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A SABEDORIA DE UM LÍDER!

A igreja de Jerusalém tinha acabado de nascer quando as circunstâncias levaram, a


Igreja e os apóstolos, a entender que eles eram incapazes de gerenciar o fundo de
distribuição às viúvas, além de seus outros deveres. A crítica às práticas injustas
dessa distribuição estava bem fundamentada (At 6.1). Os apóstolos reconheceram
a importância de manter o amor mútuo e a unidade na igreja. Conseqüentemente,
eles formaram a base para um segundo nível de liderança, mais conhecido como
"diaconia

A sabedoria é a chave virtuosa entre as qualidades que os sete homens


precisavam. Como a igreja de Jerusalém entendia esse termo? Uma vez que Tiago
pastoreara aquela igreja depois que os apóstolos se espalharam, podemos contar
com sua ajuda para uma definição.

Sabedoria significa mais do que mera inteligência. Enquanto esta refere-se à


habilidade de resolver problemas de forma correta pelo uso da razão e experiência;
aquela, refere-se à inteligência divina. Soluções humanas aos problemas são
avaliados na base das vantagens que aquelas soluções trazem àqueles que estão
encarregados. Isso explica a descrição de "sabedoria” que Tiago chama de terrena
e natural (Tg 3.15). Esta é a motivação que produz um "sentimento faccioso", o
qual normalmente cria "inveja amargurada”.

A sabedoria lá do alto por outro lado, é "pura” (v.17). Isto é, livre de


contaminação facciosa. Ela produz paz, em vez de contenda e disputa. É "gentil",
ou seja, preocupada com o sentimento dos outros. É "razoável", disposta a ceder e
a negociar. A sabedoria celestial é "plena de misericórdia", mostrando seu amor a
outros. "Bons frutos" caracterizam o resultado dessa sabedoria em ação. Onde a
"sabedoria" é usada, ações generosas e boas serão certamente encontradas.
Sabedoria significa prontidão e perseverança, além da ausência de hipocrisia (T g
3.17).

Paulo expressa a verdadeira natureza da sabedoria que vem de Deus como o


caminho da cruz pelo qual ele salva pecadores desamparados (1 Co 1.19-25). Deus
demonstra seu amor incondicional pelos seus "inimigos", providenciando, através
de sua morte agonizante, completo perdão e reconciliação.

Através da Bíblia, podemos ver vários exemplos de liderança sábia. Daniel é um


dos casos mais extraordinários. Ele decidiu não se contaminar com a escolha da
comida e da bebida do rei. Sua decisão não foi baseada em nutrição nem paladar,
mas, na convicção de que a Bíblia proibia a comida "impura", que ele e seus três
companheiros eram obrigados a comer (Dn 1.5,8). Já que Daniel era o líder do
grupo de judeus cativos, sua decisão influenciou-os a fazerem o mesmo. Em
sabedoria, Daniel não somente recusou comer o que Deus não permitira, mas
também, designou um plano pelo qual sua decisão não resultaria no desagrado do
rei. Os dez dias de teste foram suficientes para provar que legumes e água eram,
na verdade, mais saudáveis do que o cardápio do rei (Dn 1.15). Além do mais, o
Senhor deu sabedoria e inteligência para que os quatro jovens hebraicos fossem
dez vezes mais doutos do que todos os outros quando chegou a hora de responder
às perguntas do rei (v.20)

Daniel deixou evidente seu hábito de oração, não mantendo-o em segredo, para
que assim, pudesse encorajar outros judeus cativos a continuarem buscando o
Senhor publicamente (Dn 6). Embora ele tenha sido lançado na cova dos leões,
Deus honrou sua escolha desprendida, preservando sua vida. Certamente, milhares
de judeus cativos foram fortificados em sua fé ao saberem que Daniel tinha
escolhido viver pela sabedoria celestial. Imagine o quanto foram encorajados ao
saberem que Deus preservara a Daniel das ameaças do seu inimigo! Na verdade,
Daniel saiu dessa situação mais forre do que nunca.

Daniel corajosamente demonstrou que Deus era confiável se seus seguidores


fossem orientados pela sabedoria divina. Ele comunicou essa sabedoria teológica a
Nabucodonosor. Como um ditador antigo do Oriente, que reinou inteiramente por
sua ambiciosa inteligência humana, Nabucodonosor, não foi um aluno apto. Veja o
testemunho de Daniel acerca de Deus ao rei: "Seu domínio é sempiterno, e seu
reino é de geração em geração. Todos os moradores da terra são por ele reputados
em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os
moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que
fazes?" (Dn 4.34-35).

A capacidade de Daniel para liderar, desde sua mocidade, cresceu da sua convicção
à respeito de Deus e da sabedoria que esse conhecimento instilara em seu coração.
Um líder, segundo o padrão de Deus, certamente demonstrará a sabedoria lá do
alto, concedida pelo Espírito Santo de Deus àqueles que, como Daniel, buscam-na
para si.

Extraído do livro: “O líder que Deus usa” – Pr. Russel Shedd

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