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MANUAL

DE FORMAÇÃO

Viver em Português

VP6
Curso de Aprendizagem

Nível de Qualificação

4
Mudanças Profissionais e Mercado de Trabalho Manual
APRENDIZAGEM VIVER EM PORTUGUÊS
Formador:

UNIDADES Mudanças Profissionais e


DE FORMAÇÃO DE
CURTADURAÇÃO Mercado de trabalho
6656

VP6

Conceitos de trabalho, emprego e empregabilidade

Representações sociais das profissões e dos contextos de trabalho

Evolução científica e técnica e implicações no mundo do trabalho

Novas formas de trabalho associadas às novas tecnologias – o


teletrabalho

Classificação dos setores de atividades económicas e profissões

Evolução dos perfis profissionais na área profissional do curso

A importância dos percursos formais, não formais e informais de


aprendizagem ao longo da vida
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ÍNDICE

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM................................................................................................................................... 3
EMPREGO E TRABALHO .................................................................................................................................................. 4
FILME: “Em Busca da Felicidade” ................................................................................................................................. 5
Em busca da Felicidade no trabalho ............................................................................................................................ 7
O TRABALHO ATRAVÉS DOS TEMPOS .................................................................................................................... 10
O TRABALHO / EMPREGO E A SOCIEDADE .......................................................................................................... 11
FICHA INFORMATIVA - O RESUMO .......................................................................................................................... 12
Texto - FRONTEIRA ......................................................................................................................................................... 13
OS EFEITOS DA TECNOLOGIA NO MERCADO DE TRABALHO ....................................................................... 15
Texto - Doutor Google ................................................................................................................................................... 19
Novas formas de trabalho associadas às novas tecnologias – o teletrabalho .......................................... 21
TELETRABALHO: VANTAGENS E DESVANTAGENS ........................................................................................... 21
Texto - A SOBREVIVÊNCIA DO PAPEL ..................................................................................................................... 23
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OBJETIVOS DE • Relaciona a evolução da organização do trabalho e das


APRENDIZAGEM
profissões com as mudanças científicas e tecnológicas.
• Avalia os impactes das novas tecnologias no exercício
profissional. 3
• Compreende a influência das novas dinâmicas na evolução
do mercado de trabalho.
• Reconhece a importância da aprendizagem ao longo da vida,
independentemente do contexto em que a mesma se
processa.

AVALIAÇÃO Ficha de avaliação sumativa.


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EMPREGO E TRABALHO

1. Observe a imagem e anote as ideias que a mesma lhe sugere.

Emprego e Trabalho

Apesar se tratar de conceitos que estão ligados, “emprego” e “trabalho” não são sinónimos. O
trabalho é mais antigo que o emprego, o trabalho existe desde o momento que o homem começou a
transformar a natureza e o ambiente ao seu redor, desde o momento em que o homem começou a
fazer utensílios e ferramentas. Já o emprego é um conceito recente na história da humanidade e que
surgiu por volta da Revolução Industrial, é uma relação entre homens que vendem sua força de
trabalho por algum valor, alguma remuneração, e homens que compram essa força de trabalho,
pagando algo em troca, algo como um salário.

Em síntese:

Trabalho: de acordo com a definição do Dicionário do Pensamento Social do Século XX, trabalho é
o esforço humano dotado de um propósito e envolve a transformação da natureza através do
dispêndio de capacidades físicas e mentais.
Emprego: é a relação, estável, e mais ou menos duradoura, que existe entre quem organiza o
trabalho e quem realiza o trabalho. É uma espécie de contrato no qual o possuidor dos meios de
produção paga pelo trabalho de outros, que não são possuidores do meio de produção.
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ATIVIDADE 1

FILME: “Em Busca da Felicidade”

A- Visualize o filme “Em Busca da Felicidade”,de GabrieleMuccino. 5

B – Responda às seguintes questões.

1. Refira os empregos que teve Chris.


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2. Indique as suas funções enquanto estagiário.


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3. Indique se as seguintes afirmações são


verdadeiras ou falsas.
O filho de Chris preferia viver coma mãe.

Chris consegue um estágio numa empresa ligada à Bolsa.

Chris e o filho são obrigados a dormir na rua.

Chris vendia máquinas de medição de densidade óssea.

Durante o estágio, Chris recebia um salário que lhe permitia fazer face às
despesas do quotidiano.

4. Lembre e anote os momentos do filme que para si foram:


a) Mais comoventes
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b) Mais divertidos
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5. Aponte a mensagem que retira do filme.


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C – Elabore a sinopse do filme.

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D- Registe e, de seguida, discuta com os seus colegas os seguintes tópicos:

1. Os principais temas focados no filme.


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2. Situações diferentes ou iguais às do “seu mundo”.


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3. Faça uma análise crítica do filme.


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4. À luz das frases que se seguem, justifique o título do filme.

a) "Nunca deixes que alguém te diga que não podes fazer algo. Nem mesmo eu. Se tens um
sonho, tens que o proteger. As pessoas que não podem fazer por si mesmas, dirão que não
consegues. Se quiseres alguma coisa, vai e luta por ela. Ponto final."

b)”Esta parte da minha vida, esta pequena parte, chama-se Felicidade."

E- Leia agora o seguinte artigo.

Em busca da Felicidade no trabalho

Colaboradores mais felizes trazem maior produtividade às empresas. Saiba como uma
mudança profissional pode melhorar o seu bem-estar.

Ana Pimentel (www.expresso.pt)

13:00 Quinta feira, 24 de junho de 2010


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As mudanças profissionais trazem maior felicidade aos colaboradores. Quem o diz é a


Boyden Global ExecutiveSearch , no estudo "Contributo da Mudança Profissional para a
Felicidade dos Candidatos". A consultora pretendeu apurar a opinião dos candidatos
admitidos em processos conduzidos por si, sobre a forma como a mudança poderia
reforçar a felicidade. Resultado: 80% dos candidatos admitem estar "mais felizes" na 8
sua nova função.

"Estas pessoas, estarão na disposição de trocar o seu talento já não só por dinheiro
mas antes por uma ocupação que lhes permita realizar as necessidades específicas
dos níveis do ser, ou seja, mais espirituais. Este segmento, cada vez mais numeroso,
irá querer ser feliz nas organizações, sentir propósito naquilo que faz, fazer parte de
algo que considerem ter um propósito superior e útil", adianta Fernando Neves de
Almeida, presidente da Boyden Portugal. Na verdade, quando os candidatos foram
questionados a propósito do que procuravam na sua nova função, 61% dos gestores
afirmou "desafios" e "projetos aliciantes" em "empresas de qualidade". Apenas 4%
referiu a "melhoria de salário".

Mais felicidade, mais produtividade

"Uma grande parte do nosso tempo útil é passado a trabalhar. Assim, um trabalho
onde não nos sentimos motivados ou realizados, onde não encontremos sentido ou
propósito, não contribui para o nosso bem-estar geral", diz Fernando Neves de
Almeida. O presidente explica que quando se trabalha unicamente pela necessidade de
receber o salário ao fim do mês, o nível de satisfação é mais reduzido. "Arriscaria mesmo
dizer que provoca um desequilíbrio na nossa vida que vai além do horário em que
se está a trabalhar", adianta. E acrescenta que existem estudos que demonstram que
colaboradores mais felizes são sinónimo de maior produtividade nas empresas. Mas
mesmo que não existissem, Neves de Almeida pensa que essa realidade é acessível apenas
pelo senso comum.

"Por devoção ou gosto pelo que se faz, os níveis de produtividade tendem a ser mais
elevados de uma forma continuada. É óbvio que existem situações onde a
produtividade pode ter picos através de pressão. No entanto, a investigação mostra
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que não poderão ser muito duradouros e que se forem muito prolongados, a
pressão terá de ser sucessivamente maior até ao limite do 'estouro'", comenta.

E, quando o pessimismo invade as equipas, o que há a fazer? Neves de Almeida explica que
cada caso é um caso e que só conhecendo a situação concreta poderia emitir uma opinião.
9
Contudo, afirma que o papel da liderança é extremamente importante para manter a
"moral das tropas" a um nível adequado.

O estudo da Boyden englobou respostas de 56 candidatos Boyden admitidos no 2º


semestre de 2009. Dos 56 gestores admitidos, 40% ocupam cargos de Direção Técnica e
22% chefiam posições Comerciais e de Marketing. As Direções gerais e Administração
representam 18% deste universo e a vertente financeira 16%. Para 49% dos gestores, o
impacto profissional é uma franca "evolução profissional", enquanto que 21% aponta "o
aumento de responsabilidades".

http://expresso.sapo.pt/em-busca-da-felicidade-no-trabalho=f590041#ixzz2dM6LeFrB

(em 28-08-2013)

1. Faça uma síntese do texto.


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2. Indique os principais fatores de motivação num posto de trabalho, de acordo com


o artigo lido.
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3. Refira o aspeto que lhe despertou maior interesse neste artigo. Fundamente a sua
resposta.
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O TRABALHO ATRAVÉS DOS TEMPOS

Ao longo da história da humanidade, variando com o nível cultural e com o estágio evolutivo de cada
sociedade, o trabalho tem sido percebido de forma diferenciada. Como lembra Peter Drucker, o
trabalho é tão antigo quanto o ser humano.

O trabalho não merecia a atenção de pessoas educadas, abastadas ou com autoridade. Trabalho era
o que os escravos faziam.

Mas o trabalho é mais do que um instrumento criador de riqueza (posição dos economistas
clássicos). O trabalho está intimamente relacionado à personalidade. Quando dizemos que alguém é
um carpinteiro, um médico ou um mecânico, estamos, de certa forma, a definir um ser a partir do
trabalho que ele exerce.

No começo dos tempos, o trabalho era a luta constante para sobreviver (aceção bíblica). A
necessidade de comer de se abrigar, etc., determinava a necessidade de trabalhar. O avanço da
agricultura, de seus instrumentos e ferramentas trouxe progressos ao trabalho. O advento do arado
representou uma das primeiras revoluções no mundo do trabalho. Mais tarde, a Revolução
Industrial viria a afetar também não só o valor e as formas de trabalho, como a sua organização e até
o aparecimento de políticas sociais. A necessidade de organizar o trabalho, principalmente quando
envolve muitas pessoas e ou muitos instrumentos e muitos processos, criou a ideia de"emprego".

Nos tempos primitivos, da Babilónia, do Egito, de Israel, etc., havia o trabalho escravo e o trabalho
livre; havia até o trabalho de artesãos e o trabalho de um rudimento de ciência, mas não havia o
emprego, tal como nós o compreendemos atualmente.

Na Antiguidade, não existia a noção de emprego. A relação trabalhista que existia entre as pessoas
era a relação escravizador-escravo. As três civilizações que mais influenciaram o Ocidente com
sociedades esclavagistas foram egípcia, a grega e a romana. Nessa época, todo o trabalho era feito
por escravos. Havia artesãos, mas estes não tinham patrões definidos, tinham clientes que pagavam
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pelos seus serviços. Os artesãos poderiam ser comparados aos profissionais liberais de hoje, já que
trabalhavam por conta própria sem ter patrões. Para os artesãos não existia a relação empregador-
empregado, portanto não podemos dizer que o artesão tivesse um emprego, apesar de ter uma
profissão.

Na Idade Média também não havia a noção de emprego. A relação trabalhista da época era a relação
11
senhor-servo. A servidão era diferente da escravidão, já que os servos tinham mais liberdade que os
escravos. Um servo podia sair das terras do senhor de terras e ir para onde quisesse, desde que não
tivesse dívidas a pagar a esse senhor. Na servidão, o servo não trabalhava para receber uma
remuneração, mas para ter o direito de morar nas terras do seu senhor. Também não existe qualquer
vínculo contratual entre os dois, mesmo porque senhor e servo eram analfabetos.

Na Idade Moderna as coisas começam a mudar. Nessa época, existiam várias empresas familiares
que vendiam uma pequena produção artesanal, todos os membros da família trabalhavam juntos
para vender produtos nos mercados; não podemos falar de emprego nesse caso. Além das empresas
familiares, havia oficinas com muitos aprendizes que recebiam moradia e alimentação em troca e,
ocasionalmente, alguns trocados. É por essa época que começa a se esboçar o conceito de emprego.

Com o advento da Revolução Industrial, êxodo rural, concentração dos meios de produção, a maior
parte da população não tinha nem ferramentas para trabalhar como artesãos. Sendo assim, restava
às pessoas oferecer seu trabalho como moeda de troca. É nessa época que a noção de emprego
toma sua forma. O conceito de emprego é característico da Idade Contemporânea.

O final do século XX é o início de um período de transição. As mudanças que vêm ocorrendo graças à
tecnologia, principalmente a tecnologia da computação-telecomunicação, estão a modificar as
relações económicas entre empresas, empregados, governos, países, línguas, culturas e sociedades.

O TRABALHO / EMPREGO E A SOCIEDADE

O trabalho é essencial para o funcionamento das sociedades. O trabalho é responsável pela


produção de alimentos e outros produtos de consumo da sociedade. Cada sociedade cria um
conceito próprio de trabalho, divide-o em certas categorias e atribui-lhe um determinado valor.
Quando essas condições se alteram, o trabalho também se altera, seja pela forma como se realiza
(manual, mecânico, elétrico, eletrónico, etc.), seja pelos instrumentos-padrão que utiliza e assim por
diante. Da mesma forma, a sociedade e seus agentes também variam na forma como organizam,
interpretam e valorizam o trabalho.

A forma como uma sociedade decide quem vai organizar o trabalho e quem o realizará e a forma
como o produto, a riqueza, produzida pelo trabalho é distribuída entre os membros da sociedade
determina as divisões de classes sociais. O trabalho é, talvez, o principal fator que determina a
sociedade, suas estruturas e funcionamento. Mas o inverso também é verdadeiro (quando a
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sociedade está em processo de mudança, de revolução o trabalho certamente será influenciado).


Assim, enquanto existir uma sociedade, existirá trabalho, pois aquela não pode existir sem este (o
mesmo pode não ser verdadeiro em relação ao emprego).

http://www.ime.usp.br/~is/ddt/mac333/projetos/fim-dos-empregos/empregoEtrabalho.htm

(texto com algumas adaptações) 12

ATIVIDADE 2

Elabore o resumo do texto que acabou de ler, seguindo as orientações da ficha informativa que se
segue.

FICHA INFORMATIVA - O RESUMO

CARACTERÍSTICAS DE UM BOM RESUMO:

Brevidade – um bom resumo apenas contém as ideias principais. Os pormenores não são incluídos.

Rigor e clareza – um bom resumo exprime as ideias fundamentais do texto, de uma forma clara e
que respeite o pensamento do autor.

Linguagem pessoal – num bom resumo não se copiam as frases do texto. Deve-se exprimir as ideias
principais por palavras nossas.

COMO SE DEVE FAZER UM BOM RESUMO?

Para fazer um bom resumo, pode seguir alguns passos simples:

1. Leia o texto e tente compreendê-lo bem. Identifique as ideias principais, parágrafo a parágrafo:

1.1. Pode sublinhá-las, durante a leitura;

1.2. Pode fazer um esquema, no fim da leitura, para organizar o texto e os parágrafos.

2. Comece a escrever o seu resumo, respeitando sempre o conteúdo do texto e o pensamento do


autor:

2.1. Procure não incluir pormenores desnecessários;

2.2. Substitua ideias repetidas ou semelhantes por uma que as englobe;

2.3. Utilize termos genéricos em vez de listas;


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2.4. Utilize uma linguagem pessoal.

3. Leia o seu resumo e avalie-o, corrigindo os aspetos que achar necessário:

3.1. Contém as ideias principais?

3.2. A ideia do autor está repetida? 13


3.3. O texto percebe-se bem?

3.4. Não há pormenores nem repetições?

ATIVIDADE 2

1. De, seguida, apresenta-se um excerto de um conto de Miguel Torga, cujo título é “Fronteira”.
1.1. O que lhe sugere esse título?

2. Leia o excerto que se segue.


Texto - FRONTEIRA

Já lá vão anos. O rapaz era do Minho, acostumado ao positivismo da sua terra: um lameiro, uma
junta de bois, uma videira de enforcado, o Abade muito vermelho à varanda da residência, e o
Senhor pela Páscoa. Além disso, novo no ofício – na guarda, para onde entrara em nome dessa
mesma terrosa realidade; um ordenado certo e a reforma por inteiro. Daí que lhe parecesse o chão
de Fronteira movediço sob os pés. Mal chegou e se foi apresentar ao posto, deu uma volta pelo
povoado. E aquelas casas na extrema pureza de uma toca humana, e aqueles seres deitados ao Sol
como esquecidos da vida, transtornaram-lhe o entendimento.

- Esta gente que faz? – perguntou a um companheiro já maduro no ofício.

- Contrabando.

- Contrabando!? Todos!? E as terras e a agricultura?

- Terras!? Estas penedias!?

O Robalo queria falar de qualquer veiga possível, de qualquer chã que não vira ainda, mas tinha
forçosamente de existir, pois que na sua ideia, um povo não podia viver senão de hortas e lameiros.
Insistiu por isso na estranheza. Mas o outro lavou dali suas mãos:

- Não. Aqui, a terra, ao todo, produz a bica da água da fonte. O resto vão-no buscar a Fuentes.

Miguel Torga – “Novos Contos da Montanha”


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Após a leitura do texto com atenção, responda às seguintes perguntas:

1. Qual a origem social de Robalo? 14


1.1 Que atividade exercia e qual passou a exercer em Fronteira?

1.2 Quais as razões que levaram Robalo a procurar outra terra e outro tipo de trabalho?

2. “E aquelas casas na extrema pureza de uma toca humana, e aqueles seres deitados ao sol como
esquecidos da vida.”

2.1 Caracterize a gente de Fronteira através da frase acima transcrita.

3. Pelas afirmações do narrador e também através do diálogo, é feita a caracterização direta da


personagem Robalo.

3.1 Transcreva uma ou duas frases que contribuem para essa caracterização.

4. Em Fronteira, quase todos eram contrabandistas, uma profissão que, apesar de ilegal, era muito
comum em terras raianas portuguesas, na década de 1960. Nesta época, esta profissão estava,
muitas vezes, associada à luta sobrevivência.

4.1. Que tipo de produtos imagina que transportavam os contrabandistas de Fronteira?

4.2. Sabendo que o contrabando continua a realizar-se hoje em dia, refira o tipo de produtos que
atualmente são alvo de contrabando.

5. No decorrer da ação do conto “Fronteira”, Robalo apaixona-se pela bela Isabel, uma
contrabandista. Imagine como decorreu a história de amor entre um guarda, responsável por fazer
cumprir a lei, e uma contrabandista que, a todo o momento, luta pela sobrevivência.
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OS EFEITOS DA TECNOLOGIA NO MERCADO DE TRABALHO

VISIONAMENTO DE UM EXCERTO DO FILME “TEMPOS


MODERNOS”
Sinopse: 15
Um operário de uma linha de montagem, que testou uma "máquina
revolucionária" para evitar a hora do almoço, é levado à loucura pela
"monotonia frenética" do seu trabalho. Após um longo período num
sanatório ele fica curado de sua crise nervosa, mas desempregado.
Ele deixa o hospital para começar sua nova vida, mas encontra uma
crise generalizada e equivocadamente é preso como um agitador
comunista, que liderava uma marcha de operários em protesto.
Simultaneamente uma jovem rouba comida para salvar suas irmãs famintas. Elas não têm mãe
e o pai delas está desempregado, mas entretanto é morto num conflito. A lei vai tomar conta
das órfãs, mas enquanto as menores são levadas a jovem consegue escapar.

Ficha Técnica:
Título original: Modern Times
Gênero: Comédia
Duração: 01h 27 min
Ano de lançamento:1936
Direção: Charles Chaplin

Durante o visionamento do excerto do filme “Tempos Modernos”, procure destacar as cenas que, na
sua perspetiva, melhor ilustram as temáticas que se seguem:

1. submissão do homem ao ritmo imposto pela máquina;


2. repetição imposta pela especialização que transforma o homem numa mera extensão da
máquina.
LEITURA - TEXTOS INFORMATIVOS

A TECNOLOGIA E O MUNDO DO TRABALHO

Primeira Revolução Industrial:

 energia movida a vapor foi usada para a extração de minério;


 na indústria têxtil usada na fabricação de uma grande variedade de bens que anteriormente
eram feitos à mão;
 navio a vapor substituiu a escuna;
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 A locomotiva a vapor substituiu os vagões puxados a cavalo, melhorando significativamente


o processo de transporte de matéria-prima de produtos acabados.

Segunda Revolução Industrial:

A Segunda Revolução Industrial ocorreu entre 1860 e a I Guerra Mundial. 16

 O petróleo começou a competir com o carvão;


 eletricidade foi efetivamente utilizada pela primeira vez, criando uma nova fonte de
energia para operar motores, iluminar cidades e proporcionar comunicação instantânea
entre as pessoas.

A exemplo da revolução do vapor, o petróleo, a eletricidade e as invenções que os acompanharam


na Segunda Revolução Industrial continuaram a transferir a carga da atividade económica do homem
para a máquina.

Terceira Revolução Industrial:

A Terceira Revolução Industrial surgiu imediatamente após a II Guerra Mundial e somente agora está a
começar a ter um impacto significativo no modo como a sociedade organiza sua atividade económica.

 Robots com controle numérico;


 computadores e softwares avançados estão a invadir a última esfera humana – os domínios
da mente.

Adequadamente programadas, estas novas "máquinas inteligentes" são capazes de realizar funções
conceituais, gerenciais e administrativas e de coordenar o fluxo da produção, desde a extração da
matéria-prima ao marketing e à distribuição do produto final e de serviços.

Terceira Revolução Industrial e a Reengenharia

O sistema de produção em massa disseminou-se da indústria automotiva1 para outras indústrias e


tornou-se padrão incontestado em todo o mundo como a melhor maneira de conduzir os assuntos
empresariais e comerciais.

Na produção em massa, profissionais especializados projetam produtos que são fabricados (em
grandes quantidades) por trabalhadores não qualificados ou semiqualificados operando equipamentos

1
Indústria automóvel
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caros e de finalidades específicas. Na produção em massa, a maquinaria é tão cara que o tempo ocioso
precisa ser evitado a todo custo. Como resultado, a gerência acrescenta uma "reserva" na forma de
stock extra e de trabalhadores para garantir a disponibilidade de insumos2 ou para que o fluxo de
produção não seja desacelerado. Finalmente, o alto custo do investimento em máquinas impede a sua
rápida adaptação para a fabricação de novos produtos. O consumidor beneficia de preços baixos em
prejuízo da variedade. 17
A produção enxuta, (modo japonês) ao contrário, além de combinar a vantagem da produção
artesanal e de massa, evita o alto custo da primeira e a inflexibilidade da última. Para alcançar esses
objetivos de produção, a gerência reúne equipas de trabalhadores com várias habilidades em cada
nível da organização, para trabalharem ao lado de máquinas automatizadas, produzindo grandes
quantidades de bens com variedades de escolha – metade do esforço humano na fábrica, metade do
espaço físico, metade do investimento em equipamentos.

Emprestando o modelo da produção enxuta dos japoneses, as empresas americanas e europeias


começaram a introduzir suas próprias modificações na estrutura organizacional, para acomodar as
novas tecnologias da informática. O fenómeno da reengenharia está a forçar uma revisão
fundamental no modo como os negócios são conduzidos e, com um corte profundo na folha de
pagamento e no processo, eliminar milhões de empregos e centenas de categorias de trabalho. A
introdução de novas tecnologias de informação e de comunicação corta os trabalhos qualificados e
semiqualificados assim como a gerência média.

Também usam o computador para desempenhar as funções de coordenação anteriormente


executadas por muitas pessoas que, em geral, trabalham em departamentos e locais separados na
empresa. As empresas estão a eliminar essas fronteiras com a reorganização dos funcionários em
redes ou equipas de trabalho. Qualquer funcionário, em qualquer ponto dentro da empresa pode
aceder a todas as informações geradas e dirigidas através da organização.

A encruzilhada do futuro

 Declínio da classe média - revolução da reengenharia está a ameaçar a estabilidade


económica e a segurança do grupo político mais importante na sociedade americana – a
classe média.
 Surgimento de uma classe de informação - formada por cientistas, engenheiros projetistas,
engenheiros civis, analistas de software, advogados, consultores, artistas, jornalistas, etc.
O conhecimento passou a ter uma importância vital pois o seu monopólio assegura a
competitividade e posição no mercado.

2
Cada um dos elementos (matéria-prima, equipamentos, capital, horas de trabalho etc.) necessários para
produzir mercadorias ou serviços; input.
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Stress High-Tech

Antes da era industrial, o ritmo do corpo era compatível com o ritmo económico pois a produção era
artesanal e dependia apenas do artesão, mas, com a introdução das máquinas e linhas de montagem,
o Homem teve que adaptar o seu ritmo para acompanhar as máquinas. Na terceira revolução, a
medida de tempo das novas "máquinas inteligentes" passou a ser de nano segundos criando um
18
stress mental ao contrário do stress físico.

O computador está a tornar-se uma fonte de stress. À medida que acelera o ritmo do trabalho
aumenta a impaciência dos trabalhadores, que exigem respostas cada vez mais rápidas; resultando
assim, em níveis sem precedentes de stress.

Empregos Temporários

Embora as condições de trabalho em instalações reestruturadas e automatizadas estejam a


aumentar o stress e a comprometer a saúde dos trabalhadores, a mudança do trabalho também está
a contribuir para sua insegurança económica. Muitos trabalhadores já não conseguem encontrar
empregos de período integral e estabilidade a longo prazo.

O movimento pelo trabalho contingencial é parte de uma estratégia de longo prazo das empresas
para reduzir salários e evitar os altos custos de benefícios tais como assistência. E também, como
cada vez mais as empresas estão a enfrentar uma economia altamente competitiva e volátil, muitas
estão a reduzir seu núcleo de trabalhadores fixos e a contratar temporários, para terem a agilidade
de aumentar ou diminuir o número de trabalhadores rapidamente, em resposta às variações
sazonais, até mesmo mensais ou semanais do mercado.

Hoje, as organizações não estão mais dispostas a manter o custo de um corpo permanente de
empregados para realizar grande parte dos serviços de que necessitam. Vários desses trabalhos, já
nem precisam ser realizados continuamente. Nesses casos, a organização não precisa de
empregados, mas sim de prestadores eventuais de tais tarefas.

Com o passar dos tempos, vemos cada vez mais a substituição gradual do emprego fixo, de longa
duração e em tempo integral por outras formas de prestação de serviços como: o trabalho
autónomo, o trabalho por meio de cooperativa, da terceirização dos serviços, o trabalho temporário,
o trabalho em tempo parcial, o trabalho por projeto, etc.

A partir da leitura dos textos informativos atrás, aponte as principais efeitos da tecnologia no
mundo do trabalho.
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Leia o texto que se segue.


Texto - Doutor Google

19
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1. Esclareça o sentido dos termos “ciberespaço” e “cibercondríaco”.


2. Tendo em conta artigo que acaba de ler, aponte as principais mudanças trazidas
pelas novas tecnologias da informação e da comunicação na área da saúde.
2.1. Registe ainda eventuais efeitos negativos.
3. Justifique o título do texto. 20

ORALIDADE – comentário de imagens

1. Comente a imagem, tendo em conta os seguintes tópicos:


a. Os planos da imagem;
b. A forma como a figura humana é representada;
c. O muro que está a ser construído (o que simboliza? Relação com o que está
para além do muro…).
d. A grua
2. Relacione os assuntos discutidos anteriormente com o contexto profissional referente à
área de formação do curso que frequenta.
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Novas formas de trabalho associadas às novas tecnologias – o teletrabalho

1. Leia os anúncios de emprego que se seguem

precisa-se de Operadores/as de Call Center


Procuro Operadores/as de Call Center para Empresa em Lisboa em regime de teletrabalho enviar 21
currículo para -@- ....

Teletrabalho
País: Portugal / Lisboa
E-mail: Email: hl.teletrabalho@gmail.com
Página na Internet:
Categoria profissional: Internet -->
Tipo de emprego: teletrabalho

Descrição
Condições:
- Ambição
- Gosto de Trabalhar por objectivos,
- Ligação à Internet,
- Horário Flexível,
- Trabalho a realizar em regime de Teletrabalho

http://emprego.trovit.pt/

2. Ambos os anúncios procuram coladores em regime de teletrabalho.


2.1. O que entende por “teletrabalho”?
2.2. Aponte as vantagens desta modalidade organização do trabalho para o empregador e
para o colaborador.
2.3. Encontra alguma desvantagem no teletrabalho?
3. Confronte as suas respostas com a leitura do texto que se segue.

TELETRABALHO: VANTAGENS E DESVANTAGENS

O mundo assiste hoje à integração e à implementação de novos meios que permitem uma
maior rapidez e eficácia na troca de informação.

O acesso a redes dentro e fora das empresas, a videoconferência em rede local a utilização
partilhada de documentos em tempo real e a redistribuição de chamadas telefónicas são
alguns exemplos destas novas tecnologias.
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A evolução das tecnologias de informação e da comunicação impõe uma redefinição do espaço


de trabalho. Hoje é mais rápido enviar um e-mail do que uma carta por correio.

Cada vez menos será o trabalhador a deslocar-se ao trabalho, e cada vez mais será o trabalho
que virá até o trabalhador.

Trabalhar a partir de casa parece ser cada vez mais a hipótese acertada numa altura em que a
22
flexibilidade se tornou num dos assuntos da ordem do dia.

O teletrabalho surge como resposta às novas necessidades do Homem. Um fenómeno em


pleno crescimento, uma consequência inevitável da Era da Informação.

O teletrabalho é uma forma alternativa e diferente de organização de trabalho. O que importa


é o que se faz e quando se faz e o local onde se faz.

No entanto, muitos são os que não se adaptam a este tipo de trabalho, por isso, pondere de
forma consciente e racional o que realmente quer fazer.

Vantagens de trabalhar a partir de casa:

o Diminuição do stress;
o Aumento do bem-estar;
o Maior disponibilidade para a família;
o Não terá de procurar lugar de estacionamento;
o Diminuição de despesas;
o Possibilidade de ser o seu próprio patrão;
o É possível trabalhar sem interrupções;
o Pode controlar o seu ritmo de trabalho;
o Fica com mais tempo livre;

Desvantagens de fazer da sua casa o local de trabalho:

o Não tem colegas de trabalho;


o Dificuldade em separar a vida profissional da vida pessoal;
o Poderá não ser levada a sério;
o Falta de metodologia;
o Poderá vir a ter dificuldade em adaptar-se num novo emprego se deixar de trabalhar
em casa;
In: http://expressoemprego.pt/carreiras/teletrabalho--vantagens-e-desvantagens/4711 (02/12/13)

ORALIDADE – COMENTÁRIO
Comente a afirmação que se segue:
“ Paulatinamente, a tecnologia substituirá definitivamente o papel.”
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Texto - A SOBREVIVÊNCIA DO PAPEL

23
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1.1. Para cada um dos itens que se seguem, escolha a alínea que corresponde à
opção correta, de acordo com o sentido do texto.
1.2. Através do recurso à repetição da conjugação subordinativa “quando”, nas
linhas 3 a 6, o autor pretende:
a. conferir ao seu texto um tom mais literário; 24
b. salientar exemplos que ilustrem a afirmação que fez anteriormente;
c. evidenciar a importância do papel no nosso dia a dia.
3.1. A expressão “Na realidade” (l.7) é usada para:
a. insistir nas ideias já expostas;
b. chamar a atenção do leitor para o que se passa à sua volta;
c. mostrar a diferença entre aquilo que se pensa e aquilo que acontece.

3.2. Na frase “O caso do papel é um dos mais curiosos.” (l.11), o adjetivo refere-se:
a. ao facto de o papel ser um objeto raro e interessante;
b. à curiosidade que o papel suscita nos seus utilizadores;
c. à estranheza que o autor revela pelo facto de o fim anunciado do papel não
se ter concretizado.
3.3. No excerto “mas depois imprime os rascunhos, revê-os, discute-os e anota-os”
(l.25-26), o pronome pessoal (destacado a negrito) é usado para:
a. evitar a repetição do seu antecedente “rascunhos”;
b. tornar mais evidente a importância dos rascunhos;
c. evitar a repetição do nome “documentos”.

3.4. A expressão “ler em diagonal”(l.33) significa:


a. observar com toda a atenção os pormenores de um texto;
b. ler um texto pelo prazer de leitura;
c. procurar as principais informações de um texto, através de uma leitura
rápida.
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3.5. No penúltimo parágrafo do texto (ll. 29 – 35), as expressões “começamos


por…”, “Depois…” e “Finalmente…” são marcadores discursivos ou
articuladores do discurso que:
a. evidenciam ideias alternativas;
b. organizam as ideias por ordem sequencial; 25
c. indicam uma condição.

1. Empreendedores: todos os dias, uma corrida de obstáculos

Não é nada fácil iniciar um negócio em Portugal. É preciso muita garra, dinheiro, perseverança
e paciência. As dificuldades, pela voz dos próprios:

(…) Nuno Carvalho, d'A Padaria Portuguesa, em Lisboa, resume bem o sentimento: «Acordo de
manhã preparado para correr uma corrida de obstáculos».
A cada dia que passa, são cada vez maiores. «A curva de aprendizagem não diminui, o que
diminui é o nível de stress». Entende que as instituições públicas não estão preparadas para
facilitar a vida a um empreendedor. «E eu até me sinto relativamente bem preparado. Sou
licenciado em gestão (...)». Mesmo assim, é difícil.
E nem a financiamento bancário tentou recorrer. Tem consciência que se se tivesse metido
nisso, o processo seria ainda mais complicado. [A dificuldade no dia-a-dia] começa logo com os
organismos públicos, com a burocracia, mas também com a falta de compromisso das
empresas e fornecedores. (…) «Durante o primeiro ano apercebemo-nos de que as empresas
em Portugal têm uma entrega marcada para o dia x, mas a empresa só chega dois dias depois
e com metade das coisas trocadas».
Concluindo, «é de facto muito difícil montar negócios em Portugal». «É uma loucura», reforça.
Seja por causa disso, seja pela carga burocrática e, claro, «pelo nível de fiscalidade
absolutamente inviável para a maior parte das empresas.

(…) Ana Rita Fernandes, da Guesthouse Sweet Lisbon River, que fica (…) na capital, diz que ser
empreendedor em Portugal não é fácil. «Fala-se muito de empreendedorismo, é tudo muito
engraçado, mas não se faz com o ar».
«Tentámos recorrer a financiamento estatal e não conseguimos nem um. Existem
variadíssimos apoios e linhas de crédito, mas na sua maioria quase exclusivamente viradas
para a tecnologia». E, muitas vezes, «o que há é para investidores que já existem, não é para
jovens empreendedores, que queiram começar um negócio». (…)
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Em Portugal, para ser empreendedor, «é preciso ter dinheiro, para além da iniciativa, e é
preciso ter disponibilidade de trabalho», conclui.

(…) Graça Martins, da Bainha de Copas, sente sobretudo dificuldade em se informar,


nomeadamente no que toca a questões fiscais. Um furacão de ideias, Graça teve logo outra
quando conversámos: «Devia existir um portal com todas as dicas para empreendedores, com 26
agregação de informação e lista de contactos».
«Devia haver qualquer coisa deste género, low cost. Uma espécie de balcão do empreendedor,
antes da empresa na hora.»

TVI24 (02-02-2013)
http://www.tvi24.iol.pt/iol-push---economia/empreendedores-empreendedorismo-dossie-empreendedorismo-burocracia-
impostos-negocios/1415141-6469.html

2. Empreendedores: o ADN do sucesso


Dicas de ouro sugeridas por quem se lançou em novos desafios e singrou no mercado

Primeiro que tudo, 150% de motivação. (…) «Começa-se com uma paixão». «Quando alguém
se quer lançar numa ideia, tem de ser alguma coisa com a qual nos identifiquemos a 150%, no
mínimo. (…) Conselho de Graça Martins, estratega de marca, Bainha de Copas nos tempos
livres. (…)
Susana Albiero, do projeto O Meu Monstrinho, defende também que é preciso gostar mesmo
da ideia, mas entende também que é importante experimentar muitas coisas. Caso contrário,
não saberemos se encaixaria ou não em nós. «Eu não sabia costurar, nem sabia que ia fazer
bonecos. Muito antes de fazer bonecos já tinha feito outras coisas. É tentar sempre, até
encontrar. Não é ficando em casa que vai encontrar o que gosta de fazer. (…) Só
experimentando é que vai saber».

Ponto número dois: «Não achar que se consegue fazer as coisas sozinho e testar muito com as
pessoas em quem confiamos, ou por afinidades ou por total antagonismo. Testando, testando
e falar da ideia. Às vezes há muito aquela coisa de não vou falar desta ideia. Vou guardá-la,
porque senão alguém ma apanha. Não apanham, a ideia tem muito daquilo que é a nossa
personalidade, a nossa essência», acredita Graça.
Tenha, por isso, um núcleo duro de pessoas a quem sabe que pode recorrer. É sempre melhor
ter mais cabeças a pensar do que apenas uma. (…)
«Cometemos às vezes o erro de querer ter oferta muito variada, para chegar a toda a gente e
isso é um erro, porque depois não há focagem e definição clara do alvo», adverte o
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responsável pelo franchising da NATA Lisboa, um negócio que já estava no «forno» antes de o
ministro da economia ter lançado o repto. (…)

Ponto número três: não se lance numa ideia sem perceber nada do assunto. Quando Nuno
Carvalho começou a pensar n'A Padaria Portuguesa, o ramo não lhe era completamente
desconhecido porque trabalhava há 10 anos na Jerónimo Martins. 27
Mas foi preciso um «longo trabalho de pesquisa, durante um ano e meio», que passou por ler
livros, falar com padeiros e pasteleiros, conhecer as matérias-primas e os tipos de cozedura de
pão, ir a feiras nacionais e procurar conceitos semelhantes lá fora. Perceber no que se estava a
meter e desenvolver competências.

Ponto número quatro - a ambição. «Uma empresa, nos dias de hoje, que não tenha como
pretensão crescer é uma empresa que rapidamente definha». Faça um plano de negócios.
Quando já tiver o negócio montado e se ele, como é expectável, for crescendo, acompanhe de
perto a máquina a funcionar. (…)

TVI24 (2013-02-02)
http://www.tvi24.iol.pt/iol-push---economia/empreendedores-empreendedorismo-dossie-empreendedorismo-burocracia-
impostos-negocios

3. Senhor empreendedor, já ouviu falar em plano de negócios?

Senhor potencial empreendedor, para além da sua ideia parecer espetacular, é preciso que ela
faça sentido. Já ouviu falar em Plano de Negócios? Explicamos-lhe o que é e porque é que é
tão importante para quem queira lançar um negócio - leia-se, um negócio sustentável, que
ande cá por muitos anos.
O Plano de Negócios (…) é um documento formal que responde a um conjunto de questões,
que podem ser formuladas pelo próprio e/ou por outras pessoas. Não existe um formato
padrão, mas todos visam responder ao mesmo.
No fundo, é o documento onde desenvolvemos a nossa ideia de negócio, o que vamos vender,
por que preço, etc. (…)
Exemplifiquemos, com as perguntas a que deve responder:

NEGÓCIO: Qual o negócio? Em que consiste? Qual o produto/serviço? É diferenciador? Como


o produzir? Quem é o cliente?
EQUIPA: Qual a equipa envolvida? Que qualificações e competências deve ter?
MERCADO: Qual o mercado? Quem vai comprar? Como se chega aos clientes? Quem são os
fornecedores? Por que é que os clientes irão preferir os nossos produtos/serviços face à
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concorrência? Como se chega a eles? Como fidelizar a clientela? Qual a nossa fonte de
vantagem competitiva?
RESULTADOS: O negócio é lucrativo? Qual a rendibilidade dos promotores? Quando é que
investidores serão reembolsados?

Surpreendido? Pensar em resultados ainda antes de o negócio começar? Pois claro. É preciso 28
definir metas e perceber a eficácia provável do projeto quando for implementado. Para não se
atirar em vão. Muitas vezes, o problema do seu negócio pode não ser tanto de cariz
burocrático. Começa logo por ter de perceber se a ideia é boa ou má. Esse é o primeiro passo.
E é o passo crucial.
É certo que, por muito bem feito que esteja o plano de negócios, a prática não vai ser igual à
teoria, mas ajuda a aproximar-se do que está definido, preto no branco.
É um documento de orientação, que obriga os promotores a pensar sobre todos os
pressupostos assumidos, sem exceção. Por exemplo, a definição do preço pode ser a garantia
do sucesso do produto ou do seu total fracasso.
Depois, permite definir metas e compará-las com os resultados reais, reorientando, se
necessário a estratégia da empresa. Finalmente, é um documento importante para mostrar a
parceiros, investidores, colaboradores, clientes ou fornecedores, porque apresenta as
vantagens do negócio. Dá a «cara» pela sua ideia. Convencido?

TVI24 (2013-02-04)
http://www.tvi24.iol.pt/iol-push---economia/empreendedorismo-plano-de-negocios-empreendedores-dossie-
empreendedorismo-negocios-trabalho/1415258-6469.html

4. Empreendedorismo. Lições que podem ser retiradas do insucesso

Falhar. Errar. Enganar. Todos estes verbos são comuns no dia-a-dia dos empreendedores e das
empresas por mais difícil que seja admiti-lo.
O falhar é especialmente comum na vida dos empreendedores. Ser um empreendedor é
percorrer novos percursos, o que é feito à base de muitas desilusões, embaraços e falhanços.
Pode o falhanço ser algo bom? O guru do empreendedorismo Robert Sofia acredita que sim. E
conta a sua história à Forbes. Quando abriu um negócio pela primeira vez, Sofia fechou as
portas após 14 meses devido às fracas receitas.
No seu segundo projeto, três meses após o seu início, o guru conta que o site ainda “não tinha
sido lançado e já nós estávamos sem dinheiro. Nesta ocasião, teria sido fácil desistir mas estou
feliz por não o termos feito". Em seis meses, a empresa estava livre de dívidas e tinha dinheiro
suficiente para continuar a desenvolver-se. No espaço de 12 meses, a empresa estava a dar
lucro e aumentou a sua capacidade para o triplo.
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Formador:

O falhanço educa
Se quer saber mesmo do que é que é feito, analise como é que lida com os erros. Se o erro é
seu, tenta desculpar-se ou reclama-o como seu? Se o falhanço deveu-se a um colega ou a um
subordinado, utiliza-o como uma oportunidade ou descompõe quem errou? Após qualquer
falhanço, tire algum tempo para investigar o que aconteceu. 29
Questione-se que erros foram feitos e que lições podem ser aprendidas. No mundo dos
negócios, poucas coisas são perfeitas, e ninguém é completo a 100%. Os falhanços são uma
oportunidade perfeita para realinhar as prioridades e estabelecer uma direção clara.

Dinheiro Vivo (15/03/2012)


http://www.dinheirovivo.pt/Guru/Artigo/CIECO038301.html

APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA

Aprendizagem formal - ocorre num contexto organizado e estruturado; atividades planeadas e


orientadas para a aprendizagem, que é intencional e objecto de um reconhecimento formal
(diplomas, certificados, etc.)

Aprendizagem não-formal - ocorre num contexto estruturado, com atividades planeadas, mas não
explicitamente designadas como aprendizagem; existe intencionalidade mas nem sempre atestação;

Aprendizagem informal - ocorre em situações não estruturadas e nem sempre é intencional; resulta
de atividades do quotidiano; não é reconhecida.

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