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“Em geral, a capacidade e utilização de um bem sobrevive à sua utilidade para o consumidor.
Mas, usada repetidamente, a mercadoria adquirida impede a busca por variedade, e a cada uso
a aparência de novidade vai desvanecendo e se apagando. Pobres daqueles que, em razão de
escassez de recursos, são condenados a continuar usando bens que não mais contêm a promessa
de sensações novas e inéditas. Pobres daqueles que, pela mesma razão, permanecem presos a
um único bem em vez de flanar entre um sortimento amplo e aparentemente inesgotável. Tais
pessoas são os excluídos na sociedade de consumo, os consumidores falhos, os inadequados e
os incompetentes, os fracassados – famintos definhando em meio à opulência do banquete
consumista.” (P. 32)
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Título original: Liquid love: on the frailty of human bons. Tradução Carlos Alberto Medeiros. Capa: Sérgio
Campante, composição sobre foto.
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Caíque Gonçalves Araújo é acadêmico do curso de Licenciatura Plena em História, da Universidade Federal do
Mato Grosso. RGA: 201611642012
“Qualquer que seja o vocabulário usado para articular a atual situação do homo sexualis, e que
se vejam o autotreinamento e a autodescoberta ou as intervenções médicas e genéticas como o
caminho certo para s atingir a identidade sexual adequada/desejada, o essencial continua sendo
a “alteridade”, a transitoriedade, a não-finalidade das identidades sexuais assumidas, quaisquer
que sejam. A vida do homo sexualis é, por esse motivo, carregada de ansiedade. Há sempre a
suspeita – mesmo que apaziguada e inativa por algum tempo – de que se esteja vivendo uma
mentira ou um equivoco ; de que algo de importância crucial foi esquecido, perdido,
negligenciado, permanecendo não-ensaiado e inexplorado; de que não se cumpriu uma
obrigação vital para o eu autêntico da própria pessoa, ou de que algumas oportunidades de
felicidade de um tipo desconhecido, completamente diferentes do eu se vivenciou antes, ainda
não foram aproveitadas e tendem a se perder para sempre se continuarem desconsideradas.” (P.
35)