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Caderno orientativo para

uso da biblioteca escolar


Caderno orientativo
para uso da
biblioteca escolar

1ª Edicação
Cuiabá - MT
2012
Silval Barbosa
Governo do Estado de Mato Grosso

Ságuas Moraes Sousa


Secretário de Estado de Educação

Profª. Fátima Aparecida da Silva Resende


Secretária Adjunta de Políticas Educacionais

Profª. Rosa Neide Sandes de Almeida


Assessora Especial

Profª. Aidê Fátima de Campos


Superintendente de Educação Básica

Profª Janaina Pereira Monteiro


Coordenadora de Projetos Educativos

Profª Gláucia Ribeiro


Gerente de Projetos Educativos
Elaboração
Telma Regina Oliveira Peres, Ass. Técnica da Seduc/MT
Mariza Inês da Silva Pinheiro, Prof. Curso de Biblioteconomia da UFMT
Alexandre Oliveira de Meira Gusmão, Prof. Curso de Biblioteconomia da UFMT
André de Souza Pena, Prof. Curso de Biblioteconomia da UFMT

Colaboração
Márcio Tadeu de Pereira Magalhães
Neiva de Souza Boeno
Maidan de Souza Lara Pinto
Luciléia Rosa de Queiroz Rodrigues

Revisão
Rosemar Eurico Coenga
Ilustração: Victor Oliveira
Diagramação: Tiago Machado / Assessoria Seduc-MT
Impressão: Gráfica Print

M433cMato Grosso. Secretaria de Estado de Educação. Superintendência de Educação Básica. Coordenadoria de


Projetos Educativos.

Caderno orientativo para uso da biblioteca escolar / elaborado por Telma Regina Oliveira Peres,
Mariza Inês da Silva Pinheiro, Alexandre Oliveira de Meira Gusmão, André de Souza Pena;
ilustração de Victor Oliveira. -- Cuiabá : SEDUC, 2012.

73p. Il. : color.

Com a colaboração de Márcio Tadeu de Pereira Magalhães, Neiva de Souza Boeno, Maidan de
Souza Lara Pinto e Luciléia Rosa de Queiroz Rodrigues.
Revisão de Rosemar Eurico Coenga.

1. Biblioteca escolar (Manual). 2. Ativação cultural. 3. Leitura na escola. I. Peres, Telma


Regina Oliveira. II. Pinheiro, Mariza Inês da Silva. III. Gusmão, Alexandre Oliveira de Meira. IV.
Pena,André de Souza. V. Título.

CDU –027.8
“Biblioteca é a porta de entrada para o conhecimento, fornece as
condições básicas para o aprendizado permanente, autonomia das
decisões e para o desenvolvimento cultural dos indivíduos
e dos grupos sociais”.

(Manifesto da UNESCO sobre biblioteca pública, 1976)


Apresentação
Nas últimas avaliações do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) as escolas
que tem uma biblioteca escolar funcionando obtiveram melhores avaliações em
comparação àquelas escolas que não investiram na biblioteca. Nesta perspectiva, este
manual é uma importante iniciativa da Secretaria de Estado de Educação que reconhece
a importância da biblioteca no processo de ensino-aprendizagem nas escolas estaduais
mato-grossenses e coaduna com as disposições do Governo Federal de universalização
das bibliotecas nas instituições de ensino do Brasil em um prazo máximo de dez anos.

Ao mesmo tempo em que apresenta as noções básicas para organização e


funcionamento da biblioteca escolar de acordo com os padrões bibliotecários, e algumas
ações a serem desenvolvidas de modo a favorecer e desenvolver o gosto pela leitura. As
iniciativas de melhoria da educação brasileira perpassam necessariamente pelo
investimento na biblioteca escolar enquanto espaço de aprendizagem, de fomento à
leitura e de cultura. A leitura é a grande impulsionadora da aprendizagem em todas as
áreas, para isso é preciso reconhecer que a educação acontece em todos os ambientes, e,
mas particularmente, que o ambiente da biblioteca é um dos mais importantes, porque
complementa decisivamente o processo de desenvolvimento intelectual.

Os livros são fontes para absorção do conhecimento acumulado ao longo da


história, e intervêm pelo menos em três grandes áreas, a saber: 1. na possibilidade de
formação educacional (livros didáticos); 2. Na transmissão de informação
(enciclopédias, dicionários e livros paradidáticos), especialmente aonde haja
necessidade de informação pontual a Internet é uma ferramenta importante que pode e
deve ser utilizada, também, com o acompanhamento do bibliotecário, o qual é capaz de
instruir os usuários nas melhores técnicas de pesquisa e escolha das fontes corretas de
informação. Por fim, a terceira grande contribuição do livro é a possibilidade de permitir
a leitura por prazer, neste aspecto estão os vários gêneros literários (conto, poesia,
romance, etc.). Porque, cativar o aluno para que ele se torne um leitor também é uma
função da biblioteca escolar.

É no espaço da biblioteca que o aluno pode dispor de várias opções de texto. Na


biblioteca é possível experimentar os livros. Para que a leitura se torne um hábito
prazeroso e que vá fazer a diferença ao longo da vida escolar do aluno é necessário que a
biblioteca seja um espaço agradável, convidativo ao ato de ler. É necessário que haja um
espaço físico apropriado, com todo o conforto necessário a despertar os sentidos para
uma leitura prazerosa.

Alexandre Gusmão e Mariza Inês da Silva Pinheiro


Palavra do Secretário
A pesquisa "Retratos de Leitura no Brasil" tem sido, desde seu
lançamento, em 2001, o principal estudo sobre o comportamento leitor no
Brasil. Tem oferecido, desde então, uma significativa contribuição a vários
segmentos que se interessam com as questões de políticas públicas do livro e
leitura. A 3ª edição da pesquisa realizada entre junho e julho de 2011, classifica
de leitores aqueles que responderam ter lido pelo menos um livro nos três meses
anteriores à pesquisa. Os dados revelam que em 2007, 55% da população
gostava de ler (95,6 milhões); na pesquisa atual, diminuiu para 50%. A
Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso, procura escolher caminhos e
engendrar com muita propriedade, estratégias para a formação e ampliação de
leitores críticos e plenos.
Visto por esta ótica, concebemos a leitura como condição indispensável
ao desenvolvimento social e de realização individual de crianças e jovens.
Portanto, a leitura na escola deve ser encarada como um processo dinâmico,
possibilitando concordâncias ou discordâncias, aproximação ou distanciamento,
reverência ou aversão; enfim, um sistema de "interação e entrega" entre leitor,
texto e autor.
A biblioteca escolar é, sem dúvida, uma “estação de conhecimento”,
com poder de transformar a sociedade e de contribuir para a promoção e
democratização da leitura. Estudos comprovam que a existência de biblioteca na
escola indica qualidade e melhorias no desempenho dos alunos.
A Secretaria de Estado de Educação, ciente do fato e importância desses
espaços, investe em ações que contribuam para o fortalecimento e a ampliação
das bibliotecas escolares, dentro da política de gestão educacional.
O Caderno orientativo para uso da Biblioteca Escolar é um exemplo de
intervenção educativa voltado, especificamente, para os profissionais da
educação, com o objetivo de contribuir para a organização e funcionalidade da
biblioteca e, sobretudo, dinamizar esse espaço privilegiado para a difusão do
livro e da leitura.

Ságuas Moraes Sousa


Secretário de Estado de Educação
Sumário
1 Capítulo I – Um pouco da história da biblioteca 09
1.1 Conceitos de Bibliotecário 10
1.2 Tipos de bibliotecário 11
2 Capítulo II – Biblioteca escolar: suas funções e objetivos 12
2.1 Conceito de biblioteca escolar 12
2.2 Funções da biblioteca escolar 13
2.3 Objetivos da biblioteca escolar 13
3 Capítulo III – O agente de biblioteca 15
3.1 Funções do agente de biblioteca 15
3.2 O agente e o professor 15
3.3 Atribuições do agente de biblioteca 16
4 Capítulo IV – Organização funcional da biblioteca escolar 18
4.1 Espaço físico 18
4.2 Equipamentos e mobiliário 19
4.3 Formação do acervo 21
4.4 Organização do acervo 22
4.5 Conservação e segurança do acervo 23
5 Capítulo V – Processo Técnico 25
5.1 Regulamento 25
5.2 Carimbagem 26
5.3 Registro 26
5.4 Catalogação 28
5.5 Classificação em cores 28
5.6 Etiquetagem 30
5.7 Empréstimo 31
5.8 Software para biblioteca 33
6 Capítulo VI – Biblioteca escolar como espaço de 35
aprendizagem
6.1 A importância da leitura 35
6.2 Despertando o interesse dos leitores 36
6.3 Dinamizando a biblioteca escolar 37
7 Capítulo VII – O livro didático 42
7.1 Breve histórico 42
7.2 Função do livro didático 42
7.3 Aquisição e distribuição do livro didático 43
7.4 Reserva técnica e o Siscort 44
7.5 Conservação e desfazimento do livro didático 45
8 Capítulo VIII – Considerações finais 48
9 Referências Bibliográficas 49
I – UM POUCO DA
HISTÓRIA DA
BIBLIOTECA
A história das bibliotecas antecede a história do próprio livro. As mais antigas
bibliotecas da Mesopotâmia e do Egito tinham seus acervos formados por placas de
argila, rolos de papiros e pergaminhos. Estudiosos acreditam que a biblioteca mais
antiga é datada do século VII a.C., mas é a Biblioteca de Alexandria no Egito, a mais
célebre e grandiosa biblioteca da antiguidade. Datada do século III a.C., a Biblioteca de
Alexandria constituiu um acervo de aproximadamente 60 mil manuscritos e 700.000
volumes, contendo literatura grega, egípcia, assíria e babilônica.

Outras bibliotecas importantes da época foram as bibliotecas judaicas em Gaza,


a de Nínive na Mesopotâmia e a de Pérgamo, que foi incorporada a de Alexandria
(CANFORA, 1989).

Durante a Alta Idade Média, as bibliotecas quase foram extintas pela censura da
igreja católica. Contraditoriamente elas se estabeleceram nos mosteiros e conventos,
preservadas em esconderijos. Uma das características marcantes dessa época foi o fato
das bibliotecas não serem acessíveis ao público. Os livros eram fechados a cadeados.
Considerados tesouros, eram guardados de olhares curiosos.

O saber era sagrado e somente os sacerdotes sabiam ler. Um exemplo desse


momento foi resgatado no romance “O nome da rosa”, de Umberto Eco (ECO, 1983).

A saga das bibliotecas é marcada pela resistência do conhecimento, pois, as


mesmas vêm enfrentando ao longo dos anos, guerras e censuras, e ainda assim
conseguiram sobreviver. No decorrer do século X, começaram a aparecer outras
bibliotecas. Primeiro, nas escolas catedrais e depois, nas universidades. A partir do século
XVI, as bibliotecas se tornaram mais acessível, em termos bibliotecas. Primeiro, nas
escolas catedrais e depois, nas universidades de localização. Passam também a ter
caráter intelectual e civil, trazendo informações especializadas em diferentes áreas do
conhecimento (HARRIS, 1995).

A Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro foi a primeira biblioteca do Brasil.


Fundada em 1810, teve seu acervo trazido ao Brasil após a vinda da família real. Nesse
período, os jesuítas que aqui chegaram tiveram a preocupação de formar acervos em
seus colégios, para que as pessoas pudessem ter acesso à palavra escrita. Mas, somente
as classes elitizadas tinham tal acesso. Em Mato Grosso, a biblioteca Pública Estadual
“Estevão de Mendonça”, atualmente localizada no Palácio da Instrução, foi fundada em
26 de março de 1912 (FONSECA, 1959), e além de ser a mais antiga é também a maior
Biblioteca Pública do Estado.

1.1 - CONCEITOS DE BIBLIOTECA

A palavra biblioteca origina-se do grego biblíon “livro” e theka “depósito”. Na


definição tradicional é o espaço físico onde se guardam livros. De acordo com o
Manifesto da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

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(UNESCO, 1976) a biblioteca é uma coleção organizada de documentos de vários tipos,
aliada a um conjunto de serviços destinados a facilitar a utilização desses documentos,
com a finalidade de oferecer informações, propiciar a pesquisa e concorrer para a
educação e o lazer.

Ao longo do tempo com o desenvolvimento de novas tecnologias, outros


recursos vão sendo agregados às bibliotecas. Hoje, considera-se a biblioteca um espaço
destinado à coleção de informações de quaisquer tipos ou suportes, seja impressos ou
digitais, armazenados em livros, CDs, DVDs, entre outros. A biblioteca é um local de
descoberta e divertimento, no qual podemos encontrar respostas para as nossas
dúvidas, pesquisas, ou simplesmente passar o tempo livre, num ambiente acolhedor.

1.2 - TIPOS DE BIBLIOTECAS

Existem basicamente quatro tipos de bibliotecas: as públicas, que são mantidas


com recursos públicos; as particulares, mantidas com recursos privados; as acadêmicas
mantidas pelas universidades e instituições de ensino superior e, por fim, as escolares,
que estão inseridas nas unidades escolares. As bibliotecas públicas, aqui entendidas
como a nacional, as estaduais e as municipais são aquelas que têm como objetivo servir à
coletividade e são mantidas por recursos públicos. Possuem acervos gerais, mais focados
em literatura de lazer e fontes de informação como dicionários e enciclopédias. As
bibliotecas públicas estaduais, em muitos estados brasileiros, são responsáveis pelo
depósito legal estadual.

As bibliotecas particulares são aquelas mantidas por fundações e organizações


privadas ou pessoais. Algumas permitem acesso a sua coleção, por pesquisadores,
estudantes ou interessados nas informações armazenadas em suas dependências. As
bibliotecas acadêmicas são aquelas localizadas nas universidades e instituições de ensino
superior, também conhecida como bibliotecas universitárias. Servem aos propósitos de
transformar a informação em conhecimento, por isso estão ligadas ao tripé ensino,
pesquisa e extensão. Em Universidades de grande porte, é comum existir a biblioteca
central e bibliotecas setoriais ligadas a ela, formando assim um sistema de bibliotecas.

As bibliotecas escolares estão inseridas no espaço de unidades educacionais e


possuem um caráter eminentemente pedagógico. Elas devem ser organizadas para
ajudar os alunos a aprender como usá-la, como encontrar informações e como estudar.
Tem a função de informar, ensinar e desenvolver nos alunos saberes para aprendizagem
ao longo da vida (CUNHA E CAVALCANTE, 2008).

A biblioteca escolar possui um papel importante no desenvolvimento e na


construção do conhecimento dos alunos, além de oferecer suporte a pesquisas que
ampliem, contestem e dialoguem com o conhecimento adquirido em classe, por meio da
leitura e da capacidade de selecionar e criticar as informações.

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II – BIBLIOTECA
ESCOLAR: SUAS
FUNÇÕES E OBJETIVOS
A biblioteca precisa estar organizada para auxiliar o trabalho da sala de aula,
colaborando no desenvolvimento do currículo escolar e funcionando como um
instrumento no processo educativo.

2.1 – CONCEITO DE BIBLIOTECA ESCOLAR

Vinculada a escola, a biblioteca escolar tem a missão de atender as necessidades


e contribuir para o desenvolvimento das potencialidades não só do educando, como de
toda comunidade escolar.

Segundo o Manifesto da Organização das Nações Unidas para a Educação, a


Ciência e a Cultura (UNESCO, 1976), a biblioteca escolar proporciona informações e
ideias fundamentais para o funcionamento bem-sucedido da atual sociedade, baseada
na informação e no conhecimento.

Além disso, seu foco maior está no atendimento aos estudantes, na


contribuição da aprendizagem e no desenvolvimento da imaginação e criatividade
preparadas para o exercício pleno da cidadania.

Mayrink (1991, pag. 304), conceitua a biblioteca escolar como:

‘’ uma instituição do sistema social que organiza materiais


bibliográficos, audiovisuais e outros meios e os coloca à
disposição de uma comunidade educacional. Constitui parte
integral do sistema educativo e participa de seus objetivos,
metas e fins. A biblioteca escolar é um instrumento de
desenvolvimento do currículo e permite o fomento da leitura e
a formação de uma atividade científica; constitui um elemento
que forma o indivíduo para a aprendizagem permanente,
estimula a criatividade, a comunicação, facilita a recreação,
apóia os docentes em sua capacitação e lhes oferece a
informação necessária para a tomada de decisões em aula.
Trabalha também com os pais de família e com outros agentes
da comunidade.‘’

A biblioteca escolar é um centro ativo da aprendizagem e deve ser vista como tal
e não como um anexo da escola, localizado em um canto obscuro, à margem do
processo de ensino e aprendizagem.

Ela é sim um instrumento aonde, educadores, estudantes e usuários em geral


podem ampliar seus conhecimentos e desenvolverem aptidões tanto intelectual quanto
cultural ou profissional (HILLSHEIM E FACHIN, 1999).

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2.2 – FUNÇÕES DA BIBLIOTECA ESCOLAR

Com o propósito de desenvolver nos alunos, desde o início de sua escolarização,


habilidades para localizar, selecionar, interpretar e compreender informação,
contribuindo com a Unidade Escolar no processo de ensino e aprendizagem a biblioteca
escolar possui as funções (FRAGOSO, 2002), de promover a:

1. Informação - fornecendo informações de confiança, rápida e acessível;

2. Educação - promovendo a integração da informação no currículo escolar e


promover a educação continuada, buscando o conhecimento e o desenvolvimento de
habilidades a partir da motivação desde o início da escolarização.

3. Cultura - complementar a educação formal e oferecer ao aluno múltiplas


possibilidades de leitura, ampliando assim seus conhecimentos;

4. Recreação - oferecer um espaço lúdico para realização de atividades


culturais, além de leituras, jogos, exposições de trabalhos, entre outras atividades de
valor recreativo.

Cada vez mais a biblioteca escolar é chamada a desempenhar novos papeis. Ela
é um espaço de aprendizagem e do uso adequado da informação.

2.3 - OBJETIVOS DA BIBLIOTECA ESCOLAR

Como já abordamos, a biblioteca escolar é parte integral no processo educativo.


Seu principal objetivo é incentivar, disseminar o gosto pela leitura e orientar os alunos de
modo que esses aprendam a manusear e utilizar a informação na sua vida. Para que isso
aconteça é essencial o cumprimento dos seguintes objetivos:

1. Proporcionar ao aluno um espaço aberto, aonde se encontre apoio;

2. Promover a integração professor/bibliotecário/auxiliar de biblioteca/aluno,


facilitando o processo de ensino e aprendizagem;

3. Contribuir para a criação de diferentes estratégias e métodos educativos;

4. Estimular os professores a utilizarem a biblioteca como um espaço


pedagógico de educação continuada;

5. Promover a integração com outras bibliotecas escolares ou públicas;

6. Desenvolver o respeito pelo uso comum do espaço;

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7. Promover o acesso ao livro através da realização de feiras, exposição de livros
e outras atividades culturais;

8. Promover leitura e serviços da biblioteca escolar junto à comunidade;

9. Dinamizar atividades/projetos diversos (exposições, palestras, concursos,


clubes de leitura, dramatizações, jogos, passatempos, entre outros), com vista ao
desenvolvimento da sensibilidade estética, do gosto pela arte e ciência, de acordo com
os interesses e necessidades dos alunos;

10. Envolver Pais/Professores e a comunidade local em, pelo menos, um evento


anual promovido pela Biblioteca Escolar (Feira do Livro, Chá com Livros, Sessões de
Leitura. Declamação de Poesia, Sarau Literário, outro);

11. Organizar ações formativas (ou apoiar cursos) para a comunidade, no


âmbito da aprendizagem ao longo da vida, tendo em conta expectativas, necessidades e
interesses identificados;

12. Organizar atividades de apresentação/exposição de livros e outros recursos


de informação.

Por isso, é necessário que o auxiliar da biblioteca escolar centre seu trabalho na
conquista dos leitores e no desenvolvimento de estratégia para motivar a frequência do
aluno e professor na biblioteca. A aquisição do gosto pela leitura e uso da biblioteca é um
processo lento, que deve ser adotado como uma responsabilidade de toda a comunidade
escolar.

Sabemos que a biblioteca deve ir de encontro aos interesses do leitor, e essa


aproximação pode ser feita de várias maneiras, como por exemplo, em datas
comemorativas. Por essa razão, que o auxiliar de biblioteca juntamente com toda
comunidade escolar, devem participar do planejamento, execução e avaliação das
atividades na biblioteca escolar (ANDRADE e BLATTMANN, 1998).

Com base nas diretrizes estabelecidas pela Secretaria de Estado de Educação, a


escola deverá atender aos critérios e procedimentos adotados através de Portarias
publicadas anualmente, em que define o funcionamento e as atribuições para biblioteca
escolar.

Nem sempre as bibliotecas escolares contam com o bibliotecário. Nesse caso,


será designado temporariamente um técnico administrativo educacional, efetivo,
preferencialmente profissionalizado em multimeios didáticos e na falta deste, um
professor em readaptação de função ou professor remanescente no município.

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III – O AUXILIAR
DE BIBLIOTECA
O auxiliar de biblioteca é o profissional que executa atividades relativas à
trabalhos de rotina de uma biblioteca. Esses profissionais devem ter perfil, habilidades e
competências para desenvolver atividades específicas da biblioteca. Cabe ao auxiliar de
biblioteca ser um mediador que proporcione o elo entre o leitor e a informação e execute
ações de incentivo ao gosto pela leitura e pela escrita.

3.1 – FUNÇÕES DO AUXILIAR DE BIBLIOTECA

O conjunto das atividades do auxiliar de biblioteca caracteriza-se de maneira


geral no atendimento ao usuário, promoção do livro e da leitura, planejamento de
atividades juntamente com os gestores da escola. A meta desse profissional será a de
despertar na comunidade escolar o interesse pelo livro e pela leitura.

No entanto, é muito importante que o auxiliar de biblioteca se interesse


também pelo desenvolvimento do trabalho e serviços biblioteconômicos, pois não basta
executar tarefas de difusão da informação, é preciso preocupar-se, por exemplo, com a
qualidade do acervo, dos serviços e das necessidades dos usuários. Cabe lembrar
também que o auxiliar de biblioteca tem o dever de tornar a biblioteca agradável,
dinâmica, onde prevaleça um clima de harmonia com o público. Deve receber bem e
ajudar o leitor, orientando-o e auxiliando-o nos procedimentos necessários. Deve ainda
conhecer os livros e gostar de ler e repassar seus conteúdos para os leitores. A partir disso
que se inicia a promoção da interação entre o usuário e a biblioteca. Vale ressaltar que o
papel do auxiliar de biblioteca é de grande importância e de responsabilidade, não só
para o aluno como para os professores, funcionários, pais e comunidade da qual faz
parte (CALDIN, 2005).

3.2 – O AUXILIAR DE BIBLIOTECA E O PROFESSOR

O auxiliar de biblioteca e o professor são parceiros na tarefa de garantir aos


estudantes o direito ao ensino e aprendizagem. Tanto o professor quanto o auxiliar de
biblioteca, devem desenvolver um trabalho em conjunto e reconhecer que o
entrosamento entre eles é fundamental para a melhoria do processo ensino e
aprendizagem.

Quando não há parceria, perde o auxiliar de biblioteca que deixa de


desempenhar plenamente a função, exercendo apenas o cargo de mero entregador de
livros. O professor perde um forte aliado em termos de apoio e a oportunidade de tornar
as aulas interessantes e criativas; e perde principalmente o aluno, que deixa de ter um
auxílio mais eficiente nas tarefas escolares e culturais (HILLESHEIM e FACHIN, 1999).

3.3 - ATRIBUIÇÕES DO AUXILAR DE BIBLIOTECA

Para que a biblioteca escolar tenha êxito, ela depende de duas variáveis: do

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acervo bibliográfico e do profissional que nela atua. O auxiliar de biblioteca deve ser ágil,
atencioso, educado e paciente, para atender bem ao usuário e garantir um ambiente
harmônico e acolhedor. Vejamos algumas outras atribuições que são de
responsabilidade desse profissional:

1. Tornar a biblioteca escolar um local agradável, fazendo com que os leitores


sintam interesse em frequentá-la;

2. Proporcionar aos leitores materiais bibliográficos diversos e serviços


adequados;

3. Fomentar o gosto pela leitura como instrumento de trabalho, de ocupação de


tempo livre e de prazer;

4. Estimular e orientar a comunidade escolar em suas consultas e leituras;

5. Destinar espaços próximos à entrada da biblioteca para exposições e leitura


de periódicos;

6. Zelar para que a biblioteca tenha livros de orientação pedagógica para a


utilização dos professores;

7. Sugerir aos gestores a inclusão no acervo de assuntos atuais como ecologia,


reciclagem de livros, meio ambiente, saúde, drogas, entre outros;

8. Realizar exposições quando da chegada de novos livros à biblioteca escolar;

9. Organizar um calendário anual de eventos da biblioteca escolar, divulgando-


o à escola por meio de mural, rádio escola e endereço eletrônico, quando houver;

10. Divulgação do acervo e dos serviços prestados;

11. Disponibilizar os livros da biblioteca de forma que facilite o fácil acesso aos
usuários;

12. Desenvolver nos alunos atitudes de cidadania, destacando aquelas que


dizem respeito ao trabalho coletivo, ao zelo para com o espaço da Biblioteca e o cuidado
com os livros que serão levados para casa.

Organizar e administrar uma biblioteca escolar é uma tarefa que exige, não só
do auxiliar de biblioteca, mas de toda a equipe pedagógica, um trabalho integrado, que
contribuirá para a formação de leitores, e, sobretudo, para a formação de cidadãos.

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IV – ORGANIZAÇÃO
FUNCIONAL DA
BIBLIOTECA ESCOLAR
Para que o auxiliar de biblioteca possa realizar seu trabalho de forma produtiva,
é preciso que a escola tenha um local destinado à biblioteca. Muitas funcionam em
espaços adaptados ou salas pequenas. Por isso, é importante prever esse espaço antes da
construção ou na reforma da unidade escolar. No entanto, isso nem sempre é possível,
mas, existem inúmeras possibilidades e soluções criativas para oferecer ao aluno,
professor e comunidade, um lugar agradável e prático para leitura.

4.1 – ESPAÇO FÍSICO

O espaço físico deve ser muito bem planejado para o bom funcionamento e
organização da biblioteca escolar. É preciso levar em consideração alguns critérios como
a área de armazenamento do acervo, área de atividade (mesas para estudo e leitura,
salas de estudo em grupo e individual e ambiente para os funcionários) e a área de
circulação. Para isso, o indicado é traçar um plano do espaço disponível. Com a
elaboração do layout,( Figura 1 e 2), a distribuição desse espaço proporcionará um
ambiente mais agradável e adequado para comportar o mobiliário, o acervo, o espaço
para pesquisa, entre outros, (COSTA,2012).

A biblioteca escolar deve situar-se em local de fácil acesso, silencioso, bem


iluminado, mas sem incidência direta dos raios solares sobre os livros. Outros aspectos a
serem observados são: o nível de luminosidade natural, a ventilação natural e o grau de
umidade. O espaço físico deve ser de no mínimo 48 m², para as unidades já construídas,
necessitando prever no planejamento anual realizado pela escola a ampliação da
biblioteca para no mínimo 96 m², e dimensionar a construção de novas bibliotecas
escolares com no mínimo 96 m².

É importante considerarmos o tamanho das mesas, das estantes para os livros e


periódicos no espaço existente. Isso proporcionará maior conforto tanto para o auxiliar
de biblioteca como para os leitores. Não podemos deixar de prever no local o acesso aos
portadores de necessidades especiais.

Além disso, a biblioteca deve possuir boas condições de temperatura e


iluminação. Sugerimos que a temperatura seja mantida entre 19º e 23ºC. As paredes
devem ser pintadas com cores claras para refletir a luz e aumentar a visibilidade. A
iluminação deve ser distribuída com maior intensidade na área de leitura, enquanto que
a área de armazenamento do acervo pode ser menos iluminada.

Sugerimos que o piso seja de concreto ou cerâmica por causa da durabilidade e


para facilitar na limpeza. De preferência, a cor do piso também deve ser clara para refletir
melhor a iluminação.

A área de atividades é dividida entre o espaço dos usuários e o espaço do


auxiliar de biblioteca. Observar o excesso de ruídos. É bom lembrar que a área de leitura
deve ser mantida longe da área de atendimento, para evitar a interferência do barulho.
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Figura 1 – Layout da biblioteca escolar.

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Figura 2– Layout da biblioteca escolar.

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A sinalização de uma biblioteca é fundamental, pois, facilita a conquista da
autonomia do usuário nas suas instalações. Essa deve começar na parte externa
indicando o acesso a biblioteca.

Na parte interna próxima a recepção, deve conter informações do horário de


funcionamento, documentos necessários para cadastro, normas de empréstimo e uso
dos livros, entre outros. As estantes devem ser sinalizadas, também, de acordo com a
Classificação Decimal Universal ou a Classificação Decimal de Dewey e a Classificação
em Cores (ver Capítulo V – Processos Técnicos).

Outro aspecto importante é a instalação elétrica. Lembrar-se de distribuir os


pontos elétricos para a instalação de computadores, impressora, televisão e outros
equipamentos necessários (COSTA, 2012).

4.2 - EQUIPAMENTOS E MOBILIÁRIO

Uma biblioteca escolar deve dispor de mobiliário em bom estado de


conservação, que seja funcional, que tenha qualidade e seja apropriado ao ambiente.
Além disso, deve estar distribuído no local de maneira que o usuário possa circular com
conforto.

O mobiliário deve ser sólido e de fácil manutenção.

O tamanho do balcão de atendimento depende do porte da biblioteca e sua


forma pode ser em "L" ou "U", para que se tenha uma melhor visão do ambiente e dos
usuários.

Entre as opções de estantes podemos citar as tradicionais de aço, madeira ou


concreto. As de madeira são de baixo custo e devem ser reforçadas para aguentar o peso
dos livros, e ainda, receber tratamento contra a infestação de insetos.

As de aço são mais resistentes e mais apropriadas e oferecem maior segurança


na armazenagem dos livros, além de evitar umidade.

O espaço entre as estantes pode ser definido de acordo com o tamanho da área
disponível. Entre as estantes paralelas deve haver um corredor de acesso com espaço
para a circulação e a movimentação junto às prateleiras. Sugerimos que esse espaço
tenha entre 0,80 cm e 1,20 m para facilitar a circulação dos usuários (COSTA, 2012).

Existem vários tipos de estantes para livros (Figura 3), as de face simples e base
aberta (uma face) e as de face dupla e base fechada que podem ser utilizadas em ambos
os lados. As de face simples e base aberta devem ser apoiadas ou parafusadas na parede.

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Em geral, a altura máxima das estantes para adultos, adolescentes e crianças são
respectivamente de 2,05m, 1,70m e 1,50.

Figuras 3 – Estantes com face simples e dupla para livros

É importante que a biblioteca escolar defina a altura das estantes levando em


consideração a altura dos usuários. Recomenda-se que as estantes para os livros,
tenham altura entre 1,50m e 1,70m para permitir aos usuários o alcance dos livros de
forma mais confortável (COSTA, 2012).

Os expositores para periódicos devem ter prateleiras oblíquas, intercaladas,


mais ou menos inclinadas, que mostrem a capa do periódico, ou seja, que possam ficar
colocadas na posição horizontal e serem consultadas no plano superior, que é inclinado e
tem retentor na parte frontal, conforme a Figura 4.

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Figura 4 - Expositor para livros e periódicos

A biblioteca escolar que atende a educação infantil poderá montar uma


brinquedoteca e uma gibiteca, com móveis coloridos e adequados à condição física das
crianças, em um ambiente aconchegante com tapetes e almofadas (Figura 5).

Figuras 5 – Estantes, almofada e bibliocantos infantis

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As mesas e cadeiras devem proporcionar conforto e possuírem as medidas
correspondentes ao tamanho da área destinada a elas. A biblioteca pode possuir mesas
coletivas e individuais. O espaço recomendado entre elas é de um metro e meio. As
mesas circulares e retangulares devem ser especificadas conforme o espaço e
necessidades da biblioteca. Dê preferência a cadeiras leves, resistentes e confortáveis,
fáceis de deslocar.

Outros mobiliários e equipamentos (Figura 6), também são utilizados nas


bibliotecas, como: armário com fundo e porta, arquivos para pastas suspensas,
mapotecas, mesas para computadores, bibliocanto, carrinho, murais, caixas para
periódicos e documentos, fichário, televisão, aparelho de DVD, computador,
impressora, ar condicionado entre outros.

Embora os carrinhos para biblioteca não sejam um móvel, é um acessório


importante para a comodidade e agilidade dos funcionários que guardam os
documentos. Os murais devem ser de cortiça ou isopor para facilitar a fixação dos
documentos com percevejo ou alfinete e servem para divulgar os eventos e serviços da
biblioteca.

Os bibliocantos servem para manter o livro bem posicionado verticalmente


evitando deformações. Enquanto que as caixas para periódicos servem para guardar e
manter as revistas ou jornais bem posicionados verticalmente e evitando deformações.

Figura 6 – Carrinho, mural, bibliocanto, caixa para


periódicos, armário para DVD e escada em aço.

28
4.3 – FORMAÇÃO DO ACERVO

O acervo de uma biblioteca é a totalidade de materiais que ela possui, para


consulta ou empréstimo, nas diversas tipologias e suportes físicos.

1. Livros recreativos e de pesquisa impressos ou digitais;


2. Obras de referência;
3. Periódicos (revistas e jornais) impressos ou digitais;
4. Folhetos;
5. Fitas de vídeo;
6. Mapas,
7. CDs e DVDs (de música, didáticos ou filmes) entre outros.

Os livros são publicações não periódicas que tratam de um ou mais assuntos,


apresentados em um ou mais volumes.

De acordo com a Lei do Livro n. 10.753, de 30 de outubro de 2003 o livro não é


mais considerado material permanente (Brasil, 2003).

Os livros recreativos são aqueles direcionados à leitura feita por escolha


individual, com fins informativos ou de recreação. Ajudam a despertar o gosto pela
leitura. Exemplos,

1. Jogos;
2. Quebra-cabeça;
3. Álbuns;
4. Histórias;
5. Romances;
6. Contos;
7. Poesias, entre outros.

Os livros de pesquisa, abordam um ou mais assunto em profundidade e


linguagem adequada ao nível de estudo a que se destinam, sendo utilizados por
professores, alunos e pesquisadores. Há também as obras de referência que são
publicações de consulta rápida. As principais obras são:

1. Dicionários;
2. Glossários;
3. Enciclopédias;
4. Guias;
5. Atlas;
6. Catálogos;
7. Anuários;
8. Almanaques e outros.

29
Os periódicos são publicações publicadas em séries contínuas, numeradas
consecutivamente, com frequência regular ou irregular. Trazem artigos com assuntos
gerais ou específicos. Exemplos: jornais, revistas, diários, boletins informativos e de
divulgação, anuários, etc.

Os folhetos são publicações avulsas, não periódicas, com um mínimo de 5 e um


máximo de 48 páginas.

Mas, quais são outras diferenças entre livros e periódicos? O livro é uma obra
bibliográfica formada por páginas encadernadas, contendo texto com ou sem imagens,
manuscrito, impresso ou digital que forma uma publicação unitária ou a parte principal
de um trabalho literário, científico ou comercial. Este tipo de documento é cadastrado
pela Biblioteca Nacional e recebe um código denominado de Número Internacional
Normalizado para Livro (ISBN - International Standard Book Number) que é um sistema
internacional padronizado que identifica numericamente os livros segundo o título, o
autor, o país, a editora, individualizando-os, inclusive por edição.

Enquanto que publicação periódica é aquela editada em fascículos, números ou


partes, a intervalos regulares (periodicidade) ou irregulares, por tempo indeterminado.
Este tipo de documento é cadastrado pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência
e Tecnologia e recebe um código denominado de Número Internacional Normalizado
para Publicações Seriadas (ISSN - International Standard Serial Number) que é um
sistema internacional padronizado que identifica numericamente e individualiza o título
de uma publicação seriada, tornando-o único e definitivo. A formação do acervo da
biblioteca escolar deve ser o mais diversificado possível, para contemplar os diferentes
interesses, gostos e motivações. Além de livros, revistas e jornais impressos, pode incluir
no acervo outros suportes como CDs e DVDs.

A Lei nº 12.244, publicada no Diário da União, em 24 de maio de 2010 (ANEXO


A), que dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino, afirma
no parágrafo único, Art. 2º que “será obrigatório um acervo de livros na biblioteca de no
mínimo um título para cada aluno matriculado”.

Diante disso e das especificações da Seduc, a escola deve possuir a quantidade


mínima necessária para a formação do seu acervo (BRASIL, 2010). Sabemos que o
acervo das bibliotecas escolares é formado, em sua grande maioria, pelos livros
encaminhados através do FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Escola, de
exemplares enviados pela Seduc e das aquisições feitas pela própria escola com recursos
do Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE. Vale lembrar que a aquisição do
acervo deve ser direcionada ao público alvo da biblioteca.

Por isso, a Seduc estipula um mínimo de 500 (quinhentos) títulos entre literatura
diversificada, histórica, geográfica regional, enciclopédias, entre outros gêneros e
temáticas. Não devemos incluir nessa quantidade mínima o livro didático, dicionários e

30
periódicos. O acervo deve ser armazenado da melhor forma. É necessário destinar um
espaço para ele, e pensar no layout – fator importante na apresentação. É preciso,
também, levar em consideração a quantidade e o tipo de documentos que se pretende
armazenar (PIMENTEL, 2007).

A seleção do acervo consiste em separar o que vai ser utilizado na biblioteca.


Funciona como uma ferramenta básica, tanto na escolha do livro, como do conteúdo
desse livro. Como já foi dito, a escola deve priorizar os livros que atendam as
necessidades de seus alunos e da comunidade, na qual está inserida. O descarte é
também um procedimento necessário, pois mantém o acervo atualizado e facilita a
organização, armazenamento e conservação. O objetivo do descarte consiste em
manter o nível e a qualidade do acervo, e ainda aperfeiçoar o espaço nas estantes e
facilitar o acesso ao acervo que é aberto ao público.

O livro contaminado por fungos e mofos, repetidos, sem uso ou danificados de


forma que não há recuperação, devem ser retirados do acervo da biblioteca. Para isso é
obrigatória uma seleção criteriosa que leve em conta, além do interesse temático seu
valor histórico, institucional e nacional. Após a análise do material selecionado para o
descarte, este poderá ser oferecido a outras instituições que manifestarem interesse,
(Ver Capítulo VII - O livro didático conservação e desfazimento).

Estas diretrizes serão norteadas pelo coletivo da escola em conjunto com o


Conselho Deliberativo. A escola que não atender ao critério mínimo de acervo deverá
aproveitar o espaço como sala de leitura, garantindo aos usuários o acesso aos livros.

4.4 – ORGANIZAÇÃO DO ACERVO

A organização do acervo é fundamental para o funcionamento da Biblioteca


Escolar. Para que isso aconteça de forma eficiente, é necessário que o acervo esteja
organizado por tipos de obras:

1. Obras de referência: enciclopédias, dicionários, atlas, gramáticas, catálogos,


etc.;
2. Periódicos: jornais e revistas (de informação geral, técnicas, divulgações
científicas, histórias em quadrinho, especialidades, etc.);
3. Documentários: biografias e autobiografias, ensaios, relatos de viagem,
livros de arte, variedades, culinária, paradidáticos;
4. Obras literárias: contos, poesias, romances, teatro, novelas, textos de
tradição popular, livros de narrativas por imagem;
5. Coleção de multimeios: são os CDS, Slides, fitas de VHS, fitas cassetes, jogos,
entre outros.
6. Outras coleções: obras teóricas de apoio ao professor, fotografias, mapas,
cartões postais, reproduções de obras de arte.

31
Cada grupo de obras deve ser classificado para facilitar a busca do usuário pelo
livro desejado e auxiliar a recolocação do mesmo na estante (PIMENTEL, 2007).

4.5 – CONSERVAÇÃO E SEGURANÇA DO ACERVO

Segundo Pimentel, 2007, a conservação e a segurança são cuidados que


devemos ter como medidas preventivas na biblioteca escolar. Citaremos algumas
medidas fundamentais:

1. Manter a área de armazenamento do acervo arejada para facilitar a dispersão


da poeira e evitar ácaros;
2. As estantes devem estar longe das paredes para evitar mofo e umidade;
3. As estantes devem ficar a 30 cm do chão para facilitar a limpeza do piso;
4. Manter a área de armazenamento do acervo arejada para facilitar a dispersão
da poeira e evitar ácaros;
5. As estantes devem estar longe das paredes para evitar mofo e umidade;
6. As estantes devem ficar a 30 cm do chão para facilitar a limpeza do piso;
7. Não permitir que os livros fiquem em local fechado;
8. As estantes devem ser vazadas para garantir a ventilação e a exposição dos
livros;
9. Impedir o consumo de alimentos no ambiente;
10. Monitorar com frequência as condições do ambiente para mantê-lo
conservado;
11. Vistoriar os exemplares durante o processo de empréstimo e devolução;
12. Conscientizar os usuários dos cuidados que deveram ter com o livro para
evitar que esses retornem rasgados e rabiscados;
13. Orientar através de palestras e cartazes a importância de devolver os livros
emprestados;
14. O responsável pela manutenção dos livros deve utilizar luvas, máscaras
descartáveis, jalecos ou avental.

Além das medidas, citamos outros cuidados importantes que se deve ter no
manuseio dos livros:

1. Os livros devem receber ventilação e limpeza diária;


2. Usar um pano ou aspirador para limpeza;
3. Não dobrar ou rasgar as folhas dos livros;
4. Nunca umedecer os dedos com saliva, ou qualquer outro tipo de líquido para
virar as páginas do livro, pois essas podem ficar manchadas ou provocar reações ácidas;
5. Não retirar um livro puxando-o pela borda superior da lombada;
6. Evitar o uso de material metálico como grampeador, clipes e perfurador para
evitar a ferrugem nas folhas ou no livro por completo.

33
V - TRATAMENTO
TÉCNICO
O tratamento técnico é um processo que tem por função analisar, carimbar,
registrar, catalogar, classificar, etiquetar, organizar nas estantes e deixar a obra à
disposição dos usuários todo o material existente na biblioteca.

Algumas destas etapas são simples, outras mais complexas, as quais requerem
do auxiliar de biblioteca dedicação especial na execução desses procedimentos.

5.1 – PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DA OBRA

O primeiro procedimento técnico quando uma obra chega à biblioteca é


verificar se ela tem importância para a biblioteca, se é atualizada, se atende o perfil do
usuário, e se não faltam páginas no documento.

Lembramos que a biblioteca não é deposito de livros e muito menos depósito de


livros velhos, desatualizados, sem condições físicas de uso e mofados.

5.2 – PROCEDIMENTOS PARA CARIMBAR A OBRA

O próximo procedimento é identificá-lo através do carimbo com o nome da


biblioteca e da escola. Este é um processo simples e eficiente que deve ser executado
para identificar o acervo da biblioteca e evitar que ele seja confundido com a coleção de
outras bibliotecas.

O carimbo de identificação (figura 7) deve ser posto na folha de rosto e em seu


verso e, sucessivamente a cada 25 páginas do livro, na parte inferior da página sem
atingir o texto e nas laterais do livro.

O tipo do carimbo fica a critério da unidade escolar. Orientamos apenas que


seja de tamanho pequeno para não ocupar muito espaço, conforme modelo.

Figura 7 – Modelo de carimbagem

34
Para o registro de compact disc (CD) e de digital versatile disk ou digital vídeo
disk (DVD) o carimbo de identificação deve ser posto na capa. Também há a necessidade
de colocar uma etiqueta adesiva e utilizar uma caneta marcadora de CD e DVD.

Toda obra que dá entrada na biblioteca, qualquer que seja a sua natureza, deve
ter o carimbo de registro, o qual funciona como uma marca de propriedade e de
identificação única da obra e possui regras para a sua colocação, exemplo:

1. Observar a sequências de exemplares e volumes;


2. Carimbar nas áreas pré-estabelecidas os carimbos de identificação e registro;
3. Colocar o carimbo de identificação nas laterais externas do livro, na folha de
rosto, no verso da folha de rosto e a cada 25 páginas;
4. Colocar o carimbo de registro no verso da folha de rosto, com um carimbo
apropriado para este fim e transcrever o número de registro para a página 50 de cada
livro.
5. Escrever dentro do carimbo o número de registro, a data de registro, a
classificação, a notação de autor e a origem de aquisição: compra, doação ou permuta.

Modelo de carimbo da Biblioteca

5.2.1 – REGISTRO OU TOMBAMENTO DA OBRA

Registrar ou Tombar é numerar sequencialmente por ordem de entrada na


biblioteca o acervo da biblioteca, em um livro de tombo ou livro de registro (Figura 8).
Ao registrar cada obra, deve-se numerá-la de forma sequencial e única (comece pelo
0001), mesmo existindo disponíveis várias obras do mesmo título, ou seja, cada uma
ganhará um número de registro diferente.

O registro serve para quantificar o número de livros existentes na biblioteca e


também para identificá-los na hora do empréstimo. O número de registro ou tombo
nunca será igual, independente de o livro ter outro exemplar ou não, cada livro tem o seu
registro.

Vários exemplares do mesmo livro recebem números de registro diferentes. No


caso de um livro ser publicado em vários volumes, cada volume terá um número de
registro diferente.

36
Figura 8 – Modelo de livro de tombo
38
Quando um livro é acompanhado por material em outro formato, este terá um
número de registro diferente. No entanto faz-se necessário escrever uma observação no
livro de registro manuscrito ou no registro bibliográfico gerado pelo sistema de
automação da biblioteca indicando a existência de material complementar em ambos os
registros.

O livro de registro manuscrito deve conter as seguintes informações: número


de registro do livro, em ordem crescente; data em que o registro está sendo inserido;
título do livro; nome do autor; edição; nome da editora; local de publicação; ano de
publicação e observação.

No campo da observação, orientamos que sejam registradas as informações


adicionais e necessárias referentes à aquisição, ao extravio, ao descarte, à doação ou
qualquer outra destinação relacionada a determinado registro.

5. 3 CATALOGAÇÃO

A catalogação é um procedimento exclusivo do bibliotecário, que serve para


descrever fisicamente (nome do autor, título, edição, local de publicação, editora, ano de
publicação e paginação) um documento (livros, enciclopédias, dicionários, revistas,
mapas, DVD's, etc.) para facilitar o armazenamento e pesquisa no acervo da biblioteca.

Enquanto que a biblioteca escolar não possuir um sistema de automação de


biblioteca o livro será catalogado em fichas catalográficas.

Com esse processo teremos o catálogo de obras da biblioteca, aonde constam


as informações ao usuário sobre as obras existentes de determinado autor, título e
assunto. Portanto, é preciso catalogar antes de disponibilizar o livro para consulta.

A partir do momento em que a biblioteca escolar passar a utilizar o programa de


gerenciamento automatizado de bibliotecas todo o acervo da biblioteca deverá ser
cadastrado no sistema.

Após constatar a estabilidade de conexão entre a biblioteca escolar e a


Secretária de Estado de Educação para acesso ao sistema de automação de bibliotecas,
não haverá a necessidade de registrar o acervo no livro de registro manuscrito e nem de
preparar as fichas catalográficas manual.

5.4 – CLASSIFICAÇÃO

A classificação bibliográfica é um processo de exclusividade do bibliotecário, e


serve para agrupar publicações do mesmo assunto, a fim de que possam ser organizada,
visualizadas e encontradas facilmente na biblioteca, pois atribui uma classe (gênero) ao

37
livro e define sua localização na estante a partir de um código alfanumérico ou colorido,
facilitando assim seu uso. Inicialmente, orientamos que o livro seja folheado para
identificar seu assunto. Não basta ler somente o resumo ou a ficha catalográfica para
identificar o assunto, pois muitas vezes tais informações são insuficientes.

Geralmente, as bibliotecas adotam a Classificação Decimal de Dewey (CDD) ou


a Classificação Decimal Universal (CDU), ambas muito comuns e dividem o
conhecimento em 10 (dez) classes principais, por isso são chamadas de classificação
decimal.

5.4.1 – CLASSIFICAÇÃO EM CORES

Outro recurso que vem sendo adotado em bibliotecas escolares é a utilização da


classificação em cores aliada a CDU na organização da coleção de literatura.

Ainda que pouco divulgado, esse sistema apresenta uma metodologia que
facilita a organização da biblioteca, a localização do livro, principalmente pelas crianças,
além de deixar o ambiente colorido, alegre e atrativo para o usuário infanto-juvenil.

Neste contexto, a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil e as Comissões


Brasileiras de Bibliotecas Públicas e Escolares, declaram que as classificações dos livros
para biblioteca infanto-juvenil devem ser definidas de forma compreensível para facilitar
o acesso ao livro (FNLIJ e CBBPE apud PINHEIRO; SACHETTI, 2004).

Acreditamos nessa metodologia, que inspira organização, alegria e incentiva os


usuários da biblioteca à leitura. A metodologia relaciona um gênero literário especifico
com um número de classificação da CDU e uma cor especifica. Nossa orientação tem por
base as propostas desenvolvidas pela Professora Ms. Mariza Inês da Silva Pinheiro, do
Curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus
Rondonópolis-MT.

Segundo Pinheiro (2009), “Na classificação das obras, estabeleceu-se que para
cada gênero literário se empregasse uma cor, assim como para cada área didática”, como
podemos observar na figura 9.

Os materiais utilizados para a classificação em cores são:

1. Papel contact transparente e colorido;


2. Papel dobradura (azul claro, azul escuro, marrom, vermelho, rosa claro,
amarelo, preto, verde escuro e verde claro, pink, laranja, cinza, branco, roxo, bem como
as demais cores especificadas na classificação).

39
Classificação em cores
Gêneros Literários

41
Classificação em cores
Livros Didáticos/Paradidáticos

42
Figura 9 – Classificação em cores dos gêneros literários
e Didáticos/Paradidáticos
5.6 – PREPARAÇÃO FINAL DO LIVRO

A preparação final do livro para circulação inclui colar uma etiqueta na lombada
do livro com o número de chamada, bem como colar um bolso e um cartão para datas de
devolução, também faz-se necessário preparar um cartão de empréstimo com os dados
do livro.

Como exemplo, apresentamos o livro de autoria de Monteiro Lobato “O pica-


pau amarelo”, sua classificação pela CDU, sua notação de autor e de titulo, bem como a
classificação em cores correspondente (Figura 10). Alterar título

Figura 10 – Classificação pela CDU, notação de autor, título e classificação em cores

O bolso será colado no verso da contracapa, enquanto que no verso da folha de


guarda posterior, colocamos a ficha de devolução, na qual deverá ser registrada a data de
devolução do livro.

40
O Número de Chamada é o endereço do livro na biblioteca e funciona como sua
identidade. Ele tem a finalidade de permitir manter os livros na ordem, conforme os
assuntos. As etiquetas com os números de chamada dos livros de literatura e dos
didáticos devem possuir:

1. Número de classificação;
2. Notação do autor - transcrever as três primeiras letras do sobrenome do
autor;
3. Notação do título - transcrever as três primeiras letras do título do livro;
4. Número de tombo;

As etiquetas com os números de chamada para os demais livros devem possuir:

1. Número de classificação;
2. Notação de autor - transcrever a notação fornecida pela Tabela de Cutter-
Sanborn ou pela Tabela PHA;
3. Notação do título - transcrever a primeira letra do título do livro após a
Notação de autor;
4. Número de tombo;

No caso dos livros de literatura, logo após a etiqueta com o número de chamada
deverá ser colada a etiqueta da classificação em cores. Para etiquetar, existem alguns
padrões que devem ser seguido. Os livros que contenham até 300 páginas, a tarja
colorida deverá ter 5 (cinco) centímetros de comprimento; para os livros que contenham
de 300 a 700 páginas, a tarja deverá ter 7 (sete) centímetros e para os livros que
contenham mais de 700 páginas, a tarja deverá ter 9 (nove) centímetros. A etiqueta
colorida terá 1,5 cm de largura, e deverá ser colocada no pé da lombada do livro. Nos
periódicos, seguir a mesma sistemática aplicada aos livros. Esse procedimento permite
localizar e auxiliar a colocação e recolocação das obras nas estantes de forma ordenada e
mais rapidamente.

Após colar a etiqueta com o número de chamada e a etiqueta colorida, passar


por cima delas uma etiqueta de papel contact a fim de protegê-las contra as intempéries
físicas e de manuseio.

Quando necessário, assinalar também os livros que não podem ser


emprestados, utilizando uma forma diferenciada como, por exemplo, a colagem de uma
bolinha vermelha com 1 centímetro de diâmetro na parte superior da lombada do livro.

5.7 - ORDEM DE ORGANIZAÇÃO DOS LIVROS NAS ESTANTES

Os livros deverão ser organizados nas estantes na seqüência crescente do


número de chamada, da esquerda para a direita e de cima para baixo, sucessivamente de
estante para estante como podemos observar na figura 11.
43
Figura 11 – Ordem de organização dos livros nas estantes

5.8 – EMPRÉSTIMO

Feito o registro, a classificação e a etiquetagem, o livro está pronto para ser


emprestado. O controle do empréstimo pode ser feito por meio:

1. do registro em um caderno especialmente para esse fim;


2. no computador através de programa específico ou;
3. em fichas.

O empréstimo de livros só deverá ser concedido aos usuários com cadastro na


biblioteca. É interessante que a escola ofereça a carteirinha da biblioteca, conforme
sugestão da figura 12. Isso facilitará a identificação do usuário, e propiciará a agilidade
dos procedimentos de empréstimo e devolução, bem como o acompanhamento da
frequência e utilização dos serviços e documentos da biblioteca.

O usuário, com cadastro e/ou carteirinha, poderá levar o livro escolhido pelo
período permitido de empréstimo. Se o leitor desejar ficar mais tempo com o livro,
poderá renovar o empréstimo, caso o livro não esteja reservado para outro usuário.

No entanto, não se renovará o empréstimo, se o usuário estiver em atraso com a


biblioteca. O usuário terá o direito de fazer reserva para obter empréstimo de livros que
já estejam emprestados. O livro reservado ficará à disposição do usuário pelo prazo
máximo de 24 horas, após sua devolução. Decorrido o prazo, a reserva será anulada.

44
Figura 12 - Carteirinha da biblioteca

Os direitos, os deveres e as responsabilidades com a biblioteca devem sempre


estar à vista dos usuários, para que os mesmos possam se lembrar, cotidianamente, dos
procedimentos referentes à consulta, empréstimo, cuidados e à devolução do livro.

Colocar dentro do bolso do livro (Figura 13) o cartão de empréstimo (Figura 14)
o qual possuirá as seguintes informações: número de registro do livro, título do livro,
nome do autor e a classificação. Durante o processo de empréstimo deverão ser
transcritos para a ficha: a data de devolução, a data de empréstimo, o Código do usuário
e a assinatura do usuário. Posteriormente será registrada no cartão de devolução (Figura
15) a data prevista para devolver o livro.

Após o registro do empréstimo, o cartão de empréstimo será retirado do bolso e


guardado, em um fichário específico junto com a ficha cadastral do usuário. Assim, ficará
fácil saber para quem determinado título foi emprestado. Também é possível
acompanhar em casos de atraso e saber se uma obra está disponível ou não. Após a
devolução, o cartão deverá ser recolocado no bolso do livro, o qual seguirá para a estante
esperar o próximo empréstimo. O objetivo do cartão de empréstimo é controlar a
retirada e a devolução dos livros.

O leitor que não cumprir com o prazo de devolução, ficará impedido de fazer
outro empréstimo, somente poderá usar os serviços da biblioteca para consulta local ou
em sala de aula, até que cumpra o período de restrição. A perda ou destruição do livro
implicará ao usuário a restituição do mesmo título ou de outro livro indicado pela
biblioteca. No entanto, se não for restituído, caberá à instituição decidir como procederá
com relação ao usuário, definido no Regimento Escolar. O livro emprestado deve
obrigatoriamente ser devolvido no balcão de empréstimo da biblioteca.

45
Figura 13 – Bolso do livro

Figura 14 – cartão de empréstimo Figura 15 – cartão de devolução

47
5.9 – SOFTWARE PARA BIBLIOTECA

A Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso, por meio da


Coordenadoria de Tecnologia da Informação, desenvolveu um software especializado
em gestão de biblioteca, que será disponibilizado via web no Sistema SGeduca ( Sistema
Integrado de Gestão Educacional) como podemos ver na Figura 16. O programa é de
fácil manuseio e permitirá controlar as rotinas da biblioteca.

Quando o programa estiver homologado, a Coordenadoria de Projetos


Educativos/SUEB/SEDUC informará aos gestores sobre os procedimentos e capacitação
dos auxiliares de biblioteca.

Figura 16 – Tela Sistema SigEduca

46
VI – BIBLIOTECA
ESCOLAR: ESPAÇO
DE APRENDIZAGENS
6.1 IMPORTÂNCIA DA LEITURA

Sabemos que a leitura proporciona benefícios como o enriquecimento do


vocabulário, facilita a comunicação e amplia os conhecimentos. Dessa forma,
compreendemos que a leitura não pode ser entendida apenas como decodificação de
símbolos gráficos, mas sim, de compreensão do mundo a nossa volta, tudo que vemos,
sentimos e ouvimos, passa pela leitura. Podemos dizer que a leitura é completa quando o
leitor vive o texto e mergulha em suas aventuras, histórias e informações. Por isso é
preciso incentivar e estimular o gosto e o hábito da leitura ainda na infância. A criança
que desde pequena descobre esse mundo novo tem maior facilidade para compreender,
interpretar e reter o que for relevante.

Despertar na criança o interesse pela leitura é hoje um dos grandes desafios, não
só do educador, mas dos pais e de toda a sociedade. E não existe uma receita pronta para
resolver o problema, é preciso ter claro que o ato de ler deve estar presente no dia a dia
da criança.

Como sugere Corrêa et al (2009), é preciso transformar a biblioteca escolar num


espaço privilegiado, onde o estudante possa encontrar diversos títulos e tipologias
documentais e assim se encantar pela biblioteca escolar e pelos livros. Neste contexto,
podemos dizer que, na biblioteca a prática de leitura não está restrita apenas a pesquisa e
consulta, mas também, voltada a atender as necessidades culturais e afetivas do ser
humano.

6.2 - DESPERTANDO O INTERESSE DOS LEITORES

Como estratégias de motivação, sensibilização e incentivo à leitura, no contexto


da biblioteca escolar, sugerimos que o auxiliar de biblioteca promovam a:

1. mediação de leitura em diferentes gêneros;


2. participação no planejamento e execução dos projetos educativos;
3. organização de eventos para divulgação e apresentação do acervo.

6.2.1 - MEDIAÇÃO DE LEITURA EM DIFERENTES GÊNEROS

As mediações de leitura para os diversos públicos usuários da biblioteca devem


acontecer de forma diferente, por causa do amadurecimento e nível de compreensão da
realidade que cada grupo possui. Contudo as atividades de mediação devem permitir
progressivamente a evolução intelectual dos leitores. Para Teresa Colomer (2007):

'Estímulo', 'intervenção”, 'mediação', 'familiarização'


ou 'animação' são termos associados constantemente
à leitura no âmbito escolar, bibliotecário ou de outras

48
instituições públicas e que se repetem sem cessar nos
discursos educativos. Todos esses termos se referem à
intervenção dos a d u l t o s e n c a r r e g a d o s d e
“apresentar” os livros às crianças. (2007, p. 102).

A mediação da leitura de livros para o público infantil e estudantes do primeiro


Ciclo está relacionada a fatores como oralidade, postura de voz, expressão corporal,
criatividade, conhecimento de mundo e a relação entre o leitor/mediador/texto. Mediar
nessa perspectiva é apresentar a história de forma acessível, agradável e interessante aos
ouvintes/leitores potenciais. Atividades dessa natureza incentivam e produzem sentidos
significativos para o desenvolvimento do hábito de leitura, não como tarefa obrigatória,
mas como exercício de cidadania e algo prazeroso de se fazer.

Para as mediações de leitura direcionadas ao público adolescente e juvenil


sugerimos que o auxiliar de biblioteca converse com os professores de linguagem e
realizem o diagnóstico de percepção desse público referente à leitura. Se levarmos em
consideração os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), a biblioteca será um espaço
da diversidade textual. O ensino de língua portuguesa, idealizado nesse documento,
elege o uso intensivo de textos que circulam socialmente, em seus suportes originais. Isso
significa que crianças e jovens necessitam tomar contato com diferentes fontes de
informação que fazem parte do mundo letrado e ter oportunidade de compreender os
usos da escrita em diferentes circunstâncias, observando suas várias funções e
características. Portanto, uma variedade de textos, de gêneros e de suportes deve
compor o acervo da biblioteca. O quadro abaixo mostra os gêneros que podem ser
utilizados nas atividades de linguagem de 5ª a 8ª séries, segundo os PCN:

Gêneros privilegiados para a prática de escuta e leitura de textos


Linguagem Oral Linguagem escrita
Cordel causos e similares. Conto, romance, novela, crônica, poema e
Literários
Texto dramático, canção texto dramático.
Comentário radiofônico, Notícia, editorial, artigo, reportagem, carta
De Impresa
entrevista, debate e palestra ao leitor, entrevista, charge e tira
Exposição, seminário, debate Verbete enciclopédico, relatório de experiências,
De Divulgação
e palestra didático (textos, enunciados de questões) e artigo
Publicidade Propaganda Propaganda

Os professores apresentarão uma diversidade de atitudes, indicadores que


contribuirão para o planejamento de atividades de mediação de leitura. Outra forma de
levantar a percepção dos estudantes é fazendo uma enquete com eles, perguntando:
Como gostam de ler: sozinhos ou em grupos? O que gostam de ler? Para que leem? Que
posições mais utilizam para fazer uma leitura? As respostas apresentarão caminhos para
o planejamento de atividades de mediação de leitura na biblioteca. Os professores
poderão contribuir nesse planejamento.

50
Queremos considerar que todos os profissionais da escola são responsáveis pela
educação dos estudantes, e o auxiliar de biblioteca faz parte desse time. Eles assumem a
responsabilidade técnica pela organização e funcionamento da Biblioteca Escolar e
também do ensino e aprendizagem dos estudantes no ambiente da biblioteca.
Para isso, o auxiliar de biblioteca necessita, acima de tudo, gostar de ler e de se envolver
com o que lê, incentivar e estimular de forma prazerosa o gosto pela leitura, auxiliar o
usuário na hora da escolha do livro, demonstrar entusiasmo e compartilhar com os
usuários da biblioteca suas leituras, tanto de mundo quanto as apresentadas pelos livros.

6.2.2 – PARTICIPAÇÃO NO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO


DOS PROJETOS EDUCATIVOS

Não devemos esquecer que a biblioteca precisa ser dinâmica. Portanto,


sugerimos que o auxiliar de biblioteca e os professores trabalhem juntos, desenvolvendo
projetos e buscando estratégias que garantam efetivamente uma aprendizagem, além
do bom andamento do processo de ensino, as mais diversas formas de expressão
cultural.

Expressões essas que podem ser trabalhadas através de musical, teatro, oficinas
literárias, exposição artística, entre outros

6.2.3 – ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS PARA DIVULGAÇÃO E


APRESENTAÇÃO DO ACERVO

Acreditamos que ao organizar a biblioteca escolar, o espaço se torne acolhedor


e propício ao desenvolvimento de capacidades linguísticas e discursivas. Assim,
sugerimos que seja planejado um evento de “inauguração” (PEREIRA, 2006), para as
novas bibliotecas ou de “abertura do ano letivo” (para as bibliotecas existentes), no qual
o foco será a integração dos diversos segmentos da escola, e a divulgação do espaço e do
acervo atual da biblioteca. Uma confraternização que se traduz como um convite à
leitura. E que a cada acervo novo recebido pela biblioteca escolar, seja planejada uma
exposição.

O auxiliar de biblioteca deve organizar com os professores e a equipe gestora o


ambiente para uma apresentação cultural, declamação de poemas, encenação de peça
teatral, na ocasião desses eventos: mude a disposição das cadeiras, fazendo um círculo,
ou escolha outro espaço da escola. O local escolhido pode ser enfeitado e decorado. Se
possível, ofereça um lanche para encerrar o evento.

6.3 – DINAMIZANDO A BIBLIOTECA ESCOLAR

Para dinamizar o trabalho na biblioteca, sugerimos a elaboração de projetos


com atividades a serem executadas na biblioteca, interligando-as com as desenvolvidas
52
em sala de aula pelo professor. Para que esse trabalho possa fluir de forma dinâmica, é
preciso levar em consideração alguns aspectos, como por exemplo, sensibilizar os alunos
para o uso frequente da biblioteca, desenvolver projetos de incentivo a leitura e a escrita,
tornar a biblioteca um espaço de lazer e cultura, entre outros.

Assim, sugerimos algumas atividades dinâmicas, que podem ser desenvolvidas


pelo auxiliar de biblioteca:

a. elaborar um calendário cultural, que atenda o perfil da comunidade escolar e


que seja amplamente divulgado;
b. entrevistar alunos sobre os livros lidos por eles, dando-lhes oportunidade de
sugerir e compartilhar com os colegas um livro que tenha lido e gostado;
c. implantar a Biblioteca Cidadã – sugerimos às escolas que desenvolvem o
programa escola aberta, que proporcionem a abertura da biblioteca nos finais de
semana, para atender a comunidade;
d. criar o Clube da Leitura – semanalmente o aluno vai à biblioteca para
empréstimo domiciliar. O tipo de leitura é de livre escolha. Em casa o aluno pode fazer a
leitura junto à família e compartilhar na escola a experiência que tiveram;
e. implantar o Bibliofilme - fazer uma programação com filmes
enfocando a temática da biblioteca ou outros filmes interessantes. Após a apresentação
os alunos poderão debater ou fazer alguma atividade referente ao filme. Organize as
sessões de cinema de acordo com a faixa etária;
f. planejar as atividades a serem desenvolvidas na biblioteca levando em
consideração fatores contextuais, sociais e culturais que possam influenciar a
aprendizagem dos alunos;
g. realizar a Parada Literária - a escola faz uma pausa de 20 minutos, uma
vez por semana, e todos, alunos e funcionários param para uma leitura prazerosa, cada
qual no seu espaço. A escolha do livro é feita com a colaboração do auxiliar de biblioteca.

Fragoso (1994), afirma que “... a ação dinâmica da biblioteca deverá servir ao
programa escolar, daí a necessidade de atividades em grupos, tais como: dramatizações,
jogos, hora do conto...”

Pensando nisso, outras opções para dinamizar o trabalho na biblioteca são as


oficinas. Com a parceria de todos os segmentos escolar o auxiliar de biblioteca e os
professores podem planejar e desenvolver as seguintes ações:

1. Sarau Literário – a cada bimestre, a escola determina um dos turnos para fazer
um sarau literário. Propor aos alunos a atividade e deixar que cada um escolha aquilo que
sabe fazer ou que mais o agrada como: declamar uma poesia, cantar, tocar um
instrumento, entre outros. O objetivo dessa ação é estimular e explorar as habilidades
dos alunos;
2. Sacola Itinerante (que também pode ser uma pasta, uma mala, uma caixa, um
baú) - as escolas, por meio de seus professores e com a participação do auxiliar de

54
biblioteca, selecionam textos (jornais, revistas, livros de vários gêneros literários, gibis)
para que os alunos levem para casa, para que a família possa ler. Ao retornar com a sacola
o aluno narra a sua experiência para os colegas e professores através de relatos orais;
3. Praça de Leitura – é uma ação que vai para além da escola, promovendo um
momento cultural com objetivo de estimular alunos e comunidade a sentirem os
prazeres de uma boa leitura;
4. Concurso Literário – é uma forma de incentivar os alunos na produção de
texto (poesia, crônica e contos);
5. Jornal Mural – com orientação do professor da área de linguagem, os alunos
irão elaborar o jornal com a participação de todo coletivo da escola. É importante constar
no jornal notícias de política, esporte, cultura, entre outros.
6. Varal de Poesias – visa colocar em evidência a poesia. Escolha um tema, por
exemplo, poesias e poemas de autores do Estado ou do Município; poesias dos alunos da
escola, e assim por diante. Após a seleção das poesias os alunos irão ilustrá-las e
pendurá-las com prendedores de roupas em um varal. Essa atividade proporciona prazer,
entretenimento, cultura e reflexão. A Escola pode levar o varal para outros espaços na
comunidade;
7. Projeto Aula Vaga – desenvolver na biblioteca com os alunos, atividades
planejadas pelo professor para essa ocasião ou apenas permitir a leitura livre;
8. Contação de Histórias ou Hora do Conto - é uma atividade bastante
conhecida, onde o professor resgata o momento de contar histórias, despertando nas
crianças o interesse pela leitura e estimulando a imaginação, a atenção e a concentração;
9. Realizar visitas dirigidas às livrarias e às bibliotecas de outras escolas;
10. Roda de Leitura ou Grupo de Estudo – é uma atividade indicada para quem
irá prestar vestibular. Ela pode ser desenvolvida pelo professor em conjunto com o
Grêmio Estudantil. Funciona da seguinte maneira: durante uma semana um grupo de
alunos se reúnem para discutir uma obra indicada para o vestibular, por exemplo, “Vidas
Secas”, de Graciliano Ramos. Após a leitura o aluno expõe o seu ponto de vista, com
objetivo de debater com os demais colegas e dividir os saberes adquiridos com a leitura
da obra;
11. Sugerimos aos professores construir com os alunos textos como, por
exemplo, os cuidados que devemos ter com os livros que serão levados para casa,
resenha dos livros lidos, biografia de autores, entre outros.

Essas estratégias devem constar no Projeto Político Pedagógico da escola.


Sugerimos que o auxiliar de biblioteca participe junto com os professores da semana
pedagógica, para que possam planejar as ações e atividades de leitura na biblioteca.

56
VII – PROGRAMA
NACIONAL BIBLIOTECA
DA ESCOLA
7.1 - PROGRAMAS DE INCENTIVO À LEITURA ANTERIOR AO
PNBE

O MEC vem desenvolvendo, desde sua criação em 1930, diversas ações de


promoção, fomento e acesso à leitura. Entre algumas iniciativas destacam-se as
seguintes:

1984 – 1987 / Programa Nacional Sala de Leitura - PNSL


Foi criado pela Fundação de Assistência do Estudante (FAE) e seu trabalho era
compor, enviar acervos e repassar recurso para ambientar as salas de leitura. Foram
distribuídos livros de literatura para os alunos e periódicos para alunos e professores. Era
realizado em parceria com as Secretarias Estaduais de Educação e com universidades
responsáveis pela capacitação de professores.

1992 / Proler
Em vigência até os dias atuais, foi criado pela Fundação Biblioteca Nacional, do
Ministério da Cultura, e tinha como objetivo possibilitar à comunidade em geral, em
diversos segmentos da sociedade civil, o acesso a livros e a outros materiais de leitura. O
MEC participava desse programa de forma indireta, com repasse de recursos por meio do
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)

1992-1996 / O Pró-leitura na formação do professor


Foi criado de uma parceria entre o MEC e o governo francês. Pretendia atuar na
formação de professores leitores para que eles pudessem facilitar a entrada de seus
alunos no mundo da leitura e da escrita. Inserido no sistema educacional, o Pró-Leitura se
propunha a articular os três níveis de ensino, envolvendo, em um mesmo programa,
alunos e professores do Ensino Fundamental, os professores em formação e os
pesquisadores. O programa aspirava estimular a prática leitora na escola pela criação,
organização e movimentação das salas de leitura, cantinhos de leitura e biblioteca
escolares.

1994-1997 / Programa Nacional Biblioteca do Professor


Criado com objetivo de dar suporte para a formação de professores das séries
iniciais do Ensino Fundamental, buscava desenvolver duas linhas de ação: a aquisição e
distribuição de acervos bibliográficos e a produção e difusão de materiais destinados à
capacitação do trabalho docente. Esse programa foi extinto com a instauração do
Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) pela Portaria 652 de 16/09/97.

Fonte: PAIVA, Aparecida. A trama do acervo: a literatura nas bibliotecas


escolares pela via do Programa Nacional Biblioteca da Escola. In. SOUZA, Renata
Junqueira (org.). Biblioteca escolar e práticas educativas: o mediador em formação.
Campinas: Mercado de Letras, 2009.
7.2 - DADOS HISTÓRICOS DO PNBE

O PNBE foi instituído em 1997, seu objetivo principal consiste em democratizar


o acesso a obras de literatura brasileiras e estrangeiras infantojuvenis, e a materiais de
pesquisa e de referência a professores e alunos de escolas públicas brasileiras. O
Programa é realizado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) —,
em parceria com a Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação.

Ao longo da trajetória do programa, a distribuição dos livros de literatura tem


sido efetivada por meio de diversas ações: em 1998, 1999 e 2000 os acervos foram
encaminhados para as bibliotecas; em 2001, 2002 e 2003 a ideia era que os alunos
tivessem acesso direto a coleções para uso pessoal e também levassem obras
representativas da literatura para seus familiares, por isso essas edições do Programa
tornaram-se conhecidas como Literatura em Minha Casa. Todas as coleções eram
compostas de diversos gêneros literários, como: antologias poéticas brasileiras,
antologias de contos brasileiros e estrangeiros (adaptados ou não), obras clássicas de
literatura universal (traduzidas ou adaptadas), peças teatrais brasileiras ou estrangeiras,
obras ou antologias de textos de tradição popular brasileira, ensaios ou reportagens
sobre um aspecto da realidade brasileira, biografias ou relatos de viagens.

Os textos selecionados para o programa objetivam ampliar o repertório


linguístico dos leitores, devem ainda, estar adequadas às faixas etárias e aos interesses
das crianças que atuam na educação infantil, do ensino fundamental e de jovens e
adultos, que se revela nos aspectos éticos, estéticos e literários, na estruturação
narrativa, poética ou imagética; a qualidade temática, que se manifesta na diversidade e
adequação de temas, no atendimento aos interesses das crianças, aos diferentes
contextos sociais e culturais em que vivem e ao nível dos conhecimentos prévios que
possuem. Quanto ao projeto gráfico, as obras devem ser atrativas, enriquecedoras,
coloridas ou em preto e branco, desde que sejam adequadas à obra.

Para que se tenha uma ideia da amplitude desse Programa, apresenta-se a


seguir um quadro com os principais dados estatísticos do PNBE, no qual se notar os
acervos, as obras e coleções que foram distribuídos nos últimos anos. Em 2001, o
PNBE atendeu alunos de 4ª e 5ª séries, em 2002, apenas alunos da 4ª série e, em
2003, os livros foram distribuídos mediante seis ações específicas. São elas:
·

- Literatura em Minha Casa (4ª série)


Investimento (valor de aquisição): R$ 18.494.879,10
Alunos atendidos: 3.449.253
Escolas beneficiadas: 125.194
Livros distribuídos: 20.855.750
- Literatura em Minha Casa (8ª série)
Investimento (valor de aquisição): R$ 14.757.086,96
Alunos atendidos: 2.969.086
Escolas beneficiadas: 36.685
Livros distribuídos: 13.689.320
- Palavra da Gente (EJA)
Investimento (valor de aquisição): R$ 2.956.053,24
Alunos atendidos: 463.134
Escolas beneficiadas: 10.964
Livros distribuídos: 3.470.904
- Casa da Leitura
Investimento (valor de aquisição): R$ 6.246.212,00
Municípios beneficiados: 3.659
Livros distribuídos: 6.372.912
· - Biblioteca do Professor
Investimento (valor de aquisição): R$ 13.769.873,00
Professores atendidos: 724.188
Livros distribuídos: 1.451.674
· Biblioteca Escolar (6º ao 9º ano)
Investimento: R$ 44.619.529,00
Escolas beneficiadas: 20.021
Livros distribuídos: 3.193.632

7.3 - DADOS ESTATÍSTICOS

Alunos Escolas Quantidade (acervos,


Programa/Ano
atendidos beneficiadas obras e coleções).
PNBE/2005 16.990.819 136.389 306.078
PNBE/2006 13.504.906 46.700 96.440
PNBE/2008 5.065.686 85.179 97.407
PNBE/2009 881.145 46.671 58.374
PNBE/2010 15.577.108 122.742 234.295
PNBE/2011 12.780.396 50.502 77.754
PNBE/2012 3.581.787 86.088 101.220

Fonte: FNDE. Disponível em: http://www.fnde.gov.br. Acesso em 20.04.2012.


Em 2004, houve uma continuação das ações do PNBE 2003. A partir de 2007,
foi mudada a nomenclatura do PNBE. Até 2006, o nome do programa se referia ao ano
de aquisição. Em 2007, passou a referir-se ao ano de atendimento. Assim, a aquisição do
PNBE 2008 foi em 2007, não existindo uma versão do programa chamada PNBE 2007.
Os livros selecionados pelo Programa contribuem para ampliar a formação de leitores
plenos na escola e o ideal é colocá-lo em uso nas mãos do aluno, da maneira mais
prazerosa possível.
51
VIII – O LIVRO
DIDÁTICO
8.1 – BREVE HISTÓRICO

O programa do livro didático foi criado em 1929, com o nascimento do Instituto


Nacional do Livro (INL), legitimando a sua existência e fortalecendo a qualidade e
ampliação da distribuição de material didático.

A partir de 1985, o Governo Federal passa a manter no Ministério da Educação


o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), cuja responsabilidade financeira está a
cargo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que nas duas
últimas décadas se tornou o maior comprador de livros do mundo.

O PNLD é o mais antigo dos programas voltados à distribuição gratuita de livros


didáticos aos estudantes da rede pública de ensino no Brasil, e tem como objetivo a
melhoria da qualidade do ensino e a formação de novos leitores. Hoje são executados
três programas voltados para livro didático: o Programa Nacional do Livro Didático
(PNLD), o Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio (PNLEM) e o
Programa Nacional do Livro Didático para a Alfabetização de Jovens e Adultos (PNLA).

Não há dúvida de que o livro didático é uma ferramenta essencial na formação


do aluno. No entanto, é na prática da leitura literária que se forma o leitor. Pensando
dessa forma que, junto à distribuição do livro didático o FNDE faz distribuições anuais de
acervos literários, privilegiando algumas vezes determinada faixa etária da escola, e
outras vezes a própria escola. Essa ação é chamada de Programa Nacional Biblioteca da
Escola (PNBE), que tem como objetivo a formação de leitores.

8.2 – FUNÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO

A política de aquisição e distribuição dos livros didáticos, paradidáticos e


literários teve um grande avanço no País. Mas, para que a consolidação desse processo
funcione é preciso que autores/editoras, governos e professores/alunos, caminhem
juntos em busca do mesmo objetivo, o aprendizado do aluno.

Para Vasconcelos (2009), Desde o momento da concepção do livro didático


pelos autores, da sua concretização pelas editoras, da escolha e aquisição feita pelas
unidades escolares e pelo FNDE, até sua chegada e utilização dentro da sala de aula pelos
professores e alunos, é importante que se tenha em mente, por todos esses atores
envolvidos no processo, quais funções o livro didático pode desempenhar como
ferramenta necessária e eficaz para a busca de uma educação de qualidade.

Tendo em vista a importância do processo de escolha do livro didático,


(Vasconcelos, 2009), elenca as funções que um bom livro didático deve ter:

58
1. transmissão de conhecimento;
2. desenvolvimento de capacidades e competências;
3. consolidação de conhecimentos práticos e teóricos adquiridos;
4. avaliação dos conhecimentos;
5. referência para informações precisas e exatas;
6. informação científica e geral;
7. formação pedagógica diretamente relacionada à disciplina em questão;
8. ajuda no desenvolvimento das aulas;
9. ajuda na avaliação.

O conjunto das funções acima citadas favorece o professor em sala de aula,


entretanto, o professor não deve se prender exclusivamente ao livro didático. Ele tem
autonomia para consultar outras fontes que ajudarão no enriquecimento do ensino e
aprendizagem.

8.3 – AQUISIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO

A escolha do livro didático é feita de forma criteriosa e transparente. Primeiro,


os livros selecionados passam por uma vistoria que avalia a qualidade do produto. Na
seqüência o material aprovado nessa triagem é avaliado por uma equipe especializada
que procederá a analise. As coleções aprovadas passam a integrar o Guia do Livro e são
encaminhos as escolas. As orientações referentes às inscrições do livro didático são
publicadas no Diário Oficial da União e disponibilizadas na internet no site do FNDE.

Com base no guia descritivo ou eletrônico, diretores e professores farão a


escolha das obras que serão utilizadas. O resultado do processo de escolha é publicado
no Diário Oficial da União para que estados e municípios tomem conhecimento. Em caso
de desconformidade, estes poderão solicitar alterações, desde que fique comprovada a
ocorrência de erro.

Vale ressaltar que os livros são encaminhados às escolas que integram os


sistemas de educação federal, estadual e municipal. Estas deverão estar cadastradas no
Censo Escolar realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais - INEP. As compras integrais para alunos do 1° ao 9º ano ocorrem em
exercícios alternados. No ensino fundamental os alunos do 1º e 2º ano recebem livros
consumíveis, ou seja, não precisam devolver. Há também a distribuição de obras
reutilizáveis de língua portuguesa, matemática, ciências, história e geografia. A partir de
2011 os alunos do 6º ao 9º ano receberão os consumíveis de língua estrangeira.

O FNDE ampliou sua área de atuação distribuindo os livros didáticos também


para o Ensino Médio, dicionários de língua portuguesa e obras em Braille. O objetivo
dessa ampliação é contribuir para a melhoria da qualidade do ensino, a construção da
cidadania e o desenvolvimento intelectual e cultural dos estudantes.

61
No ensino médio os livros de língua portuguesa, matemática, história,
geografia, biologia, física e química são reutilizáveis. A partir de 2012 será distribuído os
livros de filosofia, sociologia e língua estrangeira. Nos intervalos das compras integrais,
são feitas reposições, por extravios ou perdas e complementações por acréscimo de
matrículas.

O quantitativo de exemplares a ser adquirido é definido com base nas projeções


de matrículas, elaboradas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP). Os livros
chegam às escolas entre outubro e o início do ano letivo. Nas zonas rurais, os livros são
entregues na sede da Prefeitura ou da Secretaria Municipal de Educação, que devem
entregar os livros às escolas localizadas nas suas áreas de jurisdição.

Os livros devem ser utilizados por três anos. Por isso é importante conscientizar
pais e alunos da importância da conservação e da devolução do livro no final do ano
letivo, para que ele seja reutilizado, beneficiando dessa forma mais de um estudante.

8.4 – RESERVA TÉCNICA

Com objetivo de atender as novas unidades escolares, bem como a de suprir as


demandas ocasionadas por eventuais acréscimos de matrículas nas escolas, o Ministério
da Educação, através do FNDE, determina que a reserva técnica deverá ser composta de
3% pelos títulos mais solicitados pelas escolas, pelo currículo e pela série.

A Reserva Técnica deve atender também as escolas federais e municipais.

Devido às diversidades sociais, culturais e geográficas que caracterizam os


Estados brasileiros, por suas formas diferenciadas de envio, a Reserva Técnica tem o
objetivo de agilizar e assegurar a distribuição às escolas.

As escolas devem encaminhar para a Secretaria de Estado de Educação através


da Coordenadoria de Projetos Educativos ou diretamente para a distribuição do livro, a
solicitação do material conforme a necessidade apresentada.

8.5 – CONSERVAÇÃO E DESFAZIMENTO DO LIVRO


DIDÁTICO

Geralmente deparamos com grande quantidade de livros didáticos (novos ou


usados) nas bibliotecas escolares. Isso ocorre por que as escolas não possuem um lugar
reservado para guardar esse material. Dessa forma as bibliotecas acabam se
transformando em depósitos para todo tipo de material e equipamento, alguns já sem
utilidade dentro da escola.

62
No caso do livro didático, a Legislação que trata da conservação e do descarte, é
a Resolução nº 03 de 14.01.2008 (BRASIL, 2008), conforme veremos nos artigos e
parágrafos a seguir.
Art. 7º Ficará a cargo da escola atribuir ao responsável pelo
aluno a responsabilidade pela conservação e devolução dos
livros entregues, mediante firmatura de instrumento próprio,
cujo modelo, a título de sugestão, consta do anexo II desta
Resolução em www.fnde.gov.br.

Art. 8º A entrega dos livros do PNLD às escolas e às


secretarias/órgãos de educação dos Estados, dos Municípios e
do Distrito Federal, será processada na forma de doação, cuja
eficácia estará subordinada ao cumprimento de encargo, nos
termos dos artigos 121 a 125, 135, 136 e 538 a 564 da Lei n.º
10.406, de 10/01/2002 (Código Civil Brasileiro), e do art. 17
da Lei n.º 8.666, de 21/06/1993.

§ 1º O encargo referido no caput é a obrigatoriedade


da donatária manter e conservar em bom estado de
uso o livro didático, durante o prazo de 3
(três) anos, contados da tradição do bem.
§ 2º Durante o prazo referido no parágrafo
anterior, os livros serão repassados aos
alunos para uso, durante o período letivo, a
título de cessão temporária, sendo que o
aluno, pai ou responsável se obriga a
devolvê-lo ao final de cada ano.
§ 3º Os governos estaduais, municipais e do
D i s t r i t o Fe d e r a l p o d e r ã o i n s t i t u i r
regulamentação específica, respeitada a
legislação vigente, imputando
responsabilidades aos gestores escolares e
aos alunos, pais ou responsáveis.

Art. 9º Após decorrido o prazo estabelecido no § 2º


do art. 4º desta Resolução, o bem doado passará a
integrar, definitivamente, o patrimônio da entidade
donatária, que adotará a sua legislação específica
para o desfazimento desse bem, quando o mesmo for
considerado irrecuperável.

Como vimos, cabe a escola zelar pela conservação dos livros. Mas, esse trabalho
de conscientização deve envolver não só os alunos como a comunidade escolar.
Sugerimos que os gestores juntamente com professores e o bibliotecário ou o auxiliar de

63
biblioteca, organizem palestras sobre conservação dos livros e o preenchimento correto
do termo de compromisso de devolução do livro didático. Sugerimos ainda, oficinas para
restauração dos livros que se encontram danificadas, para continuidade do uso.

É importante ressaltar que ao final do terceiro ano consecutivo, o livro didático


pode ser doado ao aluno, à instituições de caridade ou filantrópica, organizações não-
governamentais, tudo isso sem fins lucrativos, ou ainda a empresas de reciclagem. Não
esquecendo que a escola deve estar respaldada nas suas deliberações, para que não se
cometa nenhuma irregularidade, ou seja, a escola deve ter sempre em mãos as
Normativas e Portarias da SEDUC, publicadas no Diário Oficial.

As decisões quanto às doações e desfazimento (descarte) dos livros didáticos


devem ser tomadas juntamente com o Conselho Deliberativo e lavrada em ata para
evitar problemas futuros.

64
VIII - CONSIDERAÇÕES
FINAIS
A importância da leitura no processo educativo é inquestionável. Nessa prática,
espera-se que o bibliotecário, o professor mediador da leitura devem, ser, eles próprios,
leitores críticos capazes de distinguir, no momento da seleção e da indicação de livros, a
boa literatura para crianças e jovens. Com isso, esperamos que este caderno contribua
para que a biblioteca escolar integre o processo pedagógico. É importante não
esquecermos o papel da biblioteca como espaço privilegiado para o leitor conhecer as
diversas formas de registro de conhecimento. É importante também que as bibliotecas
escolares possam transformar a escola em ponto de reencontro, formação, participação,
integração e transformação.
REFERÊNCIAS

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Disponível em: <http://www.ced.ufsc.br/~ursula/papers/leitura.html>. Acesso em:
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do Livro. Diário Oficial [da] Republica Federativa do Brasil. Brasília, DF, 31 out.
2003. Disponível em: http://www.cfb.org.br/UserFiles/File/Legislacao/Lei10753-30
outubro2003.pdf. Acesso em 11 out. 2011.
BRASIL. Lei n. 12.244, de 24 de maio de 2010. Dispõe sobre a
universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do País. Diário
Oficial [da] Republica Federativa do Brasil. Brasília, DF, v. 147, n. 98, 25 maio
2010. Disponível em:
http://www.cfb.org.br/UserFiles/File/Legislacao/Lei%2012244.pdf. Acesso em: 11
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BRASIL. Manual Básico da Biblioteca da Escola, MEC, FNDE, 1998.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares


Nacionais (1ª a 4ª séries). Brasília: MEC/Secretaria de Educação Fundamental,
1997.

BRASIL. Resolução nº 03/MEC, 2008.

CALDIN, Clarice Fortkamp. Reflexões acerca do bibliotecário de biblioteca


escolar. In: Revista ACB: Blibioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.10,
n. 2, jan./dez. 2005.

CANFORA, Luciano. A Biblioteca desaparecida: histórias da biblioteca de


Alexandria. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

COLOMER, Teresa. Andar entre livros. Trad. Laura Sandroni. São Paulo:
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CORRÊA, Elenir de Faria, et al. Biblioteca escolar: um espaço dinâmico. In:


Maria Luiza Batista Bretas Vasconcelos (org). Biblioteca escolar: uma ponte
para o conhecimento. Goiania: SEDUC, 2009.

COSTA, Klytia de Souza Brasil Dias da. Organização de bibliotecas: espaço


físico. São Paulo: SENAC, [s.d]. Disponível em:
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CUNHA, Murilo Bastos da; CAVALCANTI, Cordélia Robalinho de Oliveira.


Dicionário de biblioteconomia e arquivologia. Brasília: Briquet de Lemos,
2008.
ECO, Umberto. O nome da rosa. Trad. Aurora Bernardini e Homero Freitas de
Andrade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983.

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