NÉLSON HUNGRIA
M em bro da CcmlesKo Revisora d o A n tep rojeto do C ódigo P enal. M em bro da
Comissão E laboradora dos A n teprojetos d a Lei das ContravençCes Penais e do
C ódigo de Processo Peon.1. M inistro d o Suprem o T ribunal Federal,
r
COMENTÁRIOS
CODIGO PENAL
VOLUME I
Tomo II
Arls. 11 a 27
S.a edição
FORENSE
Rio de Janeiro
19 7 8
SAIR IMPRIMIR A JU D A ÍNDICE V O LTA SEGUE
IMPRIMIR A JU D A
SUM ÁRIO
An. 11 ....................................................................................................... 58
Arts. 12 a 14 ...................................................................................... 71
Ari. 15 ....................................................................................................... 10D
Arts. 1G e 17 - .................................................................................... 211
Art. 18 ..................................................................... ............................ 253
Arts. 19 a 21 ...................................................................................... 263
Arts. 22 a 24 ...................................................................................... 315
Arts. 25 a 27 ..................................................................................... 395
Apêndice
V ol. II — Arts. 28 a 74
Proí. ROBERTO LYRA
2e ed. — 1968 (2* tiragem )
P rof. ANÍBAL BRUNO
1* ed. — 19B9
Primeira
Parte
Nelson Hungria
SAIR 3 A JU D A INDICE V O LTA | SEGUE
SAIR IMPRIMIR A JU D A ÍNDICE V O LTA SEG U E
TÍTULO II
DO CRIME
s Nélson HuNoaiA
COMENTÁRIO
10 Níl s o n H ungria
C o m e n t á r io s a o C ó d ig o P e n a l — T í t u l o I I 11
12 Nélson H ungria
14 N élson Hungria
“ crime sem resultado. Não existe crime sem que ocorra, pelo
“ menos, um perigo de dano, e sendo o perigo um “trecho da
“ realidade'” (um estado de fato que contém as condições de
superveniência de um efeito lesivo), não pode deixar de ser
"considerado, objetivamente, como resultado, pouco impor-
“ tando que, em tal caso, o resultado coincida ou se confunda,
“ cronologicamente, com a ação ou omissão”. ® Exposto a pe
rigo, o bem ou interesse jurídico não é substancialmente le
sado, mas sofre uma turbação no seu estado de segurança:
10 K élsoh E ohoqi
18 N élson H ungria
20 N é l s o n H u n c k ia
Comentários ao Código P en al — T ít u lo n 21
22 N élson H ungria
19 Rocco (ob. cit,, pág. 527): “Nel seno di questa grande unità,
che naz chiamiamo diritto, un dissídio interiore non é concepibüe.
I/ordinamenta giuridico non può consentire, nelle viscere sue, la
guerra interna p a le singole norme che lo costituiscono; ãi tal che
Vuna vieti, ciò che Valtra comanda, o comandi, ciò che Valtra vieta,
ovvero vieti o comandi ciò che Valtra consente, respettivamente, di
{are o ái non fare” .
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24 N élson H umgbia
26 N élson H üncria
28 N élson H unghia
30 N élson H ungria
*1 Conforme adverte Manzxki, " dato ehe non esistê altro âiritto,
ehe quello vigente, è áuopo tcner distinto ciò che fu o che potrébbe
o dovrébbe essere, da ciò che è : il critério storico-poUtico, dal critério
giuridico”.
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32 N élson H ungria
34 N élson H ungria
40 N élson H ungria
42 N élson H unoria
44 N élsoh H ungria
delo italiano. Como o Código Rocco (art. 81, segunda parte) subs
tituíra pela expressão medesimo disegno criminoso a locução vie-
üesima risoluzione criminosa do Código Z anakdelli (art. 79), também
0 Projeto A lcântara cuidara de dizer "mesmo desígnio criminoso”,
onde a antiga Consolidação das Leis Penais (art. 66, I 2o.) dizia “uma
só resolução” . No seio da Comissão Revisora, porém, foi, desde logo,
preferida a teoria puramente objetiva, que, no reconhecimento da
continuação, prescinde de qualquer elemento psicológico, para dedu
zi-la tão-somente da conexidade objetiva ou homogeneidade exterior
das ações sucessivas. A impugnação da teoria objetivo-subjetiva
partiu de C o s ia e S ilva , que se manifestou nestes termos, acentuando
preliminarmente a controvérsia entre os penalistas: “Estes, moder-
“ namente, se dividem em dois grupos: o dos que sustentam a teoria
“ objetivo-objetiva e o dos que sustentam a teoria puramente obje-
“ tiva. Exigem os primeiros, para a existência no delito continuado,
“ além de determinados elementos de natureza objetiva, outro de
“ índole subjetiva. Êste é expresso de modos diferentes: unidade ãe
“ dolo, unidade de resolução e unidade ãe áesignio. Unidade de dolo
" — um dolo compreensivo dos diversos crimes (Gesamtvorsats) —
“ só a reclamam alguns criminalistas alemães, em diminuto número,
“ e a praxe do Tribunai do Império (Reichsgericht). A grande maio-
“ ria deles abraça a teoria objetiva, dispensando, portanto, esse ele-
“ mento. A respeito desta teoria, muito bem disse M ezger, 367 (se-
“ gundo a versão italiana): “Questa è la costruzione prevalente
“ nella dottrina. Essa deduce il eoncetto ãi asione continuata degli
“ elementi costitutivi esteriori delia omogeneitá. Per Zo piú, con ta-
“ luni adattamenti ai singolí casi, si dà rilevo ali’analogia delia
“ fattispecie, alVeguaglianza delia eommisione, alVunicità dei bene
“ giuridico, al nesso temporale, alio sfruttamento delia medesima cir-
" costama o delia stessa occasione (Fhahü.) ecc., quali criterí obbiet-
“ tivi. Effettivamente, questo critério puramente oggettivo sembra
"in fa tto il piü esatto. L’unicitã ãel dolo — che il Trib. Sup. esige,
“ ríffiutando la semplice risoluzione unica — è ordinariamente una
" fictio” . E Costa e S ilv a prosseguia: “ Está hoje geralmente reco
" nhecido o absurdo da exigência de um dolo único ou de uma reso-
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46 N élsoh H ungria
48 N élscn H üngria
" objetiva da conduta, ainda que o agente (como as mais das vezes
“ acontece) não se represente a continuação ou se arrependa de
“ cada vez, embora vindo a ceder, de novo, a idêntica tentação"
(“Nieht ci> ter Tciter sein Tun zur Einheit zusammenfasste, sondern
ob áie Rechtsardriung Grund hat, es ais Einheit aufziitassen, ist
entscheidenã. Diese Bedürfnis aber besteht bereits bei Gleichartg-
keit, auch wenn der Táter sich — so meíst — über ãíe Fortsetsung
keine klaren Vorstellunge?i mackte oder gar jedesmal Reue fühlte,
dann aber em eut der gleichen Versuchung erlag" ) . Um atestado da
inconsistência da teoria objetivo-subjetíva é a desinteligência dos
seus adeptos sobre s> que seja realmente o quid psicológico da con
tinuação. O Tribunal Imperial alemão fala em dolo ds conjunto
(Gesamtvorsatz), que n&o signilica uma resolução genérica de agir
do mesmo mudo, sempre que se apresente ocasião propícia (o que
para alguns subjetivdstas é suficiente para a continuação): o agente
deve, de antemão (vo?i vom herein), abranger no seu dolo todas as
ações singulares e o resultado total. A objeção de v o n H i p p e l (obser
vação cit., pág. 542), porém, é irretorquivel: “Da regra, não há um
“ dolo ou resolução de conjunto que possa ocasionar automàtica-
“ mente ações separadas no tempo, sejam ou não semelhantes, pois
“ cada ação exige necessariamente uma nova resolução (dolo)” (“Es
gibi zunãchst überhauvt keínen Gesamtvorsatz oder Gesamten-
tschluss, der automatisch zeitlich getrennte Einzelhanãlungen her-
vorrufen kònnte, mógen diese gleichartig sein oder nicht. Sondern
jede Eimelhandlung erfordet notwendig eínen neuen Entschluss
ÍVorsatz) ”) .
O atual Código italiano, para iludir essa objeção, já não fala
em medeslma risoiuztone. como o Código de 89, mas, segundo já
vimos, em iJiedesimo disegno, E Manzini assim define o que seja
disegno (desígnio): “é um projeto de ação ou omissão, lirme, deter-
“ minado e concreto, que não resulta apenas da coordenação de uma
" série de idéias substanciais, mas que pressupõe, outrossim, a es-
“ colha de meios para conseguir determinado fim e o prévio conhe-
wcimento das condições objetivas e subjetivas, nas quais se desen-
" volverá a atividade criminosa” (Trattato, II, pág. 5 5 7 ).
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50 N élson H ungria
52 N élson H ungria
54 KÉI.&ON IiüNGRlA
teilen wegen eines fortgesetz ten Deüktes, wobei ãie Mehrzahl der
Falle bei der Strafmessung angemessen zu berücksichtígen ísí and
res judicata auch für âie nicht ausãrücklich festgestellten Falie
eintritt" (“O expediente preferível é obter certo número de provas
“ que determinem o inicio, a continuação e a cessação desta, e con-
“ denar por crime continuado, devendo a pluralidade das ações ser
" devidamente considerada na medida da pena e ficando cobertas
" pela res judicata também as ações que não tenham sido expren-
“ samente averiguadas").
SAIR im p rim ir a j u d a ÍNDICE V O LTA SEG U E
nore valutasione mor ale che corrisponde alia reiterazíone ãel fatio
in confronta al fatto iniziale (e che dal punto ái vista psicclogico
è a mio aviso la giustificazione piú efficace delia minore repressiotie
ãel reato continuato), per il persistente impulso al conseguímento
ái quello stesso obbiettivo, ricaáe: vi è reato continuato. Senza di
che si arrirerebbe a questo assurdo: di punire piú gravemente chi
abbia opposto una certa resistenza agli impulsi criminosi e magari
lottato per resistere, e ãi beneficiare chi abbia, frigido, pacatoque
animo fin áal primo momento, concepito tutto lo svolgimento ãel
dísegno criminoso ’. A incongruência da teoria objetivo-subjetiva já
era acusada por von B ar (ob. eit., pág. 586): "Não tem certamente
“ direito a benigno tratamento, por isso que revela maior intensl-
"d a d e de dolo, aquêle que, segundo uni único plano (resolução) ou
“ um plano delineado de antemão em seus detalhes, pratica vários
"crim es da mesma espécie; mas, ao contrário, não deixa de ter êsse
'* direito aquêle que, dada uma ocasião essencialmente idêntica à em
" qua já uma ves praticou o crime e sem que nesse meio tempo um
" sério motivo o dissuadisse do mau caminho, cede novamente à
‘"tentação” . No mesmo sentido, M . E. Müyer (loc. c it.): tão
“ evidente é o acréscimo de energia que a resolução criminosa im-
■' prime à unidade de dolo, que dificilmente se acomodaria o benigno
" tratamento colimado em razão da concepção conjunta das ações
" sucessivas” C‘ . . . offanbar wirã ãurch die Einheit âes Vorsatz ãie
Energie ãer verbrerischen Entschlossenheit so geistert, dass die mil-
dere Bcurieilung, ãie ãurch Zusammenfassung der Einzelakt wirã,
.ttíüecht am Platze wãre” ) . * Mezcer (Tratado de derecho penal,
56 N é l s o n E toN O tià
** (ob fit-. pág. 376) diz que êsse exemplo “ não seria de
crime continuado, e sim de reiteração, pela nova atitude da vonta
de” . Ora, a cada uma das ações do crime continuado corresponde
sempre, necessariamente, uma volição particular, tal como se dá no
concurso material; mas isso, como é claro (e o proclamam os subje-
tlvistas) não exclui a possibilidade de uma genérica resolução áb
inítio ou um desígnio cie conjunto (alheio à volição, como querem
os neo-subjetivistas). O caso figurado por Mezgek, quer em face da
teoria objetivo-subjetiva (reconhecida a unidade de plano), quer
perante a tecria puramente objetiva <dada a homogeneidade con
siderada ab fxUírnc > 6 de típico crime continuado.
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62 N ê lso k H tjnghia
64 N é ls o n H u n g r ia
66 N êlson H ungria
68 N élson H ungria
70 N élson H ungria
72 Nélson H ungria
C O M E N T Á R IO
74 N élson H ungria
76 N elson H ungria
C O M E N TÁ R IO S AO CÓDIGO P E N A L -— ARTS. 12 A 14 77
73 Nélson H ungria
80 N é l s o n H u n g r ia
82 N élsok H ungria
84 N elson H tjngria
C o m e n t á r io s ao C ó d ig o Penal ■
— Abts. 12 a 14 85
86 N é l s o n H tjitgria
88 N é l s o n H u n g r ia
rido, supõe um cálculo em quem não age por cálculo, mas por
subitânea comoção; b) porque abstrai um dado da experi
ência comum, qual seja o de que o homem encolerizado se
serve do primeiro instrumento que encontra à mão, sem re
fletir se o seu efeito é ou não mortífero; c) porque esquece
a verdade estatística, segundo a qual o uso de armas, sejam
estas de corte ou de fogo, tem como resultado mais freqüente,
ao invés do homicídio, as lesões corporais.
Vejamos, agora, como disserta Haus:14 “Algumas vezes
“ notadamente quando se trata de violência contra a pessoa,
“ a intenção criminosa é indeterminada (dolus indetermi-
“ natus) . . . O agente não tem especialmente por fim oca-
“ sionar a morte ou produzir ferimentos (graves ou leves):
“ quer realizar, a qualquer preço, seu desígnio de fazer mal
“ a outrem, sejam quais forem as conseqüências do seu ato
“ de violência... O fato cometido com a intenção indeter-
“ minada de fazer mal não pode jamais constituir tentativa.
“ Deve ter-se em vista unicamente o resultado produzido, e
“ punir tal resultado como doloso, qualquer que ele seja.
" Dolus indeterminatus determinatur eventu” . É manifesto
o superficialismo dessa argumentação, que parte de uma pre
missa errônea, qual seja a existência de um dolo indetermi
nado ou de um dolus generalis. A intenção indeterminada de
fazer mal (a genérica intention de nuire, da doutrina fran
cesa) é uma pura fantasia e um absurdo lógico. Por mais
súbita que seja a resolução criminosa, não falta ao agente
um fim determinado. O estado emocional, por mais agudo,
não realiza o contra-senso de uma vontade agindo sem escopo
definido. Dolus indeterminatus non determinatur eventu, sed
determinatur actione ea ideo nihil aliud est quam dolus de-
terminatus. E não deixa de ser determinado o dolo quando
ao espírito do agente se representam dois resultados diversos
e ele empreende a ação querendo qualquer deles, indiferen
temente. Quem age para matar ou ferir tem dois fins deter
minados, embora de modo alternativo ou sabendo que um
C o m e n t á r i o s a o C ó d ig o P enai — A rts. 12 a 14 89
90 N elson H ungria
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92 N éi.son H ungria
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96 N élson H ungria
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C o m e n t á r io s ao C ó d ig o P e n a l — A x t s . 12 a 14 107
110 N é l s o n H u n g r ia
código penal alemão) , idem, fase. 122; G essler, Begrif unã Arten.
des Dolus (Ncção e espécies ão dolo), 1 8 6 0 ; H e m m e n (H .), über ãen
Begrif, âie Arten und der Beweis des Dolus (Sobre o conceito, as
espécies e a prova ão dolo), in Strafrechiliche Abhanâlungen, fas-
cículo 104; Cohn (E .), Der schwere Erfolg ais gesstzlicher Grunã
erhòter Strafbrakeit (O resultado mais grave como motivo legal de
maior punibilidade), idem, fase, 112; Schmidt (C .), über Schuld und
Schulãwesen (Sobre a culpa e sua essência ) , idem, fase. 120; Storch
(H J, Über den Begriff, die Arten und die Bestrafung der culpa (Sô
bre a noção, espécies e punição da culpa), idem, fase. 175; Berg
(O tto ), Der gegenwártige Stanã der Schulãlehre im Strafrecht (O es
tado atual da doutrina da culpa penal), idem, fase. 220; Eichmann (F .),
Der Vorsatz bei normativen Tatbestandselementen (O dolo quanto
aos elementos normativos do conteúdo ão crim e), idem, fase. 255;
Mohrmann (G .), Die neueren Ansichten über das Wesen der Fahr-
lãssigJceit (Os novos critérios sobre a essência da culpa em sentido
estrito), idem, fase. 265; Hoffmann (F .), Die normativen Elemente
des besonãeren unã allgemeinen Tatbestandes im Strafrecht (Os
elementos normativos ão conteúdo especial e geral dos crimes), idem,
fase. 272; Graumann (J .), Die Reehtswidrigkeit ais Verbrechens-
merkmal im auslãndischen Recht (A injuridicidaãe como caracte
rístico ão crime no direito estrangeiro), idem, fase. 288; R o sen th a l,
Deliktswille unã Hanãlungswille (Vontade referida ao crime e von
tade da ação), idem, fase. 2 8 8 ; Graf su Dohna, Recht und Irritum
(Direito e êrro), 1 9 2 5 ; Santoro, Il caso fortuito nel ãiritto penale,
1937; MittermaieRj Intima essema e trattamento delia colpa penale,
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tabilità, 1933; S e tti, Dell’imputabilità, 1892; M elo n i, La colpa penale
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1933; D e lita la , II fatto nella teoria generale ãel reato, 1930; De M ar-
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in Studi in onore di E. Massari, 1937; Frank ( R .) , über den Aufbau
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SAIR im p rim ir a j u d a ÍNDICE V O LTA SEG U E
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piú vasta nozione ãelle actiones libera in causa, in Riv. Penale, 1924;
L ’asíone libera in causa nel nuovo coâice penale, in Stuãi in memó
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in Scuola Positiva, 1936; Dolo di pericolo con evento ãi danno e
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bilità senza colpa, in Riv. Penale, 1921; C avallo (V .), La responsa
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F rosali, L’errore nella teoria dei ãiritto penale, 1937; N ovelli (T.>,
Liberse in causa actiones, in Nuovo Digesto Italiano, V II; D ondina ,
Le actiones libera: in causa e la loro sistemazione nel nuovo codice
penale, in Scuola Positiva, 1931; Bataclini, La prevedibilità nel ãe
litto colposo, in II pensiero giuriãico penale, 1930; Borettini, Con-
IMPRIMIR A JU D A
corso di colpe net áelitti colposi, Jn Riv. ital, ãí ãir. penale, 1930;
Cahfora, Dei delittí colposi, supl, da Riv. Penale, V I; D e l Giudice, II
delitto colposo, 1918; D el V ecckio , Cooperazione nel delitto colposo,
in Riv. Penale, 1933; La previsione deli’evento nel delitto colposo, in
Annali di dir. e proc. penale, 1933; Jannitti di G uvanga , Concorso
ãi piií persone e valore dei pericolo nei delitti colposi, 1913; M an -
drioli, La nozione delia colpa nella cosidetta attivitã illecita, in
Studi in onore di M. O'Ameli0, 1933; M iricka , Die Formen der Stra-
Jschuld (ás formas da culpa penal), 1903; M aggiore, Prolcgomeni
al conceito di colpevolezza, 1950; D ’A ccardo, Vimputabilità presunta
in rapporto alia responsabilità penale, in Annali, 1S32; E ngisch (K .),
Untersuchen über Vorsatz und Fahrlãssigkeit im Strafrecht (.Inda
gações sobre o dolo e a culpa penais), 1930; Mayer (M. E .), Die
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no direito penal, 1943; S ardinha (Álvaro), Homicídio culposo, 1936;
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F h h o (C .), Da premeditação, 1937; C ocürullo (B. ), 1 mOventi a
delinquere, 1S30; M adureira de P in h o , O valor do perigo no direito
penal, 1939; Z uccalÀ, II delitto preterintenzionale, 1952; J imenez de
A súa , La notion ãe ciãpabilité en droit comparé, 1954.
COMENTÁRIO
H8 N élson H ungria
ii Von Hippel (ob. cit., II, pág. 315): “Se a atitude psíquica
“ do dolo eventual existe, ou não, no momento da ação, deve deci-
“ dí-lo o juiz, ccm fundamento na apreciação objetiva das circuns-
“ tâncias do fato. Pode, em pequeno número de casos, persistir a
“ dúvdda, e, então, deverá ser rejeitada, por deficiência de prova, a
*' hipótese de dolo” ("Ob der psychische Tatbestand des dolus even-
tualis zur Zeít der Tat vorlag oder nicht, darüber hat der Richter
auf Grund objektiver Würdigung der Sachlage zu entscheiden. Da-
bei kõnnen in einer kleinen Minderzahl von Fãllen Ziveifel bleiden;
âanji ist Vorsatz ais nicht feststellbar abzulehnen).
SAIR IMPRIMIR A JU D A ÍNDICE V O LTA SEG U E
122 N é l s o n H u n g r ia
12 6 N é l s o n H u n g r ia
C o m e n t á r io s a o C ó d ig o P e n a l — A r t . 15 129
130 Níl s o n H u n g f ia
C o m e n t á r io s a o C ó d ig o P e n a l — A rt. 15 131
132 N é l s o n H u n g r ia
C o m e n t á r i o s a o C ó d ig o P e n a l — A r t . 15 133
1 34 N é l s o n H u n g r ia
138 N é l s o n H u n g r ia
21 Como diz M ille r (On Criminal Law, 1934), nos crimes pre-
terdolosos, o antecedente "m u st be malum in se, anã n ot m erely
malum prohibitum1'. Se o antecedente é uma simples contravenção,
o fato total será imputável como simples crime culposo.
SAIR im p rim ir a j u d a ÍNDICE V O LTA SEG U E
C o m e n t á r io s a o C ó d ig o P e n a l — A r t . 15 143
144 N élscw j H u sc e ia
C o m e n t á r io s ao C ó d ig o P en ai — A k t . 15 145
L is z t 32, p á g . 139): “A l e s ã o o u p e r i c l i t a ç ã o d e
(o b . c it ., § um bem
“ ju r íd ic o só é materialmente antijuriãica q u a n d o c o n t r a d i z o escop o
“ da ordem ju r íd ic a , q u e d is c ip lin a a v id a em com u m ; não ob sta n te
“ sua d ir e ç ã o co n tra in te r e s s e s ju r id ic a m e n te tu t e la d o s , é material
" mente conforme ao direito d esd e que e en q u a n to corresp on d e ao
"e sco p o da ordem ju r íd ic a e, p orta n to, à v id a hum ana a s s o c ia d a ” .
SAIR im p rim ir a j u d a ÍNDICE V O LTA SEG U E
148 N élson H u n g r ia
C o m e n t á r io s ao C ó d ig o P e n a l — A r t . 15 149
A fir m a v a ju s ta m e n te S te in tu a l q u e “a é t ic a é com o um r io , e
o d ir e ito é o le ito d esse r io ” . T e m -s e te n ta d o negar essa ín t im a
con exão do d ir e ito penal com a m o r a l, a rg u m e n ta n d o -s e que nem
tod a s as n orm as p e n a is são co n te m p o ra n e a m e n te norm as m o r a is ;
m a s é i n c i s i v a a r é p l i c a d e M a n z e n t : "Ciò potrà apparire vero sol-
tanto a chi concepisce la morale, malgrado Vevidenza âélla sua sto-
ria, come un verbo rivelato e assoluto; mas non certo a chi coltiva
gli stuãi senza recitare atcun c r e d o . & vero che Vinterprete deiVopi-
nione popolare può eccezionalmente errare nelle incriminazioni;
ma è altrettanto sicuro che di regola tutti í reati, comprese le con-
travvensioni, non sono che precetti morali coattivamente imposti” .
O p o s t u l a d o d a c h a m a d a escola penal humanista, c o m o s e s a b e . é a
c o n s u b s ta n c ia i u n ific a ç ã o en tre as ó r b ita s do d ir e ito penal e da
m o r a l. A s s im se e x p r im e um de seus ilu s tr e s c o r ife u s (V in c e n e o
L anza) : “ N esta a fir m a d a u n id a d e en tre o ilíc it o penal e o ilíc it o
“ m o r a l, o c r im e ss a p re se n ta com o ilíc it o m o ra l a n tes de s e r ilíc it o
“ ju r íd ic o , p r e c is a m e n te p o r q u e , a n te s d e s e r v io ia c ã o de norm a ju r í-
“ d ic a , é v io la ç ã o d e n o s s o s s e n t im e n t o s m o r a is . V e m daí que o ju íz o
“ d e a v a lia ç ã o d o c r im e , a n t e s q u e c o m o a v a lia ç ã o ju r íd ic a , é e x p r e s -
“ so com o a v a lia ç ã o m o r a l, c o n s is tin d o o seu co n te ú d o id e a l num
SAIR IMPRIMIR A JU D A ÍNDICE V O LTA SEGUE
C o m e n tá r io s a o C ó d ig o P enal — A r t. 15 151
152 N é i ,s o n H x t n g h ia
154 N e l s o n H u n g r ia
158 N é l s o n H u n g r ia
166 N é l s o n H u n g r ia
N élson H ungria
120 Também Nino Levi (Dolo e ccsctenza etc. n.° 39), outro
adversário da culpa normativa, entende que o direito positivo "indica
come requisito áeWelemento materialet che âiviene per rijlesso anche
requisito ãelVelemento psichico dei reato, la coscienza ãella illegí-
tímità o delia ingiustizia in táluni specífiet reati”
Ob. cit., pág. 22. ‘
SAIR im p rim ir a j u d a ÍNDICE V O LTA SEG U E
122 Como dia De M arsico {ob. cit., pág. 129), “la sanzione penale
ãev’essere appliccita guando ãvrebbe dovuto agire e non ha agito
da controspinta alia injrazione; ma siccome da controspinta non
può agire senza la conoscenza almeno ãella illegálità dei fatto, la
sanzione non può essere applicata quante volte sí abbia invece,
5obbenç per errore, salda e precisa coscienza delia legalità dei fatto
123 A pretendida neutralidade do dolo íaz* tabula rasa do postu
lado de psicologia criminal a que se ajusta o movimento de reforma
das legislações penais modernas: “ quanto menos um crime corres
ponde à estrutura psico-ética. do seu autor, tanto menor periculo
sidade revela".
SAIR IMPRIMIR A JU D A ÍNDICE V O LTA SEGUE
180 N Él s o n H u n g r ia
motivo mais forte; de modo que este sim, é que deve ser apre
ciado na sua qualidade, para dele se deduzir a maior ou me
n o r punibilidade do agente. Quando da elaboração do projeto
d o Código Penal suíço, com toda razão observou G a u t i e r :135
*‘La wréméãitation est un critère qui manque tout-à-fait de
précision, puisque Von a pas pu, iusqu’ici, $e mettre d’accord
sur le sens de ce mot. C’est un critère extremement incertain
aussi pour la raison que la préméãitation, qu’on Ventende
dans Vun ou dans 1’autre sens, est toujours un fait purernent
intérieur et qui peut fort bien ne pas se traãuire par ães actes
perceptibles. C’est de plus un critère faux et incomplet, en ce
qu’il ne denote pas avec certitude et dans tous les cas sans
exception un caractère criminei particulièrement dangereux” .
Entre os autores pátrios, a premeditação conta com adversá
rios declarados. O sm ã L ou reih o acentua e aplaude a ten
dência moderna no sentido de “ proscrever dos Códigos a pre-
“ meditação, como agravante, por se confundir com simples
“ mecanismo da vontade criminosa, substituindo-se esta indi-
“ cação pela investigação dos motivos” . C o sta e S ilv a 140 as
sim se pronuncia: “Os modernos autores de psicologia crimi-
“ nal despiram a premeditação de sua antiga importância.
“ Hoje ela nem sempre indica, na pessoa do delinqüente, grau
“ mais elevado de depravação moral” . Ponto de vista contrá
rio é defendido por Cândido M o ta F ilh o , na sua monografia
Da premetitação (1937); mas esta foi o canto de cisne da
velha agravante do direito brasileiro. A premeditação é des
conhecida dos Códigos de data mais recente, entre outros, o
peruano, o argentino, o soviético, o dinamarquês e o polonês.
O Código suíço mantém a premeditação como qualificativa
do homocídio (art, 112), mas sob a condição de que revele
efetivamente, da parte do delinqüente, “ uma particular pe-
riculosidade ou perversidade” . Os Projetos G a l d i n o , Sá P e
r e i r a e A l c â n t a r a já a haviam abolido, quer como agravante
182 N é l s o n H u n g r ia
C o m e n t á r io s ao C ó d igo P e n a l — A r t . 16 183
!8 4 N élson H ungria
186 N é l so w H u n g r ia
C o m e n t á r io s a o C ó d i g o P e n a l — A r t . 15 187
190 N íl s o n H u n g k u
152 Gesetz unã Schulâ im Strafrecht, II, pág. 450: “Eine Prãmie
sein wãrãe für dienigen, welche nicht Neigung fühlen, sich um ãen
Zusammenhang ãer Dínge, um Naturgesetse unã um das, was neben
ihnen vorgeht, zu kummern" (“Uma recompensa aos que por índole
não se preocupam com a relação das coisas, as leis naturais e o que
acontece em torno deles”).
153 L i e p m a n n , Einleitung in das Strafrecht, 1900, pág. 151: “Nicht
áie inãividuelle Vorhersehbarkeit, sondem ein durchschnittlich attge-
setztes zur Erhaltung des gesellschaftlichen Lebsns auf einer bcs-
timmten Kulturstufe unumgangliches óbjektiv Mass an Sorgfalt bes-
timmt den Gtaá der rechtlichen Verantwortlichkeit” ("O que deter-
“ mina a responsabilidade jurídica não é a previsibilidade individual,
“ mas a indeclinável medida objetiva média de cautela imposta pela
“ vida social em um dado grau de civilização” ) .
SAIR IMPRIMIR A JU D A ÍNDICE V O LTA SEGUE
C o m e n t á r i o s a o C ó d ig o P e n a l — Abt. 15 193
N é l s o n H u n g r ia
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N é l s o n H u n g r ia
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C om en tá m o s a o Código P t n a l — A h t. 15 199
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212 N llsox H u n g r ia
C o m e n t á r io s a o C ó d ig o P e n a l — A r t . 15 213
214 N é l s o n H ungria
C o m e n t á r i o s a o C ó d ig o P e n a l — A rts. 16 £ 17 215
B IB L IO G R A F IA (e s p e c ia l) . F r o s a l i (R . A . ) , Uerrore nella
teoria dei diritto penale, 1933; K o h l r a u s c h , Irrtum und Schuldbe-
griff im Strafrecht (Erro e culpa em direito penal), 1903; W e i z , Die
Arten des Irrtum (As espécies ão erro), in Strafrechtliche Abhand-
lugen, fa se. 296; J i m é n e z d e A s ú a , Reflexiones sobre el error de ãe-
recho en matéria penal, 1942; C a r r a r a , Delia ignoranza como scusa,
in Opuscoli, VII; B r o c h a r d , De Verreur, 1928, E n c e l m a n n , Irrtum unã
Schuld (Érro e culpa), 1922; v o n H i p p e l , Vorsatz, Fahrlàssigkeit,
Irrtum (.Dolo, culpa, erro), In Vergleichtnde Darstellung, p. g., vol.
III; G r a f z u D o h n a , Recht und Irrtum (Direito e erro), 1925; P a l a z -
z o , L ’ig n o ra n tia ju ris et fa c ti nel ãiritto romano e nel diritto odierno,
in Scuola Positiva, 1921, I; S i e g e r t , Notstand und Putatiimotwehr
(Legitima defesa e estado de necessidade putatw os), 1931; J e r s c h k e ,
Die Putativnotwehr (4 legítima tíe/esa pictytiva), in Strafrechtlicíie
Abhandlungen, fa se. 124; M a r t e n s , Der Irrtum über Straframilderun-
gsgrunde, idem, fa se . 246; G o r p k e , Le príncipe de la bonne foi, 1928;
L erch , Zur Lehre von Rechtsirrtum im Strafrecht (Para a doutrina
SAIR IMPRIMIR A JU D A ÍNDICE V O LTA SEGUE
COMENTÁRIO
220 N é l s o n H u n g r ia
224 N é l s o n H u n g r ia
228 N é l s o n H u n g r ia
228 N é ls o n H u n g r ia
230 N ê l s o n H u n g r ia
22 Trattato, H, n .° 407
SAIR im p rim ir a j u d a ÍNDICE V O LTA SEG U E
25O b . c i t ., n ° 14.
26 Ao m esm o critério atende P aoli (Principii dí diritto penale,
1929, pág. 110), que assim figura e resolve u m caso tipico de legítima
defesa pu tativa: “Suppongasi che Ao tornando a casa di notte, mi
tmbatta in una comitiva ái amtci miei che, per farmi uno scherzo di
cattivo genere, pur senza intenzione ãi nuocermi menomamente, mi
si slancino cantro: è, ripeto, uno scherzo, ma io penso (e chi non
vi penserebbe?) a un’agressione: sparo, ferisco e uccido; in realtà
non c’è violenza nè quindi necessità ái difenãersi; zn realtà io non
corro nessun pericolo effettivo, ma poíchè alia violenza ho logica
m ente creduto, e poichè sono stato posto in condizione da ãover
ritenere la necessità ãella difesa direita, non è dubbio ch’io debba
andare impunito per la com pleta assenza in m e di volontà criminosa” .
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C o m e n t á r io s a o C ó d ig o P e n a l — A rts. 16 e 17 235
242 N élson H u n g r ia
244 N élson H u n g r ia
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246 N é l s o n K ü n g r ia
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248 N élson H t j n q r ia
250 N élson H u n g r ia
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252 N é ls o n H u n g r ia
C o a ç ã o ir
r e s is tív e l e
Art. 18. Se o crime ê cometido sob coa-
o b e d iê n c ia ção irresistível ou em estrita obediência a ordem,
h ie r á r q u ic a _ .
não manifestamente ilegal, de superior hierár
quico, s ó é punível o autor da coação ou da
ordem.
DIREITO COMPABADO. Códigos: italiano, arts. 40, 51 e 54, úl
tima parte; alemão, 52 e 59; suíço, arts, 32, 34 e 64, alíneas 2.a e
3.a; norueguês, § 44; holandês, arts, 40 e 43; francês, arts. 64, 114,
190 e 191; dinamarquês, arts. 14 e 84, I, n.° 5 ° , e 2.°; português,
art. 44, ns. 1, 2 e 3; espanhol, art. 8.°, ns. 9, 10 e 12; polonês, arti
gos 19 e 20, S 2.°; húngaro, gg 77 e S0; argentino, art. 34, ns. 2.° e 5.°;
colombiano, arts. 13, l f° , e 25, 1.°; chileno, art. 10, n .° 9.°; equato
riano, art. 18; cubano, arts. 35, F e G, e 36, J ; costa-riquense, art. 26,
ns. l.° e 2.°; guatemalteco, art. 21, ns. 4.°, e 5.° e 11; hondurense,
art. 7.°, ns. 10 e 12; uruguaio, arts. 27 e 29; mexicano, art. 15, ns. I
e V II; nicaragüense, art. 21, n s. 9 e 11; panamenho, arts. 47 e 51;
paraguaio, art. 21, ns, 2 e 6; salvatoriano, art. 8 ° , ns. 9, 10 e 12;
venezuelano, art. 65, n s. 2.° e 4.°.
254 N é l s o n H u n g r ia
COMENTÁRIO
C o m e n t á r io s a o C ó d ig o P enal — A r t. 18 255
^56 N é ls o n H u n g r ia
258 N élson H u n g r ia
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260 N élson H u n g r ia
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E x c lu s ã o
d e c r im i- Art. 19. Não há crime quando o agente
n a lid a d e pratica o íato;
I — e m estado de necessidade;
II — em legitima deíesa;
III — em estrito cumprimento de dever
legal ou no exercício regular de direito.
264 N é l s o n H x jn g r ia
E sta d o de
n e c e s s id a d e Art. 20. Considera-se em estado de neces
sidade quem pratica o fato para salvar de perigo
atual, que não provocou por sua vontade, nem
podia de outro modo evitar, direito próprio ott
alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era
razoável exigir-se.
L e g it im a
d e fe s a
Art. 21. Entende-se em legítima defesa
quem, usando moderadamente dos meios n e c e s
sários, repele injusta agressão, atual ou iminente,
a direito seu ou de outrem.
E xcesso
c u lp o s o
Parág. único. O agente que excede culpo-
samente os limites da legítima defesa respon
de peto fato, se este é punível como crime
culposo.
C o m e n t á r i o s a o C ó d ig o P e n a l — A r t s . 19 a 21 265
art. 21, ns. 6 a 10 e 12; hondurense, art. 7.°, ns. 5 a 8, 11 a 13; nicara-
güense, art. 21, ns. 4 a 7, 10 e 12; panam enho, arts. 47 a 50; salva-
toriano, art. 8.°, ns. 4 a 7, 10, 11 e 13; porto-riquense, §§ 52 a 55.
COMENTÁRIO
1 Principii, I, p á g . 171.
2 Le cause che escludono Villicltà o biettiva penale, p á g . 120.
3 Le ãottrine generali âel ãiritto penale, p á g . 71.
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26S N ê ls o n H u k g r ia
C o m e n t á r i o s a o C ó d ig o P e n a l — A r t s . 19 a 21 273
274 N ê ls o n H u n g ria
276 N é l s o n H u n g r ia
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278 N é l s o n H u n b h ia
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pro mea defensione: non solurn pro mea, sed etiam propin-
quorum, immo etiam extraneorum.
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286 N é ls o n H u n g ria
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296 N é ls o n H u n g r ia
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300 NÉrsoN H u n g r i a
é, q u a n d o o p r a n te a d o G e tú lio V a rg a s, ir m ã o d o a cu sa d o, se a c h a v a
n o ostracism o d e Itu , e ninguém poderia imaginar su a v o lta ao p od er.
A in d a m a is : em m a io d e 1951, as C â m a ra s R e u n id a s d o T r ib u n a l d e
J u s tiç a d o D is trito F e d e ra l (p o r sete v o to s c o n t r a d o is ) d e fe r ir a m a
r e v is ã o p e d id a p o r B e n ja m in V a rg a s, a d o ta n d o m e u p o n t o de vista.
SAIR IMPRIMIR A JU D A ÍNDICE V O LTA SEGUE
302 N élson H u n g r ia
306 N é l so n H u n g r ia
facere, qui jure suo utitur. Outro não era o critério do di
reito canônico, embora sem fixar uma regra geral: reconhe
cia, ao resolver determinados casos, que não cometia crime
aquele que exercia o próprio direito ou o dever imposto pela
lei (como no caso do carrasco: cum homo juste occiãetur,
lex eum occidit, non t u ) . E no mesmo sentido decidia o di
reito estatutário, notadamente quanto ao homicídio do ban-
nitus (colocado fora da lei), ao exercício do jus domesticum
e do jus corrigendi (emendatio propinquorum). Na atuali
dade, os Códigos Penais mais recentes consagram o princípio
de modo explícito e genérico. •
Como já observamos, a norma permissiva ou impositiva
pode ser outra norma penal ou uma norma extrapenal (de
direito civil, comercial, industrial, judiciário civil ou penal,
público, administrativo). Assim, a própria lei penal declara
lícitos, in exemplis: o aborto nos casos do art. 128, n.° II (no
caso do n.° I, trata-se de “ estado de necessidade” ) ; a coação
para evitar suicídio ou realizar intervenção médica ou cirúr
gica, em caso de perigo de vida do paciente (art. 146, § 3.°);
a violação de domicílio nos casos do art. 150; a violação do
segredo profissional no caso do art. 269; o emprego da vis
'modica como meio de correção ou disciplina (art. 136, inter
pretado a contrario sensu),
E agora exemplos de excepcional licitude decorrente,
explícita ou implicitamente, de lei extrapenal ou diversa da
lei penal comum: a do ingresso em prédio alheio no caso do
art. 384 do Cód. Civil ou para o fim de profilaxia sanitária,
de acordo com o Regulamento da Saúde Pública; a da elimi
nação do inimigo no campo de batalha ou a do fuzilamento
executado em cumprimento da pena de morte (nos casos pre
vistos pela legislação m ilitar); a da detenção de pessoa en
contrada em flagrante delito (que constitui dever em rela
ção ao policial e direito em relação a quidam de populo); a
da violência esportiva; a da lesão corporal decorrente de ope
ração cirúrgica (ainda que não seja para evitar perigo de
vida, mas consensiente o enfermo), nos casos aconselhados
SAIR IL 'ilJ ;lli'J k l A JU D A INDICE I | SEG U E
C o m e n t á r io s a o C ó d ig o P e n a l — A rts. 19 a 21 313
TITULO III
DA RESPONSABILIDADE
C o m e n t á r io s a o C ó d ig o P e n a l — A rts. 22 a 24 317
320 N é l s o n H u n g r ia
COMENTÁRIO
C o m e n t á r i o s a o C ó d ig o P e n a l — A rts. 22 a 24 323
324 N é l s o n H u n g r ia
" rer) atesta-me que sou o sustentáculo ativo do processo que em mim
“ se opera no ato de sentir (isto é, no conjunto dos processos da vida
“ endotímica) ”, De modo análogo, um moderno psicólogo, L e r s c h ,
“ ensina que a vontade no eu consciente se ergue como uma ilha no
“ mar tempestuoso dos impulsos endotímicos, quase como a represen-
“ tar um pon to de Arquimedes adaptado a guiar e a coordenar as
"várias tendências entre si. A nossa experiência nos conduz, por-
“ tanto, a contrapor, de um ponto de vista fenomenológico, ao cará-
“ ter passivo dos estados e processos endotímicos, a soberania e a au-
“ tonomia da vontade, que, por estes seus caracteres, se impõe a nós
“ como um processo independente e inconfundivel. Não basta, por -
" tanto, para afirmar a responsabilidade ão h om em , dem onstrar a
“ ação exercida sobre ele pelo am biente físico e social em que vive,
“ ou averiguar o tum ulto boírascoso dos processos do “ eu " profundo,
" o irrom pim ento e o violento impulso dos sen tim entos, isto ê, a fir-
“ mar o império dos instintos e dos impulsos e o assom o im petuoso
“ ãas várias tendências. Cum pre dem onstrar que a vontade não foi
“ livre ou foi incapaz de dominar esse m undo tem pestuoso que existe
" no profundo " e u " de cada um ãe nós e que im prim e m esm o à nossa
“ personalidade uma fisionom ia característica. Por isso que a vo n -
“ tade, com o já se afirm ou, não cria coisa alguma, mas som ente ãi~
“ rige, e cabe ao espirito indicar à vontade o fim a atingir e que ela
“ deve escolher en tre os vários fins que lhes são propostos e os m oti-
" m s pelos quais se autodeterm ina, se g u e -se que a responsabilidade
" só d eve ser negada a quem não possui um suficiente desenvolvi-
“ m en to intelectual para conhecer esses fins, ou aqueles a quem o
“ conhecim ento ão fim a atingir é obstaão por um processo mórbido
“ qualquer. Fora dessas duas eventualidades , o h om em é responsável
“ pelas suas ações, que, por isso m esm o, lhe podem ser imputadas”.
É de notar-se, especialmente, que o ato de vontade não pode ser
reduzido a uma concatenação mecânica e automática de representa
ções, como pretendem as doutrinas associacionistas, ou a teoria dos
reflexos condicionados de P a v l o v , ou o behaviourism o. A caracte
rística do ato elementar de volição é ser uma atividade interior ou,
mais precisamente, uma atividade própria do “eu” . É a esponta
neidade do “ eu” que se inclina e tende para um fim . Graças ao
jogo dos motivos, tal inclinação se determina. Quanüo, poróin, se diz
“se determina”, não se quer diser que haia um necessário nexo cau-
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tir-se que há vontade sem causa. Nada existe no universo sem uma
causa. A causalidade, aqui deve ser identificada na própria natu
reza da vontade e do seu mecanismo. A vontade possui uma autocau-
salidade: na sua atuação, extrai de si mesmo os motivos de sua esco
lha e pode guiar-se por si mesma na avaliação dos motivos. Entre
os motivos avaliados, uns são contrapostos aos outros, de modo que
aparece o valor maior de um ou de outro; mas a determinação é ato
próprio da vontade, tanto assim que ela pode prescindir da objetiva
comparação dos motivos e agir em direção inteiramente oposta. Sem
dúvida, quando se dia que a vontade pode autodeterminar-se, não
se quer significar que está provada a liberdade do homem, fi tarefa
do filósofo a demonstração da existência dessa liberdade; mas a psi
cologia experimental fornece dados de fato que não se expiicam no
seu jogo, senão admitindo-se essa liberdade.
Os deterministas, como conclui o ilustre psicólogo italiano, ne
gam à vontade humana capacidade de autodirigir-se, e o fazem, ao
que declaram, em nome da ciência, de vez que a liberdade volitiva é
uma interpretação da filosofia; mas esquecem-se de que, assim ar
gumentando, são eles próprios que fazem filosofia, e má filosofia, por
que, pelo receio de fazer filosofia, recusam, em nome de um precon
ceito filosófico, um dado de fato que também a pesquisa experimental
ilumina e a consciência atesta. Jamais os deterministas puderam
demonstrar que o esforço da vontade é uma reação de tipo fixo, ao
invés de ser, como diz J a m e s , um fator idêntico ao que os matemá
ticos chamam “ variável independente", a evoluir sobre os dados lixos,
que são, em cada caso, os nossos motivos, o nosso caráter, as nessas
predisposições etc. Ora, na medida em que nossas voiições podem
ser “variáveis independentes” , a psicologia científica torna-se im
potente para explicá-las.
Não é somente, porém, a decrépita filosofia materialista, em cujos
flancos brotou o positivism o penal, que exclui a indagação p s ic o l ó
gica do campo da responsabilidade penal. A exclusão é tarr.brrr
postulada em nome de um requintado tecnicismo jurídico, embora com
diverso fundamento. K e ls e n , no seu famoso livro Hauptproble?ne der
Staatsrechtslehre, defende a teoria chamada da "von tade n o rira -
tiva”, segundo a qual a vontade psicológica não tem relevância
jurídica. O indivíduo, no âmbito das norm as, é um pon*o virtuil
sobre que converge toda a irradiação de deveres e direitos, devendo
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■* S ch u ld u n ã Sü h n e, pág. 349.
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104. D e s e n v o lv im e n t o m e n ta l in c o m p le ío ou r e ía r d a d o .
Em segundo lugar, o art. 22 fala em “desenvolvimento men
tal incompleto ou retardado”. Sob este título se agrupam
não só os deficitários congênitos do desenvolvimento psíquico
ou oligofrênicos (Idiotas, imbecis, débeis mentais), como os
que o são por carência de certos sentidos (surdos-mudos) e
até mesmo os silvícoias inadaptados, O conceito de mente,
como adverte o ministro C am p os, na sua E x p o s iç ã o de mo
tivos, é suficientemente amplo para abranger até o “senso
moral” (ensina T i r e l l i que “ mente é o complexo funcio
nal, quant-tativa e qualitativamente harmônico, dos diversos
elementos do arco diastáltico psíquico” ), e, assim, não há
dúvida que entre os deficientes mentais é de se incluir tam
bém o homo sylvester, inteiramente, desprovido das aquisi
ções ét:cas do civilizado homo medius que a lei penal declara
responsável,
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2 -A N é ls o n H u n g h ia
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do seu particular ponto de vista sobre o mundo, o que vale por uma
atitude simplista, mas apropriada para atrair o favor do grande pú
blico, sempre inclinado ao misticismo. H a n s e l considera a doutrina
psicanalista um fator dissolvente, pois ameaça subverter, entre as
massas populares, o sentimento da responsabilidade pessoal. A s c h a f -
f e n b u r g vê na psicanálise uma série de infundadas fórmulas gené
ricas, dentro de preconceitos e apriorismos. Impugna as idéias de
S t a u b e as de R e i k sôbre o “ constrangimento à confissão" e a “ne
cessidade de castigo” e declara que nenhuma prova existe da eficácia
do extravagante método psicanalista na conjuração das tendências
criminosas. Supondo fazer psicologia profunda, a psicanálise redunda
em generalização superficial. M e z g e r , depois de acentuar o ilogismo
do “ desejo inconsciente da pena”, dado que o receio da pena devia
contribuir na formação do super-ego, deita sobre o ataúde do freu-
dismo esta pá de cal: "A psicanálise não pode demonstrar a pre-
“ tendida existência do chamado complexo de Êdipo, como fenômeno
“ geral humano, e, portanto, esboroam-se os seus fundamentos cri-
“ minológicos” . *
Apreciemos, afinal, a psicologia individual. É um cisma da psi
canálise, uma variante do pretensioso psicologismo profundo: o com
plexo de inferioridade é, aqui, o stigma Dialjoli, e vale o complexo
do Édipo. Embora menos extravagante que o freudismo, o adlerismo
é também baseado num terreno de lucubrações abstratas e unilaterais.
Ê de todo inaceitável o apriorismo de que o crime seja derivativo do
desalento do indivíduo na luta peia vida, dentro da organização atual
da sociedade. E nada nos assegura que numa ordem social igua
litária, segundo a utopia marxista, o crime desaparecesse. Evidente
mente, a delinqüência subsistiria, ainda que sob novas formas, para
que surgisse um Adler às avessas, atribuindo-lhe a origem a um
complexo d e . . . superioridade reprimida! Quanto ao seu programa
educacional de solidariedade humana e espirito de comunidade, isso
já vem dos Evangelhos e dois mil anos de pregação foram inúteis
para extirpar a pretensa criminalidade neurótica. Em critica ao
356 N é l s o n H u n g r ia
' idiotia
< imbecilidade
debilidade mental
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