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lhe mostra, olha de soslaio para a mulher. Volta a coçar-se. E Relação entre as
a papelinho. Está quase a acabar a difícil tarefa quando a mulher Batola, o vendedor
Então, inicia-se uma luta entre o vendedor e a percebe que ela é quem
Sequências
Sequência descritiva
Segmento textual
“Muito alta, grave, um rosto ossudo e um sossego de maneiras que se vê logo que é ela quem
ali põe e dispõe.”
Fases/etapas
Apresentação da entidade a descrever (mulher de Batola), identificação e descrição das partes
que constituem o todo (“Muito alta, grave”, “um sossego de maneiras”).
Marcas linguísticas nos exemplos dados
Nomes, adjetivos; recursos expressivos (metáfora).
Sequência dialogal
Segmento textual
“– Tem cerveja? [...] – Aqui é Londres, hem! – grita o homem. – O senhor sabe ler? Então leia
aqui!”
Fases/etapas
Sequência de abertura (“– Tem cerveja?”), núcleo da interação (restantes falas).
Marcas linguísticas nos exemplos dado
Fórmula de abertura (“– Tem cerveja?”), formas de primeira e terceira pessoa (“Dou-lhe” –
nota: tratamento pela terceira pessoa).
Sequência narrativa
Segmento textual
“Por fim, mudou-se de posto para ouvir as notícias do mundo. Todos se quedaram, atentos.”
Fases/etapas
Avanço na ação, relato de uma sucessão de evento.
Marcas linguísticas nos exemplos dados
Pretérito Perfeito do Indicativo
Ideias-chave
· Retrato económico e sociocultural do Alentejo na primeira metade do século XX;
· O título do conto anuncia um novo meio de comunicação que vai mudar a vida de uma
população deprimida, no contexto da II Guerra Mundial;
· A intriga é simples e é contada de forma linear;
· O espaço exterior representa os sentimentos negativos do protagonista;
· O refúgio em comportamentos antissociais e a desistência da vida perpassam ao longo do
conto, assim como as relações afetivas conturbadas;
· O conto permite uma reflexão sobre a condição humana, que excede os limites temporais da
ação.
Síntese
Peripécia banal: um engano de percurso leva um vendedor a Alcaria.
A intriga Isolamento geográfico da aldeia e ausência de comunicação: abandono,
solidão e desumanização da população.
Chegada do novo aparelho: a radiotelefonia.
Ligação ao mundo: música e notícias.
Alteração de comportamentos: devolução da humanidade.
O espaço o Aldeia de Alcaria: “quinze casinhas desgarradas e nuas”.
o Estabelecimento do casal Barrasquinho: “a venda” é um local onde reina o
desleixo.
o “Fundos da casa”: espaço de habitação sombrio separado da venda.
o Locais “longínquos” por onde viajava Rata: Ourique, Castro Marim, Beja.
§ Tempo histórico: anos 40 do século XX (referência à eletricidade e à telefonia).
O tempo § Passagem do tempo condensada: “há trinta anos para cá”, “todas as
manhãzinhas”.
§ Tempo sintetizado: da chegada do vendedor à partida do vendedor e prazo de
entrega do aparelho – um mês.
¨ António Barrasquinho, o Batola: preguiçoso, improdutivo, sonolento, bêbado,
bate na mulher. Tem nome e alcunha (típico no Alentejo). Usa uma
indumentária própria do homem alentejano. A morte de Rata agudiza a sua
As solidão.
personagen ¨ A mulher do Batola: expedita, dominadora e trabalhadora. Não tem nome.
s ¨ Rata: companheiro de Batola, mendigo e viajante, é o mensageiro do exterior.
Suicidou-se quando deixou de poder viajar.
Caixeiro-viajante: vendedor de aparelhos radiofónicos, comerciante e amigo de
vender.
¨ Homens de Alcaria: “figurinhas” metaforicamente aparentadas com gado.
Þ O narrador de terceira pessoa narra os acontecimentos, comenta, conhece o
passado e o mundo interior das personagens (presença: não participante;
O narrador ponto de vista: subjetivo; focalização: omnisciente)
Þ O narrador centra a atenção do leitor no abandono e solidão sentidos pelos
protagonista.
O narrador conhece os pensamentos de Batola e desvenda como se vão
formando: o desgosto leva-o a fechar-se num mundo de evocações.
Isolamento e falta de convivialidade.
A atualidade Relações entre homem e mulher.
Vícios sociais: o alcoolismo, a violência doméstica.
As inovações tecnológicas e alterações de hábitos sociais.