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31Que diremos, pois, diante dessas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
32 Aquele que não poupou a seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos
dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas?
33 Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.
34 Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita
de Deus, e também intercede por nós.
35 Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou
fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?
36 Como está escrito: "Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos
considerados como ovelhas destinadas ao matadouro".
37 Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.
38 Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o
presente nem o futuro, nem quaisquer poderes,
39 nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos
separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
A carta de Romanos é, como o nome já diz, endereçada aos Cristãos que moravam em
Roma. Escrita por volta do ano 57 d.C.1 Tem por objetivo principal mostrar aos gentios que
eles poderiam chegar a Cristo por meio da graça, e que por causa disso não precisavam
passar pela lei. O que foi realizado pela morte de Cristo acabou com a diferença entre gentio
e Judeu, todos podem chegar a Cristo igualmente.2
A partir do verso 31 podemos ver que uma série de perguntas são começadas e
automaticamente respondidas, quem os acusará os escolhidos de Deus, é Ele quem os
justifica, quem os condenará, foi Cristo quem morreu, ressuscitou e intercede a Deus por
nós, e por fim, quem nos separará do Amor de Deus?
Essa última pergunta demanda esse e os próximos quatro versículos, enfatizando que nada
nesse mundo, não importa o quão terrível pareça, pode nos afastar do amor de Deus que está
em Jesus.
1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ep%C3%ADstola_aos_Romanos
2
STOTT, J. A mensagem de Romanos p.20
O termo “entregar” possui aqui o mesmo conteúdo que em Rm 1.24,26,28: Entrega para a
execução penal. Por isso: “A frase de que Deus entrega o seu Filho faz parte das afirmações
mais impressionantes do NT. Cristo foi intencionalmente deixado pelo Pai nas mãos do
poder da morte. Deus o expulsou entre as potências da destruição…”. Isso aconteceu por
nós.
como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas? O que são todas as
coisas?É como se uma avalanche começasse a despencar. Sobre nossa vida derramam-se
dádivas. “Dar („presentear‟) todas as coisas” significa primeiramente: dar tudo o que se tem!
A consciência volta a estar limpa. Mas, no uso bíblico, “dar” (“presentear”) vai além disso.
Deus não varre para fora as obras mortas sem retornar, como segundo ato, com suas atuais
dádivas positivas de salvação. Como terceiro aspecto, o contexto desde Rm 8.17 também
sugere a ideia de algo futuro, a saber, da “herança”. Ela consiste da “redenção de nosso
corpo” como “gloriosa liberdade dos filhos de Deus” (v. 18,21,23,30). Pessoas livres
usufruem de direitos senhoriais. Assim os que crêem tornam-se, com Cristo, senhores
sobre o universo e sobre os poderes. Herdam o senhorio de Deus. Somente assim está
esgotada a palavrinha “todas”. Foi restabelecida a dignidade original do ser humano
conforme Gn 1.26 (os que têm “domínio sobre”).
34 - 34 Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à
direita de Deus, e também intercede por nós
Da mesma forma que ninguém pode acusar os eleitos de Deus, tão pouco podem condená-
los. Deus é quem tem o poder de julgar e condenar o ser humano. Mas se foi Cristo Jesus que
morreu e ressuscitou, não resta condenação, Paulo já afirma isso no versículo 1 do mesmo
capítulo, “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”. Ele não só morreu,
mas, primeiro, também foi ressuscitado e, segundo, também atua como Exaltado.
Se alguém quiser nos condenar então vai precisar não só invalidar a morte de Cristo, mas
também lutar contra o incomparável poder com o qual o pai honrou o filho e lhe deu
autoridade
Jesus não veio ao mundo, morreu e voltou ao céu e permaneceu lá sem atuar esperando o dia
do seu retorno, Jesus é aquele que está reinando a direita de Deus, como regente do mundo,
está ativo ainda agora e é esse Jesus que intercede por nós, mais uma vez vemos que temos
em Cristo o nosso intercessor e defensor, isso significa que Jesus Cristo nos representa diante
do trono de Deus e que não precisamos nos defender. Qual criatura seja humana ou angelical
pode se comparar com Jesus como intercessor? Quem pode ser tão próximo a Deus quanto
Jesus Cristo? E quem como ele pode afirmar um sacrifício perfeito?
Essa certeza deve estar entranhada no nosso coração nas maiores profundezas e nos trazer
uma segurança que não é abalada por nada que possa existir.
Paulo cita o salmo 44.23. Esse salmo descreve a opressão do povo sob a tirania de Antíoco,
esse rei era extremamente cruel contra os adoradores de Deus, simplesmente porque ele
odiava a verdadeira religião. Nem mesmo a crueldade dos homens tiranos, ou a dura
perseguição, a fome que possa vir dessa perseguição, a vergonha da nudez, ou qualquer outro
perigo e até o assassinato violento pela espada, pelo contrário. Como está escrito (Sl 44.22):
Por amor de ti, exatamente por causa da mais profunda união com o Senhor crucificado (v.
17), precisamente porque “o amor de Cristo nos domina” (2Co 5.14 [VFL]), somos
entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro.
Podemos passar por isso mas, somos mais que vencedores, o termo grego aqui empregado é
hipernikao, Representa uma vitória absoluta, mega, hyper vitória, que tem como base a
morte e ressurreição de Jesus na cruz. A única vez que aparece na Biblia é em Rm 8.37
quando fala da vitória dos cristãos, o que significa que é a maior vitória do universo inteiro.
É uma vitória que é dada a todos os cristãos, sem fazer comparação de mérito ou
qualificação de obras.
Por fim, parece que tudo que existe tenta nos separar de Deus, mas nunca conseguirá. Nem a
morte ou a vida, Paulo cria nisso de forma especial quando diz que para ele viver é Cristo e
morrer é lucro. Nem mesmo os anjos ou demônios ou qualquer poderes que possam existir e
nós não conheçamos. Nada que existe ou vai existir. principados e poderes são as forças do
mal no universo, "as hostes espirituais da iniquidade, nas regiões celestes"
Nem a altura nem profundidade, pode ser entendido aqui como os sentimentos que vão pra
cima e para baixo, ou ainda como altura da honra e profundidade da desgraça.
Nada do que existe nas expansões do espaço ("nem altura, nem profundidade") ou no
transcurso do tempo ("nem cousas do presente, nem do porvir") , nada do que existe em todo
o universo de Deus ("nem qualquer outra criatura") pode separar os filhos de Deus do amor
do Pai que lhes foi assegurado em Cristo.
Quando falamos que não seremos separados do amor de Cristo, o significado óbvio é que
nada pode impedir-nos de participar dos efeitos do seu amor; que ele, em virtude de seu
amor, nos sustentará em meio às tribulações mais intensas e nos faz mais do que vencedores,
isso nos lembra o que está no versículo 32, como ele não nos dará de graça todas as coisas?
Nada pode anular esse feito de Deus e essa prática do amor, nem romper nossa comunhão
com Deus nele fundamentado. Um cosmos inteiro de forças de oposição não poderá separar-
nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. Pelo contrário: nossa fé é a
vitória que venceu o mundo.