A data de nascimento é de longe um dos dados mais importantes de uma pessoa. Junto com
os números vem uma carga enorme de informações que mostra não só caminhos de vida,
mas toda a história espiritual de um ser humano. A Òdúlogia (Òdú = caminho e logia =
estudo) é um estudo de caminho, um sistema que pode mostrar vários aspectos dos cami-
nhos da alma humana.
Para superar dificuldades e complicações que aparecem nos caminhos da vida, é preciso
primeiro conhecer o caminho, os atalhos, os espinhos que há nele. Só se melhora e se
evolui à medida que o conhecimento a causa. A vida é um eterno ciclo de causa e efeito, e
hoje o que temos de concreto sobre os efeitos de nossa existência física e espiritual é a data
de nascimento o nosso DNA espiritual.
No curso você irá ver: Òdú de nascimento, os caminhos do Òdú sobre a terra, como
trabalhar o Òdú no dia a dia, Òdú da prosperidade, características, elementos e orixás de
casa Òdú, vivências.
A insegurança em relação ao porvir fez com que o homem tentasse, de diferentes maneiras,
prever o que lhe estava reservado, precavendo-se desta forma da má sorte, ao mesmo
tempo em que assegurava a efetivação de acontecimentos tidos com benefícios.
Muitos são os processos utilizados nesta finalidade e, no decorrer dos séculos, diversos
sistemas oraculares foram desenvolvidos e largamente acessados com maiores ou menores
possibilidades de erros e acertos.
Para o brasileiro, como para o africano, não cai uma folha de uma árvore sem que para isto
não haja uma predeterminação espiritual ou um motivo de fundo religioso.
As forças superiores são sempre solicitadas na solução dos problemas do quotidiano e, seja
qual for a religião professada pelo indivíduo, a prática da magia é sempre adotada na busca
de suas soluções, mesmo que esta prática mágica seja velada ou mascarada com outros
nomes.
O presente trabalho configura-se como uma proposta essencialmente didática que por isto
mesmo, não assegura as pessoas não iniciadas o direito de acessar o oráculo, garantindo-
lhes, isto sim, a possibilidade de conhecer a mecânica de seu funcionamento, sua interpre-
Sentimo-nos na obrigação de esclarecer ainda que, o Jogo de Búzios como base como
todos os demais processos divinatórios, exige como pré requisito para que possa ser
acessado, algum tipo de iniciação por parte do adivinho, assim com a consagração dos
objetos concernentes a prática oracular
Compõe-se de vinte e uma nozes de dendezeiro, que são manipuladas pelo adivinho, de
forma a proporcionarem o surgimento de figuras denominadas Odú, portadoras de mensa-
gem que devem ser codificadas e interpretadas para que sejam corretamente transmitidas
aos interessados.
Os Odú são portadores, de forma cifrada, dos conselhos, exigências e orientações dos Seres
Espirituais, determinam o tipo de sacrifício exigido e a que tipo de Entidade deverá ser
oferecido.
Os Ikin são selecionados e dos vinte e um, somente dezesseis são colocados na palma da
mão esquerda do adivinho que, com a mão direita num golpe rápido, tenta retira-los dali de
uma só vez.
Esta operação é repetida tantas vezes quantas forem necessárias para que se obtenham duas
figuras compostas, cada uma, de quatro sinais simples ou duplos, superpostos verticalmen-
te, o que proporcionará o surgimento de duas colunas, inscritas da direita para a esquerda,
uma ao lado da outra.
Se na tentativa de pegar os Ikin, sobrarem mais de dois ou nenhum, a jogada é nula e deve
ser repetida.
As duas figuras surgidas desta operação indicarão o signo ou Odú que estará regendo a
questão, apresentando-se como responsável por sua solução, más outros deverão ser
“sacados” para o completo desenvolvimento da consulta.
Todo este procedimento é revestido de um verdadeiro ritual e cada figura surgida é inscrita
no tabuleiro, é saudada com cânticos e rezas específicos, que tem por finalidade garantir
sua fixação e proteção assim como ressaltar o respeito com que são tratadas.
Por sua complexidade, o Jogo de Ikin exigiria, para ser descrito integralmente, uma obra
composta de muitas e muitas páginas, como por exemplo, o magnifico trabalho de Bernard
Maupil, “La Geomancie a I’ancienne Cote des Eclaves”, que versa sobre o tema com
excepcional propriedade.
Òdúlogia
KO SI ÒRÌSÀ TI DA NIGBE LEYIN ORÍ ENI
Não existe um ÒRÌSÀ que apoie mais o homem do que o seu próprio ORI
Num determinado dia, IFÁ achou que num determinado quarto deveria haver uma porta
individual. Então IFÁ deparou com a seguinte questão: Quem entre as divindades podia
acompanhar seu filho em uma longa viagem sobre os mares e terras, sem retornar?
Xangô disse: depois de estar bem satisfeito, eu retornarei para minha casa. Sendo assim,
Xangô afirmou que não poderia acompanhar seu filho em uma longa viagem sem retornar.
IFÁ volta a repetir: Quem entre as divindades podia acompanhar seu filho em uma longa
viagem sobre os mares e terras, sem retornar?
Oyá – Eu posso acompanhar meu filho (a) em uma longa viagem sem retornar.
- O que você faria depois de uma longa viagem andando e andando e você retornar para
Ira, a casa de seus pais, e eles lhe oferecerem, em ko pa (corte para Orixá) um gordo
animal e lhe derem um pote de pudim de milho?
Oyá responde:
Sendo assim, também Oyá descobre que não era capaz de acompanhar seu devoto através
de uma longa viagem sem retornar.
E assim se sucede com a fraqueza de cada Orixá, até que chegou a vez de Orumilá. Ifá -
quem entre as divindades podia acompanhar seu filho em uma longa viagem sobre os
mares e terras, sem retornar?
Orunmila responde - eu posso acompanhar meu devoto em uma longa viagem através dos
mares sem voltar.
- O que você fará se depois de uma longa viagem, andando, andando e você retornar para
IGETI, a casa de seus pais e eles lhe derem dois ratos rápidos, duas cabras com feto, duas
novilhas, eles lhe prepararem pudim de farinha de iyan, lhe derem uma boa cerveja de
milho, pimenta de crocodilo e um bom obí?
Orunmila - depois de comer até estar satisfeito, eu retornarei para minha casa; sendo assim
Orunmila não tinha dado resposta diferente das dos outros Orixás.
O Babalowo que estava acompanhado Ifá nessas perguntas emudeceu. Ele não poderia
dizer uma palavra de orientação por que nada tinha entendido daquelas parábolas de Ifá.
- Eu confesso a minha impotência. Por favor, vista-me com sua sabedoria. E continuou:
ORUMILA, você é o líder, eu sou seu seguidor, você é o sábio que ensina as coisas como
uma relação.
Ifá novamente, ignorando as falas do Babalowo: Quem entre as divindades podia acompa-
nhar seu filho em uma longa viagem sobre os mares e terras, sem retornar?
- É Orí, quem pode acompanhar seu próprio devoto em uma longa viagem sem retornar.
IFÁ disse: é Orí, só Orí é quem pode acompanhar seu devoto em uma longa viagem pelos
mares sem retornar.
Se eu tenho owo (dinheiro) é para Orí que eu louvarei, meu Orí é você.
Se eu tenho criança na terra é para Orí que eu agradeço, meu Orí é você.
Todas as boas coisas que eu tenho na terra são para Orí, meu Orí é você.
Você não esquece seu devoto, pois você abençoa o seu filho (devoto) primeiro que qual-
quer Orixá.
Nenhum Òrìsà abençoa o homem, sem o consentimento de Orí. Nem mesmo Deus (Olo-
dumare) terá sua crença de existência e fé, sem a permissão de Orí. Orí, eu o saúdo. Você
que permiti as crianças sobreviverem. Uma pessoa cujo sacrifício é aceito por Orí, deve
rejubilar-se extraordinariamente. Orí, se tu não permitires, nem nossa existência será
permitida no Aiyé (terra).
A criação do Mundo
Olodunmaré entregou a Oxalá o saco da criação para que ele criasse o mundo. Porém essa
missão não lhe dava o direito de deixar de cumprir algumas obrigações para outros Orixás
e Exu, aos quais ele deveria fazer alguns sacrifícios e oferendas.
Era o vinho de palma o qual Oxalá bebeu intensamente, ficou bêbado, não sabia onde
estava e caiu adormecido. Apareceu então Olófin Odùduà que vendo o grande Orixá
adormecido roubou-lhe o saco da criação e em seguida foi a procura de Olodumaré, para
mostrar o que teria achado e contar em que estado Oxalá se encontrava.
Olodumaré disse então que “se ele esta neste estado vá você a Odùduà, vá você criar o
mundo”. Odùduà foi então em busca da criação e encontrou um universo de água, e aí
deixou cair do saco o que estava dentro, era terra. Formou-se então um montinho que
ultrapassou a superfície das águas.
Então ele colocou a galinha cujos pés tinham cinco garras. Ela começou a arranhar e a
espalhar a terra sobre a superfície da água, onde ciscava cobria a água, e a terra foram
alargando cada vez mais, o que em Ioruba se diz Ilê Ifê expressão que deu origem ao nome
da cidade Ilê Ifê.
Odùduà ali se estabeleceu, seguido pelos outros Orixás e tornou-se assim rei da terra.
Quando Oxalá acordou, não encontrou mais o saco da criação. Despeitado, procurou
Olodumaré, que por sua vez proibiu como castigo a Oxalá e toda sua família, de beber
vinho de palma e de usar azeite de dendê. Mas como consolo lhe deu a tarefa de modelar
no barro o corpo dos seres humanos nos quais ele, Olodumaré insuflaria a vida.
Mesmo assim, Oxalufam, por teimosia, resolveu não renunciar à sua decisão. O adivinho
aconselhou-o então a levar consigo três panos brancos, limo-da-costa e sabão-da-costa,
assim como a aceitar e fazer tudo que lhe pedissem no caminho e não reclamar de nada,
acontecesse o que acontecesse. Seria uma forma de não perder a vida.
Em sua caminhada, Oxalufam encontrou Exú três vezes. Três vezes Exú solicitou ajuda ao
velho rei para carregar seu fardo, que acabava derrubando em cima de Oxalufam. Três
vezes Oxalufam ajudou Exú, carregando seus fardos imundos. E por três vezes Exú fez
Oxalufam sujar-se de azeite de dendê, de carvão, de caroço de dendê.
Três vezes Oxalufam ajudou Exú. Três vezes suportou calado as armadilhas de Exú. Três
vezes foi Oxalufam ao rio mais próximo lavar-se e trocar suas vestes. Finalmente chegou a
Oyó. Na entrada da cidade viu um cavalo perdido, que ele reconheceu como o cavalo que
havia presenteado a Xangô.
Mas, por estar um inocente no cárcere, em terras do Senhor da Justiça, Oyó viveu por
longos sete anos a mais profunda seca. As mulheres tornaram-se estéreis e muitas doenças
assolaram o reino. Xangô desesperado, procurou um babalaô que consultou Ifá, descobrin-
do que um velho sofria injustamente como prisioneiro, pagando por um crime que não
cometera.
Xangô correu para a prisão. Para seu espanto, o velho prisioneiro era Oxalufam. Xangô
ordenou que trouxessem água do rio para lavar o rei. O rei de Oyó mandou seus súditos
vestirem-se de branco. E que todos permanecessem em silêncio. Pois era preciso, respeito-
samente, pedir perdão a Oxalufam. Xangô vestiu-se também de branco e nas suas costas
carregou o velho rei. E o levou para as festas em sua homenagem e todo o povo saudava
Oxalá e todo o povo saudava Xangô. Depois Oxalufam voltou para casa e Oxaguiam
ofereceu um grande banquete em celebração pelo retorno do pai.
A origem da Òdúlogia
Meus primeiros contatos com as figuras geomânticas ocorreram durante minha fase de
estudos sobre o Oráculo de Ifá, praticado pelos negros da África Ocidental e por eles
trazidos ao Brasil e a outros países dos Continentes Americanos.
A coincidência exata das figuras utilizadas em Ifá com aquelas utilizadas na Geomancia
exacerbou-me a curiosidade, impelindo-me a pesquisar, na ânsia de descobrir se era uma
simples coincidência ou se na realidade, havia alguma ligação entre sistemas divinatórios
praticados por povos de culturas e religiões tão absolutamente distintas.
E ao ver que os Òdú tinha muita influencia na data de nascimento comecei a pesquisar
mais profundamente ate chegar ao nome Òdúlogia. Ai me pego a dizer o que é Òdú e
ologia, vamos entender isto de forma clara, primeiro o que é Òdú.
O que é Òdú: Os Òdú são os principais responsáveis pelos destinos dos homens e do
mundo que os cerca. E muitas outras frases populares que refere-se a Òdú.
Nós quando nascemos, somos regidos por um Òdú que representa nosso "destino" assim
como o nosso caminho.
Narram algumas lendas que Ifá girou pelo mundo, deixando legados e ensinamentos a
vários povos de como manter comunicação com os deuses no órun (céu), passando pelos
árabes onde não foi aceito e vindo a se estabelecer definitivamente na África, junto aos
povos Yoruba onde manteve seu legado ensinando aos sacerdotes como restabelecer a
comunicação com seus antepassados. Assim, aperfeiçoando um dos mais avançados
métodos de consulta existente.
O que é lógia ou logica: Diz-se, por vezes, que a lógia é o estudo dos argumentos válidos; é
uma tentativa sistemática para distinguir os argumentos válidos dos inválidos. Neste
estádio, tal caracterização tem o defeito de explicar o obscuro em termos do igualmente
obscuro. O que é afinal a validade? Ou, já agora, o que é um argumento? Para começar
pela última noção, mais fácil, podemos dizer que um argumento tem uma ou mais premis-
sas e uma conclusão. Ao avançar um argumento, damos a entender que a premissa ou
premissas apoiam a conclusão. Esta relação de apoio é habitualmente assinalada pelo uso
de expressões como “logo”, “assim”, “consequentemente”, “portanto, como vês”. Conside-
re-se esse velho e aborrecido exemplo de argumento.
A origem do homem sabe-se que era das cavernas, dominou o fogo, construiu taperas,
choupanas e casas, organizou-se em grupos familiares, e posteriormente, estes grupos
foram aumentados, transformando-se em tribos e em nações. Assim surgiram as primeiras
civilizações e com elas o interesse pelo ocultismo tornou-se ainda mais aceso, alimentado
pela necessidade cada vez maior de sobrevivência e segurança.
Por este motivo a Òdúlogia deve ser estudada, e sempre deve refletir sobre o assunto
passado em sala de aula.
Dois sistemas permitem aos babalaô encontrar o signo de Ifá que está sendo procurada,
chave do problema que lhe apresenta o consulente. Um deles é bastante elaborado, mani-
pulam-se de acordo com certas regras, 16 caroços dos frutos do dendezeiro, os ikin Ifá; o
outro é mais simples e consiste em utilizar um ọpẹlẹ Ifá, uma corrente onde estão enfiadas
oito metades de caroço de certa fruta. Uma vez determinado o Òdú por meio desses pro-
cessos, a resposta a ser dada ao consulente é encontrada pelos babalaô interpretando o
contexto das histórias tradicionais correspondentes.
Nesse mesmo instante, é traçado o Òdú dessa pessoa. O termo Òdú, no Alto Candomblé,
significa caminho ou destino. “Os “Òdú constituem por assim dizer os signos do Ifá –” o
Deus da adivinhação no Alto Culto dos Òrisá”.
Os Òdú são a linguagem dos Orixás. Quando lançamos os Búzios Consagrados, cada
configuração corresponde a um Òdú diferente, regido por determinado Orixá ou grupo de
Orixás.
Relembro que os Òdú mais importantes para a orientação da pessoa são: o da Testa, que
reflete a sua vida material, e o do Centro da Cabeça, que reflete o seu caminho espiritual.
Entretanto, e porque tantas vezes aqui, as pessoas pretendem saber quais são os seus Orixás
através da sua data de nascimento uma vez mais recordam que o Orixá que domina os
Òdú/Caminhos da pessoa, não é necessariamente o Orixá dono da Cabeça desta pessoa,
esta resposta só pode ser obtida CORRETAMENTE através do Jogo de Búzios Consagra-
dos.
Portanto, não adianta perguntar-me qual é o seu Orixá através da sua data de nascimento -
sua data de nascimento só me deixa saber o seu ODÚ DE NASCIMENTO – que é um
ODÚ que vai lhe acompanhar, junto com o seu ORIXÁ de cabeça do momento de seu
nascimento até o dia da sua morte. É um “Orixá Protetor”, mas não é o seu ORIXÁ DE
CABEÇA.
Nunca é demais salientar que devemos discernir sempre muito bem no que toca à forma
como adquirimos informação quanto aos caminhos das nossas vidas. Todo o processo de
adivinhação se tornou tão compartimentado, que nos faz pensar como chegou o Ifá ao seu
estado atual.
Não é fácil calcular os ODÚS - embora muitas pessoas tenham diversas “fórmulas” para
isso. Caso você queira uma consulta específica para isso, entre em contato e eu poderei
orientar você da forma mais correta e honesta possível.
Os Elementos da Natureza
Os estudos das forças ocultas da natureza, presente nos quatro elementos e seus elementais,
são comuns a todas as culturas, por tratar-se de uma necessidade latente do ser humano. A
Iniciação Hermética, quase sempre, têm início com base nos quatro elementos grosseiros
da natureza: ar, terra, fogo e água. A partir de uma evolução interior, o iniciado passa a
estudar os quatro elementos em sua forma mais sutil, através de uma analogia entre o
material tangível e o abstrato, psíquico ou espiritual.
Vejamos uma breve análise sobre cada um dos elementos, elaborada por mim, tendo por
base os estudos sobre Hermetismo, ao longo dos últimos anos. Tal síntese será apresentada
em uma sequência ordenada de tal forma, que possa sintetizar, da melhor maneira possível,
a natureza dos elementos de acordo com a ideologia espiritualista proposta pelo nosso
“site”. Assim, poderemos obter uma visão mais ampla e maior compreensão, acerca dos
nossos processos criativos interiores em suas diversas fases:
Fogo
O fogo representa o desejo, a vontade, a mudança, a purificação, a transformação, a
energia da ativação que em termos, estritamente, espirituais, pode ser representado pelo
poder da fé. Segundo o hermetismo tradicional, esse elemento é governado pelas Salaman-
dras e tem um significado espiritual muito forte, por representar a Energia Divina. Em
quase todas as religiões em que se utiliza de rituais, o fogo é utilizado como forma de
representação da Luz Divina. As velas, as fogueiras são objetos que representam a força
desse elemento.
Água
A água, segundo a maioria das correntes herméticas, está relacionada às emoções do
inconsciente, ou seja, as emoções que nutrem os nossos sonhos e ideais na vida. A água
pode muito bem representar, no processo espiritual construtivo, a energia da esperança que
alimenta e mantém ativa a fé ou a crença do iniciado. Esse elemento, governado pelas
Undinas e de caráter feminino, em sua essência, tem o poder de ativar a intuição e a
emoção. Os espelhos mágicos dos ocultistas podem ser objetos que muito bem representam
esse elemento.
Terra
A terra representa, hermeticamente falando, o lado visível da vida ou a manifestação
concreta de todas as sementes que germinam no mundo das ideias, mediante a ação concre-
ta do Iniciado. Esse elemento ativa nossa energia interna para a realização e para a ação de
coisas concretas. Representa ainda o nosso próprio organismo e tudo o mais relacionado ao
mundo material. Geralmente, em hermetismo, esse elemento pode ser representado pelo
símbolo da cruz que representa a materialização da essência divina.
Breve exemplo:
No reino vegetal:
No reino mineral:
Como disse acima, podemos citar vários exemplos de axé contidos nos três reinos,
mas de forma resumida digo que sangue é aquilo que é portador de axé, e o termo
sangue é pelo fato de sangue ser justamente o principal portador de axé, dada o
seu importância para a vida como um todo. Todas as substancias realmente essen-
ciais independente de reino, são consideradas sangue e consequentemente axé.
AS CORES DO SANGUE
O Sangue Branco, Vermelho e Preto
Sangue Vermelho
O do reino vegetal: o epô (azeite de dendê), o Osùn (pó vermelho extraído do Perocarpus
Erinacesses -Abraham, 1958: 490), o mel (sangue das flores);
O do reino mineral: cobre, bronze etc. Veremos mais adiante que o amarelo é uma varie-
dade do vermelho, assim como o azul e o verde são variedades do preto.
Sangue Branco
O do reino vegetal: a seiva, o sumo, o álcool e as bebidas brancas extraídas das palmeiras e
de alguns vegetais, o Ìyèrosùn (pó esbranquiçado extraído do ìròsùn (Eucleptes Francisca-
na F) (Abrahan 316)), o Orí (manteiga vegetal (shea-butter)) etc:
O do reino vegetal: o sumo escuro de certos vegetais; o ìlú (índigo, extraído de diferentes
tipos de árvores (Abraham 187)), e uma preparação á base de ìlú, pó azul escuro chamado
wáji.
Por extensão, existem lugares, objetos ou partes do corpo impregnado de axé: o coração, o
fígado, os pulmões, os órgãos genitais, as raízes, as folhas, o leito dos rios, pedras, e outros
que correspondem de uma maneira bem definida, a alguma das três cores mencionadas: os
dentes, os ossos, o marfim etc.
Sendo o Axé uma força que permite tudo ser como é, e terem elas a existência, podemos
concluir que tudo o que existe, para poder realizar-se, deve receber Axé.
Cada ano litúrgico começa no terreiro pelo ciclo das águas de Ósàlá. A lama, a terra como
elemento, é a matéria fecunda e está associada a vários Òrìsà. Princípios progenitores
femininos, particularmente Odúduwá.
Enquanto Òsàlà está associado á água e ao ar, Odúduwá está associada á água e a terra.
Lembremos que a água e o ar pertencem aos elementos - signos do sangue branco do Axé e
que a terra é por excelência, condutora do sangue vermelho e do sangue preto do Axé.
O axé vermelho genérico é representado pelo sangue humano e animal, pelo epô, o òsún,
sangue vegetal, e pelos metais vermelhos amarelos. É igualmente representado, particu-
larmente, pelo mel, sangue das flores, doçura e quinta-essência do bom, o Axé Rere só
comparável ao leite materno.
A Iyálorixá é ao mesmo tempo iyálasé, zeladora dos ibás (assentos - representação material
do orixá na terra, local específico para receberem suas oferendas, local que se entra em
comunhão com os orixás), tudo relacionado aos orixás, zelar pela preservação do asé que
manterá viva e ativa a vida do ilê.
Como disse acima, podemos citar vários exemplos de axé contidos nos três reinos, mas de
forma resumida digo que sangue é aquilo que é portador de asé, e o termo sangue é pelo
fato de sangue ser justamente o principal portador de asé, dada o seu importância para a
vida como um todo. Todas as substancias realmente essenciais independente de reino, são
consideradas sangue e consequentemente asé.