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ANTROPOLOGIA GERAL E JURÍDICA – 2020.

1 – DIURNO
PROFª DRª CAMILA ARAÚJO
RESENHA CRÍTICA: RAÇA E GÊNERO – SOBRE O AUTORITARISMO BRASILEIRO –
(PÁGS. 183-188) – LILIA SCHWARCZ
ALUNO: FRANCISCO RAFAEL RODRIGUES MARTINS

O texto de Lilia Schwarcz, Raça e Gênero, o qual faz parte do livro “Sobre o Autoritarismo
Brasileiro”, segue a mesma linha de raciocínio do livro como um todo, ao falar do problema do
racismo no Brasil fazendo uma abordagem história e cultural das raízes dessa mácula presente
na sociedade brasileira. Abordando desde aspectos velados desse “racismo institucional”, que
por vezes passa despercebido, até casos claros de racismo, os quais levam a consequências
irreversíveis para as pessoas e as famílias que sofrem esse preconceito, como é o caso de
diversos assassinatos contra pessoas negras. Atrelado a isso, ainda faz uma interseção entre o
racismo e as mulheres, o qual esse preconceito pode se encontrar de uma forma ainda mais
marcante em uma sociedade de raízes patriarcais e escravocrata.

A belíssima análise feita pela autora faz com que todos os leitores repensem fatos cotidianos
de nossa sociedade. Visto que, cada vez mais, consegue-se observar que a abolição de uma
sociedade escravocrata “no papel” ficou apenas na letra da lei do final do século XIX, e está
longe de se refletir na prática. É também elementar que existe uma séria conjuntura para que
isso não se aplique na realidade, desde a falta de assistência governamental eficaz para as
pessoas em situação de vulnerabilidade social até o problema da educação, a qual não é capaz
de integrar pessoas de diferentes etnias ou camadas sociais, já que o preconceito é uma clara
falta de educação social e ética dos indivíduos que contribuem para a prática do racismo na
sociedade.

Sendo assim, a análise feita por Lilia Schwarcz nesse texto é bastante reflexiva e ideal para que
todos os indivíduos possam avaliar atos próprios e atos presentes no seio da sociedade
brasileira, constituindo uma verdadeira formação ética e cidadã para todos aqueles que tem a
oportunidade de ler, além de ser um instrumento para, quem sabe, mitigar as práticas racistas
do cotidiano.

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