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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE ANGOLA

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO CATÓLICO DO


HUAMBO (ISPOC-HUAMBO)
LICENCIATURA EM DIDÁCTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA

Unidade Curricular: Pedagogia Geral

Unidade Temática: Introdução à Pedagogia Geral

INTRODUÇÃO

A educação, remete-nos, ao mesmo tempo, à historiografia da Pedagogia


e à da educação como uma realidade dinâmica, universal e variável de
acordo com as condições espácio-temporais. “(...) estamos, em realidade,
diante de uma dupla história: a do pensamento pedagógico, de um lado,
e a da prática pedagógica, do outro. (...)” (C. Amado, 2007, p. 15).

A pedagogia é alvo de críticas por parte dos não profissionais, em razão do


seu carácter geral e enciclopédico. Pela universalidade de seu objecto, tinha
de ser forçosamente assim. Pois a educação diz respeito à vida total do
homem e, por isso, nada do que a ele se refere poderia ser-lhe estranho. (L.
Luzuriaga, 1966).

Segundo E. KANT, “O homem é apenas o que é pela educação”. Daí a


educação ser absolutamente necessária e conatural ao ser humano,
podendo ser definido como um ser educando e educável. De contrário,
quase não seria homem, pois que, ele nasce com potencialidades que não
se desenvolveriam sem educação (De Oliveira, 1997, p.13).

Desta natureza humana educável radica, sem medo de errar, a identidade


e o perfil quer seja do educador, quer do educando. Enquanto natural,
universal e transversal a todas as sociedades, a educação exigiu sempre
a existência de duas realidades personalógicas: uma que ensina ou orienta
e outra que aprende ou executa, deduzindo-se que, enquanto factual, é
um fenómeno intersubjectivo, isto é, um encontro vivo entre professor e
aluno e vice-versa. Uma relação pedagógica. Por isso, se pode considerar a
sociedade actual como pedagógica.
A Pedagogia, enquanto ciência, reflecte sobre o facto educativo tanto
como processo social na generalidade, quanto como processo
escolarizado especificamente. Deste modo, a prática pedagógica está
disseminada na sociedade, uma vez que a Pedagogia pensa a, para e sobre
a educação, e esta por sua vez, não se restringe apenas à prática docente
e escolar, mas permeia todo o desenvolvimento social e humano, o que
significa que até mesmo nas práticas informais (não institucionalizadas)
há educação.

Ironicamente, em termos de processos pedagógicos escolarizados,


quanto mais se fala de educação de qualidade, menos se vê, assim como
quanto mais pedagógica a sociedade, menos valor se dá à Pedagogia
como ciência. Consequência imediata,“amadorismo pedagógico” que
coloca em risco o projecto educativo de sociedades inteiras, hipotecando
o seu futuro que passa pela educação de qualidade e da qualidade da
formação do homem, principal activo de qualquer sociedade.

É necessário compreender que existe uma relação intrínseca entre


sociedade e educação, sendo esta inteligida como um fenómeno social e
antropológico por excelência. Não se pode começar um estudo acerca da
relação entre a sociedade e a educação sem mencionar o homem:

Quem é o homem? É o homem, educável? Para quê e por quê se


educa o homem?

Esta é a primeira pergunta a que se deve responder, pois resulta do


“espírito” questionador da Pedagogia como uma espécie de Filosofia da
Educação.

Para demonstrar as circunstâncias em que o homem se humaniza, Martí


afirma: “o homem possui duas mães: a natureza e as circunstâncias

A primeira conferiu ao homem sua essência universal: isto é, a natureza do


homem é, por todo o universo, idêntica. A segunda matriz geradora da
humanidade - as circunstâncias – condicionou o homem com o seu
carácter histórico-concreto. Fê-lo desigual”.

A ideia em referência, implica que não basta possuir uma natureza


biológica para ser-se humano. É necessário mais.
Por isso, na sua interacção com a natureza e com os outros homens, o
homem criou, uma segunda natureza, que se concebe como sócio-cultura
em íntima relação por meio da educação, pois que, enquanto “o natural
herda-se biologicamente, o civilizado recebe-se sócio-historicamente.
As diversas maneiras de se inscrever na civilização constituem distintas
modalidades educacionais”. (Fullat, 2000, p. 16).

Assim será sempre importante compreender que, pelo desenvolvimento


filogenético, existe género comum entre o homem e o animal, ao mesmo
tempo em que, pela ontogenia, existe diferença específica entre ambos,
pois enquanto os homens se associam por meio das instituições, os
animais simplesmente se agrupam por dados inscritos na herança
biológica.

A Pedagogia tem relação com outras ciências do homem e da cultura…


Luzuriaga (1966): “um conhecimento completo dos problemas da
educação supõe o estudo de outras matérias além da Pedagogia, tais
como a Filosofia e a Psicologia e também a Biologia e a Sociologia”.

Assim, para realizar a educação como direito e como dever não basta com
boa vontade, é preciso mais, pois tal como afirma Luzuriaga citando Kant,
“o homem pode considerar como os dois problemas mais difíceis de
resolver, a arte de governar e a arte da educar. (…) esses problemas
costumam ser abordados ousadamente, sem prévia preparação. Em ambos
os sectores, abundam os improvisadores, e bem conhecemos os resultados”.

Referindo-a em relação à outras ciencias, Luzuriaga (1966, p. 3) afirma: A


Pedagogia está em uma posição peculiar em relação às demais ciências.
Enquanto que estas partem de uma definição concreta e possuem carácter
definido, discute-se a Pedagogia, tanto a respeito de seu carácter, quanto de
seu valor científico. A Pedagogia como tal, começa por ser um
problema.

O autor justifica seu posicionamento a partir dos seguintes termos: Dela se


disse ser uma arte, uma técnica, uma ciência e até uma filosofia. É
possível que seja uma dessas coisas e, também que seja todas elas.

Por outro lado, atribui-se-lhe, algumas vezes, carácter descritivo,


limitando-a ao estudo do carácter da educação e da realidade educacional;
outras vezes, deu-se-lhe valor normativo, devendo ela expor, não o que é a
educação, mas o que deve ser.

O autor justifica seu posicionamento a partir dos seguintes termos:


Finalmente, cada corrente filosófica tem também sua interpretação
pedagógica; existem, por isso, uma pedagogia idealista e outra, realista,
uma pedagogia naturalista e outra, espiritualista, uma pedagogia
vitalista e outra, positivista. Não se podem, além disso, esquecer as
tendências políticas e as confissões religiosas, cada uma das quais possui
concepção educacional própria, havendo, assim, pedagogia liberal,
conservadora, democrática, marxista, católica, protestante, etc.

Diante desta multiplicidade de visões e interpretações, cabe interrogar:


Pedagogia ou pedagogias? Ciência pedagógica ou ciências
pedagógicas?

Seja como for, é importante perceber de antemão que, por um lado, não são
questões que se respondam imediatamente, mas mediatamente por meio de
elucubrações, o que deve ser característica de um universitário, e não de
um mero leigo, para quer possa enxergar a relação ou contradição entre
teorias e factos.

Para isso é necessário inteligir, por outro lado, a distinção entre teorias
educativas e factos educativos, pois que, “o estudo separado dos factos e
das doutrinas evita confusões muito frequentes entre a teoria e a prática: A
República, de Platão, não é a educação ateniense do século IV a.C., e tão
pouco o De pueris, de Erasmo, é o quadro da educação na renascença.
Como se sabe, o mais das vezes as doutrinas pedagógicas se opõem à
prática da sua época”. (C. Amado, 2007, p. 15).

Nestes termos, pode-se até dizer, segundo o mesmo autor, “que existe,
paralelamente à evolução das práticas educativas, porém dela distinta, uma
evolução das doutrinas, e ver, na pedagogia, um capítulo da história das
ideias, que compreende, também, a das ideias políticas, económicas,
estéticas, e apresenta, no conjunto, certa unidade” (p.15).

Cambi (1999, p.11) citando Compayré no novo Dictionaire de Pédagogie


et d´Instruction Primaire, publicado em 1911 afirma que a história da
Pedagogia é, de facto, uma escola da educação, uma das fontes da
Pedagogia definitiva. Quando se trata de física ou de química, a história
destas ciências no passado não é mais do que um assunto de erudição e de
curiosidade… Na ciência da educação, pelo contrário, como em todas as
ciências filosóficas, a história é introdução necessária, a preparação para
a própria ciência.” (p.15).

A citação anterior, lembra a formulação kantiana segundo a qual, “A teoria


sem a história é vazia; a história sem a teoria é cega”.

Neste sentido, “as ciências humanas são históricas, por natureza, tanto
pelos seus objectos como pelos seus modos de conhecimento. Por isso, a
história é consubstancial à própria constituição dessas ciências”.
(Cambi, 1999, p.12).

Portanto, considerando todas as razões históricas sobre a Pedagogia e a


educação, é lógicamente válido assegurar: o ensino da Pedagogia não
pode deixar de ser, simultaneamente, teórico, histórico e prático.

CAPÍTULO I: A PEDAGOGIA COMO CIÊNCIA

1.1. Resenha histórica sobre a evolução da Pedagogia/Educação

A educação está presente em todas as formas de colectividade humana,


pois, sem ela, nenhuma sociedade existiria. Cada sociedade educa
conforme os interesses da classe dominante em situação histórica
concreta. Está aí implícita uma característica fundamental da educação que
perpassa tempos e lugares: o carácter classista.

A história da humanidade pode ser considerada e definida também como


história dos esforços educativos, porque, de facto, não é possível conceber
o desenvolvimento da humanidade, nem da sua própria história, se não se
pudesse assegurar, de uma ou de outra forma, a transmissão da experiência
anterior às novas gerações…

Historicamente,

 Na comunidade primitiva, onde não havia divisão de classes


sociais, a educação era a mesma para todos. Todos aprendiam uns
com os outros no processo da luta pela sobrevivência. De acordo
com FERNANDO SALVATER (1997, p. 20), as “(…) sociedades
primitivas possuíam somente alguns conhecimentos empíricos
limitados e uma forma de vida praticamente única para todos (…)”.

 Na sociedade esclavagista, a educação era património e privilégio


da classe dominante. Os escravos não tinham direito à educação
formal, uma vez que, não sendo considerados sujeitos de direito
eram reduzidos a meros instrumentos de trabalho.

 Na sociedade feudal, o ensino centralizou-se nas mãos da classe


dominante, isto é, a educação era dominada pelo poder eclesiástico,
com o objectivo de formar os continuadores do poder e da religião.
Os filhos dos servos ou escravos, tal como na sociedade anterior, não
tinham direito à educação “sócio-formal”, aprendendo durante o
exercício físico e prático no trabalho.

 Na sociedade capitalista, a educação era dominada pela burguesia.


Esta sociedade, exigindo o desenvolvimento da indústria, implicava,
por outro lado, o desenvolvimento da ciência e técnica. Por isso, era
necessário ensinar a ler e escrever, o mínimo possível, aos operários
para manejarem as máquinas.

 Na sociedade socialista, a educação era para as massas


trabalhadoras que lutavam para eliminar a existência de classes
sociais e a exploração do homem pelo homem…“mesma educação e
oportunidades”. Este ideal é descrito fundamentalmente por Karl
Marx, para quem sua concepção sobre a sociedade capitalista
permite pensar criticamente a educação e a escola, que naquela
sociedade reproduz a ideologia da classe dominante.

No Século XVII, etapa do capitalismo pré-monopolista, apareceram


pedagogos de renome e criaram sistemas pedagógicos “mais
completos” e separaram a Pedagogia da Filosofia, tornando-a numa
ciência independente, com requisitos de cientificidade próprios.
Coube a Juan Amós Comenium, o mérito de ser considerado “pai da
Pedagogia”, por ter escrito a “Didáctica Magna”, considerada o
primeiro tratado pedagógico.
 Na sociedade clássica ou burguesa entre os Séculos XVII,
XVIII e XIX, a sociedade já tinha acumulado muita
experiência de vida prática. Era necessário, por isso, criar
condições favoráveis para que as novas gerações pudessem
conhecer, adquirir e dominar estas experiências prático-
sociais. Foi necessário investir na Pedagogia, como ciência da
educação. Surgem, nessa altura, ideias “iluministas” sobre a
teoria do ensino, tais como:

 Tarefa de ensinar tudo a todos;

 Princípios e regras para o ensino das crianças;

 Necessidade de educar ou ensinar as crianças em relação directa com


a natureza;

 Necessidade da unidade entre o ensino e a vida da criança;

 Necessidade de estudo da psique da criança com finalidade didáctica;

 Necessidade de o ensino relacionar-se com o desenvolvimento da


personalidade do sujeito.

Em suma, no Século XVIII e princípio do Século XIX, a Pedagogia


se desenvolve cada vez mais como ciência independente, não
obstante continua em estreita relação com a Filosofia. Neste processo
do seu desenvolvimento contribuiram destacados filósofos e
pedagogos tais como:

J.J. Rousseau (1712-1778), com a sua obra fundamental Emile ou De


l’éducation (1762), afirmou a bondade natural da criança e a influência
exercida sobre ela pela sociedade. Com ela criticou o ensino escolar do seu
tempo (livresco, divorciado da vida) e desenvolveu uma concepção do
ensino baseado nas necessidades do educando e nas suas exigências
imediatas, tendo destacado o papel do conhecimento sensorial.

J.R. Pestalozzi (1746-1827), que defendeu a necessidade do estudo da


psique da criança com fins didácticos, dando assim grande importância ao
ensino como meio de educação e desenvolvimento das capacidades
humanas.
J.F. Herbart (1776-1841), pedagogo alemão, tem grande influência e
relevância na didáctica e na prática docente. Para ele, o fim da educação é a
moralidade. A instrução é a introdução de ideias correctas na mente do ser
humano. Por isso, elaborou os passos formais do processo de ensino, como
sendo de cumprimento obrigatório e que devem obedecer sempre a mesma
sequência independentemente dos objectivos do ensino, do conteúdo e das
particularidades da idade dos alunos.

Apesar deste percurso histórico da educação rumo à Pedagogia como


ciência, é importante não esquecer: A teoria da educação é anterior
à ciência da educação. Começou assim que o homem deixou de
satisfazer-se com realizar a educação como actividade empírica e se
propôs a reflectir teórica e filosoficamente sobre as coisas, isto é na
Grécia. Seus dois filósofos mais importantes, Platão e Aristóteles,
escreveram teorias sobre educação: o primeiro, na República, o
segundo, na Política. Desde então, quase todos os pensadores e
filósofos importantes têm escrito sobre educação. (Luzuriaga, 1966,
p. 3).

: A PEDAGOGIA COMO CIÊNCIA

Sentido etimológico e definição da palavra Pedagogia: o professor na


história

A Pedagogia é uma ciência com um longo passado e uma curta história.

O termo é de origem grega “Paidagogia” (de pais, paidós = criança + agó =


conduzir + lógos = palavra, ciência, razão).

Literalmente, significa(ria) “conduzir a criança por meio da palavra”; a


“arte de educar ou instruir a criança”. Em consequência, educar será
inserir alguém na cultura humana por meio do símbolo, sendo a
linguagem o símbolo por excelência
Na Grécia Antiga, o professor

O escravo: conduzia a criança à escola ou a actividades fora de casa.


(cfr. De Oliveira, op. cit., p.13). Mais tarde, este significado alterou-se,
adquirindo o conceito Pedagogia uma nova acepção.

R. Monteiro (2004, p.11) Os sofistas foram os primeiros professores de


ofício na Grécia Clássica… profissionais liberais, exerciam uma
actividade independente, paga directamente pelos seus discípulos.

No diálogo platónico, Protágoras (…), Sócrates diz que ele foi o


primeiro a considerar-se «mestre de educação e de virtudes», tendo
sido também «o primeiro a ousar reclamar salário» pelo seu ensino.

Depois e “durante muito tempo, o ensino foi uma actividade


predominantemente clerical”. Trata-se, fundamentalmente da Época de
Ouro da Igreja Católica, onde são célebres as posições pedagógicas de
grandes filósofos medievais conhecidos por Padres da Igreja.

 Nos tempos “modernos – com a progressiva passagem do controlo


e organização da instrução para o Estado-Nação e a
constitucionalização do princípio da escola obrigatória – ensinar
tornou-se uma função social com uma identidade nítida.

 Após a Segunda Guerra Mundial, a generalização do acesso à


escola e o fim do monopólio escolar do acesso ao saber esbateram
e tornaram complexa a identidade profissional dos professores”.
(R. Monteiro, 2004, p.11).

 Reconhece-se, hoje, porém, que o termo pedagogo é sinónimo do


conceito de professor «strito sensu» e, neste sentido, quem é, e o
que é ser Professor?

 Libâneo (2010, p. 39) demarca-se desta visão e entende que


professor é sinónimo de pedagogo lato sensu, porque “A
caracterização de pedagogo strito sensu é necessária para distingui-lo
do profissional docente, já que todos os professores poderiam
considerar-se pedagogos lato sensu.
 Pedagogo é sinónimo do conceito de professor «strito sensu»
versus «lato sensu» …

 Por isso mesmo, importa formalizar uma distinção entre trabalho


pedagógico (actuação profissional em um amplo leque de práticas
educativas) e trabalho docente (forma peculiar que o trabalho
pedagógico assume na sala de aula), separando, portanto, curso de
Pedagogia (de estudos pedagógicos) e cursos de licenciatura (para
formar professores do ensino fundamental e médio). (Libâneo 2010,
p. 39).

O termo Professor, “do verbo latino profiteor, declarar ou confessar


publicamente (uma falta), falar diante de ou em favor de, anunciar,
prometer, oferecer, professar ou aderir a uma “profissão”, justamente a
de ensinar, quase a significar que ser professor é a profissão por
antonomásia.

 Caberia, também, entender que todo trabalho docente é trabalho


pedagógico, mas nem todo trabalho pedagógico é trabalho
docente. (…) A argumentação visa formular uma concepção de
educador em que a base de sua identidade profissional seja a teoria e
a prática em torno de saberes pedagógicos”. (Libâneo 2010, p. 39).

 O termo poderia também relacionar-se com profício (avançar,


progredir, ter êxito) ou com proficiscor (pôr-se a caminho, partir),
verbos com sentido semelhante a educere (conduzir, guiar). Em
todo o caso, o prefixo pró contém tanto a ideia de “diante de”,
como “em prol de” e ainda “para a frente”. (De Oliveira, op. cit.,
p.18).

 Todo estudante deverá analisar a origem etimológica do termo


educação, de acordo com J. Chávez, na nota de rodapé da brochura
de apoio às aulas de PG, p. 8-9.

 O professor é em última instância o educador, o que ensina, que


educa e forma a personalidade do aluno sistematicamente.

 É aquele que, como educador, “professa” diante do aluno o seu


saber e experiência, ao mesmo tempo em que o faz “progredir”
em todas as dimensões. O professor é um “mestre” (de magister)
que faz o educando progredir ou ser “mais” (magis); neste sentido,
todas as aulas deveriam ser “magistrais” (Ibid., p. 18).

Apesar de hoje, se reconhecer a importância da escola e dos seus


agentes-mor (os professores), a profissão docente tem sido
abalada por todos os lados: baixos salários, deficiências de
formação, desvalorização profissional implicando baixo status
social…, falta de condições de trabalho,…etc. Esses factores,
rebatem na desqualificação académica da área, fazendo com que
docentes e pesquisadores de outras áreas desconheçam a
especificidade da Pedagogia, embora a critiquem. (Libâneo, 2010, p.
25).

 E. Husserl: os filósofos são “funcionários da humanidade”, não


seria menos verdade, se chamássemos isso aos professores,
porque estão ao serviço do homem, cujo objectivo é libertá-lo dos
grilhões da ignorância, elevando-o ao estado do homem novo e
civilizado. Neste sentido, a lógica para nações descomprometidas
com a educação seria: “formar mal para que o sujeito continue
nas sombras e, assim, perpetuar o seu estado de ignorância e de
dominado. Porque uma boa educação é libertação, é luz”. (Ver mito
da Caverna de Platão).

TPC

Todo o estudante deverá pesquisar, estudar e tomar boa nota


sobre os principais conceitos que o Filósofo de “A República”
utiliza para a construção dos seus argumentos.

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