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“CAÇADAS DE PERDINHO”
UM TEXTO LITERÁRIO INFANTIL RACISTA A ESPERA DE
ADAPTAÇÕES
GUARULHOS
2023
RESUMO
visa uma ação social que favoreça a fecundidade dos elementos normais,
criando meio legais e humanitários que facilitem a vida familiar e aumentem
os recursos indispensáveis á educação dos filhos. As medidas de ordem
negativa são em geral de caráter proibitivo para os indivíduos portadores de
um mal hereditário ou mesmo congênito, a fim de reduzir os elementos raciais
inferiores.
As lentes de análise do texto literário infantil de Monteiro Lobato deste artigo, será
pautada nos dispositivos legais de abrangência nacional e legislação especial, na
perspectiva de Silvio Luiz de Almeida, o qual define por racismo
é uma forma sistemática de discriminação que tem a raça como
fundamento, e que se manifesta por meio de práticas conscientes ou
inconscientes que culminam em desvantagens ou privilégios, a depender
ao grupo racial ao qual pertençam.(ALMEIDA, 2018, p 25).
Note que, para Almeida, o racismo se configura de forma sistemática nas práticas
conscientes e inconscientes de desvantagens e privilégios, a depender do grupo racial o
qual o sujeito é pertencente. Por certo, a leitura da obra literária infantil lobatiana, nos
remete a um outro período da história, em que a literatura infantil, em grande maioria era
escrita pelos grupos dominantes, que inclusive era regido por um sistema de normas
morais e positivadas que determinava a educação eugênica, como veremos mais adiante.
Nesse diapasão, nos depararemos com outro aspecto predominantemente
importante para a compreensão do racismo, que é o racismo estrutural, onde Almeida
(2019, p.15) vai dizer que : "o racismo é a manifestação normal de uma sociedade, e não
um fenômeno patológico ou que expressa algum tipo de anormalidade.".
Essa explicação nos permite enxergar que, conforme fora mencionado, toda a
estrutura da atual conjectura social abarca a normalidade da prática racial, por diversos
aspectos e fundamentos, sejam eles de ordem da própria história fundadora do Estado
brasileiro em seu amplo arcabouço de normas e espaços de poder, que eram
hemonicamente ocupados por lideranças que objetivaram a hegemonia e assim
desqualificavam a cultura, história e identidade dos grupos raciais dominados. E desta
forma, nas mimesis da literatura (COMPAGNON, 2012 p.96 e 97), os representará com
adjetivos que marquem os traços estereotipados, não apenas em decorrência da busca da
receptividade positiva e de prestígio cultural da comunidade por quem a escreve, mas
também, pelos próprios valores subjetivos, tão bem analisados na linguisteria lacaniana,
em que se é possível analisar questões não explicitadas no texto literário, mas que residem
no subconsciente de quem o escreveu, no caso, os ideias racistas de Monteiro Lobato no
texto Caçadas de Pedrinho, quando da representação da personagem negra, Tia Nastácia.
DATA DA
NOME DA BIBLIOTECA QUANTIDADE EDIÇÃO ANO EDITORA
CONSULTA
Adelaide de Castro
Alves Guimarães 06/06/2023 1 2ª 2008 Globo
Biblioteca do Céu Azul
da Cor do Mar e CÉU
VILA NOVA 01/06/2023 1 60ª 1994 Brasiliense
Biblioteca do Céu Azul Brasiliense /
da Cor do Mar e CÉU Círculo do
VILA NOVA 01/06/2023 1 60ª 1994 Livro
Eugênia Álvaro
Moreyra 02/06/2023 1 60ª 1994 Brasiliense
Eugênia Álvaro
Moreyra 02/06/2023 1 3ª 2009 Globo
Mario Quintana 06/06/2023 1 3ª 2009 Globo
Jornalista Roberto
Marinho 05/06/2023 1 60ª 1994 Brasiliense
Raquel de Queroz 05/06/2023 3 60ª 1994 Brasiliense
Não são passíveis de duplas interpretações, o plano prevê que deverá ser reeditado
para corrigir distorções sobre a identidade dos afrodescendentes, inclusive com o
incentivo e supervisão do PNBE, que outrora, nos anos de 1998 e 2003 recomendou a
compra, a qual restou efetivada em todo contexto educacional, do texto literário "Caçadas
de Pedrinho" de Monteiro Lobato, mesmo com tantas normas vigentes.
No sentido de nortear principíos, diretizes e bases normativas de todo o sistema de
ensino nacional, instituiu-se a Lei 9.394/96, sendo certo que, especial e
infraconstitucional, cuja aplicabilidade se fará somente contexto da educação e seus
setores, responsável pelo desenvolvimento intelectual, cultural, moral, social e
psicológico de crianças e adolescentes está sujeita a seguir todos os ditames da
Constituição Federal, Estatuto da Criança e do Adolescente, Estatuto da Juventude, apesar
de não mencionado, Lei de Crimes Raciais e Estatuto da Igualdade Racial. Tão logo, no
artigo 3º, XII determina que a consideração com a diversidade étnico-racial é um princípio
basilar da educação. Um pouco mais adiante, no artigo 26-A com primazia obriga todas
as instituições de ensino fundamental e médio, públicos e privados, o ensino da história e
cultura afro-brasileira, uma vez que, não fora considerado ou contado quando da
exploração da mão-de-obra escravagista dos povos de origem africana no país e todos os
esforços de distanciá-los ou eliminá-los na estrutura de sociedade "ideal" de seus tempos.
Então vamos falar dela, aquela que divulga, expõe, convida, que transforma pela
leitura de textos escritos ou gravuras, nos permite estar imersos, sem sair do lugar, que
modifica e expande, silenciosa por natureza e acolhedora, a Biblioteca Escolar, para Valio
(1990, p.20 apud SOUZA, )
Como mediadora, a biblioteca escolar é uma instituição que organiza a
utilização dos livros, orienta a leitura dos alunos, coopera com a educação e
com o desenvolvimento cultural da comunidade escolar e dá suporte ao
atendimento do currículo da escola. Desse conceito depreende-se que a função
da biblioteca escolar é incentivar a leitura dos alunos, tendo como objetivo a
formação dos futuros leitores, e oferecer as condições necessárias à
comunidade escolar, através da facilitação dos serviços de informação, em
benefício do desenvolvimento do currículo e da competência do aluno para
aprender a aprender.
O monitoramento e atualização do acervo é imprescindível e um dever de todos,
considerando a extensividade do alcance da leitura, pensamentos oriundos desta e
materialização nas ações cotidianas a partir do que permite ser modificado quando da
leitura. Nesse prisma, concorda e defende Barreto (??)
Para atualizar e melhorar o acervo, é preciso solicitar a ajuda de todos:
governo, direção da escola, comunidade, professores, alunos, funcionários e
editoras. Todos podem e devem contribuir para a melhoria do acervo da
biblioteca escolar, começando pela seleção do que é conveniente doar para o
local. Tal doação não ocorrerá porque está atravancando a casa, mas porque
será útil e despertará o interesse dos usuários.
Disponibilizar livros de qualidade também é imprescindível. Dessa
forma, os usuários poderão escolher entre o que há de melhor e mais atual no
mercado editorial. Assim será possível fazer a real democratização do
conhecimento e da leitura. O usuário da biblioteca escolar deve ter acesso não
apenas a livros didáticos (de qualidade), mas também (e principalmente) a
obras literárias clássicas (originais e/ou adaptadas) bem como a obras atuais.
Revistas, jornais e histórias em quadrinhos também devem fazer parte do
acervo da biblioteca escolar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo : Sueli Carneiro. Pólen.
2019
BOURDIEU, P. A Escola conservadora e as desigualdades frente à escola e à
cultura. In: CATANI, A. (org). Escritos de Educação. Petrópolis: Vozes, 1998.
CANDIDO, Antonio. O direito à Literatura. In: ______. Vários escritos. São
Paulo: Duas Cidades, 1995.
CAMPOS, Rosália Maria Rodrigues de. Uma análise do negro no material didático:
avanços e permanências. Campinas/SP. 2019
COMPAGNON, Antoine. 2001. O mundo e: o demônio da teoria: literatura e senso
comum. belo Horizonte: ufmg, pp. 97-138
MIGUEL, Adilson. Lobato e o racismo. Revista Emília. Disponível em:
https://emilia.org.br/lobato-e-o-racismo/. Acessado em: 20/06/2023
ROCHA, Simone. Eugenia no Brasil: análise do discurso 'científico no Brasil' no
Boletim de Eugenia: 1929-1933. São Paulo, 2010
REFERÊNCIA LEGISLATIVA