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A década de 1920 representa um marco na arte brasileira. Afinal, foi em 1922 que
aconteceu um dos principais eventos culturais da história, a Semana de Arte
Moderna e, assim, o modernismo brasileiro teve início. Pouco tempo depois, foi a
vez de Oswald de Andrade explicar o que é antropofagia. Isso aconteceu em 1928,
por meio da publicação do Manifesto Antropofágico.
➞ Antropofagia:
Apesar da utilização metafórica do termo, que está associado aos rituais
antropofágicos dos índios brasileiros, o escritor Oswald de Andrade utilizou a
palavra simbolicamente no sentido de “devorar e deglutir” a cultura, sem perder a
originalidade dos artistas brasileiros.
➞ Características:
Ao longo do manifesto, o escritor brasileiro sustentou-se em diversas teorias,
oriundas de vários pensadores, a exemplo de Freud, Hermann, Marx, Keyserling,
Rousseau, entre outros.
Movimento antropofágico representou para o escritor brasileiro um verdadeiro
“divisor de águas”, não apenas pela conscientização que buscou-se alcançar, mas
sim porque estimulou a divergência de opiniões entre os modernistas, além de
promover o deslocamento do objeto estético na fase do Pau-Brasil, outro movimento
cultural do Modernismo.
De um modo geral, o caráter assistemático e o estilo telegráfico, usados pelo autor
durante o movimento, contribuíram de alguma forma para a ocorrência de uma série
de mal-entendidos.
O movimento antropofágico, aliado às ideias dos autores e a própria ideologia de
Oswald, causou a união de diversas culturas, como as indígenas, a africana e a
cultura italiana, formada principalmente pela colonização europeia.
O QUE FOI O MOVIMENTO ANTROPOFÁGICO ?
O movimento antropofágico foi uma espécie de manifestação cultural e artística que
ocorreu durante a primeira fase do Modernismo no Brasil.
O escritor brasileiro, em uma de suas viagens pela Europa, observou o movimento
futurista e percebeu o compromisso do idealizador do movimento, o italiano Filippo
Tommaso Marinetti, com relação à inovação técnica e a literatura.
Trazendo para a realidade do movimento antropofágico, a ideia sugerida por
Andrade era basicamente “devorar” essa cultura enriquecida por técnicas
importadas e promover uma renovação estética na arte brasileira.
Diante disso, o objetivo do movimento foi promover pensamentos para “engolir” as
influências estrangeiras, de forma que os modernistas enxergassem a realidade
brasileira dentro delas e pudessem desenvolver uma nova cultura com a cara do país,
excluindo, o eurocentrismo da arte.
➞ Pau-Brasil:
O Movimento Pau-Brasil é um entre os movimentos modernistas -
Verde-Amarelismo ou Escola da Anta e Movimento Antropofágico - que tomou lugar
na Primeira Fase do Modernismo no Brasil, conhecida como a “Fase Heroica”, fase
que apresentou diferentes formas de abordagem patriótica.
Este movimento teve início em 1924 a partir da publicação do livro “Pau-Brasil”, da
autoria de Oswald de Andrade (1890 -1954) e ilustração da sua esposa, a artista
plástica Tarsila do Amaral (1886 -1973).
Assim, defendia, ao mesmo tempo que criticava, o nacionalismo a sua maneira, a
qual veio a ser alvo de julgamento pelo Movimento Verde-Amarelo formado por
Menotti del Picchia (1892-1988), Plínio Salgado (1895-1988), Guilherme de Almeida
(1890-1969) e Cassiano Ricardo (1895-1974).
A seguir, Oswald de Andrade revida o movimento da Escola da Anta, dando origem a
um novo movimento - o Movimento Antropofágico, em 1928, de modo que o
primeiro movimento modernista pode ser considerado a raiz deste último, e um
legado para a arte moderna.