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Quarta Temporada Soul

Rebel

Capítulos 03 e 04
Capítulo 3 ­ Paranoia

POV Justin

Eu não estava ficando louco, não estava vendo coisas ou tendo alucinações causadas
por alguma substância química, fazia muito tempo que não usava nada e maconha?
Maconha já nem fazia mais efeito, usava pra não perder o costume de puxar, segurar e
soltar. Mas eu tinha plena certeza de que havia alguém no jardim, não era como se o
vento estivesse balançando as folhas, era como se pés estivessem amassando meu
gramado, mesmo se fosse o neurótico do meu vizinho, ele não seria tão cauteloso em
ultrapassar os limites de minha residência para checar a marca da minha grama.

Cassidy estava revoltada comigo, mas não pude deixar de vestir um sapato, pegar uma
lanterna e ir checar o que havia de errado no jardim, talvez eu não encontrasse nada,
pois já fazia certo tempo desde que tinha ouvido os passos, mas se só visse qualquer
pegada, eu iria tomar providência e minar o jardim todinho com bombas. Além das
luminárias da rua, minha lanterna me auxiliava, pensei que fosse o único acordado, na
rua à aquela hora, mas me assustei ao ser surpreendido por Daylo.

­ Acordado à uma hora dessas, o que se passa, senhor Bieber? – se estivesse armado
ele provavelmente estaria com uma prata alojada no corpo, velho idiota. Respirei fundo
e procurei sorrir.

­ Estou brincando de pique esconde com minha mulher. – fui o mais irônico possível.

­ Oh. – ele tapou a boca, soltando uma risadinha estúpida. – Senhor Bieber, cuidado
para não acordar as crianças.

­ E você cuidado pra não perder os olhos, curioso morre cedo. – entrei sem me
despedir, bati a porta com força e depois me lembrei de que todos na casa já estavam
dormindo.

Sim, era suspeito Daylo estar na rua à uma hora daquelas, mas aquele velho tinha
aquilo como profissão, ele sabia a vida de todos e sempre estava de orelha em pé, mas
só investigava o que para ele era viável, ou seja, se houvesse um estranho no meu
jardim para ele não era importante, então nem faria sentido o velho gaga ser
interrogado. Mais uma vez fiz uma listagem em minha mente de quem poderia se
interessar em invadir meu jardim e ninguém em evidência apareceu. “Marconny, você
não descansa nem no inferno?” pensei. A verdade é que minha vida era parada demais
em relação ao passado, tudo o que fiz e o que faço hoje eram muito distintos, eu sentia
falta, meu corpo sentia necessidade de ter adrenalina, mas eu não tinha mais idade, ou
melhor, Cassidy queria viver uma vida pacata e nem que se fosse só para manter as
aparências eu dei isso a ela, mas dentro de mim Justin Bieber não tinha morrido e eu
também não havia posto meu antigo eu pra descansar, eu só brincava de noite e em
lugares onde não seria reconhecido e de dia? De dia era chefe de família, o marido que
minha mulher sempre quis ter e o herói dos meus filhos.

Não consegui dormir, não conseguia pregar o olho com aquela porra toda me
atormentando, acabei cochilando no sofá e acordei assustado com Cassidy descendo
as escadas. Era incrível como ela não mudava, sempre tinha aquele rostinho de menina
inocente, mas só Deus sabe o que se passa na mente, os anos passavam e eu não me
cansava de admirá­la e entender que ela havia sido a única escolha certa da minha
vida.

­ Me trocou por um sofá? – ela segurava uma garrafinha de água, os cabelos presos em
um rabo de cavalo e uma roupa justa que preferi não analisar muito, pois se ficasse
olhando muito ela ficaria trancada em casa.
­ Não foi proposital. – mexi meu corpo e minha lombar estava dolorida. – Fiquei aqui
pensando e não conseguia dormir, quando vi, cochilei aqui, mas pelo visto você não
sentiu minha falta. – ela deu de ombros.

­ Pensei que você estava tomando um chá com a pessoa do jardim. – ela deu as costas
indo em direção à cozinha, cínica do caralho.

­ Vai correr?

­ Vou. – ela disse, entre dentes.

­ Mas antes dá tempo pra… – coloquei as mãos na cintura dela, a abraçando por trás
enquanto ela abria a geladeira trocando a garrafinha.

­ Pra nada. – ela desviou de meus braços. – Não toca em mim que eu estou revoltada
com você. – não pude deixar de rir.

­ Tudo bem. – cruzei os braços, encostando­ me a pia. – Irei arrumar outra pra abraçar e
você não reclama, pois quem mandou não te tocar foi você.

­ Você acha que tá com toda essa bola, tiozão? Sonha, Bieber. Você não é tudo isso.

­ Não duvida de mim, não dúvida porque você sabe que no final chora e eu não me
importo nem um pouco em te provar minha capacidade. – ela arqueou a sobrancelha.

­ Você é um ridículo!

­ E você me ama. – puxei o braço dela com força, a fazendo derrubar a garrafinha de
água no chão, chocando o corpo dela contra o meu, fazendo aqueles grandes olhos e
aqueles lábios carnudos tremerem. – Por céus, Cassidy. – não me segurei, começando
a rir. – Você não muda, um toque e você fica louquinha.

­ Louquinha pra acabar com sua raça, seu filho da puta. – não estava na defensiva e a
desgraçada, sem dó em nem piedade me acertou diretamente nas bolas, eu vi meus
filhos que ainda teria tudo morrendo, a dor foi tão forte que não tive tempo para xinga­la.
Me agarrei na pia, sentindo meu corpo se contorcer e meus olhos lacrimejarem.

­ Caissy. – eu sentia o oxigênio faltar. – Você acabou com a esquerda e a direita nunca
mais vai ser a mesma. – resmunguei, sentindo meu corpo voltar ao normal.

­ Vacilou. – ela sorriu. – Tomou nas bolas e limpa a bagunça da cozinha, porque não
sou sua escrava.

­ Filha da puta. – xinguei, antes que ela abandonasse o cômodo.

POV Caissy
Quando voltei, Justin e as crianças estavam de saída e como eu havia mandado a
cozinha estava limpa. Minha raiva já havia se esvaído e desta vez quem estava raivoso
era ele, passou por mim como um furacão, sem nem ao menos se despedir, fingi não
me importar, mas depois que ele saiu fiquei pensando no que ele aprontaria pra se
vingar de mim, uma noite fora de casa? Uma semana sem falar comigo? Me tratar mal?
A verdade é que nunca sei o que ele estava pensando, mas sabia que ele estava
nervoso. Fiz algumas coisas e dei alguns telefonemas e perto de chegar a hora do
almoço, entrei um tempo livre. Justin e eu ainda não havíamos feito às pazes, ou
melhor, eu estava com medo do que ele aprontaria.

Me arrumei, em torno de vinte, vinte cinco minutos, nada demorado, meus cabelos
estavam soltos, com as pontas enroladas. O dia estava iluminado, mas o vento era forte
e gelado, Julie adorava quando via o sol assim, já eu não gostava de meio termo, ou era
frio, ou calor, os dois juntos não faziam sentido algum. Por sorte, antes de sair de casa
o telefone começou a tocar, pude atender e ainda bem que ainda estava em casa.

­ Alô?!

­ Caissy?! – era a calma e serena voz de Pattie.

­ Oi. – disse, dando dois passos com o aparelho grudado em meu ouvido.

­ Está tudo bem, e minhas crianças?

­ Está sim e por ai?

­ Tudo ótimo, o que vão fazer a noite?

­ Nada de especial.

­ Então, venham jantar aqui. Não aceito não como resposta, estou à espera, não se
atrasem. – ela não me deu tempo para responder e quando fui dizer algo, só ouvia o
telefone ocupado e mais ninguém do outro lado.

­ Merda! A Pattie não muda.

Peguei minhas coisas e o computador de Julie, ela não suportaria ficar na casa da vó
sem aquele treco, mesmo tendo a Jazzy pra conversar, ela não vivia sem aquele
negócio.

POV Justin

Trabalhar com Jeremy era moleza, difícil era acompanhar o ritmo dele. Meu pai tinha
mania de jogar a porra toda nas minhas costas dando à boa e velha desculpa de que eu
sou melhor nisso do que ele. Já fazia um tempo que estava fechando uns contratos
online, quando ele cruzou a porta sem ao menos anunciar sua chegada.

­ Você viu o que está acontecendo?

­ Vi. – suspirei soltando a caneta na mesa. – Você entrou na minha sala sem bater na
porra da porta.

­ O mercado está investindo nos bens imobiliários. – ele ignorou o que eu havia dito. –
Agora até mendigo consegue comprar um imóvel.

­ Bom pra eles, o governo cansou de acumular capital…

­ Você não entende.

­ Entende o que, porra? Eu não me importo com o que está acontecendo no mercado.
Jeremy, essas paradas todas não me despertam nem um pouco de curiosidade, você
sabe do que eu gosto e o que me interessa, então. – dei de ombros. – Procure o Chaz
pra conversa sobre ações, eu não gosto dessas paradas.

­ Como dizem lá fora. – ele suspirou. – Você não fodeu hoje. – o olhei com ódio.

­ Cassidy passa dos limites.

­ Mulheres são sempre iguais.

­ Senhor. – tem uma chamada de Atlanta na espera. A secretária disse, sem entrar na
sala, Jeremy me olhou por um tempo e seus olhos expressavam algumas advertências,
revirei os olhos e abanei a mão para que ele saísse. Atendi ao telefone, presumindo
quem estava do outro lado.

­ Fala, chefe. ­ Jaden disse, empolgado, quase gritando. ­ E ai? O que é que tá
pegando?

­ Pegando? – quase ri. ­ Aqui nunca pega nada… E ai? ­ ele riu.

­ Aqui é o fluxo, patrão. Atlanta nunca para, mas você sabe. Sabe que ainda é uma
lenda aqui e vários pivetes se dizem ser JUSTIN BIEBER.

­ Vários pivetes? Ficaram de palhaçada com meu nome? Você está deixando sujarem
meu nome?

­ Claro que não, mas digamos que você se tornou um ídolo?!

­ Ídolo de cu é rola, Jaden. Ralei pra ser quem eu fui, não quero nenhum bostinha se
inspirando em mim…
­ Mr. Dereck. ­ a secretária invadiu a sala sem pedir permissão e aquilo me irritava,
aquela puta nunca batia na porta. A olhei feio e ela respirou fundo. ­ A sua esposa
está…

­ Só um minuto. ­ disse, a Jaden. ­ Você tem quantos filhos mesmo?

­ Um. ­ ela respondeu acuada.

­ Certo, e você gosta do seu emprego ou só está aqui para tirar a porra do meu sério? ­
quase gritei, mas me controlei, essa era uma das coisas que tentava fazer, me
controlar, me controlar para não magoar a Caissy.

­ Só queria dizer que a esposa do senhor está na recepção. ­ ela disse rápido e depois
tomou uma grande rajada de fôlego, soltando um ronco pelo nariz.

Fechei os olhos e agradeci mentalmente por ter uma secretária doente, talvez se ela
não tivesse entrado na sala seria a Caissy e eu não a queria me vendo tendo um papo
com Jaden, ela iria fazer muitas perguntas e quando Cassidy faz muitas perguntas ela
sempre descobre algo que não é para saber…

­ Mande ela entrar. – não me despedi de Jaden, apenas coloquei o telefone no gancho,
enquanto a secretária saia apressada de minha sala.

As pessoas eram curiosas, costumavam tentar entender de onde era a fonte do meu
dinheiro, a imobiliária era só uma lavagem, tudo o que tinha ganhado no passado investi
naquela merda. Eu sentia falta dos meus carros, da minha casa grande, da vida que
vivia, mas para não me tornar suspeito tive que reduzir tudo. Vivíamos em função dos
lucros da imobiliária, eu extrapolava um pouco quando o preço do imóvel subia, tinha
muita grana em cofres, mas não era sempre que abria meus cofres a não ser para
abastecê­los.

­ Oi. – Cassidy, surgiu na porta, com um sorriso estampado no rosto nem parecia
àquela fera que estava de manhã na cozinha de casa. – Tem um tempo pra mim? – ela
encarou o relógio. Ela estava sem salto e aquilo a deixava anã adorava ver ela daquele
jeito. Um metro e cinquenta e oito muito bem distribuído, com belas curvar, minha
mulher.

­ Achei que ainda estivesse brava comigo. – voltei minha atenção para as pastas.

­ Já passou. – ela jogou a bolsa em cima do sofá, seguindo até a mesa. – Senti
saudade e decidi vir te ver.

­ Hm.
­ Justin. – ela bufou. – Não me ignora, vamos vai. Depois passamos na escola das
crianças e vamos direto pra sua mãe.

­ Não é meu dia de folga, Cassidy.

­ Eu sei, mas você é o chefe e sua mulher está pedindo um pouco de atenção. Vai me
negar isso?

­ Não sei. – ela estava ficando irritada.

­ Tudo bem, depois não…

­ Você é chata pra caralho!

­ Eu sei. – ela deu uma risadinha vitoriosa, vendo eu me levantar da cadeira, pegando
meu paletó.

­ Seu carro tá ai? – ela assentiu. – Cadê as chaves?

­ Pra que?

­ Me dê à porra das chaves, Cassidy. – ela revirou os olhos, me entregou a chave e saiu
da sala me deixando pra trás. Depois de ajeitar minha roupa, sai da sala indo atrás dela,
mas não sem antes dar um aviso a secretária. – Se alguém me procurar anota o recado,
manda alguém levar o carro da Cassidy pra casa e deixar as chaves dentro da caixa de
correio. – avisei e sai andando, sem deixar a velha dizer algo.

POV Caissy

Justin estava irritado e nossa tarde foi uma merda. Eu estava me controlando para não
xinga­lo, mas depois que ele teve uma mini discussão com o manobrista do restaurante
em que comemos perdi totalmente a paciência, doente! Buscamos as crianças e fomos
direto pra casa da mãe dele, mas nem assim ele melhorava o estado de humor. Pelo
contrário, depois que chegamos à casa de Pattie as coisas pioraram.

Claire, Pattie e eu estávamos na cozinha, enquanto Julie e Jazzy faziam algo no


computador. As duas riam sem parar despertando nossa curiosidade, mas Julie nunca
me contaria sobre o que era, já Jazzy…

­ A Julie é afim de um garoto e ele tem nome de cachorro. – Jazzy se contorcia de rir,
deixando Julie sem graça. Era incrível como que o passar do tempo ela tinha ficado tão
diferente de Justin. Os sorrisos eram semelhantes, mas a única pessoa literalmente
idêntica a Justin era o Jaxon, ele era xerox do irmão, todas as vezes que olhava para
ele via Justin e eu em nosso início.
­ É mentira, vó. – Julie esbravejou. – Eu não sou afim de ninguém, só achei ele bonito. –
Jazzy eu não tenho idade pra isso.

­ Não? – Jazzy debochou, ainda rindo. – Sua mãe engravidou quase com sua idade e
você quer me dizer que não tem idade para ser afim de alguém? – um silêncio se
instalou, mas durou por pouco tempo, pois Claire começou a gargalhar.

­ Estão falando do que? – Jaxon, entrou na cozinha, escondido atrás de um capuz.


Dando um beijo em minha bochecha, logo em seguida um abraço.

­ Estamos falando do menino que Julie gosta. – ele riu, mas não disse mais nada. Julie
estava parecendo que iria explodir de tão vermelha que estava.

Jaxon subiu e depois de um tempo notei que Justin tinha ido atrás do irmão, os dois
tinham muitos assuntos e segredos. Depois que Jaxon cresceu, Justin o tratava
diferente, Julie e ele não eram mais tão próximos, o tempo e a idade dos dois os
distanciaram, Julie ainda era uma menina e Jaxon estava na puberdade e seu irmão era
Justin Bieber….

Antes de servimos o Jantar, Ryan e Caams chegaram. Eu me sentia protegida, mais do


que o normal quando estávamos todos reunidos, era incrível, mas Justin? Ele ainda
estava estranho e irritado demais.

­ Tio Ryan depois você me manda aquela música? Não consegui copiar no meu pen
drive.

­ Dez dólares, Julie.

­ Meu pai paga. – ela disse, rindo.

­ Vamos? – Justin pediu. – Amanhã vocês tem escola.

­ Pai amanhã eu posso ficar na imobiliária pra poder pegar as músicas com o tio Ryan?

­ Amanhã Julie, amanhã você arruma essas coisas. – Justin estava tão irritado que eu
não estava o reconhecendo.

Era explicito em seu tom de voz que tinha algo errado, mas eu não sabia o que. Julie
ficava tentando dar voltas até chegar onde ela queria, mas Justin nunca deixava ela
ficar na casa de Pattie para dormir. Ele tinha receio, não confiava de forma alguma em
Jaxon. Quando os dois eram pequenos foram muito ligados, depois que cresceram os
laços foram rompidos e Julie e Jaxon já nem eram tão próximos assim. Jaxon havia
arrumado uma turma pra andar e Julie ficou presa no mundo perfeito dela.

­ Caissy?
­ Sim. – respondi, chacoalhando a cabeça.

­ Vamos?

­ Só estou esperando por vocês.

Jason não precisava nem pedir, todas as vezes que íamos para a casa da vó ele ficava
pra dormir. Despedi­me de todo mundo, mas Justin foi direto pro carro sem ao menos
dar tchau, eu estava envergonhada, mas todos o conheciam e sabiam muito bem quem
e como ele era. Entrei no carro e Julie estava em silêncio, assim como Justin. Ele deu
partida e foi em direção de casa sem dizer um pio.

­ Olha isso. – Julie disse, empolgada colando o rosto na janela.

Senti meu sangue ferver e lembranças do passado invadirem minha mente, me


trazendo sentimentos bons, ver aquelas pessoas curtindo e dançando me fez remeter
minha juventude e tudo o que vive.

­ Encosta no banco Julie. – Justin ordenou, travando todas as portas e fechando todos
os vidros.

­ Eu só estou olhando.

­ Encosta. No. Banco. Julie.

­ Querido…

Não consegui continuar, senti meu corpo ser lançado para frente e graças ao sinto de
segurança não aconteceu coisa pior. Justin acelerava o carro dando cavalinhos de pau
pela rua, eu não estava entendendo nada. Enterrei minhas mãos no banco, sentindo
meu coração ir à garganta e voltar, mas que diabos ele estava fazendo?

­ Justin vai devagar. – pedi nervosa, mas ele estava com os olhos vidrados na estrada e
as mãos firmes no volante. – Justin! – gritei o fazendo dar uma freada brusca, parando o
carro imediatamente.

Ele abaixou a cabeça, com a respiração pesada, me deixando preocupada.

­ O que foi isso? – perguntei, ainda descompensada.

­ Estava testando os cavalos do carro. – ele sorriu nervoso, se virando para trás. –
Quando eu te mandar encostar­se ao banco dona Julie, é pra você fazer o que estou
mandando.

­ Pai. – a encarei através do retrovisor. – Mãe eu preciso vomitar.


Foi só o tempo de Justin destravar as portas e Julie saiu correndo, se dirigindo ao
canteiro central, indo vomitar. Abri a porta do carro, irritada, indo acudi­la. Ela colocava
todo o jantar pra fora e Justin não moveu a porra da bunda para ir pelo menos saber se
a menina estava bem. Chegamos em casa e eu ajudei Julie a se medicar, logo em
seguida ela pegou no sono. E aquela era uma boa hora para Justin e eu conversámos.

Desci as escadas batendo o pé e ele estava estirado no sofá, assistindo NBA. Peguei o
controle de cima do sofá e desliguei a TV, sem me importar se ele me odiaria. Ele iria
me ouvir.

­ Eu estou assistindo. – ele disse, controlando o tom de voz.

­ Eu não me importo!

­ Perfeito. – ele passou a mão no rosto, soltando o ar de forma pesada. – O que você
quer?

­ Justin o que foi aquilo? Você nunca fez aquele tipo de coisa, por quê? O que houve?

­ Já disse. – ele bufou. – Estava testando os cavalos do carro.

­ E eu sou idiota?

­ Sempre te disse.

­ Justin. – gritei, histérica. – Não me enrola, o que foi aquilo no carro? – eu o conhecia,
sabia que ele estava me escondendo algo.

Mais uma vez ele bufou, endireitando o corpo no sofá, apoiando os cotovelos nos
joelhos, ficando de forma curvada.

­ Estávamos sendo seguidos. Desde o restaurante tinha um carro prata na minha cola. –
abri a boca um pouco chocada.

Eu não havia percebido nada, o caminho inteiro eu não tinha visto o tal carro prata e
muito pior senti vigiada por alguém. Justin estava ficando paranoico com aquela história
de perseguição e aquilo estava me assustando.

Capítulo 4 ­ We Need A Trip!

Sua mente irá projetar diversas verdades e modos para sair de uma situação
inconsequente, mas você nunca saberá em que acreditar e o que fazer, essa é a
famosa e típica confusão mental. Seu estado caótico é tão intenso que seu cérebro
pode dar uma pane, não precisamos ir tão longe, mas é viável que seu sistema nervoso
fique desestruturado. É possível que seu corpo não reaja bem a situações como essa, e
uma pane interna é instalada, tudo o que você tem que fazer é se libertar, mas como?
Quando? Onde? Não é possível mudar algo que já está feito, mas é possível mudar o
futuro.

Depois de despejar aquelas coisas em cima de mim, Justin sumiu nas escadas me
dando as costas como se tivéssemos finalizado a conversa, mas não. Eu ainda não
havia aniquilado minhas dúvidas, não tinha entendido o porque de ter pessoas nos
seguindo e como eu não havia percebido? O que de fato estava acontecendo ao redor
da minha família que eu cega não conseguia notar? Subi as escadas correndo e quando
abri a porta do quarto com certa brutalidade… Tarde demais, Justin já estava dentro do
banheiro, era possível ouvir o barulho da água chegando ao chão e suas roupas no
chão perto da porta denunciavam que ele estava mesmo fugindo de mim. Tinha a
certeza de que ele demoraria horas no banho para se ver livre de mim e de minhas
perguntas. Bieber covarde!

Vesti meu pijama e puxei os lençóis, apossando meu lado esquerdo na cama. Ele não
falaria mais nem uma palavra sobre o assunto eu o conhecia, sabia de todos os seus
defeitos e qualidades e se tem uma coisa que Justin Bieber faz quando dá se um
assunto por encerrado é não voltar a citá­lo. Apaguei o abajur ao meu lado, disposta a
pegar no sono, mesmo não conseguindo, tentei. Me virei diversas vezes na cama e
depois de mais ou menos uma hora senti o lado oposto do colchão afundar e uma
respiração pesada e uns lábios molhados roçarem meu ombro desnudo pela alça do
pijama. Senti os calafrios me atingirem, a noite não estava tão fria, mas o fato de ter
Justin tão próximo fazia com que meu corpo agisse rápido, ele depositou um beijo em
meu pescoço após soltar uma risadinha, baixa e nasalada ao perceber que eu ainda
estava acordada.

­ Achei que já estivesse dormindo. ­ rolei meu corpo na cama, ficando de frente para
ele, encarando seus lindos olhos castanhos.

Justin sustentou meu olhar por um tempo depois bufou impaciente, coçando a cabeça
de um jeito preocupado. Aquele olhar sério e aqueles lábios entre abertos diziam muitas
coisas, mas ao mesmo tempo não diziam nada. Completa confusão.

­ Porra, Cassidy! Não, não adianta me olhar com esses olhos grandes, não direi nem
mais uma palavra até ter certeza do que penso.

­ E o que você pensa? ­ ele bufou impaciente.

­ Cassidy…
­ Justin. ­ me sentei na cama colocando algumas mechas de meu cabelo para trás da
orelha. ­ Eu quero entender, quero saber o que está acontecendo, não me esconda
nada. Me conte o que pensa.

­ Você não precisa entender algo que não é da sua conta.

­ Por céus! ­ alterei meu tom de voz. ­ Como não é de minha conta? Minha filha estava
naquele carro, você estava naquele carro… Como pode dizer isso?

­ Querida. ­ ele sorriu e eu odiava quando ele soltava aquele sorriso torto em horas
sérias como aquelas. ­ Não tem o porque de se preocupar.

­ Claro. ­ bufei nervosa. ­ Estávamos sendo seguidos e eu não devo me preocupar,


devo fazer o que então mestre? ­ ele riu debochado e me fitou por um tempo e eu já
podia imaginava o que se passava em sua mente.

­ Quantas vezes eu já disse o quanto você fica sexy quando está nervosa?

­ Muitas. ­ murmurei emburrada.

­ Então eu reforço. ­ ele me pegou de surpresa, partiu para cima de mim, rolando o
corpo pra cima do meu ficando por cima, me deixando sem saídas prendendo meus
braços acima de minha cabeça, roçando os lábios em meu pescoço. ­ Você fica sexy
pra caralho quando está nervosa.

­ Se minhas mãos estivessem soltas eu lhe daria uma bofetada ardida. ­ ele riu.

­ E você pagaria por isso.

­ Ah, é? ­ debochei.

­ Sabe que posso ser bem pervenço quando quero. ­ gargalhei.

­ Para de ser ridículo e sai. ­ ele negou. ­ Sai de cima de mim, Bieber.

­ Não posso. ­ ele disse minimamente, cravando os lábios nos meus.

­ E porque não? ­ sussurrei um pouco entorpecida, buscando o fôlego que havia me


faltado após receber um beijo como aquele.

Mais uma vez ele brincou passando a língua em meu lábio superior, depois no inferior e
quando meu corpo arfou em resposta sua língua me tomou me mostrando que o
homem que estava em cima de mim como sempre não estava para brincadeiras.
Dedilhei as pontas dos dedos na barra de sua camiseta e meu marido entendeu o
recado, Justin se afastou minimamente retirando a camiseta que havia vestido há
minutos atrás quando deixou o banho.
­ Porque meu corpo precisa de combustível vital. Preciso de você e tem que ser agora,
meu amor.

Suas mãos percorreram meu corpo e em segundos estava sem meu pijama, trajando
apenas uma calcinha de renda que o fez sorrir ao notar como a cor preta cintilava em
minha pele branca. Ele sabia que eu adorava aquela tração, adorava a parte em que ele
agia como um predador faminto, tocando as laterais de minha peça íntima e a estourava
sem pudor me fazendo urrar de prazer com o ato.

Calor, sentia minha pele faiscar e arder como se estivesse em chamas. A cada vez que
os lábios dele me tocavam, cada vez que nossas peles se roçavam eu sentia uma
vontade de explodir. Justin me invadiu sem pudor, me fazendo sentir toda sua extensão
dentro de mim. Meus batimentos estavam acelerados e minha respiração entre cortada,
a cada vez que ele subia seu corpo bobeando sua ereção dentro de mim o ranger da
cama ecoava pelo quarto sendo melodia para nossos ouvidos, eu adorava aquela
dança, amava o jeito como o nossos corpos se tornavam um só. Meu Justin. Cravei
minhas unhas em suas costas nuas, descendo por seus braços fazendo um desenho
invisível em suas tatuagens que eram o destaque de seu corpo. As veias grossas,
saltadas em seu braço de acordo com a força que ele depositava ao entrar e sair em
mim chamavam a atenção. Seus olhos observando cada detalhe de meu rosto ao sentir
nosso prazer era vicio visual. Pobre Cassidy.

Me sentia entregue. Ele entrava e saia, entrava e saia… Uma…Duas… Três… Mais
forte… Mais rápido… Tão lento quando um solo de piano… Tão gostoso como
orgasmos múltiplos. Sentia meu corpo se contrair recebendo diversos espasmos, ele ia
fundo até me atingir ao máximo que podia.

­ Isso amor, isso. ­ ele sorria ao ver meu corpo se contorcer embaixo do seu.

Cheguei ao me limite sentindo minhas paredes internas se contraírem, causando a falha


de minhas pernas e meu coração que parecia ter parado após meu corpo receber
aquela sensação tão boa de prazer intenso. Eu me sentia completa, ainda dentro de
mim Justin acelerou o ritmo em um ritmo frenético e após nove bombadas seguidas ele
explodiu, soltando um gemido rouco próximo ao meu ouvido me fazendo mais uma vez
arrepiar o corpo todo.

­ Eu te amo. ­ ele murmurou, caindo derrotado sobre mim.

­ Eu te amo. ­ beijei seu ombro desnudo e me abracei com força a suas costas até
voltarmos ao estado normal de nossos corpos.
Senti meu rosto ser incendiado por uma claridade diferente, aquilo não era projetado
pelo abajur e muito menos pelas luzes do quarto. Abri meus olhos preguiçosamente e
quando vi Justin estava de pé completamente vestido, afastando as cortinas deixando a
luz natural do dia invadir o quarto.

­ Ah, para! ­ puxei um travesseiro cobrindo meu rosto. ­ Odeio que me acordem dessa
forma.

Ele riu, sua risada era a coisa mais perfeita para se escutar em uma manhã linda como
aquela, mas eu realmente ficava de mal humor quando tinham a infeliz ideia de me
acordar.

­ Você odeia que te acordem de todas as formas, amor.

­ Mas essa é a pior das piores. ­ esbravejei.

­ Você estava parecendo uma pedra.

­ Que horas são? ­ joguei o travesseiro pra longe, coçando os olhos despertando de
vez.

Justin estava decidido a me fazer despertar e não me deixaria ficar mais nem cinco
minutinhos na cama, uma pena, pois meu sono estava muito gostoso.

­ Hora de você sair da cama.

­ Há, Há. Engraçado.

­ É sério. ­ ele caminhou pelo quarto recolhendo algumas coisas. ­ A Julie já até foi para
a escola.

­ Ah, meu deus! Quanto tempo eu dormir? Merda, Justin! Porque você não me acordou
imbecil?

­ Você não disse que queria ser acordada em um certo horário, estava até reclamando
por eu ter aberto as cortinas.

­ Ah vai pra merda, Bieber. ­ ele me encarou sério e então notei seus trajes.

Não era nada convencional para o dono de uma imobiliária. Seus ternos haviam
evaporado dando lugar à uma bermuda de exército e uma camiseta branca com
mangas dobrada como ele costumava deixar e pés descalços, ainda por cima deixando
um boné no estilo de base ball com a aba virada pra trás pendurado na cabeça. Certas
coisas nunca mudam.

­ Mas o que é isso?


­ Não vou para o escritório hoje.

­ Percebi. ­ sorri. ­ Então isso quer dizer que… ­ ele assentiu balançando a cabeça. ­
Hmm, amor não acredito. ­ levantei correndo da cama e pulei em seu colo. ­ Vai chover
planetas, meus deus. Você ficando em casa… Isso não é de Deus, é?

­ Acho que não. ­ ele sorriu, encostando a testa na minha e sussurrando bem perto de
meus lábios. ­ Tenho certeza de que Deus não aprova as maneiras que pretendo te
foder. ­ gargalhei.

­ Doente. ­ pressionei meus lábios no dele.

­ Agora vai, se arruma logo que quero voltar cedo.

­ Vamos sair? ­ perguntei curiosa.

­ Preciso ir a casa de uma pessoa que você particularmente gosta até demais. ­ parei
para pensar um pouco em quem ele estava se referindo, e no mundo só existia uma
pessoa na qual Justin tem antipatia ao se referir, Brian. Meu Brian!

­ Vamos na casa do Brian? ­ saltitei empolgada e ele revirou os olhos entediado.

­ Se seus olhos brilharem mais uma vez como agora te deixou trancada em casa.

­ Sim, senhor. ­ fechei os olhos e fui tateando a parede na direção do banheiro o


fazendo rir.

Vestida em uma calça preta, colada de montaria e uma bota até meu joelho,
combinando com a fina blusa de maga comprida que dava glamour ao colete marrom de
veludo preso em meu corpo. Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo e Justin
substituiu as bermudas por calças. Já estávamos no carro quando ele voltou a se referir
a mim.

­ Julie vai para a casa da Karol fazer trabalhos.

­ E você deixou?

­ Por que? Não deveria?

­ Claro que não, não foi isso que quis dizer é que você nunca deixa nada. ­ ele deu de
ombros.

­ Ela fez panquecas com mel, enquanto a mãe dormia. ­ dei um soco leve em seu
braço.

­ Você me esgotou na noite passada.


­ Está ficando velha. ­ ele estalou a língua balançando a cabeça.

­ O QUE? ­ gritei indignada, arrancando de meu homem uma gargalhada divertida. ­


Para o carro. ­ ele riu. ­ Eu estou falando sério pare o carro agora Justin Drew Bieber!

­ Sério? ­ ele me encarou confuso, pisando com bruscamente no freio.

Não estava falando sério, mas queria que ele se surpreendesse, mas foi ao contrário eu
que me surpreendi. Quando toquei a maçaneta para abrir a porta, ele pisou fundo,
afundou o pé no acelerador.

­ Justin. ­ gritei vendo o ponteiro chegar ao último.

­ O que você disse? Não pude ouvir. ­ ele rodava com o carro na pista dando cavalinhos
de pau e acelerando feito louco. Os pneus cantava chamando a atenção das pessoas e
eu sentia meu corpo chacoalhar como se estivesse em uma batedeira descontrolada.

­ Para. ­ pedi escandalosa. ­ Para, por favor. ­ gritava sem parar, enquanto ele fazia um
borrachão com o carro rodando sem sair do lugar.

Estávamos atraindo atenções e não demorou muito para a primeira sirene soar próximo
a nós.

­ Merda, Justin. ­ gritei irritada vendo a confusão que aquilo traria.

­ Agora que a diversão ficou boa. ­ ele posicionou o carro certamente na pista, engatou
a ré e mais uma vez afundou o pé no acelerador, passando pelo carro da policia de ré.
Nós seriamos presos, eu tinha certeza. O carro costurava feito louco pelas ruas, não era
nem pelo fato de ter potencia ou não, mas uma viatura nunca alcançaria um piloto como
Justin e pude notar que suas raízes não haviam morrido, por um lado isso foi bom. Meu
Justin, meu rebelde Justin estava ali. Atrás de um pai de família, por mais que ele
escondesse seu lado moleque nunca desapareceria e por mais que eu lutasse contra eu
amava aquele Justin que dirigia feito louco atrás dos volantes. Que homem! Meu
homem!

O viatura não pediu reforços, entrando e saindo de algumas ruas Justin deu fuga no
carro barulhento. Quando estacionou em frente a linda casa de Brian, sai do carro e bati
a porta com força de propósito. Sabia o quão irritado ele ficava quando batíamos a porta
de seus carros.

­ Calma que vou checar se a porta não saiu voando com o tanto de força que você a
bateu. ­ o ignorei.
Caminhei sozinha até a porta e toquei a campainha. Pensei que demorariam uma
eternidade, mas segundos depois a magrelinha de cabelos compridos abria a porta com
um sorriso largo estampado nos lábios.

­ Quase não acreditei quando Brian me contou que viriam. ­ Melly me abraçou.

­ É, poderíamos não ter chego. ­ mirei Justin de rabo de olhos e ele levantou os ombros
se fazendo de inocente. Sínico.

­ E ae, pequena. ­ Brian vinha logo atrás, sem camisa segurando um cooler em suas
mãos todas sujas. Sua barba clara estava crescida e ele tinha alguns pontos no rosto
que apontavam que o tempo realmente estava passando e nós estávamos sofrendo
mudanças cronológicas. Justin odiava barba, odiava o fato de estar ficando mais velho,
mas Brian não. Ele era totalmente adepto ao novo estilo de vida e posso dizer que
ficava muito sexy.

­ Que saudade. ­ corri até ele, abraçando seu corpo junto ao meu e como sempre dando
um beijo estalado em suas bochechas.

­ E as crianças?

­ Estão bem. ­ sorri, vendo Melly e Justin conversar sobre algo distinto.

­ Esse louco quase nos matou na vinda pra cá. ­ cochichei, fazendo Brian gargalhar ao
olhar Justin.

­ Qual é mano, você prometeu cuidar dela e quase a matou? ­ ele se juntou a Melly a
abraçando por trás e eu gostava tanto daquele casal que sentia vontade de suspirar ao
olha­los.

­ O quase defunto foi eu escutando os gritos escandalosos que ela dava a cada vez que
o pneu fritava no asfalto. ­ ele ironizou, rindo da minha cara eu lhe lancei um olhar
fulminante.

­ Mas e ai? Trouxe o que eu pedi? ­ Brian o olhou sugestivo e Justin balançou a cabeça
ficando de pé. Não sabia o que se passava, mas nem eu e nem Melly estávamos por
dentro do assunto dos dois.

­ Vem Caissy. ­ ela pegou em minha mão me arrastando para cozinha, mas após isso
não consegui mais ficar confortável, Justin estava me escondendo alguma coisa e até
Brian ficaria sabendo menos eu.

Passamos um longo, um grande tempo conversando e gargalhando sobre coisas


alheias. Melly era tão divertida e a sua alma de menina não evoluía, eu me sentia como
sua irmão mais velha. Conversamos sobre sua especialização que consumia boa parte
do seu tempo, também falamos sobre seu irmão que estava na Europa sendo um
grande Chefe de cozinha, falamos sobre nossos relacionamentos e o assunto mais
divertido que a assustava… Filhos. Eu já tinha enchido minha cota e após colocar Julie
e Jason no mundo com certeza iria para o céu, mas Melly não. O assunto a assustava e
mesmo Brian querendo muito ela sentia que não estava preparada e um filho só
atrapalharia sua carreira. A entendia, se eu tivesse uma vida tão corrida quanto a dela
recusaria os pestinhas, mas minha vida era bem diferente da dela.

­ Amor. ­ Justin entrou na cozinha procurando por mim. ­ Tenho que ir buscar as
crianças.

­ Mas Julie não iria ficar na casa da amiguinha? E Jason está na casa da sua mãe.

­ Sinto eu Julie está mentindo. ­ Melly e eu gargalhamos.

­ Ah, não querido. Vamos lá, ela fez panquecas com mel. ­ acariciei seu rosto de forma
carinhosa.

Ele puxou o celular do bolso me estendendo com a tela de mensagens aberta, era o
numero da mãe de Karol.

“Senhor Bieber, agradeço por buscar as meninas paço para pegar Karolina as sete
como o combinado. Obrigada, Soraia.“

­ Danadinha. ­ disse chocada após ler o recado.

­ Se eu a seguir, vou descobri onde elas vão. ­ ele encarou o relógio no pulso. ­ Se é
que entraram na escola.

­ Justin…

­ Ela mentiu. ­ ele me olhou sério. ­ Você sempre a protege, mas desta vez ela mentiu e
eu não gosto que tentam me fazer de otário. Julie vai receber um castigo.

­ Nossa que cheiro bom. ­ Ryan entrou na cozinha, seguido por Chaz e não, puta que
pariu eles infernizariam minha menina.

­ Era preciso chama­los? ­ Justin assentiu rindo.

­ Brian avisou que estávamos aqui e quando a emergência dois apareceu, Ryan não
pensou duas vezes.

­ Cheguei, sei que tudo estava muito monótono, mas cheguei para animar. ­ Claire
entrou na cozinha puxando a mão de um dos gêmeos, enquanto Cams levava o outro.
­ Nossa adorei a surpresa, a casa ficou cheia bem rápido. ­ Melly comentou, sorrindo
como um boneca.

Tentei convencer Justin a ser normal, mas meu argumentos não eram bons para
convencê­lo, Julie havia pisado na bola e eu sabia que eles todos juntos a
atormentariam.

­ Vou estar com eles, não vou deixar que façam algo de ruim com Julie. ­ Brian acariciou
minhas costas.

­ Ryan está junto, ele é retardado e o pior de tudo faz tudo o que Justin manda, não
consigo ficar calma.

­ Valeu pela confiança. ­ Chaz se juntou a nós. ­ Se fosse minha filha eu deixaria ela
pendurada uns três dias.

­ Você provavelmente esqueceria a existência da garota quando começasse a mexer


nos seus computadores. ­ Claire ironizou o deixando sem graça.

­ É o seguinte Caissy, se ela estiver acompanhada prometo que mato o moleque e não
digo nem uma palavra pra ela, mas se ela estiver sozinha vou apavorar. ­ Ryan disse
rindo e eu não via nem um pingo de graça.

Justin estava calado, mexendo no celular e olhando sempre o relógio. Porque ele não
poderia agir como um pai normal? As vezes o achava louco demais.

Eles não atenderam ao meus pedidos e foram, quando estava prestes de Julie sair da
escola, entraram nos carros e foram. Me martirizei muito por não ter ido junto, mas
desta vez não pude defender. Contei tudo as meninas, contei o modo que Justin estava
estranho e sua paranoia de estar sendo seguido sempre.

­ Cassidy qual foi a vez que vocês dois viajaram juntos e tiraram um tempo só para
vocês?

­ Não me lembro, Claire.

­ Não se lembra porque não aconteceu… É disso que vocês precisam, um tempo longe
da cidade dos negócios e das crianças.

­ E você acha que ele vai aceitar? Até parece.

­ Bom. ­ elas sorriram. ­ Essa parte é com você.


Talvez fosse bom uma viagem, mas talvez Justin estivesse certo e a paranoica era
apenas eu por desconfiar tanto de sua palavra, mas é que não fazia muito sentido
depois de tanto tempo alguém o perseguir.

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