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CAXIAS DO SUL
2014
CARLOS EDUARDO BORSOI RHEINHEIMER
CAXIAS DO SUL
2014
CARLOS EDUARDO BORSOI RHEINHEIMER
Aprovado em 26/06/2014
"Todo homem morre, mas nem todo homem vive."
Willian Wallace
AGRADECIMENTOS
Agradeço a meus pais Jair Carlos Rheinheimer e Marisa Borsoi Rheinheimer por
sempre acreditarem incondicionalmente em mim.
A minha companheira Carmen, pelo apoio e companheirismo.
Ao professor Eduardo Nabinger pela orientação e colaboração com o
desenvolvimento deste trabalho.
Aos professores Paulo Roberto Lizmaier e Vagner Grisson pela contribuição através
da avaliação crítica deste trabalho.
Aos colaboradores da Go Bike pela soliedariedade e atenção na montagem do
equipamento.
Ao sr. Jorge Maino pelo empréstimo dos equipamentos necessários para realização
deste trabalho.
RESUMO
This paper describes the determination of the influence of crowns of non-circular shape in
joint moments, which participate in the movement of the ride, a cyclist. Elliptical crowns
provide the variation of the effective radius of the crown in relation to the crank angle,
generated a change in angular velocity of the crank. Initially we attempted to identify the
different models of existing commercial elliptical crowns in cycling, and subsequently
manufactured two models are crowns made of carbon steel, with 50 teeth, based on successful
models in market. To calculate the joint moment of five bars the model described by Hull
(1985), where the input data is the angle of the pedal crank and the angle was used. An
experiment was conducted to obtain actual data to determine the input parameters. The rider
cycle ergometer used a low load and a freewheeling, which were measured relative angles
between the pedal and crank and the crank angular velocity, these results have been
processed, obtaining the average values of the pedal angle and angular velocity . We
calculated the joint moments using anthropometric parameters cyclist. The results were
compared to identify differences between the two crowns relative to the pedaling technique
(pedal angle) and speed variation. The presented model was sensitive to changes in amplitude
of both crowns, as for removal. Observations show that one should always consider the
variation of the angular velocity for the evaluation of an elliptical crown.
1. INTRODUÇÂO ............................................................................................................... 12
1.1. JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 13
1.2. OBJETIVOS...................................................................................................................... 14
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 15
2.1. BIOMECÂNICA DA PEDALADA ................................................................................. 15
2.1.1. Forças envolvidas ............................................................................................................ 15
2.1.2. Como o ciclista gera potência ......................................................................................... 18
2.1.3. Fundamentos da dinâmica da pedalada ........................................................................ 19
2.1.4. Forças do ambiente externo............................................................................................ 21
2.1.5. Antropometria ................................................................................................................. 22
2.2. COROAS NÃO CIRCULARES ....................................................................................... 24
2.2.1. Testes com coroas não circulares ................................................................................... 27
2.3. MODELOS BIOMECÂNICOS ........................................................................................ 27
2.3.1 Regulagens da Bicicleta .................................................................................................. 35
2.4. PROJETO DE COROAS .................................................................................................. 36
3. DESENVOLVIMENTO ................................................................................................. 38
3.1. FLUXO DE TRABALHO ................................................................................................ 38
3.2. PROJETO DA COROA ELÍPTICA ................................................................................. 38
3.2.1. Material para fabricação da coroa ................................................................................ 39
3.2.2 Processo de fabricação da coroa .................................................................................... 40
3.2.2.1 Processo de usinagem do chanfro ..................................................................................... 41
3.3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ............................................................................ 42
3.3.1 Equipamento utilizado .................................................................................................... 42
3.3.1.1 Bicicleta............................................................................................................................. 42
3.3.1.2 Ciclo Ergometro ................................................................................................................ 43
3.3.1.3 Sensor de cadência ............................................................................................................ 43
3.3.1.4 Sensor de velocidade angular ............................................................................................ 44
3.3.1.5 Pedais instrumentais .......................................................................................................... 45
3.3.1.6 Sistema de Aquisição de Dados ........................................................................................ 46
3.4. PLANEJAMENTO DOS TESTES .................................................................................. 46
3.4.1. REGULAGEM DA COROA.......................................................................................... 47
3.5. POCESSAMENTO DE DADOS ...................................................................................... 48
3.6. DETERMINAÇÂO DOS MOMENTOS ARTICULARES .............................................. 51
3.6.1 Parâmetros antropométricos .......................................................................................... 51
3.6.2 Planejamento das simulações ......................................................................................... 52
4. RESULTADOS ................................................................................................................ 53
4.1 MATERIAL DA COROA ................................................................................................ 55
4.2. PROCESSO DE FABRICAÇÃO ...................................................................................... 56
4.3. COROAS FABRICADAS ................................................................................................ 57
4.4. CALIBRAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS ........................................................................ 57
4.5. RESULTADOS DAS SIMULAÇÃO ............................................................................... 57
4.6. DISCUÇÃO DOS RESULTADOS................................................................................... 64
5. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 66
5.1. SUGESTÃO DE CONTINUIDADE ................................................................................ 66
6. ANEXOS .......................................................................................................................... 67
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 69
12
1. INTRODUÇÂO
Fonte: Google
1.1. JUSTIFICATIVA
1.2. OBJETIVOS
1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este capítulo aborda temas relacionados à utilização das coroas elípticas, que
propiciaram o desenvolvimento do trabalho proposto. Primeiramente aborda-se a biomecânica
da pedalada,as forças envolvidas no processo da pedalada, e a influência antropométrica, e o
sistema de geração de potência. Na seqüência, tem-se uma revisão sobre coroas ovais, com
um histórico recente, principio de funcionamento e testes. Em seguida, os modelos
matemáticos utilizados para simular o funcionamento de coroas elípticas. O projeto e
fabricação de coroas elípticas.
2.1.1.Forças Envolvidas
Fonte: O autor.
A força efetiva, gerada por um pedal em função do ângulo do pedivela pode ser vista
na Figura 4.
Figura 4 –Força Efetiva x Angulo do Pedivela
Fonte: O autor
𝐏 = 𝐅𝐞 × 𝐋 × 𝝎 (01)
Segundo Burke (1996), por anos os especialistas sugeriram que as forças inefetivas
não contribuiriam para a geração de energia. Essa sugestão possui certa lógica, considerando
os fundamentos dinâmicos do sistema perna, pé e pedal, gerando forças mensuráveis no pedal,
independentes das forças musculares, ou do custo energético.
20
Além das forças geradas pelo ciclista, o sistema ciclista-bicicleta, estão sujeitos a
uma série de forças provenientes do ambiente externo. Existem as perdas provenientes de
perdas mecânicas, do atrito do solo, resistência aerodinâmicas, e resistências inerciais.
A dinâmica mostra, que a resultante destas forças serão iguais à massa multiplicada
pela aceleração (da bicicleta). Conforme Burke descreve esse sistema através da seguinte
equação:
𝒅𝑽(𝒙) 𝜼.𝑷(𝒙) 𝟐
𝒎 = − 𝑲𝒂 . 𝑽 𝒙 + 𝑾 𝒙 − 𝑪𝒓 . 𝒎 . 𝒈 − 𝒎 . 𝒈. 𝒊(𝒙) (03)
𝒅𝒕 𝑽(𝒙)
Onde:
Essa equação considera que o produto da massa pela aceleração será igual a força
gerada pelo ciclista reduzida pela resistência de arrasto , pela resistência de atrito (se houver)
e pela força gravitacional proveniente de uma inclinação (se houver).
Um ciclista pedalando com uma cadência de 80 RPM em pista plana, com massa
total de 80 kg. Coeficiente de rolagem de 0,008 e coeficiente de arrasto de 0,3 Kg/m Irá
deslocar-se a uma velocidade de aproximadamente 17,8 Km/h. A Tabela 1, mostra a
influência da alteração de um destes elementos na velocidade da bicicleta
22
Fonte: O Autor
2.1.5. Antropometria
não circulares propiciou uma mudança do braço de alavanca sobre a revolução do pedal e uma
mudança na velocidade angular no ciclo da pedalada.
O primeiro aspecto mostra que quando o pedal se encontra na posição vertical
superior (0º), o raio da coroa é mínimo, e enquanto progride para a fase de compressão do
movimento o raio aumenta gradativamente, até o ponto de maior força, onde o raio será
máximo. Segundo o autor, o segundo aspecto sugere que a coroa não circular gera uma
diminuição da duração dos pontos mortos, e de um aumento da duração na fase produtiva
(Horvais 2007).
Isso mostra que para que haja algum ganho no uso de coroas não circulares, deve ser
um ajuste perfeito do ângulo da coroa (Horvais 2007).
Entretanto os estudos em um primeiro momento não se mostraram conclusivos, e não
apontavam nenhuma diferença significativa em estudos fisiológicos, cinemáticos ou cinéticos
(Martinez 2006).
Ainda na década de 80 outro formato de coroa foi desenvolvido. Denominado de
“Symetric Harmonic”. Seus criadores afirmavam que com seu formato, as forças durante a
pedalada seriam “harmonizadas”. Apesar de ter sido concebida de forma a aperfeiçoar a
pedalada, não existem vantagens fisiológicas dos ciclistas em utilizar esse modelo de coroa
em comparação aos modelos circulares convencionais (Horvais 2007). Em contrapartida
Rankin (2008) sugere a existência de uma maior interação muscular, através do padrão da
pedalada garantiriam um maior desempenho do atleta.
Entre outros modelos desenvolvidos ao longo dos anos pode-se citar o “Hull Oval”
em 1991, a “Q-Ring” em 2005”, “Rasmussen Oval” em 2006, outros modelos de destaque
foram a “Ogival” e a “Ovum” no final dos anos 80 que possuíam a relação do raio maior e do
raio menor bastante acentuadas. Além disso, o modelo de coroa "Ogival", fugiau do formato
de elipse básico, apesar de ser simétrica, possui uma espécie de ponta.
Com base nos estudos iniciais, as coroas elípticas foram esquecidas durante a década
de 90. Entretanto nos anos 2000 voltaram a ser assunto de discussão. Durante a última década
uma série de coroas e testes foram desenvolvidos. Pode-se encontrar coroas que demonstram
pouca diferenciação entre os eixos principais, e modelos que apresentam uma forma elíptica
extrema. Além disso surgiram elipses em formato não simétrico, cujo objetivo seria o de
aumentar a área de torque máximo. Cita-se ainda que a Rotor Q-Ring usou-se de um
importante artifício de multi-furação, a fim de permitir um “ajuste fino” ao ciclista, alterando
a orientação entre a coroa e o pedivela, atrasando a coroa ou adiantando-a.
26
Fonte: Google
27
Ao longo das últimas duas décadas uma série de testes foram feitos a fim de
comprovar a eficiência das coroas não circulares, desde testes práticos (Martinez, 2004), a
testes simulados em computadores (Malfait, 2010). E embora todos apontem diferenças nos
usos de coras circulares e não circulares, nenhum pode ser considerado conclusivo.
Em 2006, Martinez realizou um teste prático com 8 ciclistas de elite sub-23, o teste
submetia os ciclistas a esforços máximos de até 5 minutos, e posteriormente, amostras de
sangue colhidas e quesitos eram comparados, como consumo de oxigênio, ventilação e
quociente respiratório. Segundo o pesquisador os ciclistas não apresentaram diferenças
consideráveis no consumo de oxigênio mas, entretanto, os estudos indicaram que as coroas
não circulares permitiam aos ciclistas, manterem a força máxima por um maior tempo,
obtendo uma maior potência de trabalho.
Em 2011 O’Hara desenvolveu testes práticos com tiros de até 1 km, comparando
dados como potência média e velocidade média de coroas circulares e coroas rotorq-ring.
Segundo o autor a potência máxima e velocidade máxima eram significativamente maiores
com o uso da coroa não circular em comparação a coroa circular (um aumento e até 5% na
potencia máxima e aumento de 0,8% na velocidade máxima), além disso pode-se notar que
não houveram alterações físicas dos ciclistas, como por exemplo um aumento da freqüência
cardíaca ou uma presença maior de lactado no sangue pós teste.
Em 2010 Malfait, buscou fazer um teste com uso de simulador. Com velocidade
constante e o uso de um modelo computacional, Malfait inseriu vários modelos de coroas não
circulares comparando os diversos dados como a potência de pico nas articulações e a energia
gerada combinada com a menor potência de pico. Segundo o autor existem modelos não
circulares que são inegavelmente melhores do que modelos circulares, para os critérios
adotados naquele teste. salientando a importância da orientação (ângulo) da coroa elíptica.
pedal e pedivela. O desenho esquemático do mecanismo sugerido por Jorge e Hull pode ser
visto na Figura 12.
At, as, af Aceleração absoluta dos centros de gravidade da coxa, canela e pé,
respectivamente.
d2, d6 Distância do centro de gravidade da coxa e da canela respectivamente
até a próxima articulação.
d12 distância do centro de gravidade do pé até o quadril.
29
Para que o mecanismo de cinco barras seja determinado são necessários alguns
parâmetros (como o ângulo relativo do pedivela) descritos pela seguinte fórmula:
𝜺3 – 𝜺2 – Δ + Θ2 – Π/2 = 0 (09)
31
𝑪−𝑫 − 𝒍𝟏 𝒔𝒆𝒏𝜽
𝜺1 = 𝒕𝒂𝒏−𝟏 (11)
𝑨−𝑩 − 𝒍𝟏 𝒄𝒐𝒔𝜽
Onde:
A = L4 + L2COS 𝜺3
B = I3 COS 𝜺2
C = L3 + L2 SEN 𝜺3
D = L3 SEN 𝜺2
E = (A – B)2 + (C-D)2 + L12 – L2 2
F = 2(A-B) L1
G = 2(C-D)L1
Onde:
Q1 = -L2 𝜺3 SEN 𝜺3 + L3 𝜺2 SEN 𝜺2
Q2= -L2 𝜺3COS 𝜺3 + L3 𝜺2 COS 𝜺2
Onde:
Q3 = -L2 𝝐3COS𝜺3 – l3𝝐2COS𝜺2 + l3𝝐2SEN𝜺2 + l1𝛉2 COSθ + l2𝛆12 COS 𝛆1
Q4 = -L2 𝛆3SEN𝜺3 – l3𝛆2SEN𝜺3 + l3𝝐2COS𝜺2 + l1𝛉2 SENθ + l2𝛆12 COS𝛆1
As equações para a aceleração angular no centro de gravidade são dadas por:
32
COXA
RT = D1 EIΘ (16)
AT = D1 (-𝜽𝟐 + I𝜽)EIΘ (17)
PERNA
RS = L1 EIΘ+ D6 EEIΕ (18)
AS = - L1 𝜽𝟐 EIΘ + I L1𝜽 EIΘ – D6 𝝐12 EIΕ1 + ID9 𝜺1 EIΕ1 (19)
PÉ
RF = L1 EIΘ + L2 EIΕ1 + D12EIΕ2 (20)
AF = - L1 𝜽𝟐 EIΘ + I L1𝜽 EIΘ – L2 𝝐12 EIΕ1 + IL2 𝜺1 EIΕ1- D12 𝝐22EIΕ2+ID12𝜺2EIΕ2 (21)
JOELHO
M3 =-ISCG 𝜺1+ M4 + (R23Z SENΕ1 – R23XCOSΕ1) ×(L2 – D6) + (R21Z SEN Ε1 – R21XCOS Ε1)D6 (20)
TORNOZELO
M5 =-IFCG 𝜺2+ (R32Z SEN Ε2 – R32XCOS Ε2) D12 + (R34Z’ COSΔ – R34X’SENΔ)(L3-D12) (23)
JOELHO
M3DINÂMICO = -ISCG𝜺1 + M5DINÂMICO– MF (AFZ + G) I2 SEN 𝜺1+ MF AFX COS 𝜺1– MS (ASZ +
G) D6 SEN 𝜺1
(25)
33
QUADRIL
M1DINÂMICO = -ITSG𝜽+ M3DINÂMICO– [MS (ASZ + G) MF (AF2 + G) L1 SENΘ – (MSASX +
MFAFX) L1 COSΘ – MT ATX D1 COSΘ – MT (ATZ + G)D1 SENΘ
(26)
Usando as fórmulas publicadas por Hull em 1984, a fim de testar coroas diversas não
circulares. Usando o ângulo da coroa como parâmetro de entrada do simulador, tendo
padronizado cada coroa para 50 dentes (50 posições de simulação). A função da posição
angular foi dada por um polinômio de 9° grau:
Y=A0 + A1X + A2X2 + A3X3 + ... + AnXn (Com N=9)
Sendo que a derivada primeira dessa equação em função do tempo indicaria a
velocidade angular instantânea, e a derivada segunda a aceleração angular instantânea.
Malfait (2010) considerou que a variação de cada componente de ângulo era feita na
mesma unidade de tempo (velocidade angular constante), usando um software CAD para
identificar o raio instantâneo de cada modelo de coroa.
Segundo as conclusões do estudo de Malfait, que verificou que três parâmetro
geométricos são importantes para o desenho de coroa não circular, ovalização e a orientação
do pedivela. A primeira conclusão importante do estudo é de que uma ovalidade mínima é
necessária para habilitar um rendimento atrativo de potência (ou uma taxa de eficiência de
transmissão de potência).
O resultado também mostrou uma co-relação positiva existente entre o grau de
ovalização e o percentual de eficiência da potência comparada com a circular. Uma segunda
conclusão é que uma coroa elíptica específica apresentou um pico de potência no sistema, e
que a eficiência das coroas pode ser adaptada continuamente alterando sua orientação em
relação eixo principal.
No entanto segundo o próprio autor, os resultados dos estudos biomecânicos
demonstram que em muitos casos, vantagens e desvantagens são inseparáveis. E segundo o
autor em todas as investigações, o ângulo de utilização ótimo ficou na faixa entre 110° e 120°.
São uma série de parâmetros que influenciam na maneira como o ciclista exerce a
força sobre os pedais, e como este realiza o movimento da pedalada. Alguns desses
parâmetros, mais relevantes na interação com a pedalada incluem posição e altura do banco,
dimensões do pedivela, diâmetros das coroas. Esses parâmetros são fundamentais para a
construção do modelo.
O comprimento do pedivela (A), é um dos principais parâmetros das bicicletas.
Segundo Sidwells, são comercializados diversos modelos de pedivela, com os mais diferentes
comprimentos. Quanto maior o pedivela, maior será o braço da alavanca que o ciclistas
exercerá.
35
segundo Burke (1996), estes parâmetros podem alterar a força muscular do ciclista durante a
pedalada.
Já o parâmetro de relação das engrenagens (J) é um parâmetro mecânico de redução
aumentando as forças e diminuindo a velocidade (da bicicleta) ou multiplicação diminuindo
as forças e aumentando a velocidade (da bicicleta), essa relação pode ser alterada de forma
dinâmica, durante a atividade da pedalada, conforme o desejo do ciclista.
Outra opção seria a fabricação da cora através de corte a laser/plasma, cortando uma
chapa de aço de espessura adequada através de luz/calor, com custo relativamente baixo e
obtendo um acabamento final de boa qualidade.
As correntes de transmissão são fabricadas segundo normas técnicas, a fim de
padronizar algumas dimensões características. Existem diversas normas para correntes no
mundo inteiro, entretanto existem duas que são mais largamente utilizadas. Essas normas
regem não somente especificações para fabricação decorrentes, mas também especificações
para fabricação de todos os elementos de transmissão por corrente, como as engrenagens, por
exemplo, além de questões como lubrificação e manutenção (NORTON, 2005). Essas normas
são:
- Norma Americana (ASA): São correntes projetadas para equipamentos que solicitam
esforços de tração. Para resistir aos esforços de tração, as forças atuam sobre as placas, por
esta razão, as placas das normas ASA são mais robustas. Tem como principal aplicação
transmissão de máquinas industriais.
- Norma Européia (DIN): São correntes projetadas para equipamentos que necessitam de
exatidão de transmissão de movimento (sincronismo), por esta razão, normalmente os pinos
são mais robustos. Tem como principais aplicações máquinas da indústria gráfica, embalagens
e indústria alimentícia.
38
3. DESENVOLVIMENTO
Fonte: O autor
𝑷=𝒁 ×𝒑 (25)
A partir deste perímetro poderiam ser desenvolvidas uma série de coroas, variando
apenas o valor dos eixos A e B da elipse. Buscou-se identificar através de fotos de catálogos,
de dos artigos de Horvais e Malfait, a relação entre os eixos das coroas das coroas escolhidas.
- Titânio (Ti-6Al-4V): material de custo elevado, não existindo uma liga específica
para engrenagens, a liga Ti-6Al-4V é utilizada para fabricação de componentes que
necessitam de alta resistência ao desgaste, e serviria como opção de material. Entretanto o
processamento deste material pode ser feito apenas por usinagem ou corte com jato d’água.
Existe apenas um fornecedor na região que dispõe deste material, e o prazo de entrega é
significativamente mais extenso.
Assim como o material, existe uma gama bastante diversificada para o processo de
fabricação de coroas para correntes. De forma similar a seleção do material utilizado para a
fabricação da coroa, adotou-se critérios como custo, prazo de entrega e disponibilidade para
se definir o processo empregado na fabricação da coroa, um modelo da matriz de apoio a
decisão pode ser visto abaixo.
As opções para a fabricação:
- Usinagem em centro de usinagem: Processo que se faz através da remoção de
material em forma de cavaco, formando dente a dente. Processo demorado e caro, entretanto
garantindo a geometria perfeita no dente da engrenagem. Podendo ser utilizado juntamente
para processar qualquer material selecionado.
- Corte a Laser: Processo rápido e prático, de custo médio, se faz através do corte do
material através de um feixe de luz. A qualidade do acabamento é excelente, entretanto esse
processo pode ser utilizado somente com aço carbono, e em alguns casos com alumínio (com
máquinas específicas).
- Corte a Plasma: Processo rápido e prático, de baixo custo, se faz através do corte do
material por um feixe produzido por uma composição de luz e calor produzido por um gás. O
acabamento possui uma qualidade regular, e a geometria por vezes fica prejudicada em
tolerâncias mais apertadas. É um processo funcional apenas para aço carbono
- Conformação Mecânica: Usando uma matriz de estampo, pode-se fabricar coroas a
partir de chapas, é um processo muito rápido, de baixo custo, com bom acabamento, e
podendo ser empregado em praticamente qualquer tipo de metal. Entretanto esse processo
requer um alto investimento na fabricação da matriz de estampo.
41
Fonte: O autor
Figura 17 - Detalhe de Usinagem do Chanfro
Fonte: O autor
do ângulo entre o pedal e o pedivela e velocidade angular do pedivela, que combinados com
os dados antropométricos do ciclista serão parâmetros de entrada para o cálculo dos
momentos das articulações.
Para realizar os ensaios, a bicicleta foi montada em um cicloergometro. E através de
um sistema de transmissão por correntes, a coroa elíptica tracionou aciona uma pinha, que
estava acoplada a uma polia. Esta polia, com uso de uma correia e um alternador forneceu
uma resistência contrária as forças da pedalada do ciclista. Um atleta amador foi selecionado
para realizar a coleta de dados.
A cadência permaneceu constante em todos os ensaios, próxima a 80 RPM. A carga
(potência transmitida) aplicada pelo alternador também permaneceu constante, assim como a
regulagem do banco da bicicleta, que foi regulado conforme sugerido por Burke (seção 2.3.1).
3.2.1.1. Bicicleta
Fonte: O autor
43
A bicicleta utilizada para este experimento foi uma mountain bike como a da Figura
a cima.
A Figura 19 mostra uma foto do sistema de ciclo ergômetro para apoio da bicicleta.
Fonte: O autor
O sensor de cadência, da Figura 20, é do tipo magnético, que emite um pulso elétrico
toda vez que o pedivela (de material magnético) passa por ele. Instalado na própria estrutura
da bicicleta, defasado em 90º com relação ao modelo de Hull. A captura deste sinal foi
modificado de analógico para binário, para facilitar a leitura do sinal. O objetivo desse sensor
foi de controlar de forma mais fácil a cadência da pedalada.
44
Fonte: O autor
Fonte: O autor
45
Fonte: O autor
Fonte: O autor
Os testes foram realizados da seguinte forma: o ciclista, por cinco minutos realizou
um aquecimento com pedalada livre, e posteriormente em uma série de cinco minutos, foi
selecionada uma amostra de 100 segundos, utilizada posteriormente para o processamento de
dados.
O procedimento foi realizado com uma cadência constante de aproximadamente 80
RPM e com carga (potência transmitida), também constante, de aproximadamente 120W.
Foram utilizados os dois modelos de coroas fabricados, em quatro testes diferentes.
A coroa "A" com regulagem centralizada, e com regulagem atrasada, e a coroa "B"com
regulagem adiantada e atrasada, da seguinte forma:
47
Fonte: O autor
48
Fonte: O autor
Fonte: O autor
49
Fonte: O autor
Fonte: O autor
Esse angulo relativo do pedal pode ser subtraído do angulo do pedivela para obter-se
o angulo absoluto do pedal. Essa operação pode ser vista na Figura 29.
Fonte: O autor
Fonte: O autor
Para determinação dos momentos articulares foi utilizado o modelo proposto por
Jorge e Hull em 1985, apenas alterando o cálculo das acelerações angulares, utilizando um
software matemático computacional (MATLAB®).
Os dados de entrada para o cálculo dos momentos articulares são: o ângulo do pedal,
ângulo do pedivela, dados antropométricos do ciclista.
4. RESULTADOS
Para ajudar no processo de tomada de decisão foi elaborada uma matriz de apoio a
tomada de decisão:
Com isso optou-se pelo aço ao carbono (SAE 1045), cromado, com corte em plasma
de alta definição.
Matriz Decisória
Usinagem Corte a Plasma Corte a Laser
Peso
Nota OBS Nota OBS Nota OBS
Custo Aproximado 10 5 R$ 350 10 R$ 20,00 9 R$ 35,00
Prazo de Entrega 8 10 5 dias 9 8 dias 5 30 dias
Facilidade/Dificuldade em
10 10 Próprio 9 5 Fornecedores 7 3 Fornecedores
encontrar fornecedor
Figura 31 – Coroa A
Fonte: O autor
56
Figura 32 – Coroa B
Fonte: O autor
Fonte: O autor
Fonte: O autor
58
fonte: O autor.
fonte: O autor.
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Fonte: O autor
Fonte: O autor
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Fonte: O autor
Fonte: O autor
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Fonte: O autor
Fonte: O autor
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Fonte: O autor
Fonte: O autor
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Fonte: O autor
notar uma pequena diferença entre os ensaios 1 e 2, devido ao fato do ângulo do pedal ser
diferente.
Os ângulos dos pedais reais, embora apresentem o mesmo tipo de curva para o
ângulo do pedal usado por Hull em 1985, apresentam amplitude diferente (Figura 47), e
devido a isso os ensaios 5, 7 e 9 apresentam momentos articulares levemente diferentes. Já os
ensaios 6 e 8 demonstram a influência da variação da velocidade angular no modelo de Hull,
chegando a 5,9% de diferença no torque máximo sobre o joelho.
65
5. CONCLUSÃO
6. ANEXOS
Anexo 1 - Desenho Coroa A (50 Dentes)
67
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARPES, F. P., DAGNESE, F., LIMBERG, I., ROSSATO, M., MOTA, C. B., SILVA, A.
D., Análise Da Variação Da Velocidade Angular Do Pé-De-Vela Usando Métodos De
Cinemetria E Sensores Reed-Switch,Revista Brasileira de Cinematropia & Desempenho
Humano 2006;8(2), Santa Maria, Universidade Federal de Santa Maria, 2006.
CULLEN, L.K., ANDREW, K., LAIR, M., WIDGER, M.J., TIMSON B. F.,Efficiency of
trained cyclists using circular and noncircular chainrings.Int J Sports Med, 1992.
HIBBELER, R. C., Dinâmica Mecânica para Engenharia, 10ª ed, São Paulo, Pearson
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HULL, M. L., JORGE, M.; A Method For Biomechanical Analysis Of Bictcle Pedalling,
Davis, University of California, 1985.
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non circularchainring on muscular, mechanical and physiological parameters during
cycle ergometer tests, Isokinetics and Exercise Science. 2007,
NORTON, R. L., Projeto de Máquinas: Uma Abordagem Integrada, 2ª ed., Porto Alegre
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