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Faculdade de Letras e Ciências Sociais

Departamento de Arqueologia e Antropologia

Licenciatura em Antropologia

Indivíduo e Sociedade

Tema:

A construção social da pessoa

Docente: Discentes:

Danúbio Lihahe Inocêncio Chovela

Maputo, Março de 2020

1
Índice
Resumo..............................................................................................................................3

Introdução..........................................................................................................................4

A compreensão de Pessoa/Individuo.................................................................................4

Compreensão de Sociedade...............................................................................................9

Compreensão de cultura..................................................................................................10

Recessão critica...............................................................................................................10

Conclusão........................................................................................................................11

Referências bibliográficas...............................................................................................13

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Resumo
A problemática de Indivíduo e Sociedade ou a construção social da pessoa tem sido
assunto de vários debates na arena académica, em particular pelas ciências sociais.
Algumas abordagens dicotomizam ou compreendem como aspectos distintos que inclui
casos internos e externos, outros vê como casos conectados e que não há necessidade de
compartimentalização, ou seja, estão inteiramente associados. No entanto neste trabalho
pretendemos fazer um levantamento bibliográfico de autores que discutiram estas noção
e posteriormente fazer uma recessão critica cruzando a compreensão que cada um
trouxe.

Palavras-chave: individuo; sociedade; cultura padrões de comportamento.

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Introdução
Este trabalho insere-se na cadeira de individuo e sociedade e tem como objectivo, fazer
uma reflexão em torno da noções de pessoa/individuo, sociedade e cultura tendo como
bases para sustentar os textos de Linton (1972), Mauss (1974), Geertz (1973), Elias
(1987) e Benedict (1987).

O trabalho está dividido em quatro partes. Na primeira parte o grupo discutirá em


torno da compreensão do individuo nos seus múltiplos casos, trata-se da compreensão
de buscar pontos de referências para mostrar o percurso das diferentes abordagens. No
segundo procuramos explanar a compreensão de sociedade.. No terceiro ponto traremos
a compreensão do que é a cultura dentro da problemática da dicotomia entre o primeiro
e o segundo ponto. No quarto e último ponto, faremos a recessão critica onde
procuramos mostrar os pontos de convergência e divergência e falibilidade de
abordagens.

A compreensão de Pessoa/Individuo

Para Linton (1972), nas suas asserções compreende o indivíduo como uma unidade
simples dentro de uma sociedade que eterniza um status quo (estado actual) e que a sua
compreensão como indivíduo e como unidade social deve ser entendida a partir daquilo
do seu papel, ou seja, daquilo que assume as formas comportamentais (padrões
culturais) que guiam os indivíduos para a manutenção da sociedade a qual estão
inseridos.

Diferente de de Linton, Mauss (1973) procura o entendimento de pessoas através de


diversos aspectos como a de o personagem e o lugar da pessoa, no entanto para este
autor a noção de pessoa é concebida em dois aspectos, a primeira é a existência de um
número determinado de prenomes por clã (grupo) concebido como constituído por um
certo número de pessoas (personagens). A segunda parte da definição do papel que cada
um desempenha na figuração do clã, o papel de todos personagens é figurar cada um por
sua parte a totalidade prefigurada do clã. Entretanto a partir destas duas formas de
percepção acima referidas a noção de pessoa/ individuo é confundido com o seu clã mas
é destacado pela máscara, seu título, sua posição, seu papel, sua propriedade, sua
sobrevivência e seu reaparecimento na terra num dos seus descendentes dotados das
mesmas posições, prenomes, títulos, direitos e funções (Ibid:. 75).

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No noroeste americano a concepção de pessoa é colocada nos termos diferentes dos
Pueblo mas com natureza e função idêntica, a do nome, da posição social, da natividade
jurídica e religiosa de cada homem. Neste sentido no noroeste americano o que tem
mais relevância na noção de pessoa é a questão de nome porque cada nome se divide em
diferentes momentos, é o nome de um dos antepassados perpetuamente reencarnados
que são intermediários entre o animal totémico e o espirito de guardião. Esses nomes e
heranças de personalidade são determinados por revelações, cujos limites beneficiários
conhecem antecipadamente, indicados pelos seus avós ou anciãos (Ibid:. 380).

Na Austrália a noção de pessoa/individuo é discutida em dois três aspectos. Nela há


também a designação da pessoa/individuo a partir do representado pela espécie animal e
não pelos indivíduos. O homem é fruto das reencarnações dos espíritos dispersos que
renascem perpetuamente no clã, ou seja, a noção de reencarnação de um número
determinado de espíritos nomeados nos corpos de um número determinado de
indivíduos, o homem fabrica-se uma personalidade sobreposta, verdadeira no caso do
ritual. A noção de personagem, de papel cumprido pelo individuo em dramas sagrados
são como ele desempenha na vida familiar (Ibid:. 380-382).

A noção de pessoa aparece com a civilização latina apontada na Índia uma das
antigas civilizações que teve a noção do indivíduo, de sua consciência, do “eu”. Porém a
fabricação do” eu” é o nome da consciência individual “eu” é algo ilusório. Na China o
indivíduo e o seu ser social é mais levado em conta a ordem do nascimento, a hierarquia
e o jogo das classes sociais que estão em nomes. Porém a noção de pessoa formou se em
Roma e raras nações fizeram da pessoa uma entidade completa (Ibid:. 384).

Em oposição entre a China e os romanos, os últimos entendem a noção de pessoa


como um elemento de organização que é um facto fundamental do direito. As máscaras
que identificam as pessoas poderiam ser exemplos de plebes e os sem máscaras
escravos, excluídos. Entretanto historicamente o sentido original da pessoa é
exclusivamente Máscara e a palavra não parece ser de origem latina mas sim, etrusca
(Ibid:. 385).

A pessoa como facto moral tem o sentido que pode significar uma personagem que
cada um é, e que o seu carácter é a verdadeira face. O termo persona remete a ideia de
direito, conserva ainda um sentido de imagem sobreposta. O termo estende-se ao
individuo em sua natureza nua, arrancada toda máscara, conservando-se em contra

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posição e em sentido artifício: o sentido do que é a intimidade dessa pessoa e o sentido
do que é personagem fazendo um sentido moral ao sentido jurídico, autónomo, livre,
responsável. A consciência moral introduziu a consciência na concepção jurídica do
direito onde as funções honrais, cargos e direitos, acrescentando-se a moral consciente
da consciência do bem e do mal. A consciência de si se tornou o apanágio da pessoa
moral (Ibid:. 390-391).

A pessoa moral foi influenciada por uma identidade metafisica onde sua força
religiosa impulsionou dando sentido á noção da pessoa humana que estava ligada a
noção cristã. A noção da pessoa moral havia-se tornado de tal modo clara que, ela se
impunha a todas as personalidades fictícias que eram chamados de pessoas morais
através de fundamentações religiosas que passaram a ser pessoas. A noção de pessoa foi
criada a partir da noção do uno, onde envolvem vários propósitos simultâneos, que seria
o propósito de pessoas divinas a propósito a pessoa humana, substância e modo, corpo e
alma, consciência e ato. Contudo a pessoa é uma substância racional, indivisível,
individual, oque faltava era fazer dessas substância racional individual, neste contexto
afirma o autor, o que estava em falta para o entendimento de pessoa era a consciência e
uma categoria (Ibid:. 393).

Outro autor que discutiu a noção de pessoa/individuo foi Geertz (1973), na sua obra
interpretação das culturas na quinta parte, capitulo oito, Pessoa, e conduta em bali: nas
ordens balinienses da definição de pessoa. Geertz afirma que em Bali há seis formas de
identificação de pessoa/individuo como um único individuo, trata-se dos nomes
pessoais, nomes na ordem de nascimento, termos de parentesco, tecnônimo, títulos de
status e títulos públicos. Essas formas de definição são usadas alternativamente,
dependendo da situação e às vezes do indivíduo. Cada tipo consiste num sistema
terminológico distinto e limitado.

A ordem simbólica definida pelos nomes pessoais são muito mais usados para
crianças, ou seja, os nomes pessoais são muito menos ouvidos e desempenham um
papel público inferior. O sistema de dar nome as pessoas tem algumas características
significativas para a compreensão sobre a condição pessoal. Os nomes pessoais
primeiramente são arbitrariamente cunhados como sílabas sem sentido, segundo a
duplicação dos nomes pessoais dentro de uma única comunidade é cuidadosamente
evitado. Terceiro, os nomes pessoais são monómios e não indicam ligações familiares

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ou o fato de serem membros de qualquer tipo de grupo, por ultima o não existem
apelidos familiares (com muito poucas excepções, frequentemente apenas parciais).
Qualquer que seja o papel que a ordem através do sistema de dar nome às pessoas, é
assunto inteiramente privado (Ibid:. 155).

A ordem simbólica definida pelos nomes na ordem de nascimento é concedido o


rótulo entre os mais padronizados, do primeiro ao quarto membro de um conjunto
fraternal, cada filho tem o seu nome de acordo com a ordem de nascimento e esses
nomes são usados dentro da povoação para se referir as crianças, homens e mulheres
que ainda não produziram herdeiros. O sistema de ordem de nascimento de definição de
pessoa representa uma espécie de denominação de indivíduos e esses nomes não
carregam em si pressupostos de qualidades psicológicas e físicas (Ibid:. 156).

A ordem simbólica definidas pelo parentesco é feita de acordo com a geração que
eles ocupam em relação a sua própria, ou seja, os irmãos, meio irmãos e primos são
agrupados num mesmo termo, os Balineses não tem uma forma vocativa de se chamar
mas apenas como referência. Os termos de parentesco só aparecem em público em
resposta a alguma pergunta ou para descrever algo, as crianças ao nascer passam a
chamar seus pais pelo tecnônimo, enquanto são chamados pela ordem de nascimento.
Na terminologia de parentesco do sistema balinês definem os indivíduos no idioma
taxonómico não face a face ou como ocupantes de região num campo social (Ibid:. 157).

A ordem simbólica definida pelos tecnônimo são usados para referir-se aos pais das
crianças até que nasça o primeiro neto e ocorre uma transição semelhante se estes
viverem o bastante para que veja o seu primeiro bisneto, assim sendo o espaço de tempo
natural. O tecnônimo é um termo usado para caracterizar o individuo três vezes
(Predecessores, Contemporâneos, Consócios e Sucessores). Nos tecnônimo a pessoa é
definida como a minimização das diferenças entre os sexos que são representados como
sendo denotáveis no que concerne aos papéis sociais (Ibid:. 159-160).

A ordem simbólica definida pelos títulos de status representa um grau específico de


superioridade ou inferioridade cultural em relação a cada um dos demais, e toda a
população é dividida em conjuntos de castas uniformemente graduadas. O status em
Bali, ou pelo menos a espécie determinada pelos títulos, é uma característica pessoal:
independentemente de quaisquer factores estruturais sociais. O status tem,
consequências práticas e essas consequências são modeladas e expressas através de uma

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grande variedade de classificações sociais que vão desde grupos de parentesco até
instituições governamentais (Ibid:. 162).

A ordem simbólica dos títulos públicos da definição de pessoa é uma das formas de
identificar e caracterizar os indivíduos. Com muita frequência as pessoas são vistas
através de uma rede de categorias ocupacionais, como que fisicamente imbuídas de suas
qualificações. A função social serve de veículo simbólico através do qual é percebida a
identidade pessoal: os homens são aquilo que eles fazem (Ibid:. 165).

Como todas as outras ordens simbólicas da definição-pessoa, a que se origina dos


títulos públicos consiste numa formulação, no que diz respeito aos diferentes contextos
sociais, de um pressuposto subjacente: o que importa é onde o homem se adapta, num
conjunto de categorias culturais que não somente não mudam, e não podem mudar
(Ibid:. 165).

Para Elias (1987), a pessoa/indivíduo é entendido como algo que pode ser
completamente isolado mostrando a estrutura de suas funções psicológicas
independentemente de suas relações com outras pessoas. A pessoa psicologicamente
desenvolvida tem o carácter de um indivíduo que existe no nível mais fundamental
apresentando uma estrutura particular e específico, o indivíduo adquire a sua marca
individual da história de toda a rede humana em que cresce e vive. O que determina a
formação do indivíduo são as leis internas dele mesmo, que não dependem de suas
relações com os outros: sua natureza interna congénita. A pessoa é produto de um
processo sócio histórico, de uma transformação da estrutura da vida comunitária.

Para (2001), Velho, a noção de individuo é intendida a partir a de uma construção, ou


seja, é construída historicamente e socialmente, delimitada e circunscrita a sociedades
especificas e que em outros contextos existem ideologias individualistas que vem o
individuo a partir do contexto biológico (velho 2001: 49-50). A ideia de mudança e
desempenho individual dente da organização social olha-se a acção dos indivíduos em
suas decisões quotidianas. No entanto para este autor a propõe a diferença como sendo o
ponto base para se compreender esta problemática, pois o interacionismo contribuiu na
problemática das diferenças que enfatiza a individualidade dos fenómenos de todos os
processos internos de diferenciação (ibidem: 53)

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Compreensão de Sociedade

No que tange a problemática de compreensão de sociedade Linton (1972), diz que são
organismos de determinadas espécies que diferem com os organismos vivos através dos
seus atributos. Assim sendo a sociedade como um todo é uma configuração mais
extensa dos padrões culturais que dão aos indivíduos formas e técnicas para a
manutenção do grupo e também são como instrumento de interacção social.

Para Elias (1973), A sociedade é uma mera acumulação, colectânea e somatória de


muitas pessoas, refere-se a todos nós, é uma porção de pessoas juntas e sua estrutura e
suas grandes transformações históricas não dependem das intenções de qualquer pessoa
particular. A sociedade não pode ser entendida em termos de indivíduos isolados e nem
somatórios. Neste sentido para este autor, tanto os indivíduos assim como a sociedade,
conjuntamente formados são desprovidos de objectivos e nenhum dos dois existe sem o
outro, ou seja, eles interrelacionam-se e simplesmente existem, Entre o indivíduo e a
sociedade só existe o carácter relacional e ambos são importantes. As sociedades não
têm uma forma perceptível, estruturas passíveis de serem vistas, ouvidas ou
directamente tocadas no espaço sem uma participação do individuo.

A ideia acima referida de uma certa forma é reflectida em Benedict e (1984) e Velho
(2001). Para a primeira o comportamento de um individuo deve construir sua própria
individualidade, ou seja, não existe antagonismo entre o papel social e o papel
individual. É ingénuo pensar nesse antagonismo entre individuo e sociedade, a
sociedade só é reguladora e em certas situações não é equivalente a ordem social. A
sociedade nunca é uma entidade separável dos indivíduos que a compõem.

Para o segundo a deve-se olhar a interação como um processo social que da os seus
actores um papel de agentes de reprodução e de inventores da vida social, neste sentido
para o autor, a interação é complexa e problemática enquanto processo social. Propõe
este autor a diferenca como sendo o ponto base para se compreender esta problemática,
pois o interacionismo contribuiu na problemática das diferenças que enfatiza a
individualidade dos fenómenos onde todos os processos internos de diferenciação de
uma sociedade são relevantes pois são pistas fundamentais para o mapeamento da
diversidade, neste sentido o conflito é colocado como possibilidade desde que haja
interesses e valores distintos, ou seja, há um ponto comum nestes autores, a de que não

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há antagonismos entre individuo e sociedade, são todos um só, mas a diferenca é da
forma representativa.

Compreensão de cultura

No que diz respeito a cultura (Linton 1972), afirma que corresponde a maneira de
viver de uma sociedade com um determinado tipo de comportamento dos membros que
são padronizados na concepção que se encontra dentro da sociedade, ou seja, a cultura é
um todo conjunto de padrões culturais organizados que servem de guia para os
membros de uma sociedade. A cultura e os seus padrões possibilitam o funcionamento
assim como a conservação de qualquer sociedade, a estrutura organizacional, as
posições ocupadas pelos indivíduos e as relações biológicas constitui uma questão
cultural.

Para Benedicth a cultura serve de instrumento para o individuo adoptar-se na


sociedade, ou seja, partindo do ponto relacional entre o individuo e a sociedade, as
normas são impostas regidas pela sociedade e o individuo as aprimora, porém no
processo de aprimoração a cultura é a parte fundamental que o individuo usas para se
manter dentro da sociedade.

Para velho (2001), a cultura é produzida, condicionada pelo externo, assim sendo ela é
elaborada como forma de identidade individual e social. E que o desenvolvimento
destas culturas esta ou pode estar ao exercício de actividades associativas onde a
sociabilidade pode ser vista um caminho para o desenvolvimento das culturas. Por outra
compreende este autor que Web meanings (teias) que expressa a existência e a pressão
de uma sociedade e cultura que procedem-nos e englobam a todas as componentes,
holística, o conjunto de crenças e seus respectivos valores que por sua vez são
determinantes na elaboração da identidade social dos membros de uma determinada
sociedade.

Recessão critica
Na interpretação das discussões feitas pelos autores, Mauss (1974), Benedict (1984) e
Velho (2001), encontram-se no mesmo plano de ideias, ou seja, comungam o mesmo
plano apesar de terem explanações diferentes pois todos concordam na ideia de que o
individuo/pessoa deve ser valorizado na sociedade e não afirmam que o comportamento
individual é regido ou modelado completamente pelo padrão cultural da social. Apesar

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do padrão cultural ser um aspecto estruturante, o individuo/pessoa tem as suas
particularidades que constituem sua identidade pessoal e a mesma deve ser valorizada e
percebida na sua relação com as instituições do sistema social e há uma determinada
ênfase ao indivíduo. Segundo velho, a ideia de mudança e desempenho individual dente
da organização social olha-se a acção dos indivíduos em suas decisões quotidianas que
são construídas a partir do social e identificadas a partir de uma cultura.

Linton (1972), Elias (1987) e Geertz (1973), compartilham da mesma ideia dos autores
anteriores e privilegiam a sociedade como um ser ou essencial para a formação do
indivíduo onde o indivíduo deve adoptar-se a convenções pré-estabelecidas para que
não seja excluído da sociedade na qual se encontra inserido e para um melhor
funcionamento da sua sociedade. Mas os autores consideram ao indivíduo como um ser
com necessidades próprias e congênitas.

Através destes pontos de convergência e divergências dos autores acima citados, da a


compreender que suas comcepcoes são fundamentadas a partir do contexto a qual cada
um sealizou seus trabalhos, no entanto entedemos que estes se esquecem de que o social
é irredutível ao individual (Silva e Pinto 1995), ou seja, não se pode ver estes aspectos
como se fossem compartimentos estanques e compreendidos de forma isolada, todos
fazem parte do mesmo pacote mas cada um tem a sua forma de se manifestar.

Conclusão

Depois da compilação do trabalho, concluímos que os autores divergem da explicação


na construção do indivíduo/pessoa e relação do indivíduo/pessoa com as instituições
sociais e padrões culturais, questões de aceitação da individualidade e a valorização do
pensamento particular como constituinte de uma sociedade que até determinado ponto
influencia o indivíduo. E na discussão de indivíduo e sociedade os dois conceitos não
devem ser vistos como opostos e separados, pois estão ligados. Destacam três grandes
perspectivas, na primeira a sociedade é vista como uma espécie de super organismo que
preestabelece padrões de culturas que moldam o indivíduo e seu comportamento. Na
segunda perspectiva os indivíduos e as suas acções congênitas formam a sociedade que
satisfaz as necessidades individuais e a ultima a cultura como forma identitária do
individual e o colectivo.

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Concluímos também que a nação de pessoa em diversas sociedades apresenta formas
diferentes e ela não é entendida de forma homogénea. Certas sociedades entende da
pessoa como algo natural e que depende da sua essência, em oposição a outras
sociedades que a noção de pessoa está relacionada com as relações com as outras, essa
relação apresenta uma estrutura particular e específica de sua sociedade, ou seja, é uma
construção social. E a cultura é o instrumento que possibilita ao individuo a forma de se
adaptar no mundo, ou seja é uma teia que os homens tecem.

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Referências bibliográficas
Benedict, R. 1984. Padrões de cultura. Lisboa: Bertrand, pp. 276-304.

Elias, N. 1972. A sociedade dos indivíduos. Lisboa: Dom Quixote, pp. 89-112.

Linton, R. 1972. Indivíduo, sociedade e cultura .In: Homem e sociedade: leituras


básicas de sociologia geral. s/e, pp. 98-102.

Mauss, M. 1974. Sociologia e antropologia. São Paulo; CosacNaify, pp. 345-365.

Geertz, C. 1973. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC Editora, pp. 149-
183.

Velho, Gilberto. 2001. Subjetividade e sociedade: uma experiencia de geração. Rio de


Janeiro: Zahar

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