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CAPÍTULO 1

Problemas da infância

PERGUNTA: — Que nos dizeis sobre o período da infân-


cia do espírito encarnado na Terra?
RAMATÍS: — O espírito, realmente, encarna-se; não
nasce, não cresce, não envelhece e não morre propriamente
na carne. É centelha cósmica da Chama Criadora, que é
Deus; portanto, não renasce nem é destruído. O ego espiri-
tual desce vibratoriamente ao mundo carnal, a fim de desen-
volver a consciência e ter noção de si mesmo, passando a
existir como entidade emancipada, porém subordinada às
leis do próprio Criador, pois, embora o espírito seja eterno e
disponha do seu livre-arbítrio, jamais se isola do Todo. E o
seu autoconhecimento, ele o adquire mediante as deduções
do seu mundo interior, que resultam do seu contato com o
mundo exterior.
Assim, o espírito do homem não vive propriamente os
períodos de infância, juventude e velhice, conforme aconte-
ce ao corpo físico. Nascer, crescer, envelhecer e morrer são
apenas etapas adstritas à concepção de tempo e espaço
entre o berço e o túmulo. O espírito manifesta-se tempora-
riamente através do equipo de carne, nervos e ossos, que é a
sua instrumentação de trabalho e aprendizado consciencial
no ambiente do planeta.
Como Deus é o pano de fundo da consciência de todos
os homens, jamais o espírito humano desvincula-se da Cons-

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Ramatís

ciência Cósmica que o originou e lhe garante o atributo de


existir. Nas múltiplas existências físicas, ele apreende os
conceitos do pecado e virtude, do bem e mal, da saúde e
enfermidade, do certo e errado, do inferior e superior, do
impuro e puro, que assim lhe facultam apurar os valores
divinos latentes em si mesmo.
Em conseqüência, o período de infância física do
homem é uma etapa transitória, em que o espírito se mani-
festa algo reduzido na sua verdadeira capacidade já adqui-
rida nas vidas pregressas. A sua ação amplia-se pela comu-
nicação cada vez mais racional e consciente em equivalência
com o crescimento do corpo. Diríamos que o espírito não
nasce na Terra, mas acorda, aos poucos, da hipnose a que é
submetido no Espaço, antes de encarnar, manifestando-se
tão clara e conscientemente quanto seja a capacidade e sen-
sibilidade do seu equipo carnal em relação com o meio
material.

PERGUNTA: — Podereis explicar-nos mais claramente


essa diferença entre a infância do homem carnal e a sua
condição espiritual?
RAMATÍS: — Para habitar a carne, o espírito deve
reduzir o seu perispírito ou invólucro espiritual, que lhe dá
a configuração humana, até alcançar a forma de um “feto”
perispiritual, ou seja, a condição “pré-infantil”, capaz de per-
mitir-lhe o “encaixe” no útero-perispiritual da futura mãe
encarnada, na contraparte imponderável do útero físico.
Não se trata de redução na sua faculdade mental ou
capacidade astralina, já desenvolvidas no curso pretérito de
sua evolução. Ele fica apenas temporariamente restringido
na sua liberdade de ação durante o encolhimento perispiri-
tual, colocado no ventre materno, onde deve materializar-se
para atuar no ambiente físico. O espermatozóide, na sua
corrida instintiva em direção ao ovário feminino, é tão-
somente o “detonador psíquico”, espécie de “elo” ou “comu-
tador automático”, que em sua essência ectoplásmica fun-
ciona ligando o mundo astral ao mundo físico. É apenas um
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