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edmundocezar@gmail.com
Ao ler o Reformador de abril de 2018, um artigo chamou minha atenção: Tristeza excessiva
e depressão em crianças. A autora, Marta Antunes Moura, apresenta levantamento
estatístico realizado junto às Federativas Estaduais, analisado nos aspectos psicológico,
social e biológico de pesquisadores e técnicos respeitáveis, além de abordar a importância
da família no período da infância para o espírito que reencarna.
Em função de minha formação e vivência na área das Artes, reagi aos quadros mentais que
se formaram desta leitura com a imediata expressão: “Se esta criança fizesse arte, estaria
melhor.”
Sabeis por que, às vezes, uma vaga tristeza se apodera dos vossos corações e vos leva a
considerar amarga a vida? É que vosso Espírito, aspirando à felicidade e à liberdade, se
esgota, jungindo ao corpo que lhe serve de prisão, em vãos esforços para sair dele.
Reconhecendo inúteis esses esforços, cai no desânimo e, como o corpo lhe sofre a
influência, toma-vos a lassidão, o abatimento, uma espécie de apatia, e vos julgais infelizes.
(KARDEC, 2007, int 25.)
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Daniela Luciana P. Soares – Graduada em pedagogia pela UNESP/Rio Claro, especialista em Educação Musical
e Pedagogia do Movimento para o Ensino da Dança pela UFMG/Belo Horizonte.
“(...) temos na infância o período mais propício para a educação em seu sentido integral e,
por conseguinte, o momento mais importante para colocar a criança diretamente sob o
estímulo da beleza, do bem e do belo...” (SOARES, 2012, p.50.)
(...) o Belo é tão necessário às almas em progresso quanto o Amor (...) sendo o
Universo a expressão da Beleza Divina (...) deverá igualmente [o homem] comungar
com o Belo, a fim de poder compreender o Universo e com ele vibrar (...). (PEREIRA,
2016, Fréderic Chopin, na Espiritualidade, p74)
Ainda refletindo sobre as possibilidades da Arte para o Espírito que atravessa a fase
da infância na reencarnação, vieram-me à mente as palavras de Leon Denis,
apóstolo do Espiritismo, registradas em seu livro O Espiritismo na Arte:
Dissemos que o objetivo essencial da arte é a procura e a realização da beleza; é,
ao mesmo tempo, a procura de Deus, pois que Deus é a fonte primeira e a
realização perfeita da beleza física e moral.
Quanto mais a inteligência se apura, se aperfeiçoa e se eleva, mais se impregna da
ideia do belo. O objetivo essencial da evolução, portanto, será a procura e a
conquista da beleza, a fim de realizá-la no ser e nas suas obras. Tal é a norma da
alma na sua ascensão infinita. (DENIS, 1994, Pt. 1, Conceito de Arte, p. 9)
“A arte é forte elemento de interação vertical, onde a alma interage com as energias
espirituais superiores, propiciando à criança o desenvolvimento de seu potencial
anímico e ampliando sua faixa vibratória; estimula a capacidade criativa, traçando ao
mesmo tempo canais para sua expressão; é uma forma de crescimento interior e
desenvolvimento das potências da alma; representa forte elemento de estímulo à
energia criadora do Espírito, que é uma das maiores forças que impulsiona a
evolução; sensibiliza e oferece estímulo à vontade direcionada para os ideais
superiores; pode liberar energias bloqueadas, canalizando-as para níveis superiores
e estimulando essa energia a vibrar de forma superior; pode ser usada como terapia,
liberando bloqueios, causas profundas de estados depressivos; propicia a vivência
de estados vibratórios ou sentimentos que o intelecto apenas, por si, não atingiria.”
(ALVES, 2000, p193)
Fazer ou ver, experimentar ou contemplar, praticar ou assistir as mais diferenciadas
formas de expressão artística, em especial aquelas que valorizam a esperança, a
vitória sobre si mesmo, a beleza e a sintonia com o Bem, constituem instrumento de
construção no espírito de pensamentos firmes e vibrantes e de potencial
transformador de suas próprias vibrações.
REFERÊNCIAS
DENIS, Leon. O espiritismo na arte. 2ª. Edição. Niterói: Lachâtre,1994.
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 93ª ed. 2ª impressão. (Edição Histórica). Brasília: FEB,
2016
_____. O evangelhos segundo o espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 131ª. Edição 8ª. Impressão. (Edição Histórica)
Brasília: FEB, 2017.
ALVES, Walter O. Educação do espírito: introdução à pedagogia espírita. 16ª ed. Araras. IDE, 2000.
PEREIRA, Yvonne do A. Devassando o invisível. 15ª. Ed. 4ª. Impressão. Brasília: FEB, 2016.
SOARES, Daniela, [et. Al.]. Dançando com a alma: diálogos sobre dança espírita. 1ª. Ed. Belo Horizonte: Educere,
2012.