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UMA ORAÇÃO DE SACUDIR O INFERNO

(Hell Shaking Prayer)

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Por David Wilkerson


18 de dezembro de 2000
__________

Quando o livro de Daniel foi escrito, Israel estava sob


cativeiro na Babilônia. Na altura do capítulo 6, após uma
longa vida no ministério, Daniel tinha oitenta anos de
idade. O piedoso profeta pregador havia sobrevivido a dois
reis babilônicos, Nabucodonozor e seu filho Belsazar.
Agora Daniel servia sob o rei Dario.

Em todos seus muitos anos de ministério, Daniel sempre


foi um homem de oração. E agora, idoso, ele não pensava
em parar. As escrituras não trazem menção de Daniel
estar esgotado ou desencorajado. Nada diz de ele ter um
pé de meia ou uma casa de campo, onde poderia passar
seus anos dourados sem nenhuma responsabilidade. Pelo
contrário, Daniel estava só começando. As escrituras
mostram que mesmo chegando aos oitenta, as suas
orações sacudiam o inferno, enfurecendo o diabo.

Por essa época, o rei Dario havia promovido Daniel ao


posto mais elevado daquela terra. Daniel agora era um
dos membros de um triunvirato, e governava sobre os
príncipes e governadores de cerca de 120 províncias. A
Bíblia até diz que Dario favorecia Daniel em relação aos
outros dois co-presidentes. Ele nomeou Daniel
encarregado de formar uma política de governo, instruindo
os demais membros de seu escalão e os intelectuais:
"...Daniel se destinguiu destes presidentes...e o rei
pensava constituí-lo sobre todo o reino" (Daniel 6:3).

Obviamente, Daniel era um profeta atarefado. Ninguém


poderia desempenhar tantas funções sem ser
terrivelmente ocupado. Fico só imaginando os tipos de
pressão colocados sobre este ministro, com sua
programação e reuniões que gastavam tanto tempo .

Contudo nada afastava Daniel da sua hora de oração. A


oração continuava sendo sua principal ocupação, e tinha
prioridade sobre todas as demais questões. Em resumo,
Daniel nunca estava ocupado demais para orar. Três vezes
por dia ele dava uma saída de suas obrigações, de suas
apreensões, das coisas que exigiam sua atenção como
líder, para gastar tempo com o Senhor.

Daniel não tinha de consultar outros líderes "de sucesso"


para aprender como cumprir o seu chamado. Não tinha de
assistir cursos para aprender como ministrar às multidões
sob seu cuidado. Daniel recebia toda sabedoria,
orientação, mensagens e profecias enquanto estava
ajoelhado.

Creio que Daniel é um exemplo para nós da importância


de ter um ministério de oração nos tempos de crise.
Vemos isso em seus primeiros anos, sob o governo de
Nabucodonozor. Certa época, o rei teve um sonho
perturbador que o deixou desnorteado, confuso e
assombrado. Ele suplicou que seus videntes que lhe
explicassem o sonho, mas ninguém conseguiu.

Isso enfureceu Nabucodonozor, e ele disse à corte: "Vocês


só me trazem palavras tolas e vazias; ficam enrolando,
tentando ganhar tempo. Mas quero a verdade. Quero
respostas aos meus anseios mais profundos." Finalmente,
decretou que todos os videntes fossem mortos - os
astrólogos, os feiticeiros, os mágicos, até os "sábios",
incluindo o jovem Daniel e seus três piedosos
companheiros.

Quando Daniel soube da sentença de morte, fez uma


reunião com os três amigos. Você pode ter certeza de que
a reunião não foi para "congraçamento", ou estudar
opções, ou motivar os outros judeus a trazerem planos de
sobrevivência. Não, Daniel e os jovens hebreus sabiam
que teriam ouvir diretamente do Senhor. Então se
ajoelharam, e clamaram por Sua misericórdia e revelação.

Que incrível prece Daniel ofereceu a Deus: "Seja bendito o


nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a
sabedoria e força; é ele quem muda os tempos e as horas,
remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios
e conhecimento aos entendidos. Ele revela o profundo e o
escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora
a luz" (Daniel 2:20-22).

Nesta época, a igreja do Velho Testamento tinha chegado


à sua pior fase. O povo de Deus tinha perdido o cântico, o
louvor fora silenciado, e agora estava sendo
espiritualmente arrastado pela correnteza. A tremenda
prosperidade de Babilônia tinha se agarrado ao coração de
muitos. E certamente Satanás se alegrava com a situação
de Israel. E então, para piorar, motivou Nabucodonozor a
lançar a sentença de morte contra Daniel.
Agora todos israelitas sob cativeiro estavam olhando para
Daniel. O futuro deles dependia da relação dele com Deus.
E ficavam pensando: "Será que Deus ainda fala com as
pessoas? Será que alguém é capaz de fazer a leitura dos
tempos e saber o que está acontecendo? Quem pode
discernir os segredos do Senhor?"

Daniel sabia exatamente o que estava ocorrendo. E


poderia ter agido de inúmeras maneiras. Ele poderia ter
organizado uma grande marcha à capital para pedir justiça
aos judeus. Mas veja, o mundo e o inferno não se
impressionam com multidões, números, demonstrações. E
nem são impactados por mega-igrejas com seus edifícios
majestosos e um enorme rol de membros. Não se agitam
por causa de jovens ministros brilhantes e letrados que
fazem pesquisa perguntando: "Que tópicos você gostaria
que evitemos nos sermões? Como devemos lhe acomodar,
para que você venha à igreja?"

Não - a única maneira de impactar este mundo é através


de uma palavra que revele o pecado e exponha o coração.
O mundo necessita ouvir a verdade pura do Espírito
Santo, que golpeie os espertos e responda ao clamor do
coração em dúvida.

Creio que o rei Nabucodonozor é o retrato da humanidade


moderna, que clama: "Tenho poder e influência; tenho
todo os bens materiais que poderia desejar - mas mesmo
assim, não possuo paz. Faço perguntas, e preciso de
respostas. E vocês, que dizem falar por Deus - ou seja,
intelectuais, os partidários do ritualismo, até as pessoas
do povo - se vocês não conseguirem responder ao clamor
do meu coração, então não têm o direito de existirem.
Não há propósito para vocês; são inúteis para a
sociedade."

Estive em Dallas recentemente, e visitei uma congregação


dita "igreja comunitária". O culto foi tão informal, que
ficou irreverente ao extremo. As pessoas ficavam bebendo
refrigerantes e mastigando biscoitos, enquanto as crianças
corriam como loucas.

O culto começou com uma brincadeira cômica, sobre como


comprar um carro. A seguir, a equipe de louvor entoou
umas músicas "ambíguas" - canções de amor que se pode
cantar para a namorada. Finalmente, o pastor, com
doutorado em teologia, entrou com uma pequena tira de
papel nas mãos, contendo toda a sua mensagem. Falou
dez minutos sobre como gostar do emprego.

Este ministério tinha se iniciado através de uma pesquisa


na vizinhança, que perguntava o que as pessoas
gostariam de ter na igreja. Como resultado, os cultos
foram planejados para terem uma natureza totalmente
desprovida de confrontações. Porém, olhando em torno
pela congregação, via homens e mulheres que obviamente
tinham problemas profundos que precisavam de
respostas. Os adolescentes se mostravam enfadados. Meu
coração se partiu por estas pessoas. Todos ali precisavam
de uma palavra dos céus, contudo só recebiam palha. Por
que? Porque os homens do púlpito estavam sendo
evasivos, porque haviam perdido o contato com Deus.

Quando Este País Vir o Escrito de Julgamento na Parede,


o Povo Gritará Pedindo Líderes que Orem

Quando o dedo do julgamento de Deus ficar claro para


este país, as pessoas vão deixar de procurar pregadores
da prosperidade que vivem dizendo: "Está tudo indo
bem." Pelo contrário, elas vão reagir como os israelitas, ou
seja, buscarão pessoas como Daniel, pessoas piedosas
que saibam fazer a leitura dos tempos.

Em Daniel 5 Belsazar, filho de Nabucodonozor, ocupava o


trono. Este rei pagão promoveu um enorme banquete para
mil de seus governantes. No auge da bebedeira, o rei
mandou os servos trazerem os vasos de ouro e de prata
que tinham sido tirados do templo judeu em Jerusalém.
Logo depois os governantes de Belsazar, as esposas e
concubinas bebiam de maneira insana destes vasos que
haviam sido consagrados.

De repente, de modo sobrenatural os dedos da mão de


um homem aparecem durante o banquete e começam a
escrever uma mensagem na parede. Era um aviso de que
o julgamento estava às portas. As escrituras dizem:
"Então se mudou o semblante do rei, e os seus
pensamentos o turbaram; as juntas dos seus lombos se
relaxaram, e os seus joelhos bateram um no outro.
Ordenou o rei em alta voz que se introduzissem os
encantadores, os astrólogos ...e disse o rei aos sábios de
Babilônia: Qualquer que ler esta escritura, e me declarar a
sua interpretação, será vestido de púrpura, e trará uma
cadeia de ouro ao pescoço, e será, no reino, o terceiro
dominador...Então o rei Belsazar perturbou-se muito ...Os
seus grandes estavam sobressaltados" ( Daniel 5: 7-9).

Que cena de terror. Contudo, devo lhe dizer, muito em


breve a próspera América vai passar pelo mesmo choque.
O escrito está na parede agora, e sem dúvida o
julgamento está às portas. Como Belsazar os líderes de
nossa nação ficarão sobressaltados, seus semblantes
mudarão, seus joelhos tremerão.
No entanto, apesar disso, os ministros em nosso país
estão pregando uma falsa paz. Por todo o país pastores
condescendentes declaram que Deus nunca rebaixará a
América pelo fato de enviarmos tantos missionários ao
mundo. Contudo, estes pregadores não mencionam que o
julgamento será óbvio porque matamos 40 milhões de
bebês pelo aborto. Quando a escrita aparecer na parede,
esses pregadores vão perder a fala. Eles já "perderam o
rumo" - pois Deus só revela Sua sabedoria a homens de
oração.

Digo aos pastores: Deus o livre de não ser um homem de


oração. Nestes tempos de corrupção e prazeres, você
precisa se trancar com o Senhor. O que vai fazer quando a
escrita de Deus aparecer, e os membros da igreja pedirem
que você interprete os tempos? Quantas piadinhas você
contará do púlpito então? Como vai responder, quando
interromperem seus sermões e gritarem: "Por favor,
pastor, diga o que está acontecendo. O que está
acontecendo nesses dias é julgamento? O que virá a
seguir? Por que o senhor não nos preveniu? O senhor dizia
que estava tudo correndo bem - mas perdemos tudo".

Fico chocado com o que as pesquisas de opinião dizem


sobre as motivações das pessoas para poderem ir à igreja.
Cultos "modernos" podem parecer funcionar agora, na
hora da prosperidade. Mas veja o que acontecerá quando
o dedo de Deus aparecer, e as contas bancárias chegarem
á lona, os filhos se envolverem com drogas, e a família se
destruir. As ovelhas não vão querer ouvir pregações
melosas. Vão desejar a verdade, pura e cristalina.

A corte de Belsazar tremeu diante da súbita mudança nos


acontecimentos. Ninguém sabia o que estava
acontecendo. De repente a bebedeira parou. E, enquanto
o rei tremia, alguém disse: "Há no teu reino um homem
que tem o espírito dos deuses santos...se achou neste
Daniel...conhecimento, inteligência, interpretação de
sonhos, explicação de enigmas e solução de dúvidas..."
(Daniel 5:11-12).

Então Belsazar chamou Daniel, e disse ao profeta algo


assim: "Nenhum destes sábios conseguiu dizer coisa
alguma; não conseguiram interpretar o escrito na parede.
Mas ouvi que você consegue discernir os tempos. Por
favor, diga-me a verdade, e acabe com as minhas
dúvidas" (ver 5:16).

Quando Daniel falou, ele não adoçou a pílula. Ele havia


estado ajoelhado e sabia exatamente o que aquelas
pessoas precisavam ouvir. Então disse assim:
"...tu...Belsazar, não humilhaste o teu
coração...levantaste-te contra o Senhor do céu...Contou
Deus o teu reino, e o acabou...pesado foste na balança, e
foste achado em falta" (5:22,23; - 26,27).

Era esse o tipo de verdade não contaminada que Belsazar


e seus príncipes queriam ouvir. Era a verdade que podia
tirar suas dúvidas, porque lhes dizia exatamente onde se
encontravam. Na verdade, Belsazar ficou tão grato, que
nomeou Daniel para ser o governador maior do reino.

Então, por favor não me diga que os não convertidos não


desejam mensagem convincente e direta. Não é assim!

Os Problemas Se Opõem à Toda Pessoa Que Ora

Toda pessoa que ora sofre o açoite do inferno. E Satanás


vai fazer tudo que puder para calar suas preces. Daniel já
tinha provado a eficiência de sua oração sob
Nabucodonozor e Belsazar. Agora, no reinado de Dario,
Satanás inicia uma grande conspiração para calar as
orações de Daniel. As orações do profeta tinham sacudido
tanto o inferno, e o diabo ficou tão enfurecido, que
organizou o governo inteiro da Babilônia contra ele.

Lembre-se, Daniel tinha sido colocado acima de todos os


outros líderes do país; e esses políticos viam em Daniel
sabedoria, respeito e uma preferência que os deixava com
inveja. E agora então, conspiram contra ele: "Então os
presidentes e os sátrapas procuravam achar ocasião
contra Daniel a respeito do reino, mas não podiam achar
ocasião ou culpa alguma, porque ele era fiel, e não se
achava nele nenhum vício nem culpa" (Daniel 6:4).

Daniel era inculpável, então os líderes da Babilônia não


conseguiam lhe pegar em nenhum pecado. Finalmente
concluíram que a única maneira de chegar ao profeta seria
através do caminhar que ele tinha com Deus. Disseram:
"Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se
não a procurarmos contra ele na lei do seu Deus" (6:5).
Quisera Deus que isso pudesse ser dito sobre nós hoje em
dia.

Esses líderes sabiam que Daniel orava em direção a


Jerusalém três vezes por dia. E atribuíam a preferência de
que desfrutava às orações. Então executaram um plano
para acabar com a oração. Como? Acredito que ficaram
tentando ocupar o tempo de Daniel com atividades. Os co-
presidentes procuravam lhe envolver em negócios
importantes, do governo, para que não tivesse tempo de
orar.
Amado, esse é um dos principais artifícios que Satanás
usa contra todos os crentes. E é uma conspiração que
prevalece especialmente no meio dos pastores. Se você
perguntar a um pastor por que ele não ora, ele
provavelmente dirá que não tem tempo. As obrigações de
pastor lhe consomem tanto, que ele tem de usar todo o
tempo que sobra para preparar os sermões.

A maioria dos cristãos cai na mesma tentação. Dizem: "O


meu tempo é muito curto para eu orar. O trabalho me
consome todo o tempo". Até as donas de casa afirmam:
"Não tenho um minuto no dia para orar. Quando eu
consigo vestir as crianças, deixar a casa limpa e preparar
as refeições, o tempo acabou."

O filósofo Soren Kierkegaard se referiu às ocupações do


cristão como sendo um narcótico. Ele observa que elas
levam à uma propensão à dualidade mental. Ele diz que à
medida que as pessoas se aprofundam em suas ocupações
e negócios, o amor delas pela verdade é relegado ao
esquecimento. Aí, com os estímulos intensos de suas
atividades e a progressiva necessidade de tempo, torna-se
impossível para elas entenderem o perigo em que
entraram. Elas possuem o espelho da palavra de Deus,
mas não conseguem se aquietar o tempo suficiente para
verem o que ela reflete.

Acho que a pessoa ocupada que raramente ora, está


pior do que aquela que tem uma doença grave. Por
que? Porque progressivamente ela se adapta à
situação. E com o tempo, ora cada vez menos e se
torna cada vez menos consciente de Deus. Até que
suas convicções se esvanecem, e as perde
totalmente.

Daniel sabia que não conseguiria ficar um dia sem


orar. Então continuou orando, mesmo seus colegas
lhe jogando mais atribuições. Você conhece a
história - finalmente conseguiram um decreto
determinando a suspensão de toda oração por trinta
dias. Era uma lei dirigida unicamente a Daniel.
Porém, mesmo então, Daniel não suspendeu suas
orações que sacudiam o inferno - e acabou na cova
dos leões.

Pode-se imaginar o que teria motivado Daniel a orar com


tanta intensidade. O que o levou a continuar orando,
mesmo com um decreto de morte dirigido contra sua
cabeça? Por que este homem de oitenta anos iria
continuar derramando o coração junto ao Senhor com
tanto fervor, quando o resto da igreja não buscava mais a
Deus?
Pense no enorme esforço que Daniel teve de fazer para se
dedicar à oração. Afinal de contas, ele morava na Nova
York do seu tempo: na enorme, majestosa e rica
Babilônia. E vivia num tempo de apatia espiritual - de
bebedeiras, de busca de prazeres e de ganância no meio
do povo de Deus. Além disso, era um líder atarefado com
distrações por todos os lados.

Quero lhe dizer o seguinte: a oração não é algo que venha


naturalmente à pessoa alguma, inclusive a Daniel. Um
horário disciplinado para oração é fácil de começar, mas
difícil de continuar. Tanto a nossa carne quanto o diabo
conspiram contra ela. Então, como nos tornamos homens
de oração?

Nos Períodos de Declínio Espiritual e de Julgamento Iminente,


Deus Busca Certo Tipo de Homens de Oração

Em Jeremias 5, Deus pede: "Dai voltas às ruas de


Jerusalém...buscai pelas suas praças. Se achardes alguém
que pratique a justiça e busque a verdade, eu perdoarei a
esta cidade" (Jeremias 5:1). O Senhor estava dizendo
basicamente: "Terei misericórdia, se encontrar pelo menos
uma pessoa que me busque".

Deus havia abençoado e protegido totalmente este povo.


Mesmo assim, continuavam passando todos os limites da
moralidade, cometendo adultério e relacionando-se com
meretrizes. Além disso, não sofriam mais com o pecado, e
rejeitavam a correção. Então Deus procurou pelo menos
um homem de oração, de coração quebrantado, para que
este intercedesse - mas não conseguiu achar nenhum.

Ezequiel 23 descreve uma tragédia semelhante. Os


profetas e os sacerdotes de Israel tinham se transformado
em lobos vorazes. Enriqueciam às custas dos humildes
inocentes, e roubavam dos pobres e das viúvas.
Profanavam a santidade de Deus, não vendo nenhuma
diferença entre o puro e o impuro. Fechavam os olhos
para o pecado, e pregavam mentiras declarando de
maneira falsa: "Assim diz o Senhor."

Deus em vão implora que pelo menos um homem se


posicione contra isso: "Busquei entre eles um homem que
levantasse o muro, e se pusesse na brecha perante mim
por esta terra, para que eu não a destruísse, mas a
ninguém achei" (Ezequiel 22:30).

Contudo, durante o cativeiro na Babilônia Deus encontrou


este homem em Daniel. E hoje, mais do que nunca na
história, Deus está procurando o mesmo tipo de homens e
mulheres piedosos. Ele busca servos fiéis que queiram
"levantar o muro" e se "pôr na brecha", coisas que só
podem ser conseguidas com oração.

Como Daniel, essa pessoa será encontrada com a palavra


de Deus na mão. Quando o Espírito Santo veio sobre
Daniel, o profeta estava lendo o livro de Jeremias. Foi aí
que o Espírito revelou que o tempo da libertação de Israel
tinha chegado. Diante desta revelação, Daniel foi levado à
oração: "Dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar
com oração e rogos, com jejum, pano de saco e cinza.
Orei ao Senhor meu Deus" (Daniel 9:3-4).

O Espírito de Deus está procurando pelas nações do país,


pelos escritórios dos pastores, em busca dos que se
aprofundam com diligência na palavra. Servos deste tipo
não estão simplesmente procurando conhecimento bíblico;
estão em busca do poder espiritual, da mortificação do
pecado, da verdade que liberta. Eles vêem claramente o
que está acontecendo pela terra, pois identificam isso a
partir da palavra de Deus. Uma vez o Senhor tendo
encontrado tais pessoas, Ele as abençoa com um espírito
de oração.

O Servo de Oração Enxerga a Situação da Igreja -


E Se Identifica Com a Culpa.

Daniel certamente ficou entusiasmado quando entendeu


que havia chegado a hora de Deus restaurar o Seu povo.
Mesmo assim, quando viu a situação espiritual de Israel, o
profeta se consternou. O povo estava se saciando com os
pecados de Babilônia - buscando prazeres e prosperidade,
afastando-se dos padrões morais que antes abraçavam.

Daniel sabia que o povo de Deus não estava preparado


para receber Sua restauração. Ainda assim, será que o
profeta ficou fustigando seus compatriotas por causa do
pecado? Não - Daniel se identificou com a decadência
moral que o cercava. Ele declara: "pecamos e cometemos
iniquidade...a nós pertence a confusão do rosto...porque
pecamos contra ti" (Daniel 9:5,8).

Creio que o mesmo sucede com a igreja de Jesus Cristo


dos dias de hoje. Não estamos em condições de responder
ao desejo que Deus tem de realizar uma grande obra de
reavivamento em nós. Tal como Israel, ficamos
contaminados pelos pecados de nossa sociedade corrupta.
Veja isso:

Uma lei na Califórnia torna obrigatório que a escola


primária ensine que o homossexualismo é um estilo de
vida alternativo permitido. A bebedeira se disseminou das
faculdades para os cursos de segundo e de primeiro grau.
E a internet se transformou numa super-estrada para a
pornografia. Há quase trinta anos atrás, previ em meu
livro "A Visão" (The Vision) que uma caixa eletrônica traria
formas vis de pornografia para dentro dos nossos lares
(Video Cassette). Hoje, 90 por cento das atividades na
Internet envolvem pornografia.

Em resumo, vivemos numa Babilônia moderna. E


tragicamente, os cristãos adotaram o estilo cheio de
pecado da sociedade. O nosso ministério sempre recebe
cartas de esposas de cristãos dizendo: "Eu sentia meu
esposo se afastando de mim, e não sabia o porquê. Aí abri
a porta do seu escritório e o peguei olhando com lascívia a
pornografia da internet."

Os jovens em particular são presa fácil para a sedução de


Satanás. Multidões de jovens cristãos estão baixando
arquivos de música perniciosa pelo site da Napster. Sei de
uma mãe cristã que entrou num curso de informática para
descobrir o que o filho adolescente estava baixando.
Quando entrou nos arquivos do computador, ficou
horrorizada: eram músicas do assassino Charles Manson;
músicas falando de matar policiais; músicas falando de
morte, suicídio e de todo tipo de promiscuidade sexual.

Deus deseja intensamente abençoar o Seu povo nestes


dias - contudo se nossas mentes estão poluídas pelo
espírito deste mundo, não estaremos em condições de
recebermos Suas bênçãos.

Daniel fez uma declaração forte: "todo aquele mal nos


sobreveio: apesar disso, não suplicamos à face do Senhor
nosso Deus, para nos convertermos das nossas
iniquidades, e para nos aplicarmos à tua verdade. Por
isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós"
(Daniel 9:13-14).

Daniel estava dizendo: "Vimos a degradação da nossa


terra. E vimos nossos pastores buscando seus próprios
interesses; toda a sociedade correndo para a destruição.
Mesmo assim, não nos voltamos para a oração. Se pelo
menos orássemos, Deus nos teria tirado do pecado. Ele
inclusive ficou aguardando nossa reação, fazendo
promessas gloriosas para nos libertar. Mas nós não demos
tempo para Ele. Pelo contrário, fomos nos desviando cada
vez mais dEle, nos saciando nos pecados da sociedade
ímpia. É por isso que Seu julgamento caiu sobre nós."

Você pode perguntar: qual é a oração que sacode o


inferno? É aquela que vem do servo fiel e aplicado, que vê
seu país e sua igreja caindo cada vez mais no pecado. Ele
se dobra sobre os joelhos, chorando, "Senhor, não quero
ser parte do que está acontecendo. Permita que eu seja
um exemplo do Teu poder salvador no meio deste século
corrupto. Não importa se ninguém mais ora. Eu vou orar."

Daniel conclui dizendo: "estando eu...ainda falando na


oração, o homem Gabriel...me instruiu, e me disse:
Daniel, agora vim para fazer-te entender o sentido...és
muito amado" (Daniel 9:21-23).

Onde está o povo de oração na casa de Deus hoje? Onde


estão os pastores fiéis que buscam o Senhor dia e noite?
São esses que receberão a instrução e o entendimento,
porque são muito amados.

Tal como Daniel, esses servos se identificam com os


pecados da nação e da igreja, e o confessam. E clamam,
em humildade: "Ó Senhor, mostre onde me desviei, onde
sou achado em falta. E me ajude a enfrentar e a tratar
disso. Custe o que custar, Deus, faça com que eu continue
ajoelhado. Desejo ardentemente Te ver restaurando Tua
igreja."

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