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Capítulo I
1.
“Nos questionários, procurou-se saber a freqüência regular quanto à utilização dos meios
de comunicação. Analisando as respostas dos 266 (40%) que assinalaram “ocorrência de
leitura”, os autores verificaram que o afastamento da vida escolar implica decréscimo
bem acentuado da regularidade de ler.” (p. 16)
2.
“Isso é absorvido pelo aluno, daí a importância em considerar que os livros didáticos
podem funcionar como instrumento de reprodução ideológica ou, ao contrário, podem vir
a se constituir em veículos que possibilitem ao aluno o desenvolvimento de habilidades
voltadas para a conscientização, reflexão e questionamento dos problemas da realidade
social.” (p. 17-18)
“Por outro lado, o livro didático é uma mercadoria e como tal, em uma sociedade
capitalista, está invariavelmente submetido às leis do mercado” (p. 18)
3.
“Evidentemente, essas e outras prescrições, que no fundo acabam por condicionar uma
visão de mundo falseada e mistificadora. não existem apenas nas leis ou fichas de
avaliação elaboradas pelo Estado. Encontram-se explícitas ou subjacente aos mecanismos
de censura, instalado nas próprias editoras.” (p. 23)
“Evidentemente, esses e outros aspectos são muito importantes. No entanto, mais do que
isso, o professor deve pleitear livros didáticos que signifiquem um real crescimento para
os seus alunos. Ou seja, livros que ofereçam ao aluno oportunidade de conceber
concretamente a realidade para que possa, com isso, explica-la e aquilatar sua
possibilidade de transformá-la. E, especialmente tratando-se de livros didáticos de
História, o professor deve selecionar aqueles que possibilitem, por parte do aluno, a
compreensão da importância e do significado de seu próprio papel histórico. (p. 25)
4.
“Todas elas refletem, com maior ou menor lucidez, o “tradicional descaso” com que é
tratado o ensino de História do Brasil e reiteram a importância de um estudo direcionado
para a análise dos livros que se configuram como amis um dos instrumentos postos a
serviço dessa História.” (p. 28)
“E, neste caso, convém destacar os livros didáticos de História do Brasil, destinados ao
ensino de 2.º grau, uma vez que é quando se institui legalmente História do Brasil,
enquanto disciplina acadêmica. Essa determinação legal acaba por transformar o 2.º grau
praticamente no momento único de aprender História do Brasil. Isto porque, no 1.º grau,
nossa História se dilui em outras matérias curriculares conhecidas sob as rubricas de
“Estudos Sociais”, “Educação Moral e Cívica” e “OSPB” (Organização Social e Política
do Brasil).” (p. 29)
“Por outro lado, dentre os alunos que se dirigem ao 3.º grau, os beneficiados com o ensino
de História serão aqueles que optarem por um estudo bastante específico e ministrado nos
estabelecimentos destinados ao ensino das Ciências Humanas: em especial faculdades de
História e, com menor intensidade, faculdade de Sociologia, Filosofia, Educação,
Antropologia, etc.” (p. 29)
Capítulo II
1.
“A História deve ser concebida como um processo que repousa na inter-relação constante
e dinâmica dos homens entre si e com a natureza e que é eivado de contradições, ou seja,
produzido por negações internas que se envolve, ou melhor, que é produzido por negações
internas que se instauram no seio da própria realidade social. Processo que envolve, ou
melhor, que é produzido por todos nós, e não apenas pelos “heróis” da classe dominante,
pelos “vencedores”, os únicos que aparecem como personagens históricos.” (p. 33)
3.
“O termo “revolução” não pode ser usado indiscriminadamente, pois aplica-se para
designar lutas cujas plataformas delineiam com clareza a demanda por mudanças radicais
e qualitativas nas relações sociais, e particularmente nas relações de produção. Neste
sentido, quando vitoriosas, fazem desaparecer uma estrutura social já caduca e
insustentável e possibilitam o aparecimento de outra, nova e superior. A “revolução”, de
sua origem e seus “efeitos”, implica transformações nas direções econômica, política e
ideológica da sociedade.” (p. 45)