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Ao México, Com Carinho
Ao México, Com Carinho
Faça o que quiser comigo, mas não me interrompa enquanto o teco-teco estiver
trabalhando. “Teco-teco! Está na hora de afogar o golfinho; espancar o macaco;
descabelar o palhaço; agasalhar o patê!”, não querendo dar uma de falso
moralista, mas… olha, quem não brinca com o seu teco-teco, gente boa não é.
Essa minha enxaqueca, então, pode ter sido causada por um nódulo cerebral em
estágio primeiro, a luz do Sol batendo na minha testa ou uma raiva por não ter
gozado. Não vou ao médico para não quebrar minha rotina de reclusão. Coitado
dos meus vizinhos que aturam um recluso. Aposto como a vizinhança do João
Gilberto sentia nojo dele. Ao menos o Seu Gilberto fez seu nome na história. A
garotada gosta mesmo é de barulho e discussão familiar. Não me surpreenderia se
o senhorio não soubesse meu nome. É João.
Não gosto daqueles que não me chamam pelo nome mesmo dividindo parte do
seu tempo próximos a mim. Por exemplo um companheiro de faculdade. Qualquer
tipo de “fulano, mocinho, rapaz, carinha, menó, bichinho...” já me deixa puto. E
sim, a enxaqueca retorna com força. Pode parecer prepotente o “meu nome é
João, não (carinha)”, mas é uma questão de honra. Sim, uma honra boboca já que
meu nome está sujo. Ninguém liga, porra! Pessoas com enxaqueca têm fetiche em
atormentar a ira.