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A Super-memória de Pedro de Ravena

Nos séculos passados o cultivo de uma boa memória era algo socialmente
indispensável. Isso levou o homem à produção de diversos tratados sobre diferentes
metodologias que visavam descrever e aperfeiçoar a memória humana. Dentre estas
metodologias utilizadas para aperfeiçoar a memória, existiam técnicas tidas como
naturais e artificiais; e dentre as artificiais existiam duas destas técnicas, ou
metodologias, que eram as mais conhecidas: a utilização de determinadas drogas, e a
arte da memória.

A utilização de determinadas drogas para ampliação da memória sempre foi muito


criticada. O filósofo Raimundo Lúlio, por exemplo, que foi um dos grandes teóricos a
falar sobre a memória, dizia que achava extremamente perigoso esta utilização de
drogas para estimulo da memória, pois isto insultava o corpo humano, era capaz de
secar o cérebro, capaz de levar a pessoa à loucura, e que também desagradava a
Deus.

A outra forma artificial de se aperfeiçoar a memória era conhecida como ars


memoriae - a arte da memória. A invenção da Arte da memória é atribuída aos
gregos. No entanto, supõe-se que deva ter existido algo semelhante também no
Egito, na China e na Índia. No mundo ocidental esta arte possuiu uma enorme
repercussão na era medieval, vindo a quase desaparecer na renascença.

Pedro de Ravena foi outro dos grandes teóricos que discutiu e aprofundou os
conceitos desta arte da memória. E é sobre a vida deste célebre autor que
pretendemos tratar no transcorrer deste artigo.

PEDRO DE RAVENA E A ARTE DA MEMÓRIA

Pedro com apenas 20 anos, havia demonstrado frente a seu mestre de jurisprudência
da universidade de Pávia, Alessandro Tartagni, ser capaz de recitar de memória
totum codicem iuris civilis (o código civil completo), texto e até mesmo o número
das páginas, e de repetir palavra por palavra as próprias lições de Alessandro. Anos
mais tarde, em Pádua, havia impressionado o colégio de canônicos regulares ao
recitar de memória algumas prédicas que havia escutado uma única vez. Assim foi
que Pedro de Ravena iniciou sua notável carreira, vindo a tornar-se um dos mais
conhecidos memoriões da história.

Pedro de Ravena foi professor de direito em Bolonha, Ferrara, Pávia, Pístola e Pádua.
Ele contribuiu sem dúvida alguma a difundir o interesse pela ars memorativa em toda
a Itália. A notoriedade deste personagem terá notáveis conseqüências. Em 1941 ele
publica pela primeira vez o seu tratado de memória artificial: Phoenix seu artificiosa
memória, obra que terá grandessíssima ressonância, e que influenciará nas obras de
futuros grandes autores, como por exemplo, Giordano Bruno. A difusão desse seu
escrito, publicado a primeira vez em Veneza, reeditado depois em Viena, Vicenza e
Colônia, traduzido ao inglês (por volta da metade do século XVI) de uma edição
anterior em francês, basta por si mesmo para mostrar o interesse que despertava a
memória artificial em ambientes no solo italiano dos fins do século XVI e a primeira
década de XVII. Pedro de Ravena exercerá uma amplíssima influencia na posterior
produção de mnemotecnia, uma vez que todos os teóricos Italianos e Alemães dos
séculos XVI e XVII se referirão a ele como sendo um excelso mestre nesta arte.

A pequena obra de Ravena se constrói de acordo com os conhecidos esquemas da


tradição ciceroniana. Esta tradição da arte da memória tinha como um de seus livros
básicos e fundamentais a obra Rethorica ad herennium. No entanto, convém observar
que a autoria desta obra é atribuída a Cícero, mas cujo autor verdadeiro seria na
verdade desconhecido.

A arte da memória consistia basicamente em fixar na imaginação um ambiente


composto de uma série de lugares, para que posteriormente se pudesse distribuir por
todos esses lugares diversas imagens referentes a tudo aquilo que se fosse lendo ou
ouvindo. Depois, bastaria repassar mentalmente aqueles lugares por sua ordem, para
fim de resgatar a lembrança das coisas que neles foram colocadas. Por fim, restaria
apenas “decodificar” as imagens, transformá-las novamente em palavras ou sons.

A arte da memória era na verdade uma espécie de escritura mental, em que esses
ambientes possuíam a mesma utilidade de uma folha de papel, e os demais lugares
presentes neste ambiente: cômodos, estátuas, portas, mobílias, etc. eram como se
fossem as pautas desta folha, nas quais, as imagens posteriormente adicionadas
corresponderiam às letras, palavras ou frases.Para se poder usufruir desta técnica
era necessário primeiramente definir ou preparar estes ambientes, os quais poderiam
ser reais – algum lugar que a pessoa visitou e que lembra detalhadamente de
memória - ou então, simplesmente inventados. E quanto a isso Pedro de Ravena
afirmava que podia dispor de mais de 100.000 lugares (ou ambientes), os quais havia
construído para dar conta de qualquer conhecimento referente ao direito e as
sagradas escrituras. Dizia ele que toda vez que visitava uma nova cidade não deixava
de construir novos lugares para a sua memória.

No que diz respeito às regras que se referem à busca de lugares, Pedro pôs sua
atenção na função que exercem as imagens, as quais, segundo suas prescrições, para
serem verdadeiramente eficazes devem ser verdadeiros “excitantes” para a
imaginação:

“Normalmente coloco nos lugares jovens charmosíssimas as quais excitam muito


minha memória... E acreditem-me: se me sirvo de jovens belíssimas como imagens,
me ocorre que repito essas noções que havia fixado na memória com maior facilidade
e regularidade. Revelarei-te agora um segredo muito útil para a memória artificial,
um segredo que por pudor calei-me durante muito tempo. Se desejas recordar
rápido, coloca virgens belíssimas nos lugares; de fato, a memória se excita de forma
maravilhosa com a utilização das jovens... Este preceito não funcionará para aqueles
que odeiam e depreciam as mulheres, os quais terão maior dificuldade em obter os
frutos desta arte. Perdoem-me os homens castos e religiosos; tinha a obrigação de
não calar uma regra que me tem concedido elogios e prestígio nesta arte, além do
mais, também desejo com todas minhas forças deixar excelentes sucessores ”.

Uma característica marcante deste personagem será o seu empenho referente a sua
autopropaganda, seu desejo manifesto de despertar admiração no ânimo de seus
leitores. Em várias ocasiões, ele não deixa de falar sobre sua prodigiosa habilidade:

"A universidade de Pádua é meu testemunho: todos os dias eu sem necessidade de


nenhum livro leciono minhas lições de direito canônico, exatamente como se as
tivesse frente a meus olhos; recordo de memória o texto e as páginas e não omito a
mais insignificante sílaba... Tenho posto 20.000 passagens de direito canônico e civil
em 19 letras do alfabeto, e, na mesma ordem, também 7.000 passagens de livros
sagrados, 1.000 poesias de Ovídio... 200 sentenças de Cícero, 300 ditos de filósofos,
a maior parte da obra de Valério Máximo".
No prefácio de seu livro Phoenix seu artificiosa memória, podemos encontrar diversos
relatos de Pedro de Ravena sobre alguns episódios de sua vida:

"Ensinei em Bolonha, Pavía e Ferrara, e meus ouvintes têm aprendido muitas coisas
sobre memória, e ainda que minha memória artificial esteja comprovada pela
autoridade de outros, não creio pecar se neste livro se lêem fatos meus que o
provem admiravelmente. Quando era eu estudante de direito, que ainda não tinha
cumprido vinte anos, disse na universidade de Pádua que podia recitar todo o Código
Civil, pedi que me propusessem leis a capricho dos assistentes, e propostas me foram
feitas, disse-lhes os sumários de Bártolo, recitei-lhes certas palavras do texto, expus-
lhes o caso, as observações dos doutores as fui examinando, disse-lhes quantas
páginas tinha aquela lei e lhes recordei sobre que palavras versavam, recitei-os de
forma contrária e os resolvi. Os presentes pareciam ter visto um milagre; Alessandro
de Imola ficou pasmado por longo momento, nem é fábula o que conto, que falava eu
em público na universidade de Pádua, e se o dito de dois ou três testemunhas
confirma um acerto, três tenho eu destas coisas, a saber, ao magnífico senhor Juan
Francisco Pasqualico, senador veneziano e doutor excelentíssimo em ambos direitos,
e agora legado ante o ilustríssimo duque de Milão; ao claríssimo doutor Sigismondo
dei Capi, nobre cidadão de Pádua, cujo advogado era o mencionado Francisco, de
agudíssimo talento; ao respeitável senhor Monaldino de Monaldini, residente em
Veneza, varão em quem habita toda virtude.

As copiosíssimas lições que nos dava em Pádua Alessandro de Imola, retinha-las eu na


memória, e se as punha por escrito, palavra por palavra, assim que as acabava, com
grande cópia de ouvintes a quem também as recitava desde o princípio, e às vezes
em sua escola, ouvida a lição, punha-a eu em verso, parte por parte, e em seguida as
recitava, e se pasmavam quem isto viam; disto ponho por testemunha ao ilustre
cavalheiro, doutor dom Sigismondo dei Capi dei Lista, e ao filho de Alessandro de
Imola, atualmente celebérrimo jurisconsulto.

Ao religiosíssimo frade Miguel, de Milão, que ao amadurecimento pregava em Pádua,


repeti-lhe de cor e prontamente as cento e quarenta e cinco autoridades que
acabavam de abordar em prova da imortalidade da alma, e ele, abraçando-me, disse-
me: vive longos anos, jóia única, que oxalá te visse entregar-te à religião.
Testemunha foi toda a cidade de Pádua, mas eu ponho por tal ao magnífico senhor
Juan Francisco Pasqualico e a dom Sigismondo dei Capi e a dom Monaldino de
Monaldini. Já formado doutor na Universidade de Pádua, na cátedra pedi que algum
dos ouvintes me desse o volume que quisesse de um dos três do Digesto e escolhesse
o lugar sobre o que eu deveria dissertar, pois lhes tinha dito que sobre qualquer
passagem que se me propusesse alegaria eu inumeráveis leis. Testemunhas o
claríssimo doutor em ambos direitos dom Gaspar Arsato, que ensina em Pádua direito
canônico e o doctíssimo dom Próspero de Cremona, residente em Pádua [...]

Jogava eu uma ocasião o xadrez e conforme se moviam às peças alguém ia anotando


todas as jogadas, enquanto ditava eu ao mesmo tempo duas cartas sobre temas que
se me tinham dado. Quando terminamos, disse-lhes todos os movimentos que se
tinham feito na partida e, palavra por palavra, aquelas duas cartas, quatro séries de
coisas, pois, simultâneas. Sejam-me testemunhas dom Pedro de Montagnano e
Francisco Nevolino, nobres cidadãos de Pádua.

Estando em Placencia, entrei a ver o mosteiro dos monges negros, e passeando em


companhia de um monge, observei duas vezes os nomes dos monges escritos nas
portas das celas; e ao vê-los depois a eles congregados o fiz chamando a todos por
seu nome, bem que não pudesse assinalar a nenhum dos nomeados. Admiraram-se os
monges de que um forasteiro soubesse todos seus nomes, e não saindo eles de seu
pasmo, disse-lhes: - Isto pode minha memória artificial. Um deles replicou: - Logo
este é Pedro de Ravena, uma vez que nenhum outro haveria podido fazê-lo.

No capítulo geral dos canônicos regulares de Pádua, repeti o sermão de Adeodato


Vincentini, diante dele mesmo, pela ordem com que ele o tinha pronunciado. Alguma
vez me atraiu a sua contemplação Cassandra, excelentíssima donzela veneziana, e
numa ocasião em que leu ante mim algumas cartas que a sereníssima esposa do rei
Fernando lhe tinha mandado, memorizei-as e se as recitei; testemunha é disso a
mesma doctíssima donzela; dom Pablo Raimusio, excelente doutor de Rímini e o
ilustre senhor Angel Salernitano. De minha memória artificial é testemunha o
ilustríssimo marquês Bonifácio e seu bellíssima esposa, que me fez uma enorme
cortesia; testemunha é o ilustríssimo duque Hércules e sua ilustríssima esposa
Leonor; testemunha toda Ferrara, pois que recitei dois sermões do celebérrimo
pregador da palavra de Deus, Mariano o ermitão, ouvindo os quais ficou pasmado o
douto maestro e disse:

"Ilustríssima duquesa, isto é obra divina e milagrosa"; testemunha a Universidade de


Pádua, pois que todos os dias dou minhas lições de direito canônico, sempre sem
livro, como se o tivesse ante os olhos, pronunciando texto e páginas de cor sem
omitir uma sílaba, ao que parece. Gravei em minha memória, colocados por
dezenove letras do alfabeto, vinte mil lugares de alegados de ambos direitos, pela
mesma ordem, sete mil dos Sagrados Livros, mil versos de Ovídio, que encerram as
coisas que sabiamente disse, duzentas autoridades de Cícero, trezentos ditos de
filósofos, grande parte de Valério Máximo, estudos sobre a natureza de quase todos
os animais, bípedes e quadrúpedes, palavra por palavra; e quando quero
experimentar o poder da memória artificial, peço que me proponham uma daquelas
letras do alfabeto, e proposta, começa sobre ela meus alegados, e para que
claramente os entendas, tenho aqui um exemplo; se me propõe agora a letra A, em
grande participação de doutos varões, e para começar com o direito, pronunciarei
em seguida mil e mais alegados sobre alimentos, alienação, ausência, árbitros,
apelações e restantes temas semelhantes de nosso direito que começam com dita
letra A; depois, na Sagrada Escritura, do Anticristo, da adulação, e tantos outros
temas que nela começam pela dita letra, nem omitirei poemas de Ovídio,
autoridades de Cícero e de Valério, sobre o asno, o águia, o cordeiro [agnus], o
gavião [accipitre], o javali [aper], o carneiro [áries]; e tudo poderei dizer de novo de
trás para frente [...]".
A grandíssima fama de que gozava esta singular figura como Jurista na Itália e
Europa, estava baseada tanto em seus indiscutíveis conhecimentos jurídicos, como no
fato de que este se apresentava como a demonstração viva da validez de uma arte
em que estavam postas as esperanças e aspirações de muitos".

Na primeira edição impressa de sua obra Phoenix seu artificiosa memória em 1491,
Pedro de Ravena precedia o texto com algumas cartas de privilégio escritas pelo
município de Pistola (12 de setembro 1480); por Bonifácio, marquês de Monferrato
(24 de setembro de 1488) e por Leonor de Aragão, duquesa de Ferrara (10 de outubro
de 1491). Ao acompanharmos uma dessas cartas, podemos adquirir uma breve noção
do amplo prestigio que Pedro de Ravena dispunha em tal época:

"Leonor de Aragão, duquesa de Ferrara, etc. Porque Deus, doador imortal de todos os
bens, quis concedê-lo ao gênero humano, desde a constituição do mundo até esta
época, surgiram na órbita da terra numerosos excelentes varões, entre as quais
temos, agora, ao distinto e condecorado militar, insigne jurisconsulto em ambos
direitos, Pedro Tomás de Ravena, portador destas nossas letras, quem, além de
outras qualidades de corpo e ânimo, destaca-se de tal modo por todo gênero de
doutrina e por sua tenacíssima memória, que não só não parece ter quem o supere,
senão nem sequer quem o iguale. E de que o comprovou com fatos muito
recentemente, não somos testemunhas somente nós, senão toda nossa cidade. Daí
que, com singular admiração e distinto afeto, tenhamo-lo recebido, com preferência
a outros, entre nossos familiares e amigos. Pelo qual rogamos e suplicamos de todo
coração a quaisquer sereníssimos reis, ilustres príncipes, excelentes repúblicas e
quaisquer outros senhores, pais, amigos e pessoas que bem nos queiram, que por
amor nosso, e mais do que nada em atendimento a aos merecimentos e virtudes tão
grandes do portador, quantas vezes o dito dom Pedro se apresentar com seus criados
e cavalos até em número de oito, com seus haveres e caixas, panos e vestidos, livros
e louça de prata e quaisquer efeitos seus ou armas, dêem-lhe franco passe e o
tenham por amplíssissimamente recomendado, e se sirvam de provê-lo da escolta
conveniente, quando tiver necessidade e ele o pedir, libérrima e prontíssimamente,
sem impor-lhe empecilho algum nem outro bloqueio qualquer, em suas cidades,
praças, vilarejos, e demais lugares. Do qual receberemos muito contente e ficaremos
agradecidos, dispostos como estamos em grande maneira a favorecer-lo quanto seja
possível.

Mandamos, além disso, a todos e cada um dos magistrados de nossos lugares, e


assinaladamente aos guardiões dos portos, e a todos nossos demais súbditos, que
observem e façam observar inviolavelmente em nossos lugares e terras a cada uma
das coisas sobreditas, sob pena de incorrer em nossa indignação e de qualquer outra
mais grave do que segundo nosso arbítrio se lhe dever impor: para efeito e fé do qual
mandamos fazer estas nossas letras patentes, registradas e autorizadas com nosso
selo maior. Dado em Ferrara, em nosso palácio ducal, ano da Natividade do Senhor
de 1491, indicação nona, a dez dias do mês de outubro. Severio".
Leonor de Aragão convidava toda a cidade de Ferrara para que fosse testemunha da
prodigiosa memória deste Raveniano. Bonifácio Del Monferrato, depois de comprovar
a extraordinária virtude de Pedro de Ravena, o recomendava efusivamente aos reis,
aos príncipes, aos “magníficos capitães” e a todos os nobres cidadãos italianos.
Destas feitas que o prestigio e a fama de Pedro de Ravena foi sendo disseminado por
todas as partes, atingindo as mais diversas localidades do mundo, e fazendo dele
mais uma das figuras imortais impressas para sempre na memória da história da
humanidade.

***

Para quê seguir cantando das pirâmides, ou da Babilônia, de Júpiter ou do templo


soberbo de Hécate e suas encruzilhadas? Já não admiraremos o imenso anfiteatro que
coisas assim puderam sempre erigir as riquezas.

Não presuma já, mais exceção, pondo o seu nome as façanhas de todo um exército.
Cante a fama a Pedro, que é a nobre glória de Ravena, que mais pode do que a douta
Minerva.

Coisa admirável fizeram os deuses, pois, ainda que soe incrível, retém o que quer
que seja na memória ao lê-lo uma única vez. O que um orador diz em três horas pode
ele, sem mais, repeti-lo.

Parece que deu a luz a quinta das doutas irmãs, pois que lhe concedeu a musa,
piedosa, recordar tudo.

Verso do Fray Egidio de Viterbo em honra de Ravena.

REFERÊNCIAS:

Cícero [???]. Ad C. Herennium de Ratione Dicendi Rhetorica ad Herennium, The Loeb


Classical Library; Cambridge: Harvard University Press, 1954.
Lull, Ramon. A Book for Improving Your Memory. Manuscripts digitalized by the
Ramon Llull Database - Llull DB. Disponível
em: http://orbita.bib.ub.es/ramon/velec.asp.
Yates, Frances A. (1966). The Art of Memory. Chicago: University of Chicago Press,
1966.
Rossi, Paolo. Clavis Universalis. México: Fondo de Cultura Econômica, 1989.

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