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MATEMÁTICA
JORNAL DOS CONCORRENTES AO EXAME D E APTIDÃO E D O S
ESTUDANTES DE MATEMÁTICA DAS ESCOLAS SUPERIORES
S U M Á R I O
U m a T e o r i a das S é r i e s D u p l a s , p o r J . Albuquerque
Astronomia
Sõbre o movimento dos poios « superfície da Terra —
— O «têrmo de Kimura» ou têrmo «z:>, por A. Baptista dos Santos
Pedagogia
A estratégia e táctica do estudo, por W. W. Sawyer
Antologia
Os objectivos da Junta de Investigação Matemática,
por António Monteiro
A Aritmética Racional, por António Monteiro e J. da Silva Paulo
Movimento Matemático
. O Congresso de Córdova de 1944 — Reforma universitária
espanhola, etc.
Matemáticas Elementares
Pontos de exames de aptidão às Escolas Superiores
Matemáticas Superiores
Breve estudo de algumas transcendentes elementares
por M. Zatuar Nunes
Pontos de exames finais e de frequência
Problemas — Boletim Bibliográfico, etc.
N U M E R O A V U L S O : E S C . 6 $ 5 0
R E D A C Ç Ã O
Redactor principal
Manue/ Zaluar
RESPONSÁVEIS DE SECÇÕES : OUTROS COMPONENTES :
0
C O R R E S P O N D Ê N C I A PARA M a n u e l Z a l u a r — R u a S e r p a P i n t o , 17, 4 . esq. — L i s b o a
Pedidos de assinatura dos Cadernos a: Dr. José Q. Teixeira — Centro de Est. Matemáticos —Faculdade de Ciências — Pôrto
Composição e impressão t Sociedade Industrial de Tipografia, Limitada — Rua Almirante Pessanha, 3 e 5 (ao Carmo) - Lisboa
A N o v - N . 0 2i GAZETA D E MATEMÁTICA DEZEMBRO-1944
Composto e impresso na Sociedade Industrial de Tipografia, Rua Almirante Pessanha, 5 [ao C a r m o ) , Lisboa
F o i Arquimedes o primeiro m a t e m á t i c o a fazer uso A teoria das séries duplas foi iniciada por Cauchy,
cio uma série infinita utilizando uma série g e o m é t r i c a organizada de modo rigoroso por Slolz (1884), por
para calcular a área de um segmento de p a r á b o l a Bolzano, por Biermann (1887,1897), e por Prinrjsheim
Mais tarde em 1668, Mercator e Brouncker emprega- (1897). T ê m uma grande a p l i c a ç ã o na teoria das fun-
ram uma série, chamada série l o g a r í t m i c a , no c á l c u l o ç õ e s a n a l í t i c a s a duas v a r i á v e i s complexas.
de áreas relativas à hipérbole. Consideremos o a l g o r í t o m o :
O uso s i s t e m á t i c o das séries c o m e ç a somente com
° n +«111H Mi„ H
Newton (1669). No s é c u l o xix j á eram conhecidos exem- -)-a. , + o - j h«j„-l
2 M
tinuavam a somar-se, e os resultados eram muitas D a d a uma reduzida existe uma soma parcial finita
vezes justos mas t a m b é m algumas vezes injustos. ou infinita (com uma infinidade de termos) que a con-
A série indeterminada 1—1 + 1 — 1-1 , recebeu, tém, mas dada uma soma parcial, só se ela é finita,
por exemplo, de J. Bernoulli (1696), de Grandi (1710), existe uma reduzida que a c o n t é m .
e de Leibniz (1713), a soma 1/2, j u s t i f i c a d á com a r g u - Se o limite lim S, é um número finito S , a
m n
plenamente rigorosa é de Bolzano (1817), de Cauchy onde se faz passar m, n por todos os inteiros posi-
(1821;, e de Abel (1826). tivos emparelhados de todos os modos p o s s í v e i s .
SOCIEDADE PORTUGUESA
DE MATEMÁTICA
ContnOumte N" SOt 065 79?
2 GAZETA D E MATEMÁTICA
O ponto S é ponto de a c u m u l a ç ã o do conjunto C no U m a série dupla pode ser comparada com uma
e s p a ç o dos números reais, e dada uma v i s i n h a n ç a 2 : série simples e ser majorante ou majorada por ela,
de 8 , isto é, o intervalo (S—t,S + t ) existe pelo e portanto u m a série dupla majorante de u m a série
menos um ponto de C , S „, contido na v i s i n h a n ç a simples divergente é divergente, e u m a série dupla
m
c portanto a d i s t â n c i a entre S „ e S é menor que • : majorada por u m a série simples convergente é con-
m
vergente.
U m a série dupla é absolutamente convergente (abso-
Mas n ã o existe s ó o ponto S „ mas s i m uma infi- m
lutamente divergente) se cada série dupla equivalente
nidade dêles contidos na v i s i n h a n ç a e o conjunto dos fôr convergente (divergente).
inteiros m,n que correspondem a esses pontos é l i m i - S É R I E S D E TÊRMOB POSITIVOS. U m a s é r i e de termos posi-
tado inferiormente por u., v , qualquer que seja ; , tivos n ã o pode ser indeterminada; ou é convergente
isto é, p a r a cada e, existem números inteiros jx («) ou divergente o em ambos os casos absolutamente.
o » (s) tais que sc verifica sempre : | <S „—<S | < t m
A soma da série que é o extremo superior do con-
p a r a m > u. (a) e n > v (E) . junto das somas parciais e t a m b é m do conjunto das
1
E n t ã o p a r a m . m > (i (E) e n,n' > v ( e ) teremos: reduzidas, é independente d a ordem dos termos.
<* ( S m n, S ) = \S ,„—í>\<t m e também d S) = Com efeito, a série dupla de t ê r m o s positivos ou é
-
— I ^'m'.n' "S I < « j e pela desigualdade triangular da dis- convergente ou divergente a + ° o , n ã o podendo ser
t â n c i a , vem : d (S , „ , S ,_ „,) < d (S„ _ „, S) + d (S„,_ „,, S )
m m indeterminada. A soma finita ou infinita é o extremo
ou \ S , - S , , , \ < [ S „ , „ - S \ + \ S , ^ - S \ < 2 .
m i m n m i superior das somas parciais, e se a série é divergente
A c o n d i ç ã o é suficiente. Seja uma série dupla para a soma é t a m b é m extremo superior das reduzidas.
a qual dado e > 0 existem u. (E) e v (s) tais que p a r a A a d i ç ã o de u m a série de têrmos positivos goza da
1
m, m > u. (E) se tem : | >!?„,,„ — 8 „ , \ < E . m l < propriedade comutativa, e portanto a série é absolu-
Representemos por C (E) o fecho de conjunto de tamente convergente ou absolutamente divergente, ou
todos os S com m > u , ( s ) e n > v (e) ; será para
m n por outras palavras, a soma k independente da ordem
• <><: C (E) C C (E') . dos têrmos.
O produto de todos os C (E) c o n t ê m um ponto, pelo
Cada série simples de têrmos positivos equivalente a
teorema de Cantor ( D u r c h s c h n i t t s s a t z ) , e se fôr S
uma série dupla de têrmos positivos, tem a mesma soma
ê s s e ponto, )S é finito porque os C (E) s ã o conjuntos
(finita ou infinita) da série dupla. E r a particular a
fechados. Dado e > 0 tem-se : | < S , „ — S | < e para m
série: a +a + a +a +a _ +a -\ , ehama-se
m > JUL (E) e n > v (E) . í % i í t l iiS 3A 1 :t li3
D u a s séries cada uma das quais é majorada pela teremos u m a série de termos positivos majorada pela
outra, dizem-se equivalentes. série dupla e que portanto t e r á uma soma .
Se a majorante de uma série é convergente a série Mas cada soma parcial d a série dupla é ultrapas-
majorada é t a m b é m convergente, se a majorada é sada por infinitas somas parciais desta série simples
divergente a majorante ó t a m b é m divergente. e portanto S < , donde resulta terem as duas séries
A s séries equivalentes s ã o da mesma e s p é c i e . uma mesma soma.
GAZETA DE MATEMÁTICA 3
P a r a demonstrar a r e c í p r o c a desta p r o p o s i ç ã o , supo- suficientemente grande, seja não positiva, a série dupla
nhamos que uma série dupla somada por linhas d á é divergente.
uma soma finita; e n t ã o cada linha é uma série sim-
N ê s t e teorema tomando os bb todos iguais à u n i -
ples convergente e a série simples A + A + A -{ , l i 3
dade, c a í m o s no critério anterior; tomando os bb pela
é formada das suas somas. C a d a soma p a r c i a l da série
s u c e s s ã o dos números naturais, c a í m o s no critério
dupla distribui-se em somas parciais pelas diferentes
seguinte :
linhas, e v ê - s e , portanto, que o conjunto das somas
parciais da série dupla é limitado, e a série dupla A série dupla de (irmos positivos (1), converge ou
convergente. diverge conforme
Exemplo :
1
t m i n . l i m . m í - ^ - — 1 | > 1 ou max.lim. m(—— — 1 1 < 1 ,
1 +9 +q +•••
WH.» / \a ,„ / m H
(*) + 2 ' + tá + ? V + • •
t t
e para tal èstes limites deverão ser independentes de n .
+ q* +qq* + q'q' +-
Demonstremos agora o seguinte teorema :
A série dupla de termos positivos (1), converge ou
Supondo 0 < ç < 1 , 0 < g' < 1 , as linhas s ã o séries
g e o m é t r i c a s simples de r a z ã o q portanto convergen- diverge conforme max. lim. "^V^r, é maior ou menor
tes. A série simples formada pelas somas que o unidade. Se este max. lim. é a unidade nada se
pode afirmar sobre a convergência ou divergência da
série.
1-q 1-q 1-q
Seja S a soma da s é r i e simples que se obtém
é uma série g e o m é t r i c a de r a z ã o q', que tem por soma: m
de *Va m „ fazendo v a r i a r m e n por todos os pos-
1
s í v e i s , valores inteiros. Suponhamos < S < 1 . Repre-
S
~(l-?)P-í') sentemos por q um número satisfazendo a S < q < 1 .
A série dupla (2) é chamada uma série somável pelo P o d e r ã o determinar-se números e v convenientes
facto de a sua soma se poder obter somando as linhas tais que:
ou colunas. A série (2) é conhecida pelo nome de serie
1
• °m,»Sï para m>ft c n> i,
geométrica dupla de razões q e q .
Se pelo menos uma das r a z õ e s da série g e o m é t r i c a Mas a s é r i e dupla g e o m é t r i c a de r a z õ e s q e q'*=q
dupla fôr maior que a unidade, a série será divergente.
A s c o n d i ç õ e s suficientes de c o n v e r g ê n c i a , conheci- + grH-<v-H) + 3 ( u + f ) Y(y-H) + g^+íO-Kv+l) + ...
das com o nome de critérios de c o n v e r g ê n c i a , esten- l
+ gH+ív+S) + g (r +l)+(v+ï) + ? ((H-1)+(*M) _j
dem-6e com relativa facilidade à s s é - i e s duplas ; s ã o
por exemplo p r o v á v e i s os seguintes teoremas, que em +
todo o caso necessitam de uma d e m o n s t r a ç ã o directa é convergente p a r a q< 1 e portanto será também
que se deixa ao cuidado do leitor : convergente o resto da série dupla dado pelos valo-
A série dupla de termos positivos (1), converge ou res ft e v, resto que é majorado por esta série geo-
diverge conforme : m é t r i c a ; a série dupla (1) é convergente. Se pelo
contrário S > 1 haverá infinitos termos da série
max. lim. !
< 1 OU mm. lim. — > 1, dupla m+ a
V m,n 1 u e
serão maiores que 1 , e portanto
a
m,n
infinitos termos da série dupla (1) maiores que 1
e para tal estes limites deverão ser independentes de n. e ela será divergente a + co, c. q. d.
Se dada a série dupla de termos positivos (1), é pos-
sível determinar uma sucessão , b , b , b , • • • , de SÉRIES DUPLAS D E TERMOS R E A I S D E QUALQUER SINAL.
( 4 3
números positivos, tal que existam um inteiro p > 0 e É condição necessária e suficiente para uma série dupla
um número k positivo, de modo que para m> p resulte ser absolutamente convergente que seja convergente a
independente de n e maior que k , a diferença série dupla dos módulos dos tèrmos.
absolutamente convergentes todas as séries duplas generaliza-se sem e s f o r ç o à s séries duplas de termos
majoradas por esta e portanto t a m b é m o s e r á a série complexos.
dupla dada. c. q. d. Deduzem-se t a m b é m facilmente as seguintes pro-
Poderiam estudar-se para as séries duplas as pro- priedades :
priedades comutativa e distributiva d a a d i ç ã o e che- Uma série dupla absolutamente oonvergente, com tir-
g a r í a m o s entre outros ao seguinte resultado, que se mos reais ou complexos, pode somar-se por linhas, ou
deixa para ser demonstrado : o propriedade comutativa por colunas, ou por diagonais, ou por qualquer serie
vale só para as series duplas para as quais o conjunto simples equivalente ; tem-se sempre por resultado a soma
das somas parciais é limitado pelo menos de um dos da série dupla dada.
lados.
P a r a terminar, notemos que o teorema sobre as
P a r a as séries duplas n ã o absolutamente conver-
séries simpleslque afirma ser absolutamente convergente
gentes podem considerar-se duas e s p é c i e s de conver-
o produto ò Cauchy, de duas séries simples absoluta-
g ê n c i a : s é r i e s duplas semiabsolutamente convergentes,
mente convergentes, resulta imediatamente da teoria
se existe qualquer s é r i e simples equivalente n ã o abso-
das s é r i e s duplas aplicadas à série
lutamente convergente, s é r i e s duplas simplesmente con-
vergentes, se n ã o existe alguma série simples equiva- a, 6, + a, ò , + a , 6 -| 3
ASTRONOMIA
SÔBRE O M O V I M E N T O DOS POLOS À -SUPERFÍCIE DA TERRA (*)
O «TÊRMO DE KIMURA» O U TÊRMO «Z>
por A. Baptiste dos Santos
PEDAGOGIA
A ESTRATÉGIA E TÁCTICA D O ESTUDO
por W . W. Sawyer
K quasi um lugar comum afirmar hoje em dia que a grande maioria dos nossos estudantes não tira aproveitamento
apreciável do ensino ministrado nos Liceus e Universidades. A unanimidade das queixas não deixa margem para dúvidas.
Mas se é fácil e cómodo apontar as causas dêste lamentável estado de coisas é, no entanto, incomparavelmente mais árduo
e delicado, dar-lhe o remédio devido. As linhas que se seguem são a expressão duma tentativa Dêste último sentido. Cons-
tituem um dos capítulos, o IV, dum pequeno mas curioso livro intitulado «Mathematician's Delight», editado pela Penguin
Books. É sen autor W. W. Sawyer, nome, entre nós, pouco conhecido. É um livro modesto mas de leitura agradável e esti-
mulante a que não falta nem encanto nem originalidade. Recomendamo-lo, em particular aos alunos do primeiro ano das
uossas Universidades, que frequentam as cadeiras de Matemáticas. ff. T.
t e ç a . No entanto, se pularmos durante meia hora, enquadrar-se nos costumes que os rodeiam, a traba-
a l c a n ç a r e m o s ambos os resultados. lhar em qualquer profissão onde possam ganhar um
A confiança e o interesse podem t a m b é m alterar-se ordenado r a z o á v e l .
desde que se tomem as medidas convenientes. H á provavelmente alguns que se encontram entre
A s medidas convenientes não consistem em atirar-se é s t e s dois e x t r e m o s — i n d i v í d u o s que poderiam ser feli-
ao trabalho como um toiro. E bem sabido que o efeito zes e eficientes num tipo particular de v i d ã , mas que
do treino f í s i c o demasiado intenso, é destruir o corpo e se ignoram a si próprios, ou a quem falta a coragem
não melhorá-lo. O mesmo acontece com o espírito. ou a d e t e r m i n a ç ã o n e c e s s á r i a s para romper com a
No treino f í s i c o , alguns dos ó r g ã o s vitais encon- vida que os outros esperam que vivam. A guerra deu
tram-se fora do d o m í n i o da c o n s c i ê n c i a . N ã o podemos origem a muitos casos em que i n d i v í d u o s que dantes
enviar ordens directamente ao c o r a ç ã o , ao f í g a d o ou tinham feito um esforço pouco convincente p a r a se
às g l â n d u l a s . Temos de inventar e x e r c í c i o s dependen- q u à l i f i c a r e m para profissões intelectuais, se acharam
tes do movimento dos membros, do esforço dos m ú s - fazendo um trabalho p r á t i c o , apagando fogos, condu-
culos que podemos comandar, que produzam o dese- zindo c a m i õ e s , etc., etc. E r a evidente que tinham en-
jado efeito nos outros ó r g ã o s . Depois de uns poucos contrado o g é n e r o da trabalho para o qual a natureza
de meses de treino apropriado, n ã o sabemos que mu- os tinha destinado. Num mundo perfeito teriam sido
d a n ç a s tiveram lugar no nosso corpo, mas sentimos o encorajados a desempenhar tal tarefa sem ter sido
b e n e f í c i o e sabemos que se deram certas a l t e r a ç õ e s . n e c e s s á r i a uma guerra. P a r a tais pessoas trata-se,
No treino mental t a m b é m as alterações decisivas não de aprender m a t e m á t i c a , mas sim de a, mandar
correm fora do d o m í n i o consciente. A prova de q u a l - ao diabo na primeira oportunidade f a v o r á v e l .
quer sistema de ensino n ã o é verificar se produz estu- A primeira pregunta a fazer é e n t ã o esta : £ a que
dantes capazes de executarem certos truques como tipo p e r t e n ç o eu ? ^ Sou um i n d i v í d u o com um i n t é -
c ã e s amestrados. T a l m é t o d o é fútil e fundamental- resse de tal maneira profundo por algum tipo especial
mente degradante. H a b i l i t a apenas os rapazes a pas- de actividade que me posso permitir mandar passear
sarem nos exames, sobre assuntos que não compreen- outros assuntos (incluindo a m a t e m á t i c a ) e lutar para
dem e qualifica-os para postos onde se s e n t i r ã o infe- v i r a ser um perito da especialidade, ou p e r t e n ç o ao
lizes e incapazes. A prova real de qualquer m é t o d o tipo mais comum que e s t á pronto a trabalhar no que
de ensino encontra-se mais profundamente. U m estu- lhe vem à m ã o ?
dante que f a ç a uma a p r o x i m a ç ã o correcta do assunto, Devemos decidir-nos definitivamente por uma ou
a l c a n ç a uma a p r e c i a ç ã o completa do mesmo por esca- outra alternativa. O u os nossos i n t e r ê s s e s e s t ã o
l õ e s sucessivos. C o m e ç a por compreender de que trata tão longe da m a t e m á t i c a que nunca dela seremos
o assunto, em seguida sente-se capaz de o dominar e, capazes do tirar proveito ou prazer, ou h á alguma
depois, c o m e ç a a ter prazer no seu estudo e a pen- coisa que achamos digna de r e a l i z a ç ã o e para a qual
sar nêle fora das horas de trabalho. Somente quando é n e c e s s á r i o o conhecimento da m a t e m á t i c a . Quando
se criou tal atitude é que o e s p í r i t o compreendeu, de respondermos a esta q u e s t ã o devemos dar-lhe o desconto
facto, o significado do assunto. A s pessoas eviden- devido polo facto j á mencionado de que o sistema do
ciam um grau mais elevado de i n t e l i g ê n c i a e conhe- ensino parece ter sido especialmente delineado para
cimento nos seus passatempos, do que em qualquer esvaziar de t ò d a a vida e de todo o i n t e r ê s s e os assun-
outro ramo de actividade. tos ensinados. Por M a t e m á t i c a designamos a M a t e m á -
tica viva, não aquela que é ensinada em muitas escolas.
Falta de I n t e r ê s s e . ^ S e r á p o s s í v e l transferir para o Nalguns casos, portanto, a falta de i n t e r ê s s e emerge
trabalho a e s p é c i e de interesse que sentimos por um directamente das r a í z e s mais profundas da personali-
passatempo ? Depende da r a z ã o da falta de i n t é r e s s e . dade. Mas a vasta maioria das pessoas que odeia as
I l á i n d i v í d u o s cujo i n t e r ê s s e se concentra num ú n i c o m a t e m á t i c a s n ã o enfileira sob est4 bandeira. A causa
assunto. Se sentimos que na vida apenas temos um mais comum do desagrado das m a t e m á t i c a s é , d e longo,
p r o p ó s i t o , seja pintar quadros ou descobrir a cura do a maneira como s ã o apresentadas. Podo verificar isto
cancro, que apenas isto importa e que, em compara- por s i próprio. Gosta de q u e b r a - c a b o ç a s ? Presta aten-
ç ã o , tudo o resto—conforto, riqueza, respeitabilidade, ç ã o às adivinhas do Almanaque llertrand ? Resolve
s e g u r a n ç a , laços de f a m í l i a ou o b r i g a ç õ e s sociais — as palavras cruzadas ? G o s t a do bridge, do x a d r ê s ou
não tem significado, então' n ã o devemos ter d ú v i d a s das damas ? T o m a parte nas animadas d i s c u s s õ e s a
sobre o que temos a fazer. que algumas vezes assiste, como por exemplo quando
S ó uns poucos, raros i n d i v í d u o s , s ã o assim c a t e g ó - se trata de saber o que aconteceria se os passageiros
ricos e claros nos seus d e s í g n i o s . A maior parte dos de um a u t o m ó v e l atirassem uma bola ao ar ? c a ï r à
homens e mulheres e s t ã o prontos, mais ou menos, a novamente no c a r r o ? T e m i n t e r ê s s e por qualquer
s G A Z E T A D E MATEMÁTICA
tas do significado das palavras, n ã o t ê m uma ideia mos do lado, por enquanto, a Geometria, i Quanto
clara do que e s t á antes, n ã o compreendem o objectivo tempo leva a percorrer uma A r i t m é t i c a e uma Á l g e -
do trabalho. Podem resolver-se facilmente todas estas bra e ver se h á algum resultado importante a que no
dificuldades se forem atacadas uma por cada vez. liceu não se tenha ligado i m p o r t â n c i a ? Quanto tempo
Desde que o livro esteja escrito numa linguagem s i m - levam a escrever numa folha de papel os í n d i c e s des-
ples e r a z o á v e l , basta consultar um d i c i o n á r i o durante tes livros e a p ô r uma m a r c a em todos os resultados
uns minutos para esclarecer a primeira d ú v i d a . A que se tenham compreendido claramente? N ã o muito.
seguir, é ver que conhecimentos s ã o precisos p a r a a A vantagem d ê s t e procedimento é que se c o m e ç a a
c o m p r e e n s ã o da d e m o n s t r a ç ã o do novo resultado. É ver o que se tem de estudar.
p o s s í v e l traçar um diagrama que mostre como um H á a t e n d ê n c i a para j u l g a r a Á l g e b r a uma vasta
livro constitui um todo, como cada s e c ç ã o Jepende das selva de c o n f u s ã o no seio da qual se vagabundeia sem
s e c ç õ e s anteriores. Deve estudar-se um livro tanto de mapft nem b ú s s o l a . E muito melhor pensar da Á l g e b r a
traz para a frente, como da frente para trás : deve (ou da parte da Á l g e b r a que é n e c e s s á r i o conhecer)
saber-se que o resultado da p á g i n a 50 se demonstra, como uma meia d ú z i a de m é t o d o s e uns vinte resulta-
recorrendo ao resultado da p á g i n a 29, e que aquele dos, ou coisa parecida, dos quais provavelmente j á
serve para demonstrar o resultado da p á g i n a 144. ( E conhece 60 °/o. N ã o necessita mesmo de rever tudo
evidente que nenhuma pessoa com j u í z o v a i decorar duma vez. Suponha, por exemplo, que encontra dificul-
o número das p á g i n a s onde se trata da q u e s t ã o que dades no Cálculo por n ã o saber muito bem o b i n ó m i o
lhe interessa, mas é útil escrever à margem da p á - de Newton. A b r a a sua á l g e b r a e v e j a em que s í t i o
gina 50 : «Veja p á g . 29 ; usado a p á g s . 1 4 4 » ) . Muita vem. N ã o se rale, por enquanto, com a d e m o n s t r a ç ã o .
gente fixa resultados separadamente, mas nunca os Procure compreender primeiro, claramente, o que é o
l i g a desta maneira. b i n ó m i o de Newton. E s t á cheio de s í m b o l o s como Cp
N è s t e livro não foi p o s s í v e l , para cada simples frase, ou (") — usam-se s í m b o l o s diferentes conforme o livro
citar todas as referências anteriores que ajudam à que consultar. Ê s t e s s í m b o l o s s ã o explicados no c a p í -
sua c o m p r e e n s ã o . Se n ã o pode compreender uma certa tulo que trata da A n á l i s e C o m b i n a t ó r i a . N ã o se i m -
frase, sublinhe-a. E q u á s i certo que em qualquer parte porte mais uma vez com a d e m o n s t r a ç ã o . V e j a o que
do c a p í t u l o , ou do livro, se fêz uma o b s e r v a ç ã o espe- significam ê s t e s sinais. F a ç a uns poucos de e x e r c í c i o s
cialmente destinada a servir de p r e p a r a ç ã o para a — Cl, Cl e C | , por exemplo. Resolva-os n u m é r i c a -
sua c o m p r e e n s ã o . N u m a primeira leitura pode n ã o ter mente. Volte a t r á s ao b i n ó m i o e considere casos par-
reparado nesta nota. P a r e c i a sem p é s nem c a b e ç a . ticulares. F a ç a n = 4 , por exemplo. O teorema diz
V e j a se encontra tais o b s e r v a ç õ e s . Se assim aconte- respeito à e x p r e s s ã o (x-i-a)". Faça x=10 e o = l •
2 3 4 4
cer, escreva à margem : «Isto explica a frase subli- Calcule 1 1 , 1 1 e l l . Qual é a r e l a ç ã o entre 11 e
nhada a p á g i n a s . . . » . os n ú m e r o s calculados a c i m a ? Calcule 1 0 1 x 1 0 1 e
Naturalmente j u l g a que esta r e c o m e n d a ç ã o pouco 1 0 1 x 1 0 1 x 1 0 1 . O que é que nota acêrca de 1 1 x 1 1 e
vale, que é r i d í c u l a . Pode ser que assim seja, mas é 1 0 1 x 1 0 1 ? E a c ê r c a de l l x l l x l l e 1 0 1 x 1 0 1 x 1 0 1 ?
n e c e s s á r i o muita p e r s u a s s ã o para levar as pessoas a Aparecem os mesmos algarismos em ambos os casos ?
f a z ê - l o . Como regra, a l g u é m que tenha dificuldades J u l g a que no resultado de 1 0 1 x 1 0 1 f i g u r a r ã o os mes-
no Cálculo ou na Trigonometria, n ã o acredita de boa mos algarismos que no resultado de 1 1 x 1 1 ? E m
mente que a a t r a p a l h a ç ã o seja devida a i g n o r â n c i a l O i x l O l x l O l como em l l x l l x l l ? Se assim é, n ã o
da Á l g e b r a ou da A r i t m é t i c a . H á sempre um exame e s t á muito longe de descobrir por si próprio o teorema
daqui a um m ê s , seis meses, um ano, ou o quer que é, binominal.
e ê s t e exame é de C á l c u l o ou Topografia e n ã o de D e s t a maneira, caminhando p a r a trás, passa a saber
Á l g e b r a ou A r i t m é t i c a . T e n t a r estudar M a t e m á t i c a s quais as partes da Á l g e b r a que s ã o ú t e i s ao C á l c u l o .
Superiores sem uma firme c o m p r e e n s ã o das M a t e m á - Sabe, pelo menos, o b i n ó m i o de Newton e como ê l e o
ticas Elementares, é o mesmo que tentar inventar 4
pode ajudar a calcular 1 0 0 1 , mesmo que d e s c o n h e ç a
um a v i ã o sem nada saber de motores de a u t o m ó v e i s . a d e m o n s t r a ç ã o . Quando um livro ou um professor se
Antes que a i n d ú s t r i a a u t o m o b i l í s t i c a se tivesse referirem ao b i n ó m i o de Newton será capaz de com-
desenvolvido, t ô d a s as tentativas para a c o n s t r u ç ã o preender a maneira como dêle se utilizam. Quando
de a v i õ e s foram fracassos completos. estiver completamente familiarizado com a utilidade
A r e v i s ã o das M a t e m á t i c a s Elementares leva muito e o significado do teorema, pode e n t ã o ser vantajoso
menos tempo do que se imagina. £ Por quantos livros estudar a d e m o n s t r a ç ã o . (Alguns livros d ã o demons-
texto estudou um rapaz de dezoito anos ? U m , sobre t r a ç õ e s muito m a ç a d o r a s . Procure um que lhe d ê uma
a r i t m é t i c a , outro sobre á l g e b r a , um de geometria, uma d e m o n s t r a ç ã o breve e que lhe seja s i m p á t i c a ) .
trigonometria e, talvez, um livro de c á l c u l o . Ponha- Tradução de F . C A R V A L H O ARAÚJO
10 G A Z E T A D E MATEMÁTICA
ANTOLOGIA
OS OBJECTIVOS DA JUNTA DE INVESTIGAÇÃO MATEMÁTICA
por António Monteiro
(Palestra lida ao microfone do Rádio Club Lusitânia em Maio de 1944)
P a r a realizar o apetrechamento intelectual do nosso plano de conjunto traçado com largas perspecti-
p a í s , em condições que permitam orientar com e f i c i ê n - vas.
cia as actividades e c o n ó m i c a s para a l i b e r t a ç ã o mate- Os m a t e m á t i c o s portugueses conscientes das suas
r i a l do homem, é n e c e s s á r i o organizar um plano ade- responsabilidades perante o p a í s e perante a cultura,
quado em que a clareza de v i s ã o se alie à viabilidade resolveram unir-se para a r e a l i z a ç ã o das m i s s õ e s que
de e x e c u ç ã o . o dever lhes i m p õ e .
Vamos indicar, em breves palavras, a i m p o r t â n c i a E m 4 de Outubro de 1943, um grupo de investiga-
da cultura m a t e m á t i c a no apetrechamento intelectual dores portugueses fundou a J u n t a de I n v e s t i g a ç ã o
do p a í s . M a t e m á t i c a e definiu os seus principais objectivos nos
A m a t e m á t i c a — ou a c i ê n c i a do c á l c u l o — é um seguintes termos:
m é t o d o geral de pensamento a p l i c á v e l a todas as dis-
ciplinas e desempenha portanto um papel dominante 1. ° — Promover o desenvolvimento da i n v e s t i g a ç ã o
na c i ê n c i a moderna. matemática ;
A grande obra c i e n t í f i c a do s é c u l o x v n foi a orga- 2. " — R e a l i z a r os trabalhos d è i n v e s t i g a ç ã o n e c e s s á -
n i z a ç ã o da M e c â n i c a numa c i ê n c i a em que é p o s s í v e l rios à economia da N a ç ã o e ao desenvolvimento
p r e v ê r os f e n ó m e n o s por meio do c á l c u l o m a t e m á t i c o . das outras c i ê n c i a s ;
E s t a conquista, a que e s t á ligado o grandioso nome 3. ° — Sistematizar e coordenar a i n q u i r i ç ã o dos mate-
de Newton, criou uma base c i e n t í f i c a segura p a r a a m á t i c o s portugueses;
c i ê n c i a das m á q u i n a s a vapor, p a r a citar um exemplo 4. " — Vincular o movimento m a t e m á t i c o p o r t u g u ê s
cuja i m p o r t â n c i a é d e s n e c e s s á r i o realçar. A Q u í m i c a com o dos outros p a í s e s e, em especial, com o
transformou-se, no s é c u l o x v m , numa c i ê n c i a em que dos p a í s e s ibero-americanos ;
o c á l c u l o é p o s s í v e l e esta grande conquista da c i ê n c i a 5. ° — Despertar na juventude estudiosa portuguesa o
d ê s s e s é c u l o , foi a base fundamental para o desenvol- entusiasmo pela i n v e s t i g a ç ã o m a t e m á t i c a e a fé
vimento da I n d ú s t r i a Q u í m i c a . No s é c u l o xix a F í s i c a na sua capacidade criadora.
M a t e m á t i c a criou as bases c i e n t í f i c a s n e c e s s á r i a s para
o desenvolvimento da grande I n d ú s t r i a . O s é c u l o xx Os mesmos investigadores convidaram todas as pes-
será possivelmente o s é c u l o da Biologia M a t e m á t i c a . soas interessadas a ingressarem n ê s t o agrupamento.
Podemos, em qualquer caso, afirmar que assistimos a E s t ã o hoje retinidos nesta J u n t a de I n v e s t i g a ç ã o
uma verdadeira m a t e m a t i z a ç ã o de todos os ramos da M a t e m á t i c a a q u á s i totalidade dos investigadores por-
ciência. tugueses que t ê m dado provas de capacidade, grande
A M a t e m á t i c a aparece; assim como uma disciplina d e d i c a ç ã o e i n t e r ê s s e efectivo pelo desenvolvimento
fundamental, de cujo progresso depende, em grande da cultura m a t e m á t i c a portuguesa. T r a t a - s e portanto
parte, o desenvolvimento de muitas outras. Prestar a duma o r g a n i z a ç ã o que representa as forças vitais dessa
devida a t e n ç ã o a esta c i r c u n s t â n c i a não é um acto de cultura, o que revela a e x i s t ê n c i a duma c o n s c i ê n c i a
j u s t i ç a é antes um acto d e p r u d ê n c i a e elementar bom profunda dos problemas da hora presente.
senso. A s c i ê n c i a s m a t e m á t i c a s t ê m um grande papel a
É d i f í c i l descrever, exactamente, o estado em que desempenhar na c o n s t r u ç ã o dum Portugal feliz e pro-
se encontra a cultura i a a t e m á t i c a portuguesa, mas o gressivo. A I n d ú s t r i a , a A g r i c u l t u r a , a Meteorologia,
mais importante é, conio se compreende facilmente, a A v i a ç ã o , a N a v e g a ç ã o , a E s t a t í s t i c a , os Seguros,
comparar o ritmo do sou desenvolvimento com o dos a E n g e n h a r i a , as F i n a n ç a s , s ã o baseadas no c á l c u l o
p a í s e s mais a v a n ç a d o s . E n c a r a d a a q u e s t ã o sob ê s t e matemático.
aspecto crucial, podemos afirmar que o movimento C r i a r as bases fundamentais para o a p e r f e i ç o a m e n t o
m a t e m á t i c o p o r t u g u ê s se caracteriza por um atrazo e a c t u a l i z a ç ã o da nossa cultura m a t e m á t i c a é uma
crescente em r e l a ç ã o ao movimento m a t e m á t i c o inter- tarefa gigantesca que só pode ser realizada por von-
nacional. tades disciplinadas que saibam subordinar o i n t e r ê s s e
No i n t e r ê s s e da cultura, que é o i n t e r ê s s e do p a í s , individual ao i n t e r ê s s e colectivo.
ó preciso olhar de fren te para esta s i t u a ç ã o e tirar as Quando os m a t e m á t i c o s portugueses, sem serem soli-
c o n s e q u ê n c i a s n e c e s s á r i a s . P a r a desenvolver e actua- citados, sem serem f o r ç a d o s , mas animados do grande
lizar a cultura m a t e m á t i c a portuguesa, em c o n d i ç õ e s desejo de servir a N a ç ã o , fundaram a J u n t a de Inves-
que garantam a continuidade e e f i c i ê n c i a da obra a t i g a ç ã o M a t e m á t i c a , disseram ao p a í s : para cumprir
realizar, é n e c e s s á r i o subordinar essa tarefa a um os nossos deveres, estamos presentes.
12 G A Z E T A D E MATEMÁTICA
A A R I T M É T I C A R A C I O N A L
por António Monteiro e J . de Silva Pau/q
( C a p í t u l o 0 da tARITMÉTICA RACIONAL» dos mesmos Autores!
O s Primitivos. A noção de número inteiro tem ori- titui a estabilidade das coisas no mundo», «e a prisão
gem e m p í r i c a e apareceu no e s p í r i t o do homem em na qual a unidade divina fechou o Universo».
é p o c a s muito recuadas na H i s t ó r i a . E m certos calhaus A s d e s i g n a ç õ e s ainda hoje usadas: números primos,
rolados, encontrados no m e s o l í t i c o , existem, t r a ç a d o s números amigáveis, números perfeitos, s ã o s o b r e v i v ê n -
a ocre vermelho, v á r i o s sinais, alguns dos quais barros cias dessa é p o c a .
e pontos, s ã o presumivelmente sinais de n u m e r a ç ã o . A m í s t i c a dos números subsiste ainda em certas
Nalgumas gravuras rupestres encontram-se sinais, em camadas populares e nas é l i t e s (quando se atribuem,
geral barras e pontos ou pequenos círculos, que pare- por exemplo, ao n ú m e r o treze, i n f l u ê n c i a s perniciosas).
cem representar registos de contagens. E m sociedades
muito primitivas (tribos selvagens da A f r i c a e da O s L o g í s t i c o s . A partir da o b s e r v a ç ã o foi o homem
A u s t r á l i a ) aparece j á a n o ç ã o de n ú m e r o inteiro, coligindo dados da e x p e r i ê n c i a , acumulando e x p e r i ê n -
embora v a g a e embrionária. O homem de certas t r i - cias vividas, e traduzindo-as depois em leis empíricas,
bos (Pigmeus) sabe contar a t é cinco e a respeito quando verificou a r e p e t i ç ã o dos mesmos f e n ó m e n o s
duma c o l e c ç ã o com mais objectos diz que ela tem nas mesmas c o n d i ç õ e s . E n t r e essas leis figuram as
muitos objectos. leis do c á l c u l o . H á pelo menos cinco mil anos que
o homem sabe calcular com n ú m e r o s inteiros. No
N a l í n g u a francesa existem duas palavras, trois
antigo E g i p t o , e entre os B a b i l ó n i o s , existia j á um
(três) e très (muitos) p r ó x i m a s parentes, talvez ves-
sistema completo de regras de c á l c u l o sobre os n ú m e -
t í g i o s da é p o c a em que o homem n ã o contava a l é m
ros inteiros, e sôbre os números racionais, maiores
de dois ; mais n o t á v e l é o caso da palavra i n g l ê s a
que zero. Criou-se mesmo uma classe de calculadores
thrice, que tem as duas s i g n i f i c a ç õ e s «três v e z e s » e
profissionais (chamados escribas entre os e g í p c i o s , en-
« e x t r e m a m e n t e » . D e resto, ainda hoje existem socie-
tre os gregos terão o nome de logísticos, de logos
dades em que só h á nomes para os números um
= cá!culo, fo(/ííft'eos = h á b i l calculador), que aplicavam
(urapum) e dois (okosa).
essas regras sem se preocuparem com a sua justifica-
Os progressos da A r i t m é t i c a resultam em regra de
ç ã o nem com a d e f i n i ç ã o das o p e r a ç õ e s a que dizem
progressos da v i d a e c o n ó m i c a do homem. Os i n d í -
respeito (Empirismo do C á l c u l o ) .
genas Bakumu n ã o sabem contar a l é m de 30 ou 40,
porque os seus contratos comerciais ou de m a t r i m ó n i o D e dois d ê l e s nos ficam os mais antigos documentos
não v ã o , em regra, a l é m de 30 ou 40 unidades. sôbre A r i t m é t i c a que actualmente se conhecem, os papi-
ros de Moscovo ( S é c u l o x x i A . C ) , ou de Golenishschev,
E x i s t e uma A r i t m é t i c a dos pastores, como uma A r i -
e de Bind, ou de Ahmes .(Século xix A . C ) . <"
t m é t i c a dos agricultores e dos comerciantes. O pastor
que regista o número de crias que nasceram no seu O s G r e g o s . Depois dos e g í p c i o s e dos b a b i l ó n i o s ,
rebanho, serve-se de entalhes no cajado, um por cada foram os gregos que mais c o n t r i b u í r a m para o desen-
cria (Serra da E s t r ê l a ) . E já um sistema de represen- volvimento da Aritmétic-a. F o r a m n o t á v e i s n ê s t e
t a ç ã o dos n ú m e r o s inteiros. p e r í o d o : Pitágoras (580 - 501 A . C . ) que descobre
os irracionais, (facto i m p o r t a n t í s s i m o que será mais
O Misticismo. O desenvolvimento desta represen- tarde o ponto de partida p a r a um r á p i d o desenvol-
t a ç ã o f ê z , pouco a pouco, ligar outro significado à vimento da A r i t m é t i c a ) e Euclides (300 A . C.) que
i d é i a de número. A s s i m como o desenho de homens e s b o ç a uma ordenação dos conhecimentos de A r i t m é -
e animais se prestava, como representante d ê s s e s t i c a da é p o c a , nos seus E.LEMENTOS, onde h á j á mui-
homens e d ê s s e s animais, a certas p r á t i c a s m í s t i c a s tas passagens com demons t r a ç õ e s formais de certas
que tinham por fim conciliar as forças desconhecidas regras de c á l c u l o . No entanto, a p r e p o n d e r â n c i a da
que podiam tornar p r o p í c i o s certos actos de d e f ê s a Geometria e o a p ê l o cons tante à representação geo-
e de ataque ou de c a ç a , assim t a m b é m ao número, m é t r i c a , o d e s p r ê z o p e l a « p r á t i c a » , <*' paralizam o
como representante de algum modo de certos aglome-
rados, c o m e ç o u a estar l i g a d a uma i d é i a m í s t i c a . m Golenishschev e A . Henry Rind foram os primei-
A E s c o l a P i t a g ó r i c a , entre os gregos, a t r i b u í a pro- ros possuidores nos tempos modernos daqueles papiros:
priedades m e t a f í s i c a s aos n ú m e r o s : «o número é a alma Ahmes é o nome do escrib a que o escreveu.
m Veja : Bento de Jesus Caraça. Conceitos Fundamen-
das coisas», «o número três representa a divindade», tals da Matemática. Vol. | l (cap. IV), Vol. II (cap. IV). U » -
«o número i a cadeia, omnipotente e autogénea, que cons- boa, 1041 • 1842.
G A Z E T A D E MATEMÁTICA 13
eulo six, apregoava mesmo a necessidade de «renun- Sem esta d i s t i n ç ã o o estudo da A r i t m é t i c a tem um
ciar a considerar as quantidades negativas como seres carácter nebuloso que torna i m p o s s í v e l o entendi-
reais» e exaltava o papel da i n t u i ç ã o . mento de qualquer d e m o n s t r a ç ã o .
U m estudo c r í t i c o aturado demonstrou, porém, que a
T e n d ê n c i a s M o d e r n a s . O desenvolvimento vertigi- A r i t m é t i c a se pode organizar como uma teoria dedu-
noso da M a t e m á t i c a no s é c u l o xx, veio p o r é m demons- t i v a de muitas e variadas maneiras.
trar a necessidade e utilidade dos m é t o d o s racionais, A nossa a t e n ç ã o pode e n t ã o ser dirigida para a
em particular da u n i f i c a ç ã o de disciplinas que a t é estrutura das diversas teorias. Como a ordem em que
e n t ã o eram estudadas separadamente, reduzindo-se a «aparecem» os «teoremas» pode variar com uma certa
p ó o cepticismo anteriormente referido. E s t a t e n d ê n - latitude, surge a t e n d ê n c i a para Racionalizar a pró-
cia da M a t e m á t i c a moderna tem naturalmente as suas p r i a Aritmética Racional.
r e p e r c u s s õ e s no estudo da teoria dos números e per- E s s a r a c i o n a l i z a ç ã o pode ser feita de forma a abre-
mite e n c a r á - l a sob novos aspectos. viar o estudo, economizar o esforço, a l i v i a r a m e m ó -
P a r a que a Aritmética se possa chamar Racional è r i a e obter um conhecimento mais profundo da p r ó -
i n d i s p e n s á v e l que ela seja apresentada sob a forma p r i a teoria. Os autores d ê s t e livro visaram ( a l é m de
duma teoria dedutiva, e para isso é necessário distin- tudo isto) o objectivo fundamental do ensino da A r i -
guir cuidadosamente as proposições primitivas das t m é t i c a R a c i o n a l no liceu : «preparar o aluno para
proposições demonstráveis. prosseguir estudos superiores.»
MOVIMENTO MATEMÁTICO
CONGRESSO PARA O A V A N Ç O DAS CIÊNCIAS - C Ó R D O V A - O U T U B R O DE 1944
A « G a z e t a de M a t e m á t i c a » apresenta neste número uma r á p i d a resenha dos trabalhos de
m a t e m á t i c a apresentados na 1.* s e c ç ã o do Congresso L u s o - E s p a n h o l . Os Profs. R u y L u í s
Gomes e Bento de Jesus C a r a ç a do Centro de Estudos de M a t e m á t i c a da Faculdade de C i ê n -
cias do Porto e do Centro de Estudos de M a t e m á t i c a s Aplicadas à Economia do Instituto
Superior de C i ê n c i a s E c o n ó m i c a s e Financeiras, respectivamente, relatam a p a r t i c i p a ç ã o por-
tuguesa e o Prof. Sixto R i o s da Universidade de Madrid refere a p a r t i c i p a ç ã o espanhola.
r~f = ^ ^.——1
t pelo assistente D r . Alfredo Miranda.
1 —Sobre os anéis semi-primários. 2—Sobre um teorema,
dos corpos comutativos.
L i/Ti J *
h) Sobre os conceitos de regime de capitalização e de
B — «Análise» : JOSÉ GASPAR T E I X E I R A : Sobre uma
equivalência financeira, pelo assistente D r . Augusto
certa classe de polinómios de coeficientes complexos.
S á da Costa (actualmente em Zurich).
C — « T e o r i a Geral da Medida e da Integração» : Luís
c) Sobre a população portuguesa, pelo assistente
N E V E S R E A L : Sobre a construção algébrica da teoria
D r . J o ã o R e m y Freire.
geral da medida ; R U Y L U Í S GOMES : Sobre a definição
O trabalho colectivo foi a seguinte Proposta apre-
algébrica de integral em espaços abstractos.
sentada e discutida na 1.* S e c ç ã o ( M a t e m á t i c a s e
D — « Topologia» : A L F R E D O P E R E I R A G O M E S : Sobre a
Astronomia) do Congresso :
a noção de espaço compacto ; ANTÓNIO MONTEIRO : Cara-
cterização dos espaços topológicos mais gerais determi- «1. É de todos sabido que, por falta duma t á b u a de
nados pela família dos conjuntos fechados; M A R I A O. mortalidade portuguesa, todos os estudos e determi-
BOTELHO e MARIA I I . COSTA F E R R E I R A : Caracterizações n a ç õ e s actuariais em Portugal t ê m sido sempre feitos
simples dos espaços de Kuratowski. sobre a base de t á b u a s de mortalidade, gerais e espe-
ciais, estrangeiras.
O Centro de Estudos de M a t e m á t i c a s Aplicadas à 2. Os inconvenientes que daí resultam, j á patentes
•Economia do Instituto Superior de C i ê n c i a s E c o n ó m i - actualmente, t o r n a r - s e - ã o ainda maiores quando ama-
cas e F i n a n c e i r a s participou no Congresso de C ó r - nhã o problema da p r e v i d ê n c i a ultrapassar definitiva-
doba de Outubro de 1944 com a a p r e s e n t a ç ã o de três mente a fase privada, de que agora c o m e ç a a sair, para
trabalhos individuais e um colectivo. se entrar numa l a r g a p o l í t i c a de p r e v i d ê n c i a social.
16 G A Z E T A D E MATEMÁTICA
3. N ã o s ã o apenas os elementos que habitualmente ros de Mersenne son de l a formà 8/H;l (k natural),
5
figuram numa t á b u a de mortalidade que faltam — é demuestra l a c o n g r u ê n c i a fundamental: A + B=2" (n )
todo o estudo teórico da v a r i a ç ã o populacional portu- de l a cual deduce A+B==0 (16) de que obtiene nota-
guesa que e s t á por fazer. bles consecuencias.
4. Julga-se que tal estudo deve interessar i g u a l - 2. — L . P É R E Z - C A C H O . — Divisiones dei cuerpo cua-
S
mente à E s p a n h a e que h a v e r á , portanto, vantagem drâtico X — 5 . N
em que êle seja prosseguido paralela e coordenada- Demuestra que dichos n ú m e r c s son 2 , 5 y los n ú -
mente nos dois p a í s e s . meros primos terminados en 1 ó en 9 , de lo cual
5. E m v i s t a disso, o Centro de E s t u d o s de M a t e m á - deduce interesantes consecuencias para sus resultados
ticas Aplicadas à Economia (Universidade T é c n i c a relativos a los números de Mersenne.
de L i s b o a ) propõe à A s s o c i a ç ã o L u s o - E s p a n h o l a para 3. — D . O R T I Z R I B A S . — Algunos casos de radicación
o Progresso das C i ê n c i a s que promova a r e a l i z a ç ã o abreviada o rapidísima.
coordenada de trabalhos nos dois p a í s e s , tendentes : E x p o s i c i ó n detallada de algunas regias abreviadas
a) A d e t e r m i n a ç ã o de f u n ç õ e s e coeficientes de para o b t e n c i ó n de r a í c e s , basada en la conocida i g u a l -
v a r i a ç ã o populacional nas diferentes r e g i õ e s da P e n í n - dad aproximada (í + a)"~ l-\-na .
sula Ibérica e sua u n i f i c a ç ã o p o s s í v e l . 4. — J . R . F U E N T E S M I R A S . — La falta de contradic-
b) A o estudo da d i s t r i b u i ç ã o , suas c a r a c t e r í s t i c a s e ciôn en la Matemática. Rasgos generates del logicismo,
e v o l u ç ã o da d i s t r i b u i ç ã o da p o p u l a ç ã o por idades, nas formalismo e intuicionismo.
diferentes r e g i õ e s peninsulares. E x p o s i c i ó n clara de los trabajos c o n t e m p o r â n e o s
e) A coordenação da recolha de dados d e m o g r á f i c o s para l a f u n d a m e n t a c i ó n de l a M a t e m á t i c a , en sus très
pelos organismos e s t a t í s t i c o s dos dois p a í s e s . t e n d ê n c i a s fundamentales.
d) A obtenção, como objectivo final, de t á b u a s de 5. — C . S A E N Z G A R C I A . — Un problema ingenieril y
mortalidade regionais e, se p o s s í v e l , duma t á b u a de diversas sugerencias matemáticas.
mortalidade p e n i n s u l a r » . E s t ú d i o g e o m é t r i c o de algunos problemas de m í n i -
mos en relación con el problema de i n g e n i e r í a que se
E s t a proposta foi aprovada por unanimidade.
refíero a l a construcción de d e p ó s i t o s reguladores de
los abastecimientos de á g u a .
Noticia de los trabajos de M a t e m á t i c a s presentados
6. — R . D E LA Hoz ARDERÍUS. — Una simplification
en el Congresso :
para la práctica de la integration gráfica.
1. — TJ. P K R E Z - C A C H O . — El último teorema de Fermât Modificación de los m é t o d o s , bien conocidos, de
y los teoremas de irreducibilidad algebraica. construcción de la curva integral y s i m p l i f i c a c i ó n dei
L l e g a entre otros notables resultados al siguiente : dispositivo para su r e a l i z a c i ó n m e c â n i c a .
el ú l t i m o teorema de F e r m â t queda reducido a demos- 7. — S. Rios. — Sobre la reordenación de series de
5 u
trar que l a e c u a c i ó n a — a z - f a = 0 es irreducible Dirichlet.
en K ( í ) siendo a um número de este cuerpo. Dos teoremas relativos a l a p r o l o n g a c i ó n a n a l í t i c a
2. — L . P É R E Z - C A C H O . — S o b r e los números de Mcrsenne. de series de D i r i c h l e t por alteración dei orden de los
A p o y á n d o s e sobre el teorema de E u l e r y sobre la t é r m i n o s , que precisan algunos resultados anteriores
propriedad s e g ú n l a cual los divisores de los n ú m e - dei autor.
1. — E l Prof. A n t ó n i o J . Flores ha obtenido ultima- Astronomia general y Topografia, très horas sema-
mente resultados de um i n t e r é s fundamental en e l nales de clase y dos de s e s i ó n p r á c t i c a .
campo de l a F i s i c a t e ó r i c a y tambien en diversas r a - Tercer curso (cuatrimestres quinto y sexto) : A n á -
mas de l a Topologia. lisis m a t e m á t i c o , tercero (Ecuaciones diferenciales,
2. — E l Prof. R . S a n J u a n explica durante el atio Ecuaciones i n t é g r a l e s , C á l c u l o de variaciones), c u a -
a c a d é m i c o 1944-45 um curso sobre Funciones cuasiana- tro horas semanales de clase y dos de s e s i ó n p r á c t i c a .
l í t i c a s , en l a F u n d a c i ó n Conde do Cartagena de l a Geometria proyectiva, très horas semanales de clase
R . Academia de C i ê n c i a s de Madrid. y una de s e s i ó n p r á c t i c a .
3. — E l Prof. T . R . Bachiller explica un curso sobre C á l c u l o de probabilidades, très horas semanales de
Grupos T o p o l ó g i c o s en el Instituto Jorge J u a n . clase y una de s e s i ó n p r á c t i c a .
4. — E l Prof. S. R i o s explica un curso sobre l a R e - F í s i c a teórica, segundo (Optica y E l e c t r i c i d a d ) :
p r e s e n t a c i ó n a n a l í t i c a de funciones reaies en l a F u n - T r è s horas semanales de clase y una de s e s i ó n p r á c t i c a .
d a c i ó n C . de Cartagena de la R . A c a d e m i a de C i ê n - Cuarto curso (cuatrimestres s é p t i m o y octavo) :
cias de Madrid. A n á l i s i s m a t e m á t i c o , cuarto (funciones de variable
compleja), cuatro horas semanales de clase y dos de
S e c c i ó n de M a t e m á t i c a s . sesión práctica.
Primer curso (cuatrimestres primero y segundo) : Geometria descriptiva, très horas semanales de clase
A n á l i s i s m a t e m á t i c o , primero (Algebra lineal, A l g o - y una de s e s i ó n p r á c t i c a .
ritmos indefinidos, C á l c u l o diferencial y aplicaciones) : M e c â n i c a teórica ( p r i n c í p i o s de D i n â m i c a a n a l í t i c a
cuatro horas semanales de clase y dos de s e s i ó n práctica. y m e c â n i c a relativista), cuatro horas semanales de
Geometria y Trigonometria (estúdio s i n t é t i c o dei clase y dos de s e s i ó n p r á c t i c a .
espacio e u c l í d e o y proyeetivo, Trigonometria, Siste- E s t a d í s t i c a m a t e m á t i c a , cuatro horas semanales de
mas de r e p r e s e n t a c i ó n ) : cuatro horas semanales de clase y dos de s e s i ó n p r á c t i c a .
clase y dos de s e s i ó n p r á c t i c a . Quinto curso (cutrimestres noveno y diez) : A n á l i s i s
F i s i c a experimental, très horas semanales de clase m a t e m á t i c o , quinto (Funciones reales, Cálculo funcio-
y u n a de s e s i ó n p r á c t i c a . nal)dos horas semanales de clasey una de s e s i ó n p r á c t i c a .
T e o r i a de conocimiento (sólo en primer euatrimes- Geometria diferencial, dos horas semanales de clase y
tre y v o l u n t á r i a ) , dos horas semanales de clase. una de s e s i ó n p r á c t i c a . •
Segundo curso (cuatrimestres tercero y cuarto) : F í s i c a m a t e m á t i c a , dos horas semanales de clase y
A n á l i s i s m a t e m á t i c o , segundo (Cálculo integral, a p l i - una de s e s i ó n p r á c t i c a .
caciones. T e o r i a c l á s i c a de ecuaciones. Ecuaciones (A elegir dos asignaturas entre Astronomia e s f é -
diferenciales ordinárias elementales), cuatro horas r i c a y Geodesia, Topologia, A l g e b r a superior, Geo-
semanales de clase y dos de sesión p r á c t i e a . metria algebraica, T e o r i a de números) cuatro horas
Geometria a n a l í t i c a , cuatro horas semanales de semanales de clase y dos de s e s i ó n p r á c t i c a .
clase y dos de sesión p r á c t i c a . E n todos los cursos h a b r á un S e m i n á r i o M a t e m á t i c o
F í s i c a teórica, primero (Mecânica y T e r m o l o g í a ) , dirigido por un c a t e d r á t i c o o miembro dei Consejo
très horas semanales de clase y una de s e s i ó n p r á c t i c a . Superior de Investigaciones C i e n t í f i c a s .
18 GAZETA D E MATEMÁTICA
MATEMÁTICAS ELEMENTARES
EXAMES DE APTIDÃO ÀS ESCOLAS SUPERIORES (1943)
Curso de habilitação para professores de desenho nos liceus 27 metros. R : O lado 1 do losango é dado por
— Outubro de 1943. — Ponto n.» 4. l = d/2:cos a/2;
1 = 1 3 , 5 : cos 57» 4 2 ' 3 0 " ;
I log 1 = l o g 13,5 + colog cos 57» 42' 30" ;
• log 1=1,13033 +0,27227 =1,40260 ;
1 9 0 0 — Determine as c o n d i ç õ e s a que deve satis- donde 1=25,27 m e o perímetro é 41=101,08 m .
fazer m p a r a que as r a í z e s da e q u a ç ã o ( m + 2 ) x- +
2
+x— ( m + 2 m — 1 ) = 0 sejam de sinais contrários e 1 9 0 4 — Determine o valor da tangente dum â n g u l o
indique os casos, separadamente, em que a raiz de obtuso sabendo que a cosecante è 3 . R : O ângulo é
maior valor absoluto tem os dois sinais p o s s í v e i s . do 2." quadrante. De coseca=3 dednz-se sena=l/3
R : Para que as raízes sejam de sinais contrários, e cos a = - v / l - 1 / 9 = - 2 v/2/3 donde t g a = — 1/2/4 .
deverá ser -(m2+2m—1) : (m+2) < 0 ou ( m 2 + 2 m - l ) :
2 III
: (m + 2) > 0 . As raízes do trinômio m + 2m — 1
são —1 + l / 2 e este trinômio è positivo para os valores 1 9 0 5 — Deduza a e x p r e s s ã o do lado do d o d e e á g o n o
de m tais que m < — 1 — t / 2 e m > — 1 + \/2. Como m + 2 regular em f u n ç ã o do raio do c í r c u l o circunscrito, a
« positivo para m> — 2 , segue-se que as raízes da partir do conhecimento do lado do h e x á g o n o regular,
equação têm sinais contrários para os valores de m que
J
inscrito no mesmo círculo. R : Como lg = R se for x o
satisfazem a m > — l + v / 2 . Por outro lado m +2m—1
diferença entre o apótema O M do hexágono e o raio do
i negativo para os valores de m tais que —1 — ^ 2 <
! 2
donde a condição ser também verificada para os valores O M = v / R ' - R / 4 = R / 2 • t / 3 donde, finalmente, se deduz
de m que satisfazem à dupla desigualdade —1 — t/2 < x= R(l-t/3/2) e I ^ V / R S / 4 + R*(1 + 3/4-^/3) =
< m < — 2 . A raiz de maior valor absoluto é positiva /
=RV 2~^v/^ •
para os valores de m que tornavam — l / ( m + 2) posi-
tivo, o que exige que m seja menor que — 2 . Quere 1 9 0 6 — Indique e justifique a c o n s t r u ç ã o que per-
dizer que a raiz de maior valor absoluto é positiva para mite traçar tangentes a uma c i r c u n f e r ê n c i a a partir
os segundos valores achados —1 — t / 2 < m < — 2 . Será dum ponto exterior. R : Seja [c] a circunferência de
negativa quando — l / ( m + 2 ) < 0 ou seja m > — 2 , e, centro O e P o ponto. Divida-se Õ P ao meio e com o
portanto, para os valores de m que satisfazem a raio O M e centro em M (ponto médio do segmento 0P)
m > — 1 + t / 2 , primeiros valores que se acharam. descreva-se uma circunferência que intersecte [c] nos
pontos P j c P2. As rectas P P i e P P são tangentes
2
MATEMÁTICAS SUPERIORES
BREVE ESTUDO. N O C A M P O REAL, DE ALGUMAS TRANSCENDENTES ELEMENTARES l*)
por M a n u e l Zaluar Nunes
Será y = x ° = e , m l 0 0 1
. T a m b é m se deduz que y>0 Sota — Terminamos aqui a nossa breve exposição em que
m quasi nos limitámos a introduzir defiuições e deduzir segui-
« yi— m\oax.
e _ = njajm-t ^ q mostra que a regra de
0 U e damente as mais importantes propriedades. U m estudo das
d e r i v a ç ã o de uma p o t ê n c i a é v á l i d a para qualquer transcendentes elementares, no campo real, requere o trata-
expoente). mento de outros problemas como seja o dos desenvolvimen-
tos em série de potencias (ou dos desenvolvimentos limitados
E ú t i l fazer um estudo mais pormenorizado d a fun-
de Mac Laurin) das funções log (1 -+-x) , e* , a* , (1 -J-x)" ,• • •,
ç ã o p o t ê n c i a para os valores de m estudando o sentido e determinação da sua validade. Dos desenvolvimentos obti-
de crescimento e de concavidade (veja-se a figura dos partir-se-ia para o cálculo numérico destas funções.
junta). Seguir-se-ia, t a m b é m , naturalmente depois, o estudo de
m
outras funções como as hiperbólicas directas e inversas, as
Introduzida a f u n ç ã o x para valores irracionais de funções circulares e suas inversas, a função u* , etc.. Yeja-se,
m as duas propriedades assinaladas quando do estudo por exemplo, além dos livros citados j á na bibliografia (Gaz.
da f u n ç ã o i / = l o g x : Mat. n.° 20), também 0 8 seguintes :
logx
h™ ^ . —0 e l i m x " l o g x = 0 H. Commissaire et G. Cognac. Cours de Mathématique?
*-»+» *=.» é E
Spéciales — Vol. I I , 2 » édit. — Paris, 1941.
s ã o agora e x t e n s í v e i s a qualquer valor positivo da n , René Garnier—Cours de Mathématiques Générales—Tome I ,
racional ou n ã o . Paris, 1930.
Sendo n positivo, a f u n ç ã o f ( x ) = x" log x è pois um A. Sá da Costa — O cálculo da soma de uma série — «Gazeta
i n f i n i t é s i m o com x a que é i m p o s s í v e l assinalar ordem. de Matemática» n.» 11, 1942.
EXAMES DE F R E Q U Ê N C I A
Á L G E B R A S U P E R I O R
C Á L C U L O I N F I N I T E S I M A L
sendo (1) x — i/-t-2z = l . R : Temos * = x + y + z + 2 í í vem cos x — — e x' = 2/(l-f-tf) ; logo P l / ( 3 + cos x ) =
+ X - ( x — y + 2 z — 1 ) e: * ; = 2 x + X = 0 , * ; = 2 y — X = 0 }
- P2/(4+21>) = P l / ( 2 +1*) = [arc tag ( t / {/2)]f j/2 -f- C -
<l>j=2z+2x=0; estas equações dão, com (1): x = — X / 2 , y = 1 tag x/2 _
= X/2, z X , X = - l / 2 ou x = l / 4 , y = — 1 / 4 , z = l / 2 = —7= arc t a g — = — b C .
J
ç/2 h
j/2
e X— —1/2; ora d* * = 2 d x * + 2 d y + 2dz2 e d y = d x +
F. C . C. — 2.° exame de frequência, 1943-44.
+ 2dz; logo 9. ( P , «) = 2»? + 2 (*, + 2 ^ + 2o| — 2 +
0
s
+ 2 ( » , + 2 x 5 ) > 0 . Há portanto um mínimo no ponto : 1914 — Resolver a e q u a ç ã o de derivadas p a r -
P (1/4 , - 1 / 4 , 1 / 2 ) .
0
ciais q = <t(p,y) pelo m é t o d o de Charpit-Lagrange.
G A Z E T A D E M A T E M Á T I C A 21
R: Temos dp = 0 ; logo p = c e portanto q=«>(c,y); y=bvsenu e o » i O < v < l e 0 < u < i r / 2 íeroo« | J | = a b v ;
dz dz
-— = c e — = » (c , v ) : vem pois z = cx + u (y) , 2 2 2 2
- v cos H — v sen u a b v d u d v =
dx dy
C n u p E c o r
<P ( J y ) = ' (y) i ( y ) = 9 ( J y) + i ; P consequên-
cia z = e x + Pœ (c , y ) + C i .
^8c !
abvdudv=
1
x y 2
1 9 1 5 — Calcular o volume do e l i p s ó i d e 2
1 2
H
a 6
+ ^ — 1 . R : Temos V = 8 z d x d y =
=8abc v^/l —v dv 2
du = ^ i r a b c .
%
2 2
=8 c 1^1—x /a*—y*/b dxdy . Fazendo x = a v cos u .
Soluções dos n.°* 1912a 1915 de Jose B. Pacheco de Amorim.
M E C Â N I C A R A C I O N A L
PROBLEMAS
ALGUMAS DAS SOLUÇÕES RECEBIDAS
1 8 9 5 — Calcular os catetos e a hipotenusa dum (Generalizar : — quatro números formando progres-
t r i â n g u l o r e c t â n g u l o , c o n h e c e n d o - s e as s u p e r f í - são a r i t m é t i c a ) .
cies (Ai e Az) dos dois t r i â n g u l o s , em que a altura, R : Seja r a razão da progressão. Se r fôr positivo,
correspondente à hipotenusa, o divide. R : Sejam h a 3
deverá ser (x + 3 r ) = x + ( x + r ) + (x + 2 r ) 3 3 J
( x — o W x — a + (x—b) l/x—b . tes estão entre si como os cubos de duas linhas liomòlo-
7
* \ \, 7 =(x-a)-l/(x-o)(x-6)+ gas, portanto V / h ^ v / V donde
\ x—a+ \x—b
-i-(x—b) vem (x—a)—^(x—a)(x—b) + (x—b)*=a—b
;h 3
ou h
ou ^(x—a) (x—6) = 2 (x—a) , e, elevando ambos os
2
lermos ao quadrado, 4 ( x — a ) = (x — a) (x—6) . As raí- O cone deve ser seccionado por um plano paralelo à base
zes desta equação são as raízes das equações x—a=0 a uma distância li' do vértice dado pela relação (a) .
, .
e 4 ( x —a) = x—o ou sejam as raizes
. x=o
4
«-°
e x — ———•
Suponhamos agora que o volume v' do tronco c maior
que o do cone parcial. Entre v' e V existe a rela-
Ambas as raízes satisfazem à equação dada.
l/5—1
Solução de Carlos A. Gonçalves Gomes (do Porto). çao v.-i .
X V e o volume do cone parcial v sera
Enviaram também s o l u ç õ e s correctas: Fernando R. D.
Agudo (de Lisboa); J . S. Faria de Abreu (de Penafiel); v=V-v' = V _ —
Marcelino Quedes de Sousa (do Porto) ; e T . Ferreira Rato
(S. Tiago de Cabo Verde). 2 3
3 3
mas, como vimos, v/V=h" /h e, portanto,
1 8 9 8 — D i v i d i r o volume dum cone recto de revo-
l u ç ã o , em m é d i a e extrema r a z ã o , por um plano p a r a - 3 Vê 3 ã
= \ / ~ y h .
lelo à base. R : Seccionando um cone por um plano 2 y 2
paralelo à base, obtemos um cone semelhante ao primeiro Neste caso, a secção deve ser feita a uma distância h"
e um tronco de cone. Suponhamos que o volume do cone do vértice dada pela expressão ((3) .
parcial v e maior que o do tronco e seja V o volume do
Solução de Paul Richard (de Portalegre).
6orae total. Entre estes volumes deverá existir a rela-
Enviaram também s o l u ç õ e s correctas : Alberto Paes
t / 3 - l :, V . Mas os volumes de sólidos semelhan- (de Lisboa) ; F . R. D. Agudo (de Lisboa) ; e J . S. Faria de
çao v = •
Abreu (de Penafiel).
BOLETIM BIBLIOGRÁFICO
Nesta s e c ç ã o , além de extractos de críticas aparecidas em revistas estrangeiras, serão publicadas criticas de livros
e outras publicações de matemática de que os autores ou editores enviarem dois exemplares à Redacção
julgou-se ser ê s t e o problema central da teoria das a p l i c a ç õ e s dos teoremas estabelecidos nos c a p í t u l o s
séries de Fourier e nesta ordem de i d é i a s foi ê s t e que anteriores e dedicam o c a p í t u l o V I I ao estudo das
maior desenvolvimento teve. Os pontos de v i s t a actuais séries gerais t r i g o n o m é t r i c a s . O livro termina com
mostram todavia que a n o ç ã o de c o n v e r g ê n c i a pode uma série de notas e complementos elucidativos do
ser tomada num sentido muito mais lato e englobar texto e respectiva bibliografia.
as n o ç õ e s de c o n v e r g ê n c i a forte, c o n v e r g ê n c i a fraca e E s t e trabalho p r e s s u p õ e o leitor j á iniciado nos
diferentes tipos de somabilidade ; deste modo elimi- conhecimento da teoria geral das séries de Fourier e
nam-se certas l i m i t a ç õ e s n e c e s s á r i a s no estudo da con- da teoria da medida e i n t e g r a ç ã o - / ; .
v e r g ê n c i a vulgar. No c a p í t u l o V , a p r o p ó s i t o da soma- Resumindo : trata-se duma e x p o s i ç ã o clara e actua-
bilidade das séries de Fourier, os autores introduzem lizada da teoria das séries de Fourier, que constitui
alguns pontos de v i s t a pessoais no sentido da deter- t a m b é m uma boa i n t r o d u ç ã o à monografia de Zygmund
m i n a ç ã o do conjunto dos pontos de somabilidade e da c o l e c ç ã o de monografias sobre a teoria das f u n ç õ o s ,
duma s i s t e m a t i z a ç ã o de diversos tipos de somabili- publicada em V a r s ó v i a sob a d i r e c ç ã o de Sierpinski.
dade. Ocupam-se a 6eguir, c a p í t u l o V I , de algumas R u ; Luis Gomes
P E R I Ó D I C O S C I E N T Í F I C O S R E C E B I D O S
T h e M a t h e m a t i c a l G a z e t t e — Vols. X X V (1941),
Espanha
X X V I (1942), X X V H (1943) e X X V I I I , n « 278 a 281
Euclides — (Madrid) — R e v i s t a mensual de C i ê n - — 1 9 4 4 , Londres.
O U T R A S P U B L I C A Ç Õ E S R E C E B I D A S
A N T Ó N I O A N I C E T O M O N T E I R O
DOUTOR EM CIÊNCIAS MATEMÁTICAS PELA UNIVERSIDADE DE PARIS
J O S É D A S I L V A P A U L O
PROFcSSOR D O LICEU SÁ DA BANDEIRA
Í N D I C E — C a p . 0— A A r i t m é t i c a R a c i o n a l . C a p . I —Igualdade. C a p . II — A d i ç ã o e M u l t i p l i c a ç ã o . C a p . Ill —
S u b t r a c ç ã o e D i v i s ã o . C a p . IV — O r d e m . C a p . V — I n d u ç ã o Finita. C a p . VI — R e p r e s e n t a ç ã o dos
Inteiros. C a p . VII —Divisibilidade. C a p . VIII —Restos. C a p . I X — F r a c ç õ e s .
N O T I C I A — L i v r o elementar de leitura fácil e atraente, que interessa além dos estudantes e professores do liceu,
todas as pessoas que pretendam ter uma i d é i a clara dos fundamentos da A r i t m é t i c a ou preparar-se para o
estudo de certas correntes do pensamento m a t e m á t i c o moderno.
K a primeira tentativa feita, em Portugal, para expor sob uma forma elementar e racional a teoria dos inteiros
e das fracções.
O ensino da M a t e m á t i c a continua, em Portugal, a ser ministrado em formas ultrapassadas, h á muito tempo
pela e v o l u ç ã o desta disciplina. Por isso os autores submeteram o ensino tradicional da A r i t m é t i c a a uma cri-
tica m e t o d o l ó g i c a e d i d á t i c a inspirada nos progressos da m a t e m á t i c a nas ú l t i m a s d é c a d a s . A j u s t i f i c a ç ã o do
ponto de vista adoptado exigiria a referência a numerosas teorias modernas ( A r i t m é t i c a s , Algebras, Topologia
Geral, T e o r i a das Estruturas, etc.) mas a leitura do livro n ã o exige nenhum conhecimento t é c n i c o especial,
além dos rudimentos de c á l c u l o p r á t i c o estudado na i n s t r u ç ã o p r i m á r i a e raros conhecimentos de Algebra ele-
mentar. E m todo o caso é conveniente, para o seguir com proveito, que o leitor tenha um certo treino na arte
de tirar c o n c l u s õ e s .
0 estudante do liceu encontrará, neste livro, um material substancial para forjar uma p r e p a r a ç ã o adequada para
prosseguir estudos considerados, actualmente, como superiores.
O estudante de Filosofia e n c o n t r a r á numerosas oportunidades para reflectir sobre estrutura das teorias dedutivas
O professor do Matemática e n c o n t r a r á numerosas s u g e s t õ e s d i d á t i c a s e m e t o d o l ó g i c a s u t i l i z á v e i s na p r á t i c a
profissional.
O estudioso, em geral, encontrará neste livro uma i n i c i a ç ã o elementar ao estudo do pensamento m a t e m á t i c o
moderno.
O texto é ilustrado com cerca de 380 e x e r c í c i o s de carácter essencialmente formativo. Os autores tomam uma
atitude nitidamente hostil contra as habilidades t é c n i c a s e a a p l i c a ç ã o rotineira de fórmulas, que esterilizam
o pensamento e estiolam a i m a g i n a ç ã o .
X ã o se trata dum repetidor rotineiro dos m é t o d o s de c á l c u l o estudados no 1.° ano do liceu, mas dum livro
redigido de forma a despertar e pôr em j ô g o , sem as subestimar, as faculdades de i n t e l i g ê n c i a dum estudante
normal do 7.° ano dos liceus.
•
Todos os assinantes da « G a z e t a de Matemática» que se inscreverem como compradores, por i n t e r m é d i o da
Redacção da revista, receberão, à-cobrança, a E D I Ç Ã O E S C O L A R pelo preço do 27|00.
A E D I Ç Ã O E S P E C I A L só será enviada mediante um pedido especial feito à « G a z e t a de M a t e m á t i c a » .
(Os assinantes da Gazeta t ê m também direito a um desconto de 10 ° / nesta e d i ç ã o ) . 0
D E P OS IT Ã HI O: L I V R A R I A A V E L A R M A C H A D O / L I S B O A
GAZETA DE M A T E M Á T I C A
N ú m e r o e x t r a o r d i n á r i o dedicado à s
Foi publicado, em Março de 1944, o n.° 22 da «Gazeta de Matemática», número extraordinário dedicado às Mate-
máticas Elementares e Exames de Aptidão e inteiramente independente dos outros números.
Os assinantes da «Gazeta de Matemática» poderão beneficiar durante o ano de 1945 duma redução de preço neste
número extraordinário (8foo em vez de iofoo).
AOS A S S I N A N T E S
C O N D I Ç Õ E S D E ASSINATURA E D E AQUISIÇÃO D E NÚMEROS A V U L S O
NÚMEROS ATRAZADOS
O pequeno número de colecções completas, ainda existente, destina-se exclusivamente às Bibliotecas de Escolas e dal-
guns Estabelecimentos Oficiais sendo a sua aquisição feita ao preço de Esc. 250^00 (colecção dos 22 primeiros núme-
ros). Ao público serão vendidos avulso os números ainda nao esgotados (3, 7, 11 a 21), ao preço de Esc. 6$5o cada.
A S S I N E A « G A Z E T A D E M A T E M Á T I C A »
concorrerá, assim, para o futuro melhoramento duma revista que não constitui,
de modo algum, um empreendimento comercial
ARITMÉTICA RACIONAL
Por A N T Ó N I O A . M O N T E I R O e JOSÉ S. P A U L O