercício após o abatimento da Contribuição Social. Noutras palavras,
estes tributos não são cumulativos.
Dado este fato, o fator de majoração da margem líquida a ser adotado é função do produto das
alíquotas estabelecidas para ambos os tributos.
Então, a margem de lucro bruta a ser utilizada no cálculo do IBDI, é obtida levando o resultado
da expressão da Eq. 11, na Eq 10. Deste modo:
Eq. 12
Analisando a expressão acima, é fácil concluir que µ > µL pois a expressão em denominador é,
necessariamente, menor que 1. Por isso a expressão é denominada de fator de majoração da
margem de lucro.
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Neste caso, o IBDI já deve ter sido calculado. Porém, o recomendado é não utilizar o valor
obtido, diretamente, no estabelecimento do preço, dado ainda não terem sido considerados os
tributos cuja base de cálculo é o faturamento.
O objetivo, deste modo, é garantir que o faturamento disponível da empresa seja mantido
segundo o desejado ou planejado, após o recolhimento dos tributos incidentes sobre o valor
total de cada nota fiscal, valor este denominado de preço.
Adotando, como nomenclatura: IBDI, ou Índice bruto, como o índice de BDI a ser utilizado na
definição final do preço; I*BDI , definido como o índice líquido, calculado antes da consideração
dos tributos incidentes sobre o faturamento; e α F representando o somatório das alíquotas
relativas a todos os impostos incidentes sobre o faturamento; o índice a ser utilizado na
definição do preço é:
Eq. 13
Ressalta-se que este IBDI, é o índice a ser adotado na definição do preço dos produtos.
A legislação brasileira considerara a indústria da construção civil como consumidores finais, não
recolhendo tributo sobre o valor agregado de seus produtos.
Assim, os tributos analisados são aqueles incidentes sobre o total da prestação de serviços,
podendo ou não serem retidos na fonte. Assim sendo, tributos como o IPI, de atribuição da
União e o ICMS, dos estados, não serão considerados para fins de cálculo formação do BDI,
pois não são incidentes em serviços de engenharia, havendo ou não fornecimento de materiais.
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Neste item é demonstrada a metodologia de tratamento dos tributos incidentes sobre o lucro,
quando foi adotado o regime de tributação baseado no lucro real.
· a Contribuição Social;
· o Imposto de Renda.
Antes de analisar qual a alíquota do Imposto de Renda e da Contribuição Social a que esta
sujeita a empresa, há que se conhecer qual o regime que ela adota para recolher esses
tributos. Se os recolhe tendo por base de cálculo do imposto o lucro real ou o lucro presumido.
No primeiro caso, a empresa recolhe o tributo após ter apurado o lucro do exercício.
Neste caso, a metodologia apresentada recomenda que seja majorada a margem de lucro, µ.
No segundo caso, o recolhimento é efetuado apuração trimestral tendo como base de cálculo a
receita bruta, havendo a presunção de que uma porcentagem fixa, dessa receita seja
convertida em lucro.
IR = α IR Faturamento
Assim, no caso da empresa ter optado pelo regime do lucro presumido, o Imposto de Renda
pode ser tratado como um tributo incidente sobre o faturamento a ser tratado mais adiante.
Especialistas em tributação têm alertado para haver precaução quando da opção do Imposto de
Renda sob o regime de lucro presumido, pois, sendo alto o nível de despesa da empresa, o
recolhimento deste tributo com base no lucro real pode ser inferior ao do lucro presumido.
Atualmente, a pessoa jurídica que não esteja obrigada à tributação pelo lucro real, poderá optar
pela tributação com base no lucro presumido.
A receita bruta das vendas e serviços, segundo o fisco, compreende o produto da venda de
bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido
nas operações de conta alheia.
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Há, porém, que se considerar que na receita bruta não se incluem as vendas canceladas, os
descontos incondicionais concedidos e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente
do comprador ou contratante dos quais o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja
mero depositário.
a) A Contribuição Social.
Ao ser considerada a influência desta contribuição, deve ser constatado qual o regime de
tributação e a respectiva base de cálculo que a empresa optou junto à Receita Federal.
Especificando, se a empresa tem a obrigatoriedade de recolher o Imposto de Renda e a
Contribuição Social tendo como base de cálculo do tributo o Lucro Real ou o Lucro Presumido.
No caso da base de cálculo ser o Lucro Presumido (LP), a assunção deste regime deve,
anteriormente ao exercício fiscal corrente, ser participado à Receita Federal, sendo a base de
cálculo do imposto a receita bruta presumida e o seu recolhimento efetuado, durante o
exercício fiscal.
Sendo a base de cálculo do tributo o lucro real, o imposto será pago sobre o lucro apurado, isto
é, após o desconto das despesas operacionais, das taxas e dos impostos do montante do
faturamento auferido no exercício e demonstrado no respectivo balanço social.
b) O Imposto de Renda.
O Imposto de Renda é calculado tendo como base de tributação o Lucro Bruto, denominado
pela Receita Federal de Lucro Real, obtido após serem descontados do faturamento, todas as
despesas efetuadas pela empresa, taxas, impostos e contribuições devidas.
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O contribuinte somente estará obrigado apagar o IR caso apure lucro real positivo, indicador de
renda tributável.
O recolhimento deste imposto varia segundo alíquotas definidas pela Receita Federal, sendo
importante ter o cuidado de, a cada exercício fiscal, verificar se as alíquotas a serem praticadas
no exercício seguinte permaneceram as mesmas do exercício anterior. Caso contrário, sua
influência na expressão do BDI deve ser reconsiderada.
A legislação brasileira permite que, havendo alteração na legislação fiscal, haja alteração dos
contratos, sendo possível a repactuação tanto em contratos firmados com a administração
particular como a administração pública.
Para calcular a incidência do Imposto de Renda, um primeiro cuidado a verificar é qual o correto
enquadramento da empresa junto ao fisco federal para fins de estabelecimento da base de
cálculo deste tributo.
É importante notar que, mesmo havendo o recolhimento do Imposto de Renda sobre o Lucro
Real, a Contribuição Social também incide, e prioritariamente, sobre este Lucro, conforme o
especificado na tabela acima.
Sendo, como já definido: µLiquida como a margem líquida definida como meta da empresa; µ
sendo a margem bruta e a ser utilizada não calculo do BDI; α TL equivale ao somatório das
alíquotas dos tributos incidentes sobre o lucro. No caso, o Imposto de Renda - IR e a
Contribuição Social - CS; LL, o Lucro Liquido, definido como o valor do lucro após descontado o
Imposto de Renda e a Contribuição Social; e, LB, representando o Lucro Bruto, antes do
desconto do Imposto de Renda e da Contribuição Social.
µ = ƒ ( µ Liquida ,α IR , α CS )
µLiquida = µ – ( IR + CS )
Eq. 14
ML = µ ( CI + CD + VR ) Eq.15
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Eq.16
Através da Eq. 16, é possível calcular o Montante do Lucro expresso em valor monetário, em
função da margem líquida estabelecida, conhecido o fator de majoração da margem líquida.
Tabela II - Alíquotas do Imposto de Renda
Enquadramento Base de Cálculo Alíquota Excesso
1. Firma Desconta o imposto diretamente na fonte pagadora, na mesma forma
Individual que a pessoa física, segundo a tabela progressiva mensal.
2. Sociedade Civil ou Limitada
a) Lucro Real Lucro Real (exercício 15% até R$ + 10% sobre o excesso.
anterior) 20.000,00 X
nº de meses
b) Lucro
Presumido
b.1. – Caso 32% da Receita Bruta 15% + 10% sobre a parcela do
Serviço quando for só mão de lucro presumido que
obra ( pode ser reduzido exceder de R$ 60.000,00
para 61% quando o valor (3X R$ 20.000,00) no
da receita bruta anual não trimestre (ou R$
ultrapasse R$ 120.000,00. 20.000,00 X nº de
meses).
b.2. - Empreitada Acima de R$ 20.000,00 –
3% da Receita Bruta do
15% incide 10% sobre o
mês.
excesso
Fonte: Receita Federal
Estes impostos e taxas incidem sobre o total da Nota Fiscal, isto é, do montante dos serviços a
serem cobrados. Não sendo devidamente considerados na definição do BDI, reduzem o lucro
arbitrado proporcionalmente ao seu montante.
Considerando que a influência dos impostos e taxas incidentes sobre o faturamento, nesta
abordagem de cálculo, é efetuada conjuntamente, o objetivo a alcançar é a manutenção do
valor disponível para a empresa após o desconto destes tributos.
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Como o IFAT, por definição legal, é calculado pela multiplicação da soma das alíquotas dos
tributos pelo preço a ser cobrado, então: I = α × PC.
Das equações definidas nos dois parágrafos anteriores, chega-se a seguinte expressão:
Eq.17
Como VD pode ser obtido efetuando o produto do custo direto pelo IBDI, sem haver a
incidência dos tributos, então VD = CD × IBDI. Levando esta expressão na do Preço, obtém-se
a expressão do Preço considerando a influência dos tributos que incidem sobre o faturamento.
Quando calculado apenas o segundo termo do produto expresso na expressão abaixo, chega-
se ao valor do IBDI possível de ser diretamente aplicado ao custo direto e, expeditamente,
calculado o Preço de obra ou serviço pois já houve a devida consideração da influência dos
tributos devidos.
α F = ƒ ( Σα i )
O quadro abaixo mostra a relação dos tributos e a composição de suas alíquotas quando os
serviços de engenharia são prestados a clientes situados no município de Florianópolis, Estado
de Santa Catarina.
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orçamento ao cliente, há que se verificar qual a alíquota do Imposto sobre Serviços praticados
pelo fisco local.
A composição das alíquotas efetuada na Tabela 3.4, apresenta dois totais para a sua soma. O
Total-1 indica o somatório das alíquotas quando a empresa recolhe o Imposto de Renda tendo
por base de cálculo o lucro real. Neste caso, a Contribuição Social não incide sobre o
faturamento.
O Total-2 é utilizado no caso da base de cálculo do Imposto de Renda ser o lucro presumido,
caso este em que a Contribuição Social incide sobre o faturamento.
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c) Exemplo Comparativo.
1º ) O primeiro, é simplesmente somar ao valor dos serviços o valor dos tributos, definindo o
preço a ser proposto.
Calculando:
Preço (1) = 950.000,00 + (950.000,00 × 0,1127) = R$ 1.057.065,00
Novo Imposto = 1.057.065,00 x 0,1127 = R$ 119.131,23
Valor Disponível = 1.057.065,00 – 119.131,23 = R$ 937.933,77
Neste caso:
Preço (2) = 950.000,00 ¸ (1 - 0,1127) = R$ 1.070.663,81
Imposto = 1.070.663,81 x 0,1127 = R$ 120.663,80
VD2 = 1.070.663,81 – 120.663,80 = R$ 950.000,00
Deduzindo do VD2 o valor do tributo, fica disponível para a empresa exatamente o valor orçado
de R$ 950.000,00, o que é o desejado. No caso de ter sido escolhido primeiro procedimento, a
importância disponível após a dedução dos tributos seria R$ 937.933,77.
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A diferença pode ser pequena, mas proveniente de um procedimento que reduz o lucro
desejado. Em conseqüência, a taxa de lucro realmente obtida é distinta e inferior àquela
arbitrada pela direção da empresa.
O rateio dos custos atinge apenas os custos fixos ou indiretos, já denominados de CGA –
Custos Gerais de Administração da empresa, porque incorridos pela administração central da
empresa e necessários à sua operacionalização, devendo ser absorvidos pelos diversos
contratos em carteira.
Sem um procedimento adequado no rateio dos custos indiretos pode ocorrer redução da
competitividade da empresa, pois eles podem influir na composição da proposta de preços
propiciando a formação de um valor acima daquele praticado pelo mercado. Ou, em caso
oposto, contribuir para a formação de uma proposta irreal, pois os preços orçados são
compostos por custos inferiores aos que serão incorridos, com a decorrente expressão na
redução dos lucros, situação que pode levar a empresa a conviver com dificuldades financeiras.
Para o rateio dos custos fixos, ou custos indiretos, é recomendado estabelecer algum critério
que apresente racionalidade, para que não haja distorção nas informações e apropriações
indevidas a qualquer serviço.
No exemplo exposto nos quadros acima, os custos fixos são apropriados, classicamente, nas
contas 3.7; 3.8 e 3.9 do Demonstrativo de Resultados do Exercício, a partir das Fichas de
Controle de Custos.
I) Critérios Globais
o Rateio e superávit
o Manutenção do nível de produção
o Aproveitamento da capacidade ociosa
A literatura disponível recomenda que o rateio dos custos fixos deva ser definido em função de
algum fator diretamente vinculado ao volume produzido.
Neste item é apresentada uma discussão sobre o rateio dos Custos Indiretos da empresa,
também denominados Custos Gerais de Administração - CGA – considerando como critério de
rateio a participação percentual do valor de cada contrato no conjunto da carteira.
O objetivo de definir como fator de rateio a proporcionalidade do valor dos contratos em função
do volume total da carteira, permite, de forma simples, o estabelecimento de uma distribuição
eqüitativa de custos indiretos entre eles.
Devido a sua peculiar característica, a indústria da construção civil favorece a redução dos tipos
de critérios de rateio normalmente encontrados na literatura que trata o assunto.
Na construção civil, o rateio dos custos indiretos pode ocorrer em dois níveis:
a) o primeiro, visando definir qual fração dos custos indiretos será absorvido por cada
contrato componente da carteira de serviços da empresa. Esta situação será
analisada nos items (I) e (II);
b) o segundo nível, relativo a rateio intra-contrato, visa definir o valor dos custos
indiretos atribuído a um contrato que será alocado a cada serviço que o compõe.
Este caso será discutido no item (III).
É fácil de entender que a carteira da empresa tendo apenas um contrato, os custos totais da
empresa e nesses incluídos os custos gerais de administração ou custos indiretos, deverão ser,
indiretamente, absorvidos por esse contrato.
Frente a esse cenário, é exigida habilidade na definição do critério de rateio dos custos
gerais de administração da empresa, isto é, dos custos indiretos a serem atribuídos à uma nova
proposta.
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Como exemplo, é analisada a situação de uma empresa que dispõe de uma carteira de
contratos cuja monta é de 4,41 milhões.
Considerando que a empresa deseja realizar novos contratos, a questão que surge é como
será efetuado o rateio para uma nova proposta, dado a conclusão, em futuro próximo, do
contrato relativo à obra “x”.
a) Como primeira hipótese, os custos gerais de administração, até então suportadas pela obra
“x”, passarão inteiramente a serem cobertos pela nova proposta, no momento de R$ 80 mil,
independentemente do valor a ser fixado para o novo contrato.
b) A segunda hipótese considera que o valor dos custos gerais de administração a serem
cobertos pela Obra-k será proporcional ao futuro montante da carteira, na data de
adjudicação dessa obra.
Nesta situação, o valor da contribuição aos Custos Gerais de Administração propiciada pela
obra-k, será de R$ 92,73 mil, equivalentes a 25,75% do total que é R$ 360 mil.
A assunção de qualquer das hipóteses comentadas, como critério de rateio, deve ser precedida
do reconhecimento da situação de mercado, para que a empresa não se equivoque nos
procedimentos que adotar, com expressão na perda de competitividade ou sub-avaliação dos
custos rateados.
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Considerando ser comum aos contratos de engenharia atingir o médio ou o longo prazos, a
implementação de uma política gerencial de forte redução de custos pode causar redução no
faturamento, com impacto direto na diminuição do volume de lucros.
Um exemplo de rateio para cada hipótese acima pode ser calculado da seguinte forma (para os
6 meses em questão):
Rateio 1ª Hipótese 2ª Hipótese 3ª Hipótese
Obra - ρ2 = 360.000,00/5.600.000,00 ρ3 = 60.000,00/4.620.000,00
x 80.000,00 980 X ρ2 = 63.000,00 980X ρ 2 = 76.363,63
y 108.000,00 1.320X ρ2 = 84.857,00 1.320X ρ2 = 102.857,14
z 172.000,00 2.110X ρ2 = 135.643,00 2.110X ρ2 = 164.415,58
k 80.000,00 1.190X ρ2 = 76.500,00 1.190 X ρ2 = 92.727,27
Total para 440.000,00 360.000,00 436.363,62
cobrir CGA
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O caso a seguir analisa a situação em que um novo contrato será assumido, face a conclusão
de outro, situação a ocorrer em futuro próximo. Além desse fato, a carteira de obras é composta
por contratos que estarão em vigor durante um prazo suficientemente longo.
O cronograma mostra que o contrato relativo à obra-x está em vias de conclusão e a empresa
pretende dar início à nova obra - k.
Como premissa, é estabelecido que a empresa deseje manter em atividade o mesmo nível de
produção ora praticado.
Porém, sendo o volume financeiro do novo contrato expressivamente inferior, a empresa terá
que obter um outro contrato que justifique a manutenção de sua capacidade de produção nos
níveis anteriores, em outras palavras, manter o mesmo nível dos custos fixos praticados.
No caso em pauta, a empresa dispõe de diversos contratos em andamento, tem seus custos
totais cobertos por esses contratos e dispõe de alguma capacidade ociosa.
Surgindo a oportunidade de assumir um novo contrato “k”, cujo tempo de execução seja
significativamente inferior aos demais, o rateio dos custos indiretos pode ser reduzido no todo
ou em parte.
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980,00 22,22%
Montante de
1.320,00 29,93% carteira até
aqui: 4.410,00
2.110,00 47,85%
1.087,00 22,22%
Essa redução de custos permite alavancar a competitividade, sem alterar a margem de lucro.
Definido o montante dos custos indiretos a ser suportado por um contrato, cabe a tarefa de
rateá-lo entre os diversos serviços que o compõem.
Os critérios específicos de rateio podem ser divididos em duas vertentes, segundo “Pizzolato –
Introdução À Contabilidade Gerencial”, pgs. 160 e 162:
o Quanto à capacidade instalada;
o Quanto à utilização observada.
Nesta vertente, os custos são rateados segundo o metro quadrado disponível; a potência
nominal instalada; o número de funcionários empregados na atividade; a produção nominal dos
equipamentos; etc.
a) Rateio dos Custos Totais de Iluminação. Esses podem ser realizados proporcionalmente à
área iluminada ou o número de pontos de luz instalados por sessão. Medidores de
consumo podem ser instalados em cada sessão, procedimento que propicia a precisão do
rateio, porém com aumento do custo do processo.
b) Rateio dos Custos de Energia Elétrica. Podem ser efetuados proporcionalmente à potência
instalada em cada sessão, ou ao número de horas de operação dos equipamentos.
Nesta situação, o critério de rateio é efetuado segundo a utilização dos recursos disponíveis:
homens-hora apontados; quilowatts consumidos; custos diretos orçados; horas de utilização ou
quilometragem apropriada na utilização de veículos. Como exemplos:
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· Rateio de Veículos de Transporte – Neste caso o fator de rateio de custos pode ser o
número de horas utilizadas para a realização de um serviço, ou a quilometragem
despendida para o mesmo. Ou, um misto das duas acima.
Activity Based Costing, como o próprio nome diz, é uma metodologia de rateio de custos
baseados na atividade. Ela permite distribuir o custo indireto segundo a contribuição de cada
serviço para o faturamento global.
Utilizando essa metodologia, o montante do custo indireto pode ser rateado segundo o preço
final ou o custo de cada serviço.
Tal procedimento propicia evitar que um item qualquer do contrato, principalmente aqueles
onde conste orçamento com planilha de preços detalhadas, seja excessivamente onerado e se
mostre como irreal, quando comparado àqueles praticados pelo mercado concorrente.
Como exemplo de procedimento, da metodologia ABC, é efetuado o rateio dos custos indiretos
de um contrato que apresenta a seguinte situação:
No exemplo, o critério de rateio dos custos indiretos adotado foi o de mesmo percentual dos
custos diretos orçados.
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1º Passo: Definições:
k = BDI / CD \ I*BDI = ( k + 1 )
IBDI = I*BDI / ( 1 – α F )
Preço = CD x IBDI
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1º Passo: Definições:
BDI = CI + VR + ML + IMP
Obs: neste caso, o ML é conhecido, é o valor presumido pela Receita Federal, quando da
opção pelo lucro real. O IMP é um percentual do valor do ML, ou seja, é o percentual do IR
sobre o lucro (presumido). A Constribução Social não incide aqui, neste caso. Ela incide junto
com as outras alíquotas sobre o faturamento (ver tabela III).
k = BDI / CD \ I*BDI = ( k + 1 )
IBDI = I*BDI / ( 1 – α F )
Preço = CD x IBDI
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O custo de uma casa monta a R$ 100.890,00, qual será o preço de venda sabendo-se que:
a) A empresa construtora tem regime de tributação de lucro real, o serviço é com fornecimento
de material, e o markup da empresa é de 33,33%;
b) No BDI não constam impostos incidentes sobre o faturamento;
c) O valor atual do terreno onde será construída a edificação está avaliado em R$ 132.000,00.
Defina o índice de BDI, I BDI , para uma obra a ser construída, conhecidos os dados
apresentados nos quadros abaixo. Regime: Lucro Real, com fornecimento de material.
Dos Custos
i. Custos Diretos de Construção R$ 5.450.000,00
ii. Administração Central – Rateio sobre a obra R$ 660.000,00
iii. Administração do Canteiro R$ 970.000,00
iv. Custos Financeiros R$ 630.000,00
v. Seguro contra terceiros R$ 360.000,00
vi. Recuperação ou reforma de equipamentos alocados à R$ 250.000,00
construção
Dos Benefícios e Encargos %
vii. Margem de lucro 12,00
viii. Impostos incidentes sobre faturamento 11,27
ix. Impostos incidentes sobre o lucro 9%(CS) 15% ou 25%(IR)
Sua empresa irá participar de um processo licitatório, cabendo a você definir o BDI, a ser
utilizado na definição dos preços da proposta do novo empreendimento. (duração 1 ano)
De custos Milhões de R$
a) Custo Direto do empreendimento 125,00
b) Custos de Administração do empreendimento 12,50
c) Existe a possibilidade de desabamento de um muro de uma 0,35
propriedade na divisa
d) Custos – médios – de administração da empresa 54,00
e) Carteira de obras da empresa, não incluindo o empreendimento. 580,00
f) Capital de giro do empreendimento 50,00
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Sobre o Lucro/Encargos/Impostos %
g) Lucro Líquido Desejado 15,00
h) Imposto sobre Faturamento 11,27
i) Imposto de Renda 15,00
j) Encargos financeiros sobre o capital de giro necessário à construção 4,00
k) Seguro contra riscos como porcentagem do custo direto 1,50
A empresa BPB – Engenharia e Comércio Ltda., empresa onde VOCÊ é o responsável técnico,
está analisando um edital de licitação com o objetivo de apresentar proposta para a construção
de um conjunto poli – esportivo. Empresa: regime de lucro real, obra com fornecimento de
material. Ficou sob sua responsabilidade definir qual poderá ser o BDI a ser utilizado pela
empresa no citado empreendimento.
a) Em reunião da Diretoria Colegiada da “BPB”, ficou decidido que o lucro pretendido sobre
empreendimentos futuros deverá ser de 10%.
b) Os custos diretos de construção orçados pelo Departamento de Planejamento para a
realização do empreendimento montam a R$ 22.700.000,00.
c) O prazo previsto para realização da obra é de 18 meses.
d) A “BPB” está realizando, hoje, oito obras, de porte médio grande, todas a serem concluídas
num horizonte que varia de 24 a 44 meses.
e) Balancetes mensais fornecidos pelo Departamento de Contabilidade, relativos ao último
semestre, indicam que os custos gerais de administração do escritório central da “BPB”, aí
incluídos salários de diretores e de pessoal administrativo; aluguel de instalações
administrativas; despesas com água, luz, telefone e material de expediente, bem como
despesas de deslocamento de diretores e funcionários para vender os produtos da “BPB”,
tem se mantido na ordem de R$ 445.000,00 por mês.
f) Para a realização das obras em questão, foram previstas diversas despesas mensais,
relacionadas em quadro específico.
g) Despesas com pessoal de chefia e apoio a ser contratado para trabalhar para o
empreendimento, tanto no local das obras como no escritório central, foram relacionados no
quadro de Profissionais.
h) Aluguel de três veículos leves ao custo de R$ 1.800,00 / mês / veículo.
i) Despesas com combustível: 960,00 litros / mês.
j) Despesas com lubrificantes: 20 litros / mês.
k) O índice utilizado para a definição de encargos sociais foi de 1,27.
l) O capital de giro previsto é equivalente a dois meses de produção (CGE= R$ 3.000.000,00
para os 2 meses), ao custo de 4% (quatro por cento) ao mês.
m) Os impostos incidentes sobre o faturamento são os de lei;
n) A alíquota do imposto de renda conforme a tabela da Receita Federal;
o) Os dados sobre os equipamentos próprios a serem alocados aos serviços são os
relacionados no quadro de Equipamentos.
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Até março de 2008 era possível calcular o CUB pelas metodologias da versão de 1999, e da
versão de 2006 da norma, para fins de comparação de valores, de contrato, por exemplo. A
partir de março de 2008 só será utilizada a metodologia da norma vigente, como pode ser visto
pela comunicação do Sinduscon:
Na construção civil utiliza-se o CUB freqüentemente como indexador que representa o custo,
em padrão monetário vigente do metro quadrado da edificação em cada Estado, para os
diversos padrões de construção definidos pela NBR 12721/06. Este indexador adota
quantidades constantes, preços variáveis e coletas de dados para cada Estado. No entanto, a
Norma prevê que os custos unitários básicos sejam destinados a fins exclusivamente
comparativos no início das incorporações.
O orçamento é feito para cada projeto padrão (tipos e valores na tabela 10). Os projetos padrão
são projetos selecionados para representar os diferentes tipos de edificações, definidos por
suas características principais: número de pavimentos, número de dependências por unidade,
áreas equivalentes à área de custo padrão privativas das unidades autônomas (por exemplo, o
apartamento, sua garagem, e parcelas da edificação a estes conectadas), padrão de
acabamento da construção, número total de unidades.
A Norma especifica as características principais dos projetos-padrão (padrão de construção,
número de pavimentos, número de quartos, banheiros e área privativa), bem como os materiais
e os equipamentos considerados nas áreas de uso comum privativo e nas instalações distintas
para cada nível de acabamento (tabela 11 a e b).
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Tabela 10 a,b,c: Valores do CUB por tipologia de projeto padrão (onte: http://www.sinduscon-
fpolis.org.br/downloads/PlanilhasDoCUB/2008/CUB2006fevereiro2008.pdf).
Residencial
Projetos-padrão Tipo Pavimentos Padrão acabamento
Residencial (R) Unifamiliar 1 Baixo Normal Alto
Prédio Popular Multifamiliar 4
(PP)
Projeto Interesse Multifamiliar 4
Social (PIS)
Residencial (R) Multifamiliar 8
Tabela 11a: Características dos principais projetos-padrão. Fonte: NBR 12721/06 (projeto de norma).
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Tabela 11b: Especificações dos acabamentos nos orçamentos dos projetos-padrão residenciais. Fonte:
NBR 12721/06 (projeto de norma).
Com base nos projetos-padrão e nas especificações técnicas, elabora-se o orçamento para
cada projeto padrão, o qual é atualizado pelos Sinduscons regionais, os quais atualizam
mensalmente este orçamento utilizado lotes básicos de materiais e mão de obra (exemplo na
tabela 12).
Tais tabelas a seguir fornecem as quantidades do insumos, por metro quadrado de construção,
derivados das relações completas de materiais e mão-de-obra, levantadas a partir das
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quantidades dos serviços considerados na formação do custo unitário básico dos projetos-
padrão. Essas quantidades dos insumos foram extraídas do agrupamento de todos os insumos
em famílias cujos itens são correlatos.
Nota: Nas regiões do país em que seja usual o emprego de materiais diferenciados, porém
equivalentes em custo, fica facultado aos Sindicatos da Indústria da Construção Civil introduzir
nas especificações de acabamentos as alterações adequados, dando a necessária divulgação.
Tabela 12: Exemplo de lote Básico. Fonte: NBR 12721/06 (projeto de norma).
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%Custo
acumulado
Curva de
Faixas de C
Cont role B Classificação
A ABC
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O estoque e aplicação dos itens de classe A devem ser rigorosamente controlados, com o
menor estoque de segurança possível. O estoque e a aplicação dos itens de classe C devem
ter controle simples e estoque de segurança maior, pois esta política traz pouco ônus ao custo
total.
VALOR TOTAL = CUSTO UNITÁRIO X CONSUMO DO INSUMO
Formas de fazer a classificação ABC:
Fichas, tabela (ambos em ordem decrescente)
Método gráfico - ver material em anexo: Planejamento e controle de estoques.
Cuidados a tomar p/ não que a curva ABC não represente desvantagem:
O andamento da obra pode ser prejudicado tanto pela falta de um material considerado
“barato”, quanto pela falta de um material caro - não negligenciar datas de pedidos,
mesmo dos materiais baratos;
Se nos aceitarmos que o controle de estoque e aplicação (principalmente quanto ao
desperdício) de materiais baratos pode ser “negligenciado”, corremos o risco de não
reduzir estoques e desperdício dos materias grupo A, e aumentar estoques e
desperdício do material grupo C.
A tabela 14 mostra os materiais enquadrados na categoria A para a construção de prédios
residenciais, segundo pesquisas na Grande Florianópolis:
Tabela 14: materiais enquadrados na categoria A para a construção de prédios residenciais, na Grande
Florianópolis. Fonte: LOPES (1992).
Ordem de Insumos Participação percentual Participação percentual
importância média acumulada
1 Concreto pré-misturado 9,90 9,90
2 Azulejos 8,22 18,12
3 Concreto pré-moldado 7,25 25,37
4 Janelas de alumínio 7,13 32,50
5 Ferros 6,25 38,75
6 Tábuas brutas (estruturas) 5,03 43,78
7 Inst. hidráulicas 4,76 48,54
8 VB p/ mat. Inst. elétricas 4,66 53,20
9 VB p/ mat. (esq/fer/vd) 4,40 57,60
10 Cimento Portland 4,25 61,85
11 Portas de madeira 3,73 65,56
12 Tijolos 3,45 69,03
13 Material p/ pintura 3,12 72,15
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Projeto
Proprietário
Engenharia
Construtora
Sub-contratados Fornecedores
Figura 17: Esquema contrato DBB. Fonte: Gómez et al (2006)
Proprietário
Projeto
Construtora
Engenharia
Gerenciamento
Sub-contratados Fornecedores
Figura 18: Esquema contrato DBB-CM. Fonte: Gómez et al (2006)
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Proprietário/
contratante
Construtora/
contratada
É semelhante ao D&B;
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3.1.4.3 Pagamentos
a) Métodos
No final do contrato (soma total);
Pagamentos mensais (Parcelas pré-definidas);
Por eventos (atingimento de metas, ou por medição).
b) Situações relacionadas
Atraso: a contratada pode suspender os trabalhos.
Adiantamento: deve ser evitado, salvo proporção do valor total.
Retenção: 10 a 20%: percentual dos pagamentos mensais que são retidos pelo
contratante como garantia. São liberados ao contratado ao final da fase de garantia do
empreendimento (após a constatação de que não há defeitos).
Incentivos: participação nos lucros. Incentivos são mais eficientes para garantir
conclusão no prazo do que as multas.
Penalidades: são multas por atraso ou não construção.
Garantias e impostos: contratante e contratada são co-responsáveis.
3.1.4.4 Riscos
De mercado: suposição errada de crescimento econômico, de demanda específica, etc.
Financeiros: dificuldades de atrair investidores e obter financiamentos.
Tecnológicos: dificuldades de engenharia, de interação com elementos naturais.
De construção: todas as dificuldades de execução.
Operacionais: possibilidade que o empreendimento não atinja o desempenho
planejado.
Regulatórios: empreendimentos dependem de leis e normas. Riscos estão associados
a fatores macroeconômicos (flutuação de moeda, ou dificuldades burocráticas, tais
como demora para a obtenção de licenças ambientais.
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3.3 Licitações
Processo regulado pela Lei 8.666 de 21 de junho de 1993:
http://www.comprasnet.gov.br/legislacao/leis/lei8666.pdf#search='Lei%208.666'
3.3.1 Definições1
Licitação é o processo de disputa da adjudicação de bens e/ou serviços insusceptíveis
de divisão.
Adjudicar é declarar, formalmente, que o fornecimento do bem e/ou serviço foi atribuído
a um determinado proponente.
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É publicado com antecedência no Diário oficial da União e/ou em jornais de circulação estadual
e municipal (Art 21). Diz onde ter acesso ao Edital completo.
O objeto é orçado previamente, para ter idéia dos valores de propostas a aceitar.
De acordo com o Artigo 21 da Lei 8.666...
§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será:
I - quarenta e cinco dias para:
a) concurso;
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada
integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço";
II - trinta dias para:
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior;
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço";
III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do
inciso anterior, ou leilão;
IV - cinco dias úteis para convite.
§ 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da última
publicação do edital... § 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma
forma que se deu o texto original...
c) Até a data do Edital...
Deve-se levar 2 envelopes, no local especificado no edital, contendo: (1) documentação para
Habilitação; (2) propostas.
c.1) Documentos básicos para Habilitação
Sanidade financeira da empresa: LG, SG e LC ≥ 1 (provam que a empresa tem mais
do que deve).
Se índices forem menores que 1, comprovar patrimônio líquido de 10% do valor da
licitação (último balanço da empresa).
ARTs similares ao objeto;
Declaração de ter vistoriado o local onde será construído o empreendimento em
licitação;
Declaração de inexistência de fato superveniente (não deve existir fato que ompeça a
participação da empresa na licitação).
c.2) Documentos básicos para Proposta:
Inclui o valor da proposta, numérico e por extenso, a validade da proposta e outros,
Mais detalhes são definidos no Edital.
d) Sessões de licitação Habilitação
Proposta
Desempate
e) Valores desclassificados
Valores com muito desvio em relação ao objeto orçado (consultar o artigo 48 da Lei 8666 para
valores de limites para cada caso).
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f) Empate
Em caso de empate, será dada preferência para empresas brasileiras; em seguida, o
desempate é feito por sorteio.
g) Penalidades
Advertência por escrito;
Suspensão do direito de licitar, por até dois anos;
Declaração de inidoneidade.
Penalidades são lançadas no sistema SICAF: automaticamente, as empresas com penalidades
são excluídas.
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Alta rotatividade;
Altos índices de acidentes no trabalho ;
Perigo de doenças ocupacionais;
Baixa produtividade (1/3 da produtividade americana para o sub-setor edificações).
c) Produtividade
c.1) Mão de obra
Estados Unidos: produtividade média no sub-setor edificações era 85 m2 para cada
1.000 horas trabalhadas - no Brasil era de 27 m2 para cada 1.000 horas trabalhadas
(dados 1998);
Nossa produtividade poderia alcançar os níveis americanos através da melhoria de
métodos de planejamento e aplicação de materiais e componentes racionalizados.
c.2) Indústria
Produtividade da indústria é medida em termos de participação da indústria no PIB
Estudo (2002) mostrou que a produtividade geral aumentou no Brasil nos anos 90 -
empresas tiveram que aumentar a produtividade devido ao aumento da competição
Construção foi classificada como baixo crescimento da produtividade - crescimento de
1,26% por ano na década de 90.
d) Clientes e financiamento
Governo: maior cliente para investimentos em infra-estrutura no país + maior investidor
na construção das habitações para população de baixa renda;
Falta de capital: fator que limita o crescimento do setor;
Sub-setor edificações: clientes privados e públicos;
PPP (Parcerias público-privadas).
Total construção
Construção pesada
90
80
70
60
Percentual
50
60 80.5 52.4 70.6
40
30
20
10
0
1996 2002
Ano
Figura 20: Percentual de trabalho executado para clientes públicos (Fonte: IBGE 2002 adaptado por Mutti,
2004).
e) Distribuição
Em 2002 o mercado formal da construção contratou 1.032.656 novos empregados;
São Paulo: 257.673 destas contratações.
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600.000
Número de admissões
500.000
400.000
300.000
200.000
100.000
Centro
-oeste
Sudeste
Nordeste
Norte
Cidade
de São
Paulo
Sul
Região brasileira
Figura 21: contratações do mercado formal da construção em 2002 (Fonte: IBGE 2002 adaptado por Mutti,
2004).
5.2 Iniciativas de mudança: investindo em melhorias
5.2.1 Iniciativas na última década
Na última década, a indústria da construção no Brasil vem experimentando uma série de
iniciativas que visam modernizar e melhorar o desempenho do setor. Estas enfocam qualidade,
produtividade e competitividade. Exemplos destas iniciativas são o Qualihab – lançado em
1996, e o PBQPh, lançado em 1998 (com posteriores modificações). A ênfase na certificação
com as normas ISO 9000 cresceu, sendo que muitas empresas foram certificadas nestes
últimos dez anos. Universidades têm trabalhado em parceria com empresas e entidades,
desenvolvendo programas de qualidade, treinamento de mão de obra, e controle do
desperdício.
O Ministério da Ciência e Tecnologia publicou, em 1994, o ECIB (Estudo da Competitividade da
Indústria Brasileira (Coutinho and Ferraz 1994)), o qual analisou o setor de materiais de
construção, e analisou os fatores sistêmicos que influenciam a competitividade.
A Amcham (Câmara Americana de Comércio de São Paulo) criou, em 1999 o Comitê do
Construbusiness, o qual é composto por representantes multidisciplinares da cadeia produtiva
da construção. O objetivo do comitê é criar diretrizes para a maximização dos benefícios sociais
e econômicos para o país. O comitê se reúne periodicamente. No seminário anual de novembro
de 2003 a agenda incluía aspectos como: tecnologia: qualidade e competitividade na cadeia
produtiva da construção (Coutinho 2003).
O MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior criou o fórum da
competitividade, o qual visa conduzir ações que melhorem a competitividade do setor produtivo
brasileiro no mercado mundial (MDIC 2002a). Há um Fórum específico para a indústria da
construção (dos 8 fóruns de discussão). O Foco deste Fórum atualmente é nas relações
internacionais (Mercosul e ALCA), bem como em estimular mais empresas a exportarem
serviços de engenharia e construção.
Todas estas iniciativas vêm contribuindo para a melhoria do setor da construção.
Representantes de entidades ligadas à construção dizem que o mais importante não é o
estágio em que a construção se encontra hoje, no que diz respeito a tecnologia e qualidade,
mas as melhorias que foram atingidas na última década.
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Organização
do cant eiro
Recursos Planejament o
humanos e organização
Gerência de da produção
cant eiros
Gerenciament o Máquinas,
dos mat eriais Cont role de equipament os
qualidade e e ferrament as
produt ividade
no cant eiro
Figura 22: Fatores fundamentais para boa gerência de canteiros.
b) Organização do canteiro:
Projeto e padronização de canteiros;
Melhorias relativas às instalações elétricas e hidráulicas;
Controle de perdas de materiais no canteiro;
Limpeza da obra;
Organização de ferramentas.
Exemplo de organização: Programa 5s
O nome deste programa deriva de palavras japonesas iniciadas com a letra S: seiri, seiton,
seisoh, seiketsu, shitsuke. A tradução exata do japonês para o português é difícil, optando-se
por utilizar palavras como: arrumação (seiri), ordenação (seiton), limpeza (seisoh), asseio
(seiketsu), auto-disciplina (shitsuke) como idéias básicas.
Os objetivos do programa 5S são:
Melhoria da qualidade;
Prevenção de acidentes;
Melhoria da produtividade;
Redução de custos;
Conservação de energia;
Prevenção quanto a paradas por quebra;
Melhoria da atmosfera e ambiente de trabalho;
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Coletor de entulhos
Garfo porta-pallet
Garfo porta masseira
Dobradeira de estribos
Argamassadeira
Acabadora de superfície
Nível laser
Nível alemão
Régua vibratória para concretagem
Aplicador de chapisco
Equipamentos de projeção de argamassa
$
INVESTIMENTO:
INCENTIVOS; ROTATIVIDADE
TREINAMENTO
Figura 26: Dúvida: vale à pena investir em melhorias na área de recursos humanos?
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Com a escassez de mão de obra qualificada no mercado, constata-se, cada vez mais, a baixa
qualidade dos resultados. Tal fato gera retrabalho para reparar falhas de construção que,
muitas vezes, não chegam a ser diretamente observadas no produto final, mas que causam
grande desperdício de material de construção e pouca eficiência no emprego da mão de obra.
Ao se propor treinamento para as
empresas, normalmente pensa-se em
resistência. Por parte da gerência, que
associa à necessidade de estruturação de
um setor específico. Por parte do operário
pela inércia a mudanças (cultura). Nem
sempre esta suposição exprime a
realidade. Geralmente, para que seja
realizado um programa de treinamento
dentro de uma empresa, o “ingrediente”
Figura 27a: Resistência ao treinamento. mais importante é o apoio e envolvimento
de todos, desde a gerência até os
operários a serem treinados.
Há que se lembrar que treinar, educar, não se restringe apenas aos aspectos da técnica
necessária aos trabalhadores, para a consecução dos objetivos. Vai além disto. O trabalhador
deve ser educado para a qualidade, para a segurança, não só no trabalho, mas de um modo
geral, e para sua valorização enquanto profissional. Deve haver também, no treinamento,
preocupação sob o ponto de vista ergonômico, orientando correta postura e manuseio dos
materiais e operação dos equipamentos.
Para se fazer o treinamento, dispõe-se de
várias técnicas. Pode-se reunir os
trabalhadores em uma sala de aula
especialmente preparada, com assentos
para todos, boa iluminação e gerência
visual. O horário deve ser tal que não
prejudique o andamento dos serviços
(ideal no início da manhã). Também é
importante utilizar material didático
adequado ao público-alvo, com muitas
ilustrações, visto que a maioria dos
trabalhadores da construção civil não é Figura 27b: Treinamento formal.
alfabetizada. Utilizando-se o método
expositivo-participativo, pode-se transmitir as técnicas aos operários, estimulando a
participação, possibilitando o contato prévio com os materiais e equipamentos a serem
utilizados em obra.
Outra técnica que pode ser utilizada isolada ou em complemento à anterior, é a intervenção em
obra, chamada treinamento corpo a corpo. Em qualquer caso, ela dá resultados muito bons.
Este tipo de treinamento acontece com a presença constante de um instrutor, o qual demonstra
as técnicas de execução, com o acompanhamento dos operários. Em seguida, estes executam
os serviços e são corrigidos pelo instrutor. Geralmente nestes casos, é escolhido um operário
para ser treinado como monitor. Sua função será supervisionar o trabalho dos colegas depois
de terminado o período de treinamento, orientando sempre a execução correta do serviço.
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de engenharia mundial são: (a) a escala, força e estabilidade financeira das empresas, às
vezes traduzida por disponibilidade de financiamentos pelo governo; (b) a identidade cultural e
operacional, com a importância de mercados regionais; e a (c) presença forte do país (garantida
por financiamento, prospecção, diplomacia e pesquisa).
Apesar de alguns pontos fracos (especialmente do ponto (a) e (c), as construtoras brasileiras
são boas exportadoras de serviços. O Brasil já desenvolveu grandes projetos em maiis de 50
países (MDIC 2002c).
O Brasil também é o maior exportador de serviços da América Latina (ver figura 28). Entretanto,
a parcela nas exportações mundiais ainda é muito pequena, já que aAmérica Latina tem uma
parcela de apenas 1% nas exportações mundiais de serviços (Coutinho 2003).
2.5
Brazil
Latin America
2
1.5
US$ billion
2.4
1 2
1.7 1.7
1.5 1.5 1.5
1.4 1.4 1.4 1.4
1.3 1.3 1.3 1.3 1.3
1.1 1.1
0.5 1 1 1 1
0
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
Year
Figura 29: Exportação de serviços de engenharia de 1991 a 2001, do pelo Brasil e América Latina. Fonte:
COUTINHO (2003).
Figura 30: Mecanismo de exportação de serviços de engenharia, arquitetura e montagem industrial. Fonte:
COUTINHO (2003).
d) Investimento Estrangeiro Direto / concorrentes estrangeiras no país
A concorrência por construtoras estrangeiras no Brasil veio com a abertura de mercado nos
anos 90. Ainda assim, o Investimento Estrangeiro Direto na construção é relativamente limitado
(MDIC 2002c). de acordo com ENR (2003), o número de construtoras estrangeiras operando no
Brasil é 42. Exemplos são a alemã Hochtief (chegou ao Brasil nos anos 69, e hoje é quase
considerada uma empresa local); a argentin Technit, e a italiana CIGLA. A construção é
provavelmente um dos popucos setores da economia onde o número de empresas estrangeiras
não é significante no total. A concorrência por construtoras estrangeiras no Brasil não é uma
ameaça às empresas nacionais.
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e) Missões comerciais
A FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), com o apoio de instituições como
o MDIC (Ministério do Desenvolvimento Indústria e comércio Exterior), CAMEX (Câmara de
Comércio Exterior), e o Banco do Barsil, promove missões comerciais para diferentes países,
das quais participam representantes de muitos setores industriais. Estas iniciativas estimulam a
exportação e as relações entre os países.
f) Diversificação
A diversificação é utilizada pelas empresas como estratégia para manter o balanço em ciclos
difíceis para a construção. Algumas empresas diversificam países de atuação, para diversificar
os ciclos econômicos nos quais atuar. Outras empresas diversificam atividades – incluindo
atividades muito distantes da área da construção, tais como calçados ou têxteis.
5.3.2 Consciência social e ambiental
Um outro ponto importante em estratégia é o respeito ao aspecto social e ao meio ambiente.
Estes pontos não são importantes somente como um diferencial para as empresas, mas para a
sua sobrevivência e a do planeta. A necessidade de adoção de normas como a ISO 14000
(ambiental) e a OSHAS 18000 (social) será uma realidade num futuro bem próximo. Enquanto
isto, ações como reciclagem de materiais (entulho), controle do desperdício, e monitoramento
dos agentes nocivos à saúde dos operários, por exemplo, são passos responsáveis a serem
dados pelas empresas.
a) Tendências
Clientes e partes interessadas cada vez mais exigentes
Crescimento da atividade de certificação
Integração: ambiente / qualidade / segurança / ética
b) Prêmios e certificações
Certificação ISO 14000 (http://www.iso.org/iso/en/iso9000-14000/index.html)
Certificação SA 8000 (http://www.sa-
intl.org/index.cfm?fuseaction=Page.viewPage&pageId=473)
OSHAS 18000 (http://www.ohsas-18001-occupational-health-and-safety.com/)
c) Exemplos de iniciativas
Ações de universidades em conjunto com Sinduscons;
Iniciativas de empresas na área social e ambiental;
Avanços na área edificações eficientes, rumo à sustentabilidade.
d) Destaques
d1) Projeto PESCAR
A empresa…
Recebeu certificação ISO 9002 na área de recursos humanos , com relação a
treinamento e segurança;
Investe em cursos de pós-graduação para seus engenheiros;
Operadores de equipamentos pesados recebem treinamento, inclusive em direção
defensiva, primeiros socorros eprevenção de acidentes;
Desenvolveu um forte programa educacional (PESCAR), que visa dar treinamento
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específico a meninos de famílias muito pobres. Cada bloco de curso dura por 6 meses.
A empresa completou 14 turmas em 2003;
Depois de terminar o curso, 50% dos meninos são empregados pela empresa.
d2) Reciclagem (Programa de gestão ambiental – criado em 1998 – em certificação
ISO14001)
A empresa...
Instalou uma central de reciclagem de entulho - centro do RJ;
Entulho; eliminação do aço, gesso e outros materiais que possam afetar a qualidade do
agregado;
Entulho gerado (5.000 m3) foi transformado em 1 milhão de blocos + ladrilhos +
argamassa;
Construiu um protótipo de casa popular.
Dados:
1m3 de entulho = 227 blocos de concreto 14X19X39 cm
Casa popular de 38 m2+ 1.100 blocos
Cada 5.000m3 de entulho = 1 casa popular
Hipótese:
200.000 m3 de entulho por ano = 40 mil novas casas populares
Menos consumo de óleo diesel + menos emissão de gás carbônico + melhores condições
de trânsito
Futuro:
Estudos para reduzir impacto nomeio ambiente; coleta seletiva p/ não descartar
material tóxico; controle de emissão de gases; controle de ruídos.
Disponibilizar este know how para entidades e órgãos governamentais.
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REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA
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para a incorporação de edifícios em condomínio.
ARAÚJO, H. N. Estudo da competitividade setorial no grupo de relação: construtora e
empreiteira de mão de obra: indústria da construção civil, Tese de doutorado,
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de
Santa Catarina, 2003.
ÁVILA, A. V.; JUNGLES, A.E. Apostila Elaborada para a disciplina Administração da
Construção, UFSC. Anterior a 1996.
ÁVILA, A. V.; LIBRELOTTO, L. I.; LOPEZ, O. C. Apostila elaborada para a disciplina construção
Civil, Unisul. Anterior a 2000.
BOTELHO, E. F. Do gerente ao líder. Ed. Atlas, 1990.
BURNS, T e STALKER, G.M. The management of innovation. London: Tavistock. 1961.
BYHAM, W. C., COX, J. ZAPP! O poder da energização: como melhorar a qualidade, a
produtividade e a satisfação dos funcionários. 7 ª edição. Ed. Campus.
COUTINHO, L. 5o Seminário da Indústria Brasileira da Construção: Construbusiness:
agenda de política industrial para a cadeia produtiva da construção. São Paulo:
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COUTINHO, L. G. e FERRAZ, J. C. Estudo da competitividade da indústria Brasileira. 2a ed.
Campinas: Papirus: Universidade Estadual de Campinas, 1994.
DAWSON, S. Analysing organizations. Macmillan, Basingstoke. 3a edição, 1996.
FARAH, M.F.S. Formas de Racionalização do Processo de Produção na Indústria da
Construção. IPT, São Paulo, 1990.
FUNDAÇÃO Christiano Ottoni. Projeto Implantação da Gestão da Qualidade Total: 5S -
Conceitos para Revolucionar o Gerenciamento. Material didático elaborado por profissionais
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GIAMUSSO, S. E. Orçamentos e custos na construção civil. PINI
GOLDMANN, P. Introdução ao planejamento e controle de custos na construção civil. Ed.
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GOLEMANN, D. Inteligência Emocional. Ed. Objetiva Ltda., 1995.
GÓMEZ, L. A. et al. Contratos EPC. Editora Visual Books, 2006
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2000.
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ANEXOS
I- Material para exercícios
II- (A) Impostos – alíquotas; (B) Regimes de tributação
III- Bloco do BDI (versão no xerox)
OPCIONAIS
Artigos
Diretrizes para levantamento de quantitativos
BDI -TCPO
Planejamento e controle de estoques
Edital licitação
Outros
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1. Composições Unitárias
Alvenaria de vedação com bloco cerâmico furado, juntas de 12mm com argamassa mista de cimento, cal
hidratada e areia sem peneirar traço 1:2:8 – e= 19cm – unidade m 2.
Componentes Consumos unidade Custo Unitário Custo Mat. Custo M.O.
Mat. MO
Pedreiro 0,74 h
Servente 0,91 h
Areia lavada tipo média 0,0207 m3
Cal hidratada CH III 3,09 kg
Cimento Portland CP II - 3,09 kg
E – 32
Bloco cerâmico vazado 13,00 un
de vedação
Leis sociais 170 %
Custo Total
2
Reboco para parede interna e teto com argamassa de cal e areia, e = 5 mm – unidade m .
Componentes Consumos unidad Custo Unitário Custo Mat. Custo M.O.
e Mat. MO
Pedreiro 0,50 h
Servente 0,65 h
Areia lavada tipo média 0,0061 m3
Cal hidratada CH III 1,83 kg
Leis sociais 170 %
Custo Total
Piso cerâmico esmaltado 30X30, assentado com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem
peneirar traço 1:0,5:5, e=2,5cm – unidade m 2.
Componentes Consumos unidade Custo Unitário Custo Mat. Custo M.O.
Mat. MO
Ladrilhista 1,50 h
Servente 1,35 h
Areia lavada tipo média 0,0304 m3
Cal hidratada CH III 1,83 kg
Cimento Portland CP II - 8,60 kg
E – 32
Piso esmaltado liso 30 X 1,19 m2
30
Leis sociais 170 %
Custo Total
131
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132
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Levantamento de quantitativos
2,0
3,6
1,5
4,0
4,0
6,0
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Curva ABC
a) Traçar a curva ABC para os seguintes insumos.
Custo Custo Participação Participação
Item Unidade Quantid. Unitário Total percentual acumulada
Cimento Portland, saco 50 kg um 5400
Servente Geral hs 27501
Pedreiro hs 9218
Azulejo branco extra (15X15) m2 1003
Brita 1 m3 458
Tijolo 8 furos (10X20X20) mil 90
Carpinteiro hs 4382
Cerâmica esmaltada m2 420
Areia média m3 618
Tinta PVA látex l 20000
Pintor hs 3500
Aço CA-50, 12,5 mm kg 2950
134
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ANEXO II (A)
IMPOSTOS - ALÍQUOTAS
(fonte: http://www.receita.fazenda.gov.br/) – [Grifos da autora da apostila]
CPMF - Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira - não é mais cobrada
http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/CPMF/InformacoesCPMF/default.htm (agosto 2011)
PIS/Pasep e Cofins
http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/PisPasepCofins/RegIncidencia.htm
A Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins, além das duas regras gerais de apuração (incidência não-cumulativa
e incidência cumulativa), possuem ainda diversos regimes especiais de apuração. De um modo geral podemos
dizer que:
Regime de incidência cumulativa
A base de cálculo é o total das receitas da pessoa jurídica, sem deduções em relação a custos, despesas e
encargos. Nesse regime, as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins são, respectivamente, de
0,65% e de 3%
As pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas pela legislação do imposto de renda, que
apuram o IRPJ com base no lucro presumido ou arbitrado estão sujeitas à incidência cumulativa.
As pessoas jurídicas, ainda que sujeitas á incidência não-cumulativa, submetem à incidência cumulativa as
receitas elencadas no art. 10, VII a XXV da Lei nº 10.833, de 2003 (ver Receitas excluídas do regime de incidência
não-cumulativa)
Observação: As receitas de venda de álcool para fins carburantes, de venda de produtos sujeitos à substituição
tributária, de venda de veículos usados de que trata o art. 5º da Lei nº 9.716, de 1998, e de venda de energia
elétrica, no âmbito do Mercado Atacadista de Energia Elétrica (MAE), pelas pessoas jurídicas submetidas ao
regime especial de que trata o art. 47 da Lei nº 10.637, de 2002, também são considerados de incidência
cumulativa, apenas por não estarem alcançadas pela incidência não-cumulativa estabelecida pelas Leis nº 10.637,
de 2002, e nº 10.833, de 2003, embora tenham características próprias de incidência (ver Regimes especiais).
[Lei nº 9.718, de 27 de novembro 1998; MP 2.158-35, de 2001]
Regime de incidência não-cumulativa
Regime de incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins instituídos em dezembro de 2002 e fevereiro
de 2004, respectivamente. O diploma legal da Contribuição para o PIS/Pasep não-cumulativa é a Lei nº 10.637, de
2002, e o da Cofins a Lei nº 10.833, de 2003.
Permite o desconto de créditos apurados com base em custos, despesas e encargos da pessoa jurídica. Nesse
regime, as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e
da Cofins são, respectivamente, de 1,65% e de 7,6%.
As pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas pela legislação do imposto de renda, que
apuram o IRPJ com base no lucro real estão sujeitas à incidência não-cumulativa , exceto: as instituições
financeiras, as cooperativas de crédito, as pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos
imobiliários e financeiros, as operadoras de planos de assistência à saúde, as empresas particulares que exploram
serviços de vigilância e de transporte de valores de que trata a Lei nº 7.102, de 1983, e as sociedades
cooperativas (exceto as sociedades cooperativas de produção agropecuária e as sociedades cooperativas de
consumo).
As pessoas jurídicas submetidas à incidência não-cumulativa integram a essa incidência as receitas obtidas nas
vendas de bens submetidos a alíquotas diferenciadas, excetuadas as receitas de venda de álcool para fins
carburantes, que permanecem excluídas da incidência não-cumulativa. (ver Regimes especiais).
135
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[Lei nº 10.637, de 2002; Lei nº 10.833, de 2003; Lei nº 10.865, de 2004; Lei nº 10.925, de 2004; IN SRF nº 404, de
2004]
Regimes especiais
A característica comum é alguma diferenciação em relação à apuração da base de cálculo e/ou alíquota. A maioria
dos regimes especiais se refere a incidência especial em relação ao tipo de receita e não a pessoas jurídicas,
devendo a pessoa jurídica calcular ainda a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins no regime de incidência não-
cumulativa ou cumulativa, conforme o caso, sobre as demais receitas.
ISS – Imposto sobre serviços de qualquer natureza (Prefeitura) - Atualizado em março de 2008.
http://www.pmf.sc.gov.br/?link=leg_tributaria&sublink=L2T4C3-ISQN
Capítulo III
IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA
Art. 256. O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza será pago tendo por base alíquota proporcional
expressa em percentagem sobre o preço dos serviços, ou alíquota fixa por ano, vinculada à Unidade Fiscal de
Referência - UFIR, como estabelece a lista de serviços a seguir:
LISTA DE SERVIÇOS S/P UFIR
19 - Saneamento ambiental e congêneres. 5%
20 - Assistência técnica. 5% 139,2102
21 - Assessoria ou consultoria de qualquer natureza, não contida em
outros itens desta lista, organização, programação, planejamento,
assessoria, processamento de dados, consultoria técnica e
financeira 5% 139,2102
22 - Planejamento, coordenação, programação ou organização técnica,
financeira ou administrativa. 5% 139,2102
29 - Projetos, cálculos e desenhos técnicos de qualquer natureza.
3% 139,2102
30 - Aerofotogrametria (inclusive interpretação), mapeamento e
topografia. 5%
31 - Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de
construção civil de obras hidráulicas e outras obras semelhantes e
respectiva engenharia consultiva, inclusive serviços auxiliares ou
complementares (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas
pelo prestador de serviços, fora do local da prestação de serviços,
que fica sujeito ao ICMS.
3%
32 - Demolição. 3%
33 - Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes,
portos e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias
produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos
serviços, que fica sujeito ao ICMS).
3%
34 - Pesquisa, perfuração, cimentação, perfilagem, estimulação e outros
serviços relacionados com a exploração de petróleo e gás natural.
5%
36 - Escoramento e contenção de encostas e serviços congêneres.
3%
37 - Paisagismo, jardinagem e decoração (exceto o fornecimento de
mercadorias que fica sujeito ao ICMS).
5% 69,6051
38 - Raspagem, calefação, polimento, lustração de pisos, paredes e
divisórias. 3% 69,6051
88 - Engenheiros, arquitetos, urbanistas, agrônomos. 5% 185,6136
136
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Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas Tributadas pelo Lucro Real, Presumido ou Arbitrado
http://www.receita.fazenda.gov.br/Aliquotas/ContribPj.htm (agosto 2011)
As alíquotas do imposto de renda em vigor desde o ano-calendário 1996 são as seguintes:
a) 15% (quinze por cento) sobre o lucro real, presumido ou arbitrado apurado pelas pessoas jurídicas em geral,
seja comercial ou civil o seu objeto;
b) 6% (seis por cento) sobre o lucro inflacionário acumulado até 31 de dezembro de 1987, das empresas
concessionárias de serviços públicos de energia elétrica e telecomunicações, das empresas de saneamento básico
e das empresas que exploram a atividade de transporte coletivo de passageiros, concedida ou autorizada pelo
poder público e com tarifa por ele fixada, realizado no período de apuração (trimestral ou anual) do imposto;
Adicional
A parcela do lucro real que exceder ao resultado da multiplicação de R$20.000,00 (vinte mil reais) pelo
número dos meses do respectivo período de apuração sujeita-se à incidência do adicional, à alíquota de
10% (dez por cento). Também se encontra sujeita ao adicional a parcela da base de cálculo estimada
mensal, no caso das pessoas jurídicas que optaram pela apuração do imposto de renda sobre o lucro real
anual, presumido ou arbitrado, que exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
Em relação às pessoas jurídicas que optarem pela apuração do lucro presumido ou arbitrado, o adicional
incide sobre a parcela que exceder o valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo
número de meses do respectivo período de apuração.
A alíquota do adicional é única para todas as pessoas jurídicas, inclusive instituições financeiras, sociedades
seguradoras e assemelhadas.
O adicional incide, inclusive, sobre os resultados tributáveis de pessoa jurídica que explore atividade rural (Lei nº
9.249, de 1995, art. 3º, § 3º). No caso de atividades mistas, a base de cálculo do adicional será a soma do lucro
real apurado nas atividades em geral com o lucro real apurado na atividade rural.
Alíquotas do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - exercício de 2007 até 2011
http://www.receita.fazenda.gov.br/Aliquotas/ContribFont.htm (agosto 2011)
Rendimentos do Trabalho: Tabela Progressiva para o cálculo mensal do Imposto de Renda de Pessoa Física para
o exercício de 2010, ano-calendário de 2009.
ANEXO II (B)
REGIME DE TRIBUTAÇÃO
1) Lucro real:
http://www.receita.fazenda.gov.br/historico/esttributarios/perfilpj/1998/lucroreal.htm
2) Lucro presumido: http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/dipj/2005/pergresp2005/pr517a555.htm
138
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o
· Lei n 10.637, de 2002, art. 46 e art. 68, inciso III;
· Lei nº 10.684, de 2003, art. 22 e art. 29, inciso III; e
· Lei nº 10.833, de 2003, arts. 30 a 33, 35, 36 e 93;
· Lei nº 11.033, de 2004, art. 8º;
· Lei nº 11.051, de 2004, arts. 1º e 32;
· MP nº 232, de 2004, arts. 9º e 11.
518 Qual é o período de apuração do lucro presumido?
O imposto de renda com base no lucro presumido é determinado por períodos de apuração trimestrais, encerrados
em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário (Lei nº 9.430, de 1996,
arts. 1º e 25; RIR/1999, art. 516, § 5º)
NOTA:
Sobre período de apuração, Lucro Arbitrado, v. pergunta 564.
519 Como deve ser exercida, pela pessoa jurídica, a opção pela tributação com base no lucro presumido?
Via de regra, a opção é manifestada com o pagamento da primeira quota ou quota única do imposto devido
correspondente ao primeiro período de apuração, sendo considerada definitiva para todo o ano-calendário
o o
(RIR/1999, art. 516, §§ 1 e 4 ).
As pessoas jurídicas que tenham iniciado suas atividades ou que resultarem de incorporação, fusão ou cisão,
ocorrida a partir do segundo trimestre do ano-calendário, poderão manifestar a sua opção por meio do pagamento
da primeira ou única quota relativa ao trimestre de apuração correspondente ao início de atividade (RIR/1999, art.
517).
NOTAS:
Excepcionalmente, em relação ao 3º (terceiro) e ao 4º (quarto) trimestres-calendário de 2004, a pessoa jurídica
submetida ao lucro presumido poderá apurar o Imposto de Renda com base no lucro real trimestral, sendo
definitiva a tributação pelo lucro presumido relativa aos 2 (dois) primeiros trimestres (Lei nº 11.033, de 2004, art.
8º).
Sobre o momento da opção pelo regime de apuração do IRPJ, v.: Lucro Arbitrado, pergunta 559; Lucro Real-
Estimativa, pergunta 596.
520 Quais as pessoas jurídicas que podem optar pelo ingresso no regime do lucro presumido?
Podem optar as pessoas jurídicas:
a. cuja receita bruta total tenha sido igual ou inferior a R$48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), no
ano-calendário anterior, ou a R$4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicado pelo número de meses
em atividade no ano-calendário anterior (Lei nº 10.637, de 2002, art. 46); e
b. que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real em função da atividade exercida ou da sua
constituição societária ou natureza jurídica (ver pergunta 559).
NOTAS:
Considera-se receita bruta total a receita bruta de vendas somada aos ganhos de capital e às demais receitas e
resultados positivos decorrentes de receitas não compreendidas na atividade (v. pergunta 522).
Durante o período em que estiverem submetidas ao Programa de Recuperação Fiscal (Refis), as pessoas jurídicas
obrigadas ao lucro real, exceto Instituições Financeiras (inclusive as equiparadas e as factoring), poderão optar
pelo lucro presumido (Lei no 9.718, de 1998, art. 14, inciso II; e Lei no 9.964, de 2000, art. 4 o).
o
A partir de 1 /01/2001, as sociedades em conta de participação (SCP) ficaram autorizadas a optar pelo lucro
o
presumido, exceto aquelas com atividades imobiliárias, enquanto mantiverem registro de custo orçado (IN SRF n
31, de 2001).
Até 31/12/2002 o limite anual era de R$24.000.000,00 (vinte e quatro milhões de reais) (Lei nº 9.718, de 1998, art.
13; RIR/1999, art. 516).
Sobre opção por regime de apuração do IRPJ, v.: Lucro Arbitrado, pergunta 558; Lucro Real-Estimado, pergunta
595.
521 Como deverá proceder para regularizar sua situação a pessoa jurídica que, embora preenchendo
as condições exigidas para o lucro presumido, não tenha efetuado o respectivo pagamento da
primeira quota ou quota única em tempo hábil, com vistas à opção? Nessa hipótese, estará ela
impedida de adotar essa forma de tributação?
Atendidos os requisitos elencados na pergunta 520, a pessoa jurídica poderá optar pelo lucro presumido, se ainda
não tiver efetuado o pagamento do imposto com base em outro tipo de tributação naquele ano-calendário e desde
139
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que faça o pagamento do imposto e respectivos acréscimos legais (multa e juros de mora) incidentes em razão do
atraso no recolhimento do imposto.
NOTAS:
A pessoa jurídica não poderá optar fora do prazo para pagamento, caso tenha sido iniciado qualquer procedimento
fiscal de ofício contra ela.
A opção pelo lucro presumido deverá ter sido informada na DCTF.
Sobre pessoas jurídicas obrigadas à apuração do lucro real, v. pergunta 525.
522 Quais receitas deverão ser consideradas para efeito da verificação do limite de
R$48.000.000,00, em relação à receita bruta total do ano-calendário anterior?
Para efeito da verificação do limite (v. pergunta 520), considera-se como receita bruta total o produto da venda de
bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de
conta alheia, acrescidos das demais receitas, tais como, rendimentos de aplicações financeiras (renda fixa e
variável), receita de locação de imóveis, descontos ativos, variações monetárias ativas, juros recebidos como
remuneração do capital próprio etc e dos ganhos de capital (RIR/1999, arts. 518, 519 e 521).
NOTA:
Na receita bruta se inclui o ICMS e deverão ser excluídas as vendas canceladas, os descontos incondicionais
concedidos e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador, dos quais o vendedor ou
prestador é mero depositário (exemplo: IPI) (RIR/1999, art. 224, parágrafo único, e o art. 519).
523 Qual o limite da receita bruta a ser considerado para as pessoas jurídicas que iniciaram suas atividades
no curso do ano-calendário anterior e que desejarem ingressar ou continuar no regime de tributação pelo
lucro presumido?
Nos casos em que a Pessoa Jurídica iniciou as atividades ou submeteu-se a algum processo de incorporação,
fusão ou cisão durante o curso do ano-calendário anterior, o limite a ser considerado (v. pergunta 520) será
proporcional ao número de meses em que esteve em funcionamento no referido período, isto é, deverá ser
multiplicado o valor de R$4.000.000,00 (quatro milhões de reais) pelo número de meses em que esteve em
o
atividade, para efeito de verificação do limite em relação à receita bruta total (Lei n 9.718, de 1998, art. 13).
524 A pessoa jurídica que no curso do ano-calendário ultrapassar o limite da receita bruta total de
R$48.000.000,00 estará obrigada à apuração do lucro real dentro deste mesmo ano?
Não, tendo em vista que o limite para opção pelo lucro presumido é verificado em relação à receita bruta total do
ano-calendário anterior. Quando a pessoa jurídica ultrapassar o limite legal em algum período de apuração dentro
do próprio ano-calendário, tal fato não implica necessariamente mudança do regime de tributação, podendo
continuar sendo tributada com base no lucro presumido dentro deste mesmo ano. Contudo, automaticamente,
estará obrigada à apuração do lucro real no ano-calendário subseqüente, independentemente do valor da receita
bruta que for auferida naquele ano. Daí por diante, para que a pessoa jurídica possa retornar à opção pelo lucro
presumido deverá observar as regras gerais aplicáveis à espécie.
525 Quem não pode optar pelo regime do lucro presumido, ainda que preenchendo o requisito relativo ao limite
máximo de receita bruta?
São aquelas pessoas jurídicas que, por determinação legal (Lei nº 9.718, de 1998, art. 14; e RIR/1999, art. 246),
estão obrigadas à apuração do lucro real, a seguir:
a. pessoas jurídicas cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de
desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de
crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento
mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguro privado e de capitalização e entidades de
previdência privada aberta;
b. pessoas jurídicas que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
c. pessoas jurídicas que, autorizadas pela legislação tributária, queiram usufruir de benefícios fiscais relativos
à isenção ou redução do imposto de renda;
d. pessoas jurídicas que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado o recolhimento mensal com base
em estimativa;
e. pessoas jurídicas que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de
assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar
e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de
serviços (factoring).
NOTAS:
140
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A obrigatoriedade a que se refere o item "b" acima não se aplica à pessoa jurídica que auferir receita de
exportação de mercadorias e da prestação direta de serviços no exterior. Não se considera direta a prestação de
serviços realizada no exterior por intermédio de filiais, sucursais, agências, representações, coligadas, controladas
e outras unidades descentralizadas da pessoa jurídica que lhes sejam assemelhadas (ADI SRF nº 5, de 2001).
A pessoa jurídica que houver pago o imposto com base no lucro presumido e que, em relação ao mesmo ano-
calendário, incorrer em situação de obrigatoriedade de apuração pelo lucro real por ter auferido lucros,
rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior, deverá apurar o IRPJ e a CSLL sob o regime de apuração
pelo lucro real trimestral a partir, inclusive, do trimestre da ocorrência do fato (ADI SRF nº 5, de 2001).
526 Poderá haver mudança da opção para o contribuinte que já efetuou o recolhimento da primeira quota ou
de quota única com base no lucro presumido?
Como regra, não há a possibilidade de mudança. A opção pela tributação com base no lucro presumido será
o
definitiva em relação a todo o ano-calendário (RIR/1999, art. 516, § 1 ).
Todavia, abre-se exceção quando ocorrer qualquer das hipóteses de arbitramento previstas na legislação
tributária, situação em que a pessoa jurídica poderá, desde que conhecida a receita bruta, determinar o lucro
tributável segundo as regras relativas ao regime de tributação com base no lucro arbitrado.
NOTAS:
Não é permitido REDARF para alterar o código de receita identificador da opção manifestada.
Excepcionalmente, em relação ao 4º trimestre de 2003, as pessoas jurídicas submetidas ao lucro presumido
puderam optar pelo regime de tributação com base no lucro real trimestral, tomando, nesta hipótese, como
definitiva a tributação com base no lucro presumido relativa aos 3 (três) primeiros trimestres (Lei nº 9.249, de 1995,
art. 20, parágrafo único, acrescentado pelo art. 22 da Lei nº 10.684, de 2003).
Sobre mudança de regime durante o ano-calendário, v.: Lucro Arbitrado, perguntas 560 e 561; Lucro Real-
Estimado, pergunta 597; v. ainda Lucro Presumido, pergunta 528.
Sobre: retorno ao lucro real, v. pergunta 529; hipóteses de arbitramento, v. pergunta 563.
527 A pessoa jurídica que optar pelo lucro presumido poderá em algum período de apuração trimestral ser
tributada com base no lucro real?
Sim. Na hipótese de haver pago o imposto com base no lucro presumido e, em relação ao mesmo ano-calendário,
incorrer em situação de obrigatoriedade de apuração pelo lucro real por ter auferido lucros, rendimentos ou ganhos
de capital oriundos do exterior, deverá apurar o IRPJ e a CSLL sob o regime de apuração pelo lucro real trimestral
a partir, inclusive, do trimestre da ocorrência do fato (ADI SRF nº 5, de 2001).
Tal situação também é possível de ocorrer na hipótese de exclusão do Refis de empresa incluída neste programa
como sendo do lucro presumido, embora obrigada ao lucro real.
528 Pessoa Jurídica que apresentou declaração com base no lucro presumido poderá, após a entrega, pedir
retificação para efeito de declarar pelo lucro real ?
Após a entrega da declaração de informações com base no lucro presumido, não há mais como o contribuinte
o o
alterar a sua opção (IN SRF n 166, de 1999, art. 4 ).
Entretanto será admitida a retificação da declaração quando o contribuinte comprovar ter exercido irregularmente a
opção pelo lucro presumido, na hipótese em que a legislação fiscal expressamente torne obrigatória a sua
tributação com base no lucro real; ou, ainda, quando for constatado tal fato por meio de procedimento de ofício, o
qual poderá adotar a tributação com base no lucro real quando exigido por lei, ou o lucro arbitrado, dependendo do
caso (IN SRF no 166, de 1999, art. 4 o).
NOTA:
Sobre mudança de regime durante o ano-calendário, v.: Lucro Arbitrado, perguntas 560 e 561; Lucro Real-
Estimado, pergunta 597; v. ainda Lucro Presumido, pergunta 526.
529 Quando poderá sair desse regime, voltando à tributação pelo lucro real, a pessoa jurídica que tenha
optado em determinado ano-calendário pela tributação com base no lucro presumido?
Em qualquer ano-calendário subseqüente ao da opção, a pessoa jurídica poderá retirar-se, voluntariamente, desse
regime mediante o pagamento do imposto de renda com base no lucro real correspondente ao primeiro período de
apuração (trimestral ou mensal no caso da estimativa) do ano-calendário seguinte (v. pergunta 526).
530 Como se obtém a base de cálculo para tributação das pessoas jurídicas que optarem pelo lucro
presumido?
141
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A base de cálculo do imposto e adicional no regime do lucro presumido será o montante determinado pela soma
das seguintes parcelas (cfe. sobre: base de cálculo do lucro real por estimativa, pergunta 599; base de cálculo do
lucro arbitrado, perguntas 566 e 574):
1. valor resultante da aplicação dos percentuais de presunção de lucro (variáveis conforme o tipo de atividade
operacional exercida pela pessoa jurídica) sobre a receita bruta auferida nos trimestres encerrados em 31
de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano calendário (RIR/1999, art. 518 e §§
1º ao 6º do art. 519);
2. ao resultado obtido na forma do item 1, anterior, deverão ser acrescidos:
· os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras (renda fixa e
variável);
· as variações monetárias ativas;
· todos demais resultados positivos obtidos pela pessoa jurídica, inclusive os juros recebidos como
remuneração do capital próprio, descontos financeiros obtidos e os juros ativos não decorrentes de
aplicações, e outros como:
a. os rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas controladoras,
controladas, coligadas ou interligadas;
b. os ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsas de valores, de mercadorias
e de futuros ou no mercado de balcão;
c. a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa jurídica;
d. os juros equivalentes à taxa Selic, para títulos federais, acumulada mensalmente, relativos a impostos e
contribuições a serem restituídos ou compensados;
· o valor correspondente ao lucro inflacionário realizado no período em conformidade com o disposto no art.
36 da IN SRF nº 93, de 1997 (sobre realização do lucro inflacionário, v. perguntas 508 e 512; v. ainda
perguntas 504 e seguintes);
· multas e outras vantagens por rescisão contratual;
· os valores recuperados correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de
créditos, salvo se o contribuinte comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se
submetido à tributação com base no lucro real, ou que tais valores se refiram a período a que tenha se
o
submetido ao lucro presumido ou arbitrado (RIR/1999, art. 521, § 3 );
· a diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos de instituição isenta, a título
de devolução de patrimônio, e o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos que tenha sido entregue
para a formação do referido patrimônio.
NOTAS:
A pessoa jurídica que, até o ano-calendário anterior, houver sido tributada com base no lucro real, deverá adicionar
à base de cálculo do imposto de renda, correspondente ao primeiro período de apuração no qual houver optado
pela tributação com base no lucro presumido ou for tributada com base no lucro arbitrado, os saldos dos valores
cuja tributação havia diferido, controlados na parte B do Lalur (Lei no 9.430, de 1996, art. 54).
No último trimestre de cada ano-calendário, a pessoa jurídica poderá ter ainda que proceder aos seguintes
cálculos na apuração dos impostos e contribuições na sistemática do lucro presumido (sobre Preços de
Transferência, v. perguntas 672 a 733):
a. valor resultante da aplicação dos percentuais de presunção de lucro sobre a parcela das receitas auferidas
nas exportações às pessoas vinculadas ou aos países com tributação favorecida que exceder ao valor já
apropriado na escrituração da empresa (v. perguntas 675 e 676);
b. o valor dos encargos suportados pela mutuária que exceder o limite calculado com base na taxa Libor,
para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América, pelo prazo de seis meses, acrescido de três
por cento anuais a título de spread, proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros,
quando pagos ou creditados a pessoa vinculada no exterior e o contrato não for registrado no Banco
Central do Brasil (v. pergunta 734);
c. a diferença de receita, auferida pela mutuante, correspondente ao valor calculado com base na taxa a que
se refere o inciso anterior e o valor contratado, quando este for inferior, caso o contrato, não registrado no
Banco Central do Brasil, seja realizado com mutuária definida como pessoa vinculada domiciliada no
exterior (v. pergunta 735).
531 Quais os percentuais aplicáveis de presunção de lucro sobre a receita bruta para compor a base de
cálculo do Lucro Presumido?
Os percentuais a serem aplicados sobre a receita bruta são os abaixo discriminados (RIR/1999, art. 223):
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presunção de lucro?
Estas pessoas jurídicas deverão adotar o percentual de 32% (trinta e dois por cento) se prestam serviços de
suprimento de água tratada, a coleta e tratamento de esgotos, cobrados diretamente dos usuários dos serviços, ou
o
se exploram rodovias mediante cobrança de preço dos usuários (ADN Cosit n 16, de 2000).
537 Qual o conceito de receita bruta para fins do lucro presumido?
Compreende-se no conceito de receita bruta o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço
dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia (RIR/1999, art. 224; cfe., sobre
conceito de receita bruta para fins de: aferição do limite para adesão ao Lucro Presumido, pergunta 522; Lucro
Real-Estimativa, pergunta 602; Lucro Arbitrado, pergunta 572).
Na receita bruta se inclui o ICMS e deverão ser excluídas: as vendas canceladas, os descontos incondicionais
concedidos e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador, dos quais o vendedor ou
prestador é mero depositário, como é o caso do IPI (RIR/1999, art. 224, parágrafo único; IN SRF no 93, de 1997,
art. 36, § 3o).
NOTAS:
1. A pessoa jurídica, optante pelo regime de tributação com base no lucro presumido, poderá adotar o critério
de reconhecimento de suas receitas de venda de bens ou direitos ou de prestação de serviços pelo regime
de caixa ou de competência, observando-se as exigências descritas na IN SRF nº 104, de 1998;
2. As empresas de compra e venda de veículos usados, com este objeto social declarado em seus atos
constitutivos, podem adotar desde 30/10/1998, na determinação da base de cálculo do imposto de renda, o
regime aplicável às operações de consignação, computando a diferença entre o valor pelo qual o veículo
usado houver sido alienado, constante da nota fiscal de venda, e o seu custo de aquisição, constante da
o o o
nota fiscal de entrada (Lei n 9.716, de 1998, art. 5 ;e IN SRF n 152, de 1998).
538 No caso de tributação com base no lucro real o ICMS deve ser excluído tanto do estoque como das
compras e vendas realizadas. Quem opta pelo lucro presumido também poderá deduzi-lo para
obtenção da receita bruta operacional?
Não, visto que o ICMS integra o preço de venda, e que o percentual para obtenção do lucro presumido se aplica
sobre o valor total da venda (receita bruta), já que o lucro que se apura neste sistema é o presumido e não o real.
539 O que se considera ganho de capital para fins de tributação pelo lucro presumido?
Nas alienações de bens classificáveis no ativo permanente e de aplicações em ouro não tributadas como renda
variável ou renda fixa, o ganho de capital corresponderá à diferença positiva verificada entre o valor da alienação e
o o o
o respectivo custo contábil (RIR/1999, art. 521 a 523; e IN SRF n 93, de 1997, art. 4 , § 2 ).
NOTAS:
A não comprovação dos custos pela pessoa jurídica implicará a adição integral da receita à base de cálculo do
lucro presumido.
Caso na alienação de bem ou direito seja verificada perda essa não será computada para fins do lucro presumido.
Na apuração de ganho de capital, os valores acrescidos em virtude de reavaliação somente poderão ser
computados como parte integrante dos custos de aquisição dos bens e direitos se a pessoa jurídica comprovar que
os valores acrescidos foram computados na determinação da base de cálculo do imposto (RIR/1999, art. 521, §
4º).
Sobre ganhos de capital para efeitos de tributação no:
· Lucro Real-Estimativa, v. pergunta 603;
· Lucro Arbitrado (receita conhecida), v. pergunta 573.
540 O que vem a ser custo ou valor contábil de bens e direitos, para efeitos de cálculo dos ganhos de capital?
Para fins de apuração dos ganhos de capital, considera-se custo ou valor contábil de bens e direitos:
1. no caso de investimentos permanentes em participações societárias:
a. avaliadas pelo custo de aquisição, o valor de aquisição;
b. avaliadas pelo valor de patrimônio líquido, a soma algébrica dos seguintes valores:
b.1) valor de patrimônio líquido pelo qual o investimento estiver registrado;
b.2) ágio ou deságio na aquisição do investimento;
b.3) provisão para perdas, constituída até 31/12/1995, quando dedutível.
1. no caso das aplicações em ouro, não considerado ativo financeiro, o valor de aquisição;
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2. no caso dos demais bens e direitos do ativo permanente, o custo de aquisição, diminuído dos encargos de
depreciação, amortização ou exaustão acumulada (se incentivada, o saldo registrado no Lalur, será
adicionado ao lucro líquido do período de apuração em que ocorrer a baixa);
3. no caso de outros bens e direitos não classificados no ativo permanente, considera-se valor contábil o
custo de aquisição;
4. para imóveis adquiridos a partir de 1 o/01/1997, considera-se custo de aquisição do imóvel rural, o VTN –
Valor da Terra Nua constante da Diat - Documento de Informação e Apuração do ITR, no ano de sua
aquisição (o VTN é também considerado valor de venda do imóvel rural, no ano de sua alienação.
RIR/1999, art. 523, caput);
NOTAS:
Para imóveis rurais adquiridos anteriormente a 1º/01/1997, considera-se custo de aquisição o valor constante da
escritura pública (RIR/1999, art. 523, parágrafo único).
Para fins de apuração do ganho de capital as pessoas jurídicas deverão considerar, quanto aos bens e direitos
adquiridos até o final de 1995 (RIR/1999, art. 522, I):
a. se do ativo permanente, o valor de aquisição, corrigido monetariamente até 31/12/1995, diminuído dos
encargos de depreciação, amortização ou exaustão acumulada;
b. se, embora não classificados no ativo permanente, sujeitos à correção monetária até 31/12/1995, o valor
de aquisição corrigido até essa data.
541 Qual a alíquota do imposto e qual o adicional a que estão sujeitas as pessoas jurídicas que optarem pelo
lucro presumido?
A alíquota do imposto de renda que incidirá sobre a base de cálculo é de 15% (quinze por cento) (RIR/1999, art.
541).
O adicional do imposto de renda devido pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido será
calculado mediante a aplicação do percentual de 10% (dez por cento) sobre a parcela do lucro presumido que
exceder ao valor de R$60.000,00 (sessenta mil reais) em cada trimestre.
O valor do adicional deverá ser recolhido integralmente, não sendo admitidas quaisquer deduções.
Na hipótese de período de apuração inferior a três meses (início de atividade, por exemplo), deverá ser
considerado para fins do adicional o valor de R$20.000,00 (vinte mil reais) multiplicado pelo número de meses do
período.
NOTAS:
As empresas tributadas pelo lucro presumido passaram a pagar o adicional do IR a partir de 1o/01/1996 –(Lei no
9.249, de 1995, art. 3o, § 1 o).
Sobre alíquota aplicável e adicional, cfe.: perguntas 032 e 033; Lucro Real-Estimativa, pergunta 606; Lucro
Arbitrado, pergunta 577.
542 As pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido estão obrigadas à escrituração contábil ou à
manutenção de livros fiscais?
A pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido deverá (RIR/1999, art. 527):
a. manter escrituração contábil nos termos da legislação comercial. Para efeitos fiscais, é dispensável a
escrituração quando a pessoa jurídica mantiver Livro Caixa, devidamente escriturado, contendo toda a
movimentação financeira, inclusive bancária;
b. manter o Livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os estoques existentes no
término do ano-calendário abrangido pela tributação simplificada;
c. manter em boa guarda e ordem, enquanto não decorrido o prazo decadencial e prescritas eventuais ações
que lhes sejam pertinentes, todos os livros de escrituração obrigatórios determinados pela legislação fiscal
específica, bem assim os documentos e demais papéis que servirem de base para escrituração comercial
e fiscal (Decreto-lei nº 486, de 1969, art. 4º);
d. Lalur, quando tiver lucros diferidos de períodos de apuração anteriores (saldo de lucro inflacionário a
tributar na situação específica de ser optante pelo lucro presumido no ano-calendário 1996, conforme IN
SRF nº 93, de 1997, art. 36, inciso V, §§ 7º e 8º) e/ou prejuízos a compensar.
NOTA:
Na hipótese de incorporação submetida ao regime de afetação, incumbe ao incorporador manter escrituração
contábil completa, ainda que optante pela tributação com base no lucro presumido (MP n o 2.221, de 2001, art.1o,
que altera a Lei no 4.591, de 1964, art. 1º).
543 Tendo ingressado no regime tributário do lucro presumido, que a desobriga da escrituração contábil
(perante o fisco federal), caso escriture o livro caixa a pessoa jurídica permanecendo nesse sistema por
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valores já existentes até essa data, e para os bens e direitos adquiridos posteriormente, ou no caso da pessoa
jurídica que iniciou suas atividades após essa data, deverá ser considerado o custo de aquisição sem qualquer
correção monetária, nos termos da legislação aplicável;
2) A pessoa jurídica que abandonou a escrituração ao optar pelo lucro presumido, se possuir a escrituração
anterior, deverá considerar no balanço de abertura:
a. para os bens já existentes em 31/12/1995, que foram objeto de correção monetária anteriormente, o valor
corrigido monetariamente desde o último período em que foi objeto de correção monetária até a data de
31/12/1995;
b. para os bens da pessoa jurídica que nunca foram objeto de correção, se adquiridos até 31/12/1995,
deverão ser corrigidos até essa data; e para os adquiridos posteriormente, ou para as pessoas jurídicas
que iniciaram suas atividades após tal data, considerar o custo de aquisição sem qualquer correção
monetária;
c. em quaisquer das situações dos itens "a" ou "b" anteriores, a diferença entre o Ativo e o Passivo será
classificada como lucros ou prejuízos acumulados, sendo não compensável na apuração do lucro real o
prejuízo assim obtido, tendo em vista tratar-se de prejuízo meramente contábil.
3) A pessoa jurídica que, embora desobrigada, tendo mantido escrituração regular deverá montar o balanço de
abertura com a simples transposição dos valores expressos no último balanço patrimonial levantado, se
correspondente a 31 de dezembro do ano-calendário anterior, ou no balancete de verificação que se transformará
em balanço patrimonial para consolidar os resultados ali registrados (31 de dezembro).
NOTAS:
No balanço de abertura deverão ser consideradas como utilizadas as quotas de depreciação, amortização e
exaustão, que seriam cabíveis nos períodos de apuração anteriores ao do referido balanço de abertura, em que se
submeteram ao lucro presumido.
Esse procedimento deverá ser observado por todas as pessoas jurídicas que se retirarem (ou forem excluídas) do
regime de tributação com base no lucro presumido, tenham ou não mantido escrituração contábil nesse período.
No caso de ter mantido escrituração e não ter lançado os encargos, o ajuste contábil será feito contra a conta de
lucros ou prejuízos acumulados, não afetando o resultado do período de apuração.
548 De quais incentivos fiscais ou deduções do imposto de renda as empresas que optarem pelo lucro
presumido poderão se utilizar?
A partir de 1 o/01/1998, do imposto apurado com base no lucro presumido não será permitida qualquer dedução a
título de incentivo fiscal (RIR/1999, art. 526).
NOTA:
Sobre incentivos fiscais, v.: Lucro Real-Estimativa, perguntas 608 e 609; Lucro Arbitrado, pergunta 582.
549 Qual o tratamento a ser dado pela pessoa jurídica que optar pela tributação com base no lucro presumido
quando anteriormente vinha sendo tributada com base no lucro real, com relação aos valores cuja
tributação vinha sendo diferida na parte B do Lalur?
A pessoa jurídica que até o ano-calendário anterior houver sido tributada com base no lucro real deverá adicionar à
base de cálculo do imposto, correspondente ao primeiro período de apuração em que fizer a opção pelo lucro
presumido, os saldos dos valores cuja tributação havia sido diferida e estejam sendo controlados na parte B do
Lalur (corrigidos monetariamente até 31/12/1995).
Inclui-se entre esses valores o total do lucro inflacionário cuja realização deverá ser integral nesse respectivo
período de apuração (RIR/1999, art. 520).
NOTA:
Caso a pessoa jurídica tenha optado pelo lucro presumido no ano-calendário de 1996, tendo saldo do lucro
inflacionário acumulado existente ao final do período de apuração anterior, poderá ainda ter saldo diferido de lucro
o
inflacionário sendo controlado no Lalur (livro obrigatório nesta hipótese) (IN SRF n 93, de 1997, art. 36, inciso V, e
o o
§§ 7 e 8 ).
Sobre valores diferidos, controlados na Parte B do Lalur, v.: Lucro Real-Estimativa, pergunta 605; Lucro Arbitrado,
pergunta 576.
550 Como poderá ser compensado o imposto pago a maior no período de apuração?
No caso em que o valor retido na fonte ou já pago pelo contribuinte for maior que o imposto devido no período de
apuração trimestral, a diferença a maior poderá ser compensada com o imposto relativo aos períodos de apuração
subseqüentes (RIR/1999, art. 526, parágrafo único).
NOTA:
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O imposto de renda retido na fonte maior que o imposto de renda apurado no período trimestral será compensável
como "imposto de renda negativo de períodos anteriores".
Sobre compensação de imposto retido ou pago a maior, v.: Lucro Arbitrado, pergunta 583; Lucro Real-Estimativa,
pergunta 611.
551 A pessoa jurídica que faz a opção pelo lucro presumido perde o direito à compensação dos prejuízos
fiscais verificados em período anterior em que foi tributada com base no lucro real, os quais estão
controlados na parte B do Lalur?
Não. Observe-se que o regime de tributação com base no lucro presumido não prevê a hipótese de compensação
de prejuízos fiscais apurados em períodos anteriores nos quais a pessoa jurídica tenha sido tributada com base no
lucro real.
Entretanto, tendo em vista que não existe mais prazo para a compensação de prejuízos fiscais, caso a pessoa
jurídica retorne ao sistema de tributação com base no lucro real poderá nesse período compensar, desde que
continue a manter o controle desses valores no Lalur, Parte B, os prejuízos fiscais anteriores, gerados nos
períodos em que havia sido tributada com base no lucro real, obedecidas as regras vigentes no período de
compensação.
NOTA:
Sobre prejuízos fiscais de exercícios anteriores, Lucro Arbitrado, v. pergunta 584.
552 Qual o tratamento a ser dado pelo fisco às pessoas jurídicas que optarem pela tributação com base no
lucro presumido no caso de ser constatada receita bruta (operacional ou não) maior que a oferecida à
tributação (omissão de receita)?
A partir de 1 o/01/1996 (RIR/1999, art. 528), constatada, mediante procedimento de ofício, a ocorrência de omissão
de receitas esta será tributada de acordo com o regime a que estiver submetida a pessoa jurídica no ano-
calendário.
Para fins de cálculo do lucro presumido, serão aplicados os respectivos percentuais de presunção, estando o lucro
calculado sujeito ao adicional do imposto (se for o caso), conforme legislação vigente no período correspondente
ao da omissão, devendo o montante omitido ser computado para determinação da base de cálculo do imposto de
renda e do adicional.
Igual procedimento será adotado para a determinação da CSLL, Cofins e PIS.
A receita assim tributada, será considerada distribuída ao titular, sócio ou acionista, e não mais sofrerá tributação,
seja na fonte, seja na declaração.
Entretanto, podem ocorrer algumas situações que demandam procedimentos distintos, adequados a cada caso, a
saber:
1. Quando a omissão de receita for detectada em pessoa jurídica que no ano-calendário anterior auferiu
receita bruta total dentro do limite de R$48.000.000,00 e preenche as demais condições para a opção pelo
lucro presumido no ano seguinte (v. pergunta 520), ano em que está sendo realizado o procedimento de
ofício, deverá ser respeitada e mantida a opção da pessoa jurídica.
2. Se no ano em que se estiver procedendo a fiscalização, somando-se a receita já tributada pela pessoa
jurídica com aquela apurada como omitida for verificado um total superior ao limite fixado legalmente,
deverá ser observado que, para o ano subseqüente àquele em que a pessoa jurídica está sendo
fiscalizada, ela deixou de atender ao requisito para opção pelo lucro presumido, em relação ao limite da
receita bruta total (nesse caso, a pessoa jurídica estará excluída do lucro presumido);
3. Quando a omissão de receita for detectada em pessoa jurídica que está ingressando no regime, não
havendo auferido receita bruta no ano-calendário anterior (ano de início de atividades), no ano da omissão
deverá ser mantida a opção pelo lucro presumido, mesmo que a soma das receitas auferidas e omitidas
tenha ultrapassado o limite. Entretanto, deverá ser observado o entendimento exposto no item anterior
com relação à manutenção ou não do lucro presumido para o ano subseqüente.
NOTA:
No caso da pessoa jurídica com atividades diversificadas tributadas com base no lucro presumido, não sendo
possível a identificação da atividade a que se refere a receita omitida, esta será adicionada àquela que
corresponder o percentual mais elevado (RIR/1999, art. 528, parágrafo único).
Sobre omissão de receitas, v.: Lucro Arbitrado, pergunta 585; Lucro Real-Estimativa, pergunta 616.
553 O que poderá acontecer à pessoa jurídica que optar indevidamente ou deixar de cumprir alguma das
condições estabelecidas para opção pelo lucro presumido?
Inicialmente será verificada a possibilidade de apuração da base de cálculo do imposto de renda pelo lucro real,
caso a empresa mantenha escrituração regular com base nas leis comerciais e fiscais. Entretanto, na
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impossibilidade de adoção de tal procedimento, deverá ser arbitrado o lucro da pessoa jurídica no respectivo
período de apuração (RIR/1999, art. 530, inciso IV).
554 Qual o regime de reconhecimento de receitas quando a pessoa jurídica opta pelo lucro presumido?
Regra geral, a pessoa jurídica apura a base de cálculo dos impostos e contribuições pelo regimento de
competência, sendo exceção os rendimentos auferidos em aplicações de renda fixa e os ganhos líquidos em renda
variável, os quais devem ser acrescidos à base de cálculo do lucro presumido quando da alienação, resgate ou
cessão do título ou aplicação (IN SRF no 93, de 1997, art. 36, § 2 o).
Contudo, poderá a pessoa jurídica adotar o critério de reconhecimento das receitas das vendas de bens e direitos
ou da prestação de serviços com pagamento a prazo ou em parcelas na medida dos recebimentos, ou seja, pelo
regime de caixa, desde que mantenha a escrituração do livro Caixa e observadas as demais exigências impostas
o
pela IN SRF n 104, de 1998.
NOTA:
Sobre reconhecimento de receitas, Lucro Arbitrado, v. pergunta 585.
555 A pessoa jurídica optante pelo lucro presumido que estiver adotando o critério de
reconhecimento de suas receitas à medida do recebimento , se alterar a forma de tributação
para o lucro real, como deverá proceder em relação aos valores ainda não recebidos?
A adoção do lucro real, quer por opção ou por obrigatoriedade, leva ao critério de reconhecimento de receitas
segundo o regime de competência, e nesta condição, a pessoa jurídica deverá reconhecer no mês de dezembro do
ano-calendário anterior àquele em que ocorrer a mudança de regime, as receitas auferidas e ainda não recebidas.
Se a obrigatoriedade ao lucro real ocorrer no curso do ano-calendário, a pessoa jurídica deverá oferecer à
tributação as receitas auferidas e ainda não recebidas, no período de apuração anterior àquele em que ocorrer a
mudança do regime de tributação, recalculando o imposto e as contribuições (CSLL, Cofins e PIS/Pasep)
correspondentes ao período.
A diferença apurada, após compensação do tributo pago, poderá ser recolhida, sem multa e sem juros moratórios,
até o último dia útil do mês subseqüente àquele em que incorreu na situação de obrigatoriedade ao lucro real.
Ressalte-se que os custos e despesas associados às receitas incorridas e não recebidas após a mudança do
regime de tributação não poderão ser deduzidos da base de cálculo do IRPJ ou da CSLL.
NOTA:
A pessoa jurídica optante pelo regime de tributação com base no lucro presumido que, no quarto trimestre-calendário de 2003,
por opção, passar a adotar o regime de tributação com base no lucro real, nos termos da Lei nº 10.684, de 2003, art. 22 (ver
perguntas 526, 527 e 529), deverá oferecer à tributação no terceiro trimestre- calendário de 2003, as receitas auferidas e ainda
não recebidas (IN SRF nº 345, de 2003, art. 1º e art. 2º).
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