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21/08/2019

TEO 02 – TEOLOGIA
Teologia, Arte e Cultura I
Professor: Me. Jonadab D. Almeida

Fundamentos conceituais de Liturgia, Arte e


Cultura:

Objetivos da aula:
 Apresentar conceitos sobre Liturgia e Teologia, bem
como a relação da Liturgia com as três grandes áreas da
Teologia;
 Conceituar Arte e Cultura;
 Relacionar Liturgia, Arte e Cultura

Salmo 149
1 Aleluia!
Cantai ao SENHOR um novo cântico
e o seu louvor, na assembleia dos santos.
2 Regozije-se Israel no seu Criador,
exultem no seu Rei os filhos de Sião.
3 Louvem-lhe o nome com flauta;
cantem-lhe salmos com adufe e harpa.
4 Porque o SENHOR se agrada do seu povo
e de salvação adorna os humildes.
5 Exultem de glória os santos,
no seu leito cantem de júbilo.
6 ...
Aleluia!

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Liturgia e culto:

Uma pequena distinção entre liturgia e culto:


 Culto: é o encontro celebrativo entre
Deus e o seu povo, e a
 Liturgia: é o que acontece nesse
encontro.

O que é Teologia: “é o estudo da existência de Deus,


das questões referentes ao conhecimento da
divindade, assim como de sua relação com o mundo e
com os homens.
 Do grego “theos” (deus, termo usado no mundo
antigo para nominar seres com poderes além da
capacidade humana) + “logos” (palavra que revela),
por extensão “logia” (estudo).”
 estuda as religiões num contexto histórico,
pesquisando e interpretando os fenômenos e as
tradições religiosas, os textos sagrados, a doutrina,
o dogma e a moral e sua influência nas diversas
áreas do conhecimento, especialmente nas ciências
humanas, como na Antropologia e na Sociologia.
(Acessado [23:43, 5/8/2019]; https://www.significados.com.br/cultura/)

Liturgia e Teologia:
 Convencionalmente, a Teologia se estrutura em
três grandes áreas:
 a Bíblia, que se ocupa da investigação das
fontes da fé cristã;
 a Teologia Sistemática e História, que
estuda a maneira como a fé foi interpretada e
reinterpretada em diferentes épocas e
lugares; e
 a Pastoral, que se ocupa da práxis da fé,
isto é, da reflexão e da prática aplicada à
realidade das pessoas e das comunidades de
fé...
 Bíblia  Teologia sistemático – histórica e
Pastoral

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 Didaticamente, a liturgia se inscreve no escopo


da Teologia Pastoral, que, por sua vez, se subdivide
em diferentes áreas:
 as principais ÁREAS DA TEOLOGIA PASTORAL
estão estabelecidas a partir da narrativa bíblica
de Atos dos Apóstolos 2.42-47:
42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos
e na comunhão, no partir do pão e nas
orações [...].

 As principais ÁREAS DA TEOLOGIA PASTORAL , a


partir de Atos dos Apóstolos 2.42-47, são:

 Doutrina (Didaskalia) .
 Comunhão (Koinonia).
 Partilha do pão (Diakonia) .
 Oração/louvor (Liturgia).

 A liturgia é, portanto, um capítulo da


Teologia Pastoral

Entretanto, essas divisões têm caráter


meramente didáticos, pois, na prática,

 todas as áreas da Teologia estão imbricadas,


interligadas e se interdependem.

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 Assim sendo, não se pode fazer liturgia sem


recorrer à fonte da nossa fé:
A Teologia Bíblica;
 Nem à interpretação e atualização dessa fé:
A Teologia Sistemática e a História; e,
 Muito menos, se pode fazer liturgia sem
recorrer à aplicação dessa fé à vida com vistas
à transformação da realidade à luz dos
princípios do Reino de Deus:
 Tarefa específica da Teologia Pastoral.
(RAMOS, 2011, p.35).

Assim, os TEMAS DA LITURGIA serão tratados


sempre relacionando-os:
 à Bíblia,

 à sistematização histórica e

 à práxis pastoral.

O que é liturgia? (A teologia do serviço)

Do grego clássico: leitourguia


 leitos [adjetivo de laós] = povo +
 ergon = trabalho
 Originalmente designava
toda obra, ação ou iniciativa assumida
livremente por um indivíduo em favor do
povo ou do bairro ou da cidade ou do Estado.
(RAMOS, 2011, p.35).

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Aos poucos, o termo passou a designar:


 qualquer trabalho que importasse em
“serviço” mais ou menos obrigatório
prestado ao Estado ou a um indivíduo, ou
mesmo à divindade (serviço religioso).
(RAMOS, 2011, p.34).

 No Primeiro Testamento (AT):


 O termo hawa, traduzido por “prostrar-se” e
“adorar”, é empregado 170 vezes.
 Outros termos: Abad, Abida, Abodah e ‘Abad
 Na LXX (versão grega do AT, Alexandria, III ao I séc. a. C.),
o termo Liturgia é empregado sempre, sem
exceção, para designar o
 “serviço religioso” prestado pelos levitas
a Javé (ocorre mais de 150 vezes).
(RAMOS, 2011, p.35).

No Novo Testamento,
 o verbo leitourgeo,
 o adjetivo leiturgikos e
 os substantivos leitourgia e leitourgos
ocorrem 15 vezes e, em geral, são
traduzidos como:
 “serviço”,
 “ministério”,
 “socorro/auxílio” e
 seus correspondentes.

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 Em Atos 13.2, o termo tem especificamente


o sentido de “culto”: E, servindo (Leitourgountwn)
eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo:
Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que
os tenho chamado.
 Em Hebreus 1.7,14: “Ainda, quanto aos anjos,
diz: Aquele que a seus anjos faz ventos, e a seus
ministros (leitourgouj), labareda de fogo”; “Não são
todos eles espíritos ministradores (leitourgika),
enviados para serviço (diakonian) a favor dos que hão
de herdar a salvação?”
 Hebreus 8.2,6; Hebreus 10.11; Filipenses 2.17:

Outros termos no Novo Testamento:

 No NT, outros termos são utilizados com o


mesmo sentido de liturgia:
 Proskyneo:
 Latreia:
 Sebomai:

 Proskyneo:
 Exemplo: Mateus 2.2,8,11:
2 E perguntavam: Onde está o recém-nascido Rei dos
judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos
para adorá-lo (proskunhsai).
Mateus 4.9,10: 9 e lhe disse: Tudo isto te darei se,
prostrado, me adorares (prosekunhsan).
João 4.20‐23; Apocalipse 3.9
O termo proskyneo, geralmente é
traduzido por: “adorar/ adoração/
adorador” significa “curvar-se”,
“prostrar-se” (RAMOS, 2011, p.36).

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 Latreia:
 Mateus 4.10: Então, Jesus lhe ordenou: Retira-
te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu
Deus, adorarás (proskunhseiz), e só a ele
darás culto (latreuseiz).
 Atos 7.7; Romanos 9.4; Romanos 12.1: Rogo-vos,
pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que
apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo,
santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional.
Hebreus 9.1,6,9,14; Apocalipse 7.15; Apocalipse 22.3:

 Termo Latreia traduzido como: culto,


serviço sagrado.
Se refere à “tarefa do latris, o mais humilde dos
serviçais do período bíblico ...
 Doulos: que cuidava dos serviços externos
(tratava dos animais, lavrava a terra...); os
 Diakonos: cuidada dos serviços domésticos
(servia as mesas, limpava a casa...); o
 Latris: fazia o trabalho degradante (ex.:
limpava a latrina)...”
(RAMOS, 2011, p. 37).

 Sebomai:
 Mateus 15.9: E em vão me adoram,
ensinando doutrinas que são preceitos de
homens.
 Atos 13.43,50: Despedida a sinagoga, muitos
dos judeus e dos prosélitos piedosos seguiram
Paulo e Barnabé, ... 50 Mas os judeus instigaram
as mulheres piedosas de alta posição ...
Atos 16.14; Atos 17.4,17; Atos 18.7,13; Atos 19.27:

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 Termo Sebomai é traduzido por:


“temor”, “piedade” .
“é a característica dos homens e mulheres cuja
piedade se tornava notória pela prática da oração,
do jejum e das esmolas dadas aos pobres”
(RAMOS, 2011, p.37).

Todos esses termos:


 Proskyneo “adorar/ adoração/ adorador”
 Latreia ... culto, serviço sagrado
 Sebomai ...“temor”, “piedade”
têm a conotação de humildade e serviço.

O que é liturgia: termo que se


“aplica à disciplina teológica que trata da
ritualidade cerimonial e rubrical que regulam
o exercício externo do culto” (RAMOS, 2011, p.17)
Atualmente, a palavra liturgia se aplica a:
 Todo o conjunto dos atos rituais da
Igreja, pelos quais prossegue no mundo,
no exercício do sacerdócio de Jesus Cristo,
destinado a santificar os seres humanos e
glorificar a Deus. (RAMOS, 2011, p.36).

 Portanto, liturgia é:
 o serviço comunitário celebrado pelo povo de
Deus, por meio da adoração à Trindade e da
solidariedade aos da família da fé, bem como a
toda a comunidade humana.
 O Culto é o encontro maravilhoso do Eterno
como efêmero, do Infinito com o finito, do
Santíssimo com o pecador redimido.
(RAMOS, 2011, p.38, 39).

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 Um diálogo interativo entre Deus e os


seres humanos e destes entre si, no
contexto celebrativo da fé, na forma de um
serviço comunal , comunitário e
comunicacional porque é prestado por
todos e para todos.
(RAMOS, 2011, p.38, 39).

O que é Cultura:
“significa todo aquele complexo que inclui o
conhecimento, a arte, as crenças,
a lei, a moral, os costumes e
todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo
ser humano
não somente em família, como também por
fazer parte de uma sociedade da qual é
membro”.
(https://www.significados.com.br/cultura/, acessado 05/8/2019)

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Cultura na língua latina, entre os romanos,


tinha o sentido de agricultura, que se
referia ao cultivo da terra para a produção,
e ainda hoje é conservado desta forma
quando é referida a cultura da soja, a
cultura do arroz etc.

Cultura também é definida em ciências


sociais como um conjunto de ideias,
comportamentos, símbolos e práticas
sociais, aprendidos de geração em geração
através da vida em sociedade.
 Seria a herança social da humanidade
ou ainda, de forma específica, uma
determinada variante da herança social.
Já em biologia a cultura é uma criação
especial de organismos para fins
determinados.

A principal característica da cultura é o mecanismo


adaptativo, que consiste na capacidade que os
indivíduos têm de responder ao meio de acordo
com a mudança de hábitos, mais até que
possivelmente uma evolução biológica.
 A cultura é também um mecanismo cumulativo
porque as modificações trazidas por uma
geração passam à geração seguinte, onde vai se
transformando, perdendo e incorporando outros
aspetos procurando assim melhorar a vivência
das novas gerações.

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A cultura é um conceito que está sempre em


desenvolvimento, pois com o passar do
tempo ela é influenciada por novas maneiras
de pensar inerentes ao desenvolvimento do
ser humano.
Cultura organizacional
O conceito de cultura organizacional remete
ao conjunto de normas, padrões e condições
que definem a forma de atuação de uma
organização ou empresa.

Cultura Popular
A cultura popular é algo criado por um
determinado povo, sendo que esse povo
tem parte ativa nessa criação. Pode ser
representada pela literatura, música, arte,
dança, etc.
 A cultura popular é influenciada pelas
crenças do povo em questão e é formada
graças ao contato entre indivíduos de
certas regiões.

Cultura na Filosofia
De acordo com a filosofia, a cultura é o
conjunto de manifestações humanas que
contrastam com a natureza ou o
comportamento natural.
 É uma atitude de interpretação pessoal e
coerente da realidade, destinada às
posições suscetíveis de valor íntimo,
argumentação e aperfeiçoamento.

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Cultura na Antropologia
A cultura na antropologia é compreendida
como a totalidade dos padrões aprendidos e
desenvolvidos pelo ser humano.
 Este tipo de cultura tem como objetivo
representar o saber experiente de uma
comunidade, saber obtido graças à sua
organização espacial, na ocupação do seu
tempo, na manutenção e defesa das suas formas
de relação humana.
(https://www.significados.com.br/cultura/, acessado 05/8/2019)

O que é Arte:
“atividade humana ligada a manifestações de
ordem estética, feita por artistas a partir de
percepção, emoções e ideias, com o objetivo
de estimular esse interesse de consciência em
um ou mais espectadores, e cada obra de arte
possui um significado único e diferente”.
(https://www.significados.com.br/arte/, acessado 05/08/2019).

“Arte é um termo que vem do latim (ars), e


significa técnica/habilidade. A definição de
arte varia de acordo com a época e a cultura,
pode ser arte rupestre (na rocha), artesanato,
arte da ciência, da religião e da tecnologia.
Atualmente, arte é usada como a atividade
artística ou o produto da atividade artística.
A arte é uma criação humana com valores
estéticos, como beleza, equilíbrio, harmonia,
que representam um conjunto de
procedimentos utilizados para realizar obras”.
(https://www.significados.com.br/arte/, 05/08/2019).

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“Para os povos primitivos, a arte, a religião e


a ciência andavam juntas na figura, e
originalmente a arte poderia ser entendida
como o produto ou processo em que o
conhecimento é usado para realizar
determinadas habilidades. Para os gregos,
havia a arte de se fazer esculturas, pinturas,
sapatos ou navios”.
(https://www.significados.com.br/arte/, acessado: 05/08/2019).

 História da arte: “ciência que estuda os


movimentos artísticos, as modificações na
valorização estética, as obras de arte e os artistas.
Esta análise é feita de acordo com a vertente social,
política e religiosa da época que é estudada. Várias
outras ciências servem de auxílio para a história da
arte, como a numismática (coleções: moedas,
cédulas, medalhas), paleografia (escrita antiga),
história, arqueologia, etc.”
(https://www.significados.com.br/arte/, 05/08/2019).

 “Através da história da arte é possível aprender um


pouco sobre o ser humano através da evolução das
diversas expressões e manifestações artísticas.”
(https://www.significados.com.br/arte/, 05/08/2019).

Tipo de artes:
A arte apresenta-se através de diversas formas
como, a plástica, música, escultura, cinema,
teatro, dança, arquitetura, etc.
Existem várias expressões que servem para
descrever diferentes manifestações de arte, por
exemplo:
 artes plásticas,
 artes cênicas,
 arte gráfica,
 artes visuais, etc.

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Alguns autores apontam diferentes artes em uma lista


numerada.
 lista mais comum nos dias de hoje:
1ª Arte - Música;
2ª Arte - Dança / Coreografia;
3ª Arte - Pintura;
4ª Arte - Escultura / Arquitetura;
5ª Arte - Teatro;
6ª Arte - Literatura;
7ª Arte - Cinema;
8ª Arte - Fotografia;
9ª Arte - Histórias em Quadrinhos;
10ª Arte - Jogos de Computador e de Vídeo;
11ª Arte - Arte digital.
(Acessado [5/8/2019]: https://www.significados.com.br/arte/)

Liturgia, Arte e Cultura


Sobre a LITURGIA como HABILIDADE, como
ARTE, Ione BUYST, 2003, afirma que:
“Poderia dizer respeito aos aspectos técnicos,
práticos, como saber executar as ações rituais,
saber cantar... Poderia dizer respeito aos
aspectos estéticos: saber fazer uma liturgia
esteticamente satisfatória, causando prazer
estético pelos gestos harmoniosos, pela
presença da arte na construção e na
ornamentação do local, pela poesia dos cantos e
dos textos, pela qualidade artística das músicas”
(BUYST, 2003, p.32).

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“...saber organizar, preparar e celebrar de


tal modo a liturgia que as pessoas
presentes sejam introduzidas no mistério
celebrado e possam vivê-lo por
participação ativa, consciente, plena e
frutuosa” (BUYST, 2003, p.32).

Já, Cláudio Carvalhaes, no livro Religião, Liturgia


e Arte: Correlações (bibliografia básica), afirma
que: “Como a arte, a liturgia orienta os
movimentos e as formas de sentir, viver e
ser no mundo. Assim como a arte, a
liturgia nos faz sentir o que está além dos
limites dos sentimentos do nosso tempo,
como o medo e o ódio. Nossas liturgias
deveriam ser vastos depósitos de
sentimentos múltiplos e não só de
pensamentos racionalizados.

Como a arte, a liturgia nos deveria fazer


sorrir e chorar, imaginar e sentir. Nos
orientar quando a vida nos leva às mais
altas montanhas e até o vale mais
profundo. Nossas liturgias deveriam trazer
beleza, nos fazer respirar entre suspiros e
espantos.
Por isso, precisamos resgatar a beleza e a
santidade liturgicamente” (CARVALHAES,
2018, p.39).

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A TEOLOGIA e a CULTURA:
Ao tratar sobre Teologia e a cultura, Carlos
Eduardo Calvani escreveu que Tillich
“percebeu, já no início de sua vida acadêmica,
que a cultura não era apenas o lugar onde a
Igreja vivia. Ela era também ‘locus teológico’,
manancial de experiências revelatórias e
espaço onde se manifestavam sinais de buscas
do sagrado e rastros de contatos com o
incondicional (CALVANI, 2010, p.60).

E que Tillich procurou desenvolver “uma


‘teologia da cultura’, um modelo teórico capaz
de justificar e explicar o modo como a teologia
poderia se aproximar das manifestações
culturais” (CALVANI, 2010, p.60).

Ao tratar sobre a cultura e o culto, Luiz Carlos


Ramos afirmou que:
“a criatividade litúrgica possibilita o
recurso à expressão artística de modo
geral” (2011, p. 138) e descreve a arte
“agrupada em sete formas de expressão”:
A Literatura, a Coreografia, a Arquitetura, a
Escultura, a Pintura, a Música e o Cinema.

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A Literatura, como “arte da palavra, ...associada


a toda palavra bem-dita na liturgia: as leitura e
litanias, as orações e bênçãos, a palavra cantada
e declamada, e a palavra pregada e explicada”
(p.138).
 Afirma que “a palavra se torna literatura
quando é bela, quando faz diferença em
quem a pronuncia e em quem a ouve. No
culto, a verdadeira literatura são as palavras
bem-ditas que provocam o encontro com a
Palavra divina” (2011, p.138/139).

A Coreografia, como “a arte do movimento, ...


Associada a todo movimento e a toda
movimentação intencional, no contexto
celebrativo. Quanto nos levantamos para ouvir a
leitura bíblica, ou para cantar; quanto nos
ajoelhamos para orar; quando nos dirigimos ao
altar para o ofertório ou para um ato de
consagração; quando o celebrante repete o
gesto de partir o pão e servir o cálice ou estende
os braços para dar a bênção, etc. ...movimentos
coreográficos... Intencionais... carregados de
sentido” (RAMOS, 2011, p.139).

A Arquitetura, como “a arte do espaço vazio, do


espaço que se abre para acolher o belo...
Associada, no contexto celebrativo, a toda a
ambientação que transforma os lugares comuns
em espaços sagrados, espaços de encontro do
efêmero com o eterno, do finito com o infinito,
do mortal com o imortal.... Tudo é essencial, não
cabe o descuidado, o desarrumado, o
improvisado, tudo tem que corresponder à
dignidade do evento que ali se dá” (p.140).

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A Escultura, como “a arte do volume, relaciona-


se às texturas, formas e sensações que estas
provocam. Superfícies ásperas e formas
pontiagudas transmitem sensação de
desconforto, de repulsa. Formas curvas e
superfícies lisas ou aveludadas dão ideia de
acolhimento afetivo. O círculo... O quadrado... O
triângulo...” (2011, p.140).

A Pintura, como “a arte da cor, nos ajuda a


celebrar com a luz. Pinturas e vitrais são apenas
uma parte do poder comunicativo das cores no
contexto celebrativo. Os paramentos, os
ornamentos, as vestes litúrgicas dos celebrantes,
cortinas e toalhas, tudo no espaço celebrativo
deve ser pensado e ressignificado. Eis a
importância da decoração que,
etimologicamente, sugere o sentido de
ambientar com cor e com o coração” (p. 141).

A Música, como “a arte do som, é a rainha das


artes. Que seria das nossas liturgias não fosse a
música? Sua força está na sua capacidade de
aproximar razão e emoção e de alcançar, por
isso mesmo, um nível tão profundo de
comunicação como nenhuma outra arte
consegue. Quando cantamos, a combinação
entre letra, melodia, harmonia e ritmo fundem-
se, de tal maneira, integrando diferente níveis de
nosso ser. Corpo, alma e espírito se fundem
plenamente. Música é arte e ciência, é emoção e
sensação, é gramática e matemática. Ouvir
música é ouvir Deus!” (2011, p. 141).

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O Cinema, a “sétima arte... Combina as várias


artes. Um ótimo desafio para a equipe de
liturgia é pensar a liturgia como se estivesse
preparando para gravar um filme: roteiro e script
(literatura), ação (coreografia), o cenário e
ambientação (arquitetura), as cores, luzes e
sombras (pintura), e a trilha sonora (música).
(2011, p. 142).

RAMOS conclui que é possível


“fazer verdadeira arte litúrgica: estruturando o
culto em torno da partilha do Pão e da Palavra;
da qual todos possam participar de corpo e
alma, em espírito e em verdade, com o coração
e o entendimento, com alegria e com arte; de tal
maneira que envolva integralmente o ser
humano e estabeleça um diálogo efetivo e
afetivo entre Deus e o seu povo” (2011, p.
145/146).

Boa Semana!

Prof. Me. Jonadab Domingues de Almeida

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Bibliografia Básica
CARVALHAES, Claudio. Religião, Liturgia e Arte: Correlações. São Paulo: Fonte Editorial,
2018. 446 p
FREDERICO, Denise Cordeiro de Souza. Cantos para o culto cristão. São Leopoldo:
Sinodal, 2001.
RAMOS, Luiz Carlos. Em espírito e em verdade: curso prático de liturgia. São Bernardo
do Campo: Editeo, 2008 (Série Cristianismo Prático).
Bibliografia Complementar
BUYST, Ione. Como estudar liturgia: princípios de ciência litúrgica. São Paulo: Paulinas,
1990.
HAHN, Carl Joseph. História do culto protestante no Brasil. São Paulo: Aste, 1989.
RAMOS, Luiz Carlos (org.). Anuário litúrgico. São Bernardo do Campo: Editeo, 2003-
2013.
SARTORE, D.; TRIACCA, A. M. Dicionário de liturgia. São Paulo: Paulus, 1992.
WHITE, James. Introdução ao culto cristão. São Leopoldo: Sinodal, 1997.
Referências Sugeridas:
ALLMEN, J. J. von. O culto cristão: teologia e prática. São Paulo: Aste, 1968.
ALMEIDA, Jonadab Domingues (editor). Anuário Litúrgico. São Bernardo do Campo,
2014-2019.
CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS. Batismo, eucaristia e ministério. São Paulo: Aste,
1983.
GONZÁLES, Justo (ed.). Obras de Wesley. Franklin: Providence House Publishers, 1998.

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