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Licenciatura em Antropologia
Indivíduo e Sociedade
Tema:
Docente: Discentes:
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Índice
Resumo..............................................................................................................................3
Introdução..........................................................................................................................4
A compreensão de Pessoa/Individuo.................................................................................4
Compreensão de Sociedade...............................................................................................9
Compreensão de cultura..................................................................................................10
Recessão critica...............................................................................................................10
Conclusão........................................................................................................................11
Referências bibliográficas...............................................................................................13
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Resumo
A problemática de Indivíduo e Sociedade ou a construção social da pessoa tem sido
assunto de vários debates na arena académica, em particular pelas ciências sociais.
Algumas abordagens dicotomizam ou compreendem como aspectos distintos que inclui
casos internos e externos, outros vê como casos conectados e que não há necessidade de
compartimentalização, ou seja, estão inteiramente associados. No entanto neste trabalho
pretendemos fazer um levantamento bibliográfico de autores que discutiram estas noção
e posteriormente fazer uma recessão critica cruzando a compreensão que cada um
trouxe.
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Introdução
Este trabalho insere-se na cadeira de individuo e sociedade e tem como objectivo, fazer
uma reflexão em torno da noções de pessoa/individuo, sociedade e cultura tendo como
bases para sustentar os textos de Linton (1972), Mauss (1974), Geertz (1973), Elias
(1987) e Benedict (1987).
A compreensão de Pessoa/Individuo
Para Linton (1972), nas suas asserções compreende o indivíduo como uma unidade
simples dentro de uma sociedade que eterniza um status quo (estado actual) e que a sua
compreensão como indivíduo e como unidade social deve ser entendida a partir daquilo
do seu papel, ou seja, daquilo que assume as formas comportamentais (padrões
culturais) que guiam os indivíduos para a manutenção da sociedade a qual estão
inseridos.
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No noroeste americano a concepção de pessoa é colocada nos termos diferentes dos
Pueblo mas com natureza e função idêntica, a do nome, da posição social, da natividade
jurídica e religiosa de cada homem. Neste sentido no noroeste americano o que tem
mais relevância na noção de pessoa é a questão de nome porque cada nome se divide em
diferentes momentos, é o nome de um dos antepassados perpetuamente reencarnados
que são intermediários entre o animal totémico e o espirito de guardião. Esses nomes e
heranças de personalidade são determinados por revelações, cujos limites beneficiários
conhecem antecipadamente, indicados pelos seus avós ou anciãos (Ibid:. 380).
A noção de pessoa aparece com a civilização latina apontada na Índia uma das
antigas civilizações que teve a noção do indivíduo, de sua consciência, do “eu”. Porém a
fabricação do” eu” é o nome da consciência individual “eu” é algo ilusório. Na China o
indivíduo e o seu ser social é mais levado em conta a ordem do nascimento, a hierarquia
e o jogo das classes sociais que estão em nomes. Porém a noção de pessoa formou se em
Roma e raras nações fizeram da pessoa uma entidade completa (Ibid:. 384).
A pessoa como facto moral tem o sentido que pode significar uma personagem que
cada um é, e que o seu carácter é a verdadeira face. O termo persona remete a ideia de
direito, conserva ainda um sentido de imagem sobreposta. O termo estende-se ao
individuo em sua natureza nua, arrancada toda máscara, conservando-se em contra
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posição e em sentido artifício: o sentido do que é a intimidade dessa pessoa e o sentido
do que é personagem fazendo um sentido moral ao sentido jurídico, autónomo, livre,
responsável. A consciência moral introduziu a consciência na concepção jurídica do
direito onde as funções honrais, cargos e direitos, acrescentando-se a moral consciente
da consciência do bem e do mal. A consciência de si se tornou o apanágio da pessoa
moral (Ibid:. 390-391).
A pessoa moral foi influenciada por uma identidade metafisica onde sua força
religiosa impulsionou dando sentido á noção da pessoa humana que estava ligada a
noção cristã. A noção da pessoa moral havia-se tornado de tal modo clara que, ela se
impunha a todas as personalidades fictícias que eram chamados de pessoas morais
através de fundamentações religiosas que passaram a ser pessoas. A noção de pessoa foi
criada a partir da noção do uno, onde envolvem vários propósitos simultâneos, que seria
o propósito de pessoas divinas a propósito a pessoa humana, substância e modo, corpo e
alma, consciência e ato. Contudo a pessoa é uma substância racional, indivisível,
individual, oque faltava era fazer dessas substância racional individual, neste contexto
afirma o autor, o que estava em falta para o entendimento de pessoa era a consciência e
uma categoria (Ibid:. 393).
Outro autor que discutiu a noção de pessoa/individuo foi Geertz (1973), na sua obra
interpretação das culturas na quinta parte, capitulo oito, Pessoa, e conduta em bali: nas
ordens balinienses da definição de pessoa. Geertz afirma que em Bali há seis formas de
identificação de pessoa/individuo como um único individuo, trata-se dos nomes
pessoais, nomes na ordem de nascimento, termos de parentesco, tecnônimo, títulos de
status e títulos públicos. Essas formas de definição são usadas alternativamente,
dependendo da situação e às vezes do indivíduo. Cada tipo consiste num sistema
terminológico distinto e limitado.
A ordem simbólica definida pelos nomes pessoais são muito mais usados para
crianças, ou seja, os nomes pessoais são muito menos ouvidos e desempenham um
papel público inferior. O sistema de dar nome as pessoas tem algumas características
significativas para a compreensão sobre a condição pessoal. Os nomes pessoais
primeiramente são arbitrariamente cunhados como sílabas sem sentido, segundo a
duplicação dos nomes pessoais dentro de uma única comunidade é cuidadosamente
evitado. Terceiro, os nomes pessoais são monómios e não indicam ligações familiares
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ou o fato de serem membros de qualquer tipo de grupo, por ultima o não existem
apelidos familiares (com muito poucas excepções, frequentemente apenas parciais).
Qualquer que seja o papel que a ordem através do sistema de dar nome às pessoas, é
assunto inteiramente privado (Ibid:. 155).
A ordem simbólica definidas pelo parentesco é feita de acordo com a geração que
eles ocupam em relação a sua própria, ou seja, os irmãos, meio irmãos e primos são
agrupados num mesmo termo, os Balineses não tem uma forma vocativa de se chamar
mas apenas como referência. Os termos de parentesco só aparecem em público em
resposta a alguma pergunta ou para descrever algo, as crianças ao nascer passam a
chamar seus pais pelo tecnônimo, enquanto são chamados pela ordem de nascimento.
Na terminologia de parentesco do sistema balinês definem os indivíduos no idioma
taxonómico não face a face ou como ocupantes de região num campo social (Ibid:. 157).
A ordem simbólica definida pelos tecnônimo são usados para referir-se aos pais das
crianças até que nasça o primeiro neto e ocorre uma transição semelhante se estes
viverem o bastante para que veja o seu primeiro bisneto, assim sendo o espaço de tempo
natural. O tecnônimo é um termo usado para caracterizar o individuo três vezes
(Predecessores, Contemporâneos, Consócios e Sucessores). Nos tecnônimo a pessoa é
definida como a minimização das diferenças entre os sexos que são representados como
sendo denotáveis no que concerne aos papéis sociais (Ibid:. 159-160).
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grande variedade de classificações sociais que vão desde grupos de parentesco até
instituições governamentais (Ibid:. 162).
A ordem simbólica dos títulos públicos da definição de pessoa é uma das formas de
identificar e caracterizar os indivíduos. Com muita frequência as pessoas são vistas
através de uma rede de categorias ocupacionais, como que fisicamente imbuídas de suas
qualificações. A função social serve de veículo simbólico através do qual é percebida a
identidade pessoal: os homens são aquilo que eles fazem (Ibid:. 165).
Para Elias (1987), a pessoa/indivíduo é entendido como algo que pode ser
completamente isolado mostrando a estrutura de suas funções psicológicas
independentemente de suas relações com outras pessoas. A pessoa psicologicamente
desenvolvida tem o carácter de um indivíduo que existe no nível mais fundamental
apresentando uma estrutura particular e específico, o indivíduo adquire a sua marca
individual da história de toda a rede humana em que cresce e vive. O que determina a
formação do indivíduo são as leis internas dele mesmo, que não dependem de suas
relações com os outros: sua natureza interna congénita. A pessoa é produto de um
processo sócio histórico, de uma transformação da estrutura da vida comunitária.
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Compreensão de Sociedade
No que tange a problemática de compreensão de sociedade Linton (1972), diz que são
organismos de determinadas espécies que diferem com os organismos vivos através dos
seus atributos. Assim sendo a sociedade como um todo é uma configuração mais
extensa dos padrões culturais que dão aos indivíduos formas e técnicas para a
manutenção do grupo e também são como instrumento de interacção social.
A ideia acima referida de uma certa forma é reflectida em Benedict e (1984) e Velho
(2001). Para a primeira o comportamento de um individuo deve construir sua própria
individualidade, ou seja, não existe antagonismo entre o papel social e o papel
individual. É ingénuo pensar nesse antagonismo entre individuo e sociedade, a
sociedade só é reguladora e em certas situações não é equivalente a ordem social. A
sociedade nunca é uma entidade separável dos indivíduos que a compõem.
Para o segundo a deve-se olhar a interação como um processo social que da os seus
actores um papel de agentes de reprodução e de inventores da vida social, neste sentido
para o autor, a interação é complexa e problemática enquanto processo social. Propõe
este autor a diferenca como sendo o ponto base para se compreender esta problemática,
pois o interacionismo contribuiu na problemática das diferenças que enfatiza a
individualidade dos fenómenos onde todos os processos internos de diferenciação de
uma sociedade são relevantes pois são pistas fundamentais para o mapeamento da
diversidade, neste sentido o conflito é colocado como possibilidade desde que haja
interesses e valores distintos, ou seja, há um ponto comum nestes autores, a de que não
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há antagonismos entre individuo e sociedade, são todos um só, mas a diferenca é da
forma representativa.
Compreensão de cultura
No que diz respeito a cultura (Linton 1972), afirma que corresponde a maneira de
viver de uma sociedade com um determinado tipo de comportamento dos membros que
são padronizados na concepção que se encontra dentro da sociedade, ou seja, a cultura é
um todo conjunto de padrões culturais organizados que servem de guia para os
membros de uma sociedade. A cultura e os seus padrões possibilitam o funcionamento
assim como a conservação de qualquer sociedade, a estrutura organizacional, as
posições ocupadas pelos indivíduos e as relações biológicas constitui uma questão
cultural.
Para velho (2001), a cultura é produzida, condicionada pelo externo, assim sendo ela é
elaborada como forma de identidade individual e social. E que o desenvolvimento
destas culturas esta ou pode estar ao exercício de actividades associativas onde a
sociabilidade pode ser vista um caminho para o desenvolvimento das culturas. Por outra
compreende este autor que Web meanings (teias) que expressa a existência e a pressão
de uma sociedade e cultura que procedem-nos e englobam a todas as componentes,
holística, o conjunto de crenças e seus respectivos valores que por sua vez são
determinantes na elaboração da identidade social dos membros de uma determinada
sociedade.
Recessão critica
Na interpretação das discussões feitas pelos autores, Mauss (1974), Benedict (1984) e
Velho (2001), encontram-se no mesmo plano de ideias, ou seja, comungam o mesmo
plano apesar de terem explanações diferentes pois todos concordam na ideia de que o
individuo/pessoa deve ser valorizado na sociedade e não afirmam que o comportamento
individual é regido ou modelado completamente pelo padrão cultural da social. Apesar
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do padrão cultural ser um aspecto estruturante, o individuo/pessoa tem as suas
particularidades que constituem sua identidade pessoal e a mesma deve ser valorizada e
percebida na sua relação com as instituições do sistema social e há uma determinada
ênfase ao indivíduo. Segundo velho, a ideia de mudança e desempenho individual dente
da organização social olha-se a acção dos indivíduos em suas decisões quotidianas que
são construídas a partir do social e identificadas a partir de uma cultura.
Linton (1972), Elias (1987) e Geertz (1973), compartilham da mesma ideia dos autores
anteriores e privilegiam a sociedade como um ser ou essencial para a formação do
indivíduo onde o indivíduo deve adoptar-se a convenções pré-estabelecidas para que
não seja excluído da sociedade na qual se encontra inserido e para um melhor
funcionamento da sua sociedade. Mas os autores consideram ao indivíduo como um ser
com necessidades próprias e congênitas.
Conclusão
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Concluímos também que a nação de pessoa em diversas sociedades apresenta formas
diferentes e ela não é entendida de forma homogénea. Certas sociedades entende da
pessoa como algo natural e que depende da sua essência, em oposição a outras
sociedades que a noção de pessoa está relacionada com as relações com as outras, essa
relação apresenta uma estrutura particular e específica de sua sociedade, ou seja, é uma
construção social. E a cultura é o instrumento que possibilita ao individuo a forma de se
adaptar no mundo, ou seja é uma teia que os homens tecem.
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Referências bibliográficas
Benedict, R. 1984. Padrões de cultura. Lisboa: Bertrand, pp. 276-304.
Elias, N. 1972. A sociedade dos indivíduos. Lisboa: Dom Quixote, pp. 89-112.
Geertz, C. 1973. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC Editora, pp. 149-
183.
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