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Anemia Falciforme
Ana Cláudia de Aquino Dantas
Anelise Abrahão Salge Prata
Escola Superior de Ciências da Saúde/SES/DF
Coordenação: Luciana Sugai
IDENTIFICAÇÃO:
• H.D.A. :
Criança com Dx prévio de Anemia Falciforme apresentou há 11
dias episódios freqüentes de espirros, rinorréia com secreção
amarelada espessa, tosse produtiva predominantemente noturna e
febre não-aferida intermitente, com melhora após o uso de 12 gotas
de dipirona.
Devido à persistência do quadro, procurou serviço médico em
cidade de origem há 7 dias, aonde foram prescritos Amoxacilina
4mL VO 8/8h por 7 dias + Prednisolona 4mL VO 3x ao dia.
Evoluiu com melhora clínica caracterizada por diminuição da tosse
e remissão da febre, rinorréia e espirros.
Há 4 dias iniciou-se quadro agudo de dor intensa em regiões dorsal
e plantar dos pés e pododáctilos, progredindo para tornozelos,
pernas, joelhos e coxas bilateralmente, acompanhada de calor local,
sem edema ou eritema locais, com interrupção da deambulação
devido algia e limitação das atividades diárias. Diante da
sintomatologia, pré-escolar foi internada neste serviço para
tratamento.
REVISÃO DE SISTEMAS:
ANTECEDENTES SOCIAIS:
Hemoglobinopatia Estrutural
Hg anormal
(Hg S)
S = ‘sickle:
afoiçamento’ Rara foto de um celula falciforme e uma celula
vermellha normal. (Dr Bruce R. Cameron)
Epidemiologia
HbS originou-se no continente Africano,
acompanhando a região do cinturão da
malária
( maioria tem o traço falcêmico )
PROTEÇÃO !
CADEIA BETA S
Logo, HbS duas cadeias alfa
duas cadeias beta S
Genética
Na maioria dos casos, os pais dos pacientes
com AF são portadores assintomáticos
( Traço falcêmico ) dessa alteração
genética. Então...
Lembrar que...
Na AF os 2 alelos do
gene beta são
mutantes (betaS)
HOMOZIGOTO!
No traço falcêmico
apenas um dos
alelos é mutante
HETEROZIGOTO!
Eletroforese
ATENÇÃO!!! Como resultado, temos uma
Na AF NÃO há Hb A! doença marcada por 2
importantes componentes:
Hb F protege contra a
polimerização : Fenômenos vaso-oclusivos
Genética;
Polimerização da HbS;
Fenômenos vasoclusivos;
Hemólise.
Fenômenos Vasoclusivos
Ativação de plaquetas,
Inflamação aguda Liberação de
leucócitos e sistema de
mediadores
coagulação
↓ negatividade Aproximação e
da membrana interação entre as Hm
Desidratação
↑ adesividade
eritrocitária
eritrocitária
aguda
Liberação
do fVW
Estímulos auto- ↑ estresse oxidativo
oxidativos
Liberação de pigmentos
Desnaturação Formação de
férricos que se ligam à
da HbS radicais livres
membrana eritrocitária
Fenômenos Vasoclusivos
Hm, leucócitos e
plaquetas aderidas
ao endotélio
Lentificação do
fluxo sanguíneo na
microvasculatura
Afoiçamento das Hm
Oclusão da microvasculatura
FENÔMENOS VASOCLUSIVOS
Fenômenos
HpS Vasoclusivos
Oxigênio diminuído
pH baixo
Temperatura aumentada
Desoxi-HbS
Polimerização
Microcirculação
Desidratação celular
Vasoclusão
Viscosidade ↑
Hemólise
Deformabilidade ↓ Infarto / Necrose
Hepatite
Isquêmica Aguda
Tromboembolismo
Infarto costal
pulmonar
AVE
Disfunção Esplênica: predisposição a
infecções principalmente por pneumococo, e
também H. influenzae tipo B e Salmonella sp.
Manifestações Clínicas
Anemia hemolítica e Crises anêmicas:
Crise do seqüestro esplênico Crise Aplásica
Crise megaloblástica Crise hiperhemolítica
Confirmação diagnóstica !
Tratamento
Da crise álgica: • Hidratação parenteral se a
• Reduzir o medo e a ansiedade dor for moderada a severa.
- suporte psicológico Fazer 3 a 5 litros por dia em
adultos e 1,5 vezes as
• Retirar a causa necessidades hídricas diárias
desencadeante em crianças
• Tratar prontamente a dor • Reavaliação periódica
• Estimular a ingestão oral de • Em alguns casos podem estar
líquidos indicados o uso de narcóticos
• Repouso relativo • Se a dor não conseguir ser
controlada com analgesia,
• Evitar mudanças bruscas de utilizar anti-inflamatório
temperatura como:
• Aquecimento das Diclofenaco oral na dose de
articulações acometidas 1mg/kg/dose 8/8 hs
Tratamento
Tratamento
Da dor torácica aguda:
• 1: Solicitar os exames
• 2: Todos os pacientes com evidência de patologia
pulmonar aguda devem ser internados. Deve ser
instituída a hidratação parenteral nas necessidades
hídricas diárias sem descontar a VO. Não hiperhidratar.
• 3: Oxigênio deve ser administrado se o paciente tiver
hipóxia ( PaO2 < 80 mm Hg ) demonstrada pela
gasometria arterial.
• 4: Antibiótico EV - droga de escolha → Ceftriaxone com
Oxacilina ou Cefuroxima devem ser iniciados
imediatamente. A Eritromicina deve ser associada se
houver suspeita de Mycoplasma pneumoniae.
Tratamento
Da dor torácica aguda:
• 5 : Toracocentese está indicada se houver derrame
pleural ao Raio X, contribuindo para o desconforto
respiratório.
• 6 : A gasometria arterial deve ser controlada.
• 7 : A exsangüíneo transfusão parcial está indicada nas
seguintes condições:
- PaO2< 70 mm Hg
- Queda de 25 % do nível basal de PaO2 do paciente
- Insuficiência cardíaca congestiva ou insuficiência
cardíaca direita aguda
- Pneumonia rapidamente progressiva
- Acentuada dispnéia com taquipnéia
Tratamento
Da Febre:
- Penicilina V oral:
4 meses - 2 anos → 125mg 2 x/dia
2 - 5 anos → 250 mg 2x/dia ( resultados controversos...)
- Penicilina Benzatina:
4 meses - 2 anos → 300.000 UI 28/28 dias
2 - 5 anos → 600.000 UI 28/28 dias ( resultados
controversos...)
Profilaxia/Transfusão
Medula óssea ‘trabalhando em excesso’ esgota
suas reservas de ácido fólico
(1 a 5 mg/dia)
REPOSIÇÃO!
TRANSFUSÃO: concentrado de hc para
reduzir o percentual de hc com HbS para
abaixo de 30%, substituindo-as por hc com
HbA (reduz o afoiçamento e a adesividade!).
EXSANGUINEOTRANSFUSÃO: troca do
sangue do paciente pelos concentrados de hc
do doador. Reduz a HbS muito rápido ( crises
vasoclusivas potencialmente fatais, AVE!).
HIPERTRANSFUSÃO se acidente vascular
cerebral! (a cada 3 a 5 semanas)
Hemotransfusão repetida HEMOCROMATOSE
cirrose hepática, hepato-esplenomegalia, diabetes...
DEFEROXAMINA!!!