Você está na página 1de 2

Fichamento de citação do livro: BAUMAN, Zygmunt.

Amor líquido: sobre a fragilidade dos


laços humanos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004.1

Caíque Gonçalves Araújo2

2. Dentro e fora da caixa de ferramentas da sociabilidade

“A Depressão e as crises conjugais pós-parto parecem enfermidades específicas de nossa


“modernidade líquida”, da mesma forma que a anorexia, a bulimia e incontáveis variedades de
alergia.” (P. 29)

“Em geral, a capacidade e utilização de um bem sobrevive à sua utilidade para o consumidor.
Mas, usada repetidamente, a mercadoria adquirida impede a busca por variedade, e a cada uso
a aparência de novidade vai desvanecendo e se apagando. Pobres daqueles que, em razão de
escassez de recursos, são condenados a continuar usando bens que não mais contêm a promessa
de sensações novas e inéditas. Pobres daqueles que, pela mesma razão, permanecem presos a
um único bem em vez de flanar entre um sortimento amplo e aparentemente inesgotável. Tais
pessoas são os excluídos na sociedade de consumo, os consumidores falhos, os inadequados e
os incompetentes, os fracassados – famintos definhando em meio à opulência do banquete
consumista.” (P. 32)

“Na sociedade dos consumidores, o prestigiador é a figura e sucesso.” (P. 32)

“Será possível encontrar lá a intimidade, a alegria, a ternura, a afeição e o amor? Bem, o


visitante pode dizer de boa-fé: isto é sexo, seu estúpido – não tem nada a ver com nada disso.
Mas, se ele ou ela estiver certo(a), será que o sexo em si é importante? Ou que, seguindo
Sigusch, se a substancia da atividade sexual é a obtenção do prazer instantâneo, “então o mais
importante não é o que se faz, mas simplesmente que aconteça.” (P. 34)

1
Título original: Liquid love: on the frailty of human bons. Tradução Carlos Alberto Medeiros. Capa: Sérgio
Campante, composição sobre foto.
2
Caíque Gonçalves Araújo é acadêmico do curso de Licenciatura Plena em História, da Universidade Federal do
Mato Grosso. RGA: 201611642012
“Qualquer que seja o vocabulário usado para articular a atual situação do homo sexualis, e que
se vejam o autotreinamento e a autodescoberta ou as intervenções médicas e genéticas como o
caminho certo para s atingir a identidade sexual adequada/desejada, o essencial continua sendo
a “alteridade”, a transitoriedade, a não-finalidade das identidades sexuais assumidas, quaisquer
que sejam. A vida do homo sexualis é, por esse motivo, carregada de ansiedade. Há sempre a
suspeita – mesmo que apaziguada e inativa por algum tempo – de que se esteja vivendo uma
mentira ou um equivoco ; de que algo de importância crucial foi esquecido, perdido,
negligenciado, permanecendo não-ensaiado e inexplorado; de que não se cumpriu uma
obrigação vital para o eu autêntico da própria pessoa, ou de que algumas oportunidades de
felicidade de um tipo desconhecido, completamente diferentes do eu se vivenciou antes, ainda
não foram aproveitadas e tendem a se perder para sempre se continuarem desconsideradas.” (P.
35)

Você também pode gostar