Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
UNIVERSIDADE
Geane Hoffmann Mumbach¹
RESUMO
O artigo trata do da importância da disseminação da cultura empreendedora nas universidades do país.
Estuda a cultura empreendedora no país e como esta se relaciona com os profissionais graduados. A pesquisa é
bibliográfica e o método de abordagem utilizado foi o dedutivo. Apresenta, inicialmente, conceitos de
empreendedor, como o mesmo é formado, quais as características e as principais diferenças entre empreendedor
e administrador. Também aborda questões da realidade das universidades, como estas podem proceder para
incentivar a disseminação da cultura empreendedora no país e seu papel na sociedade. Finalmente, relaciona a
importância da disseminação do espírito empreendedor entre os acadêmicos universitários brasileiros.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1
Acadêmica do curso de Ciências Contábeis – IESA - Santo Ângelo/RS
2
Este artigo explica o que é empreendedor, como ele é formado, quais suas
características e relata algumas diferenças entre o empreendedor e o administrador. Também
aborda questões da realidade das universidades, como estas podem proceder para incentivar a
disseminação da cultura empreendedora no país e também seu principal papel na sociedade.
Finalmente, relaciona a importância da disseminação do espírito empreendedor nas
universidades.
1 O EMPREENDEDORISMO
Atualmente, uma das preocupações do cidadão brasileiro é não fazer parte das
estatísticas que apontam a realidade dos altos índices de desemprego no país. Para isso,
exige-se qualificação do trabalhador, para este mostrar seu diferencial contra seu concorrente.
Portanto, ou faz-se bem o seu dever, ou há outra pessoa esperando para ocupar a vaga. Diante
de tamanha pressão, muitas pessoas não resistem e acabam excluídas, tornando-se pessoas
depressivas, estressadas e infelizes.
Uma alternativa encontrada para não sofrer pressão exercida pelo chefe foi estabelecer
o próprio negócio. Porém, muitas pessoas não estão preparadas para exercer o cargo de gestor.
Ser empreendedor exige habilidades especificas.
Para Jung (2010), o sucesso nos negócios e o sucesso pessoal são diretamente
dependentes das próprias atitudes. O que o autor quer dizer é que pouco adianta um individuo
nascer com características de empreendedor se não souber utilizá-la. A diferença está
naquelas pessoas que conseguem fazer as idéias transformarem-se em realidade, assim, o
autor conclui seu raciocínio com a seguinte frase: “O resto é receita de bolo, que sempre
produz os mesmos bolos, sem quaisquer diferenciais” (JUNG, 2010).
4
Muitas pessoas acreditam que os empreendedores são ávidos por dinheiro. O que de
fato tem alguma relação, porém o empreendedor acredita que o dinheiro é como uma
recompensa pelo bom trabalho. Para eles ficar rico não é o principal objetivo, mas sim o
prazer de vencer, o prazer da conquista, de saber que tudo o que fez foi pela paixão pelo
trabalho que realizam. Esta é sua razão de ser, este é o seu ser. O dinheiro, a fama, o prestígio,
tomam proporções mínimas diante do imenso prazer que sentem em realizar seu trabalho.
Dal’Bó (2010) relata que foram realizadas pesquisas no mundo todo a fim de
identificar características em pessoas de sucesso e a mais básica de todas é o desejo de
realização. Conforme o autor é este desejo que leva as pessoas a acreditarem e serem
apaixonadas pelo que fazem. E esta qualidade é identificada nos empreendedores, pois eles
têm verdadeira paixão por aquilo que fazem. Também estão sempre preocupados em melhorar
as habilidades menos desenvolvidas e se aprimorar nas mais fortes. O que diferencia o
empreendedor das outras pessoas é a maneira que ele percebe a mudança e lida com as
oportunidades tendo iniciativa para gerar um novo negócio, sempre assumindo riscos
calculados.
Não é correto considerar empreendedor apenas aquela pessoa que tem um negócio
próprio. Pois um atleta, um artista, um funcionário dentro da sua área, pode empreender e
conseguir realizar mais do que a maioria das pessoas.
Inácio (2010) relata que foi realizada uma pesquisa pela ONU - Organização das
Nações Unidas que levantou e agrupou algumas características que fazem a diferença entre
uma pessoa empreendedora e uma que não possui este perfil. Com base nestas informações e
reunindo técnicas dos melhores programas mundiais neste assunto, encontraram-se diferenças
que estão no comportamento das pessoas, mas estas podem ser treinadas e aprimoradas.
Assim, percebe-se que para ser empreendedor, uma pessoa deve possuir algumas
características deste, conforme relata Dornelas:
O empreendedor de sucesso possui características extras, além dos atributos do
administrador, e alguns atributos pessoais que, somados a características
sociológicas e ambientais, permitem o nascimento de uma nova empresa. De uma
idéia surge uma Inovação, e desta, uma empresa (2001, pg.30)
1- Função técnica – que hoje é conhecida como área de produção, relaciona-se com
aspectos de produção de bens e serviços.
4- Função Segurança – hoje passa a ser conhecida como a área de Recursos Humanos,
esta função tinha por atividade assegurar os bens das empresas e as pessoas envolvidas com a
empresa (funcionários).
5- Função Contábil – atualmente essa função não constitui propriamente uma área
dentro da empresa, mas uma atividade. Esta função continua a mesma, que consiste em
registrar as contas efetuadas, elaborar balanço e estatísticas.
2. O ENSINO DE EMPREENDEDORISMO
semelhantes às encontradas na vida real, instigando-o a sair dos limites da sala de aula para
entender o funcionamento do mercado, para então voltar a mesma e desenvolver processos de
trabalho semelhantes aos dos empreendedores.
Portanto, Inácio (2010) defende que a conexão do aluno com o mundo exterior à
universidade precisa ser intensa e sem intermediários. O verdadeiro ambiente acadêmico do
aluno-empreendedor é o mercado, onde se articulam forças produtivas para o aprendizado.
Pois é no mercado que o empreendedor enfrenta as verdadeiras dificuldades da realidade.
Nesse contexto, o empreendedor não necessita de um elevado estoque de conhecimento, mas
é neste momento que irá identificar a oportunidade do mercado. O saber muitas vezes
confunde-se com a capacidade de percepção do comportamento do mercado concorrencial,
composto por conjuntos de pessoas cujas ações provocam a sua transformação constante que,
por sua vez, é geradora da oportunidade.
Também Dornelas (2001) defende que as universidades deveriam focar mais no ensino
do empreendedorismo. E os cursos deveriam ser focados na identificação e no entendimento
9
Para que isto seja possível, Silva (2010) acreditar ser necessário que as universidades
sejam mais adaptativas e empreendedoras. Adaptativas, pois as universidades devem estar em
estado de equilíbrio criativo com o ambiente, visto como um sistema aberto e em constante
mudança, elas devem estudar o ambiente sócio-econômico-político no qual estão inseridas e
adaptar seu comportamento para estar em linha com as mudanças ambientais e empreendedoras,
para justapor um modelo de negócios ao modelo adaptativo, que possa enfatizar a identificação
dos pontos fortes da universidade e sua exploração comercial levando a máximas vantagens
político-financeiras.
aderindo a um desafio, lançado pelo SEBRAE, que trata de um jogo virtual no qual o aluno
tem uma visão real do que seria abrir seu próprio negócio.
Já Dolabela (1999) acredita que existem 10 (dez) razões sobre o porquê do ensino de
empreendedorismo nas universidades:
1ª - A alta taxa de mortalidade das empresas. De cada três empresas criadas, duas
fecham as portas dentro de um ano. E são as pequenas empresas (aquelas que possuem menos
de 100 funcionários) que mais sofrem, pois ainda não estão bem engajadas no mercado. Se
alguns têm sucesso sem qualquer suporte, a maioria fracassa, muitas vezes
desnecessariamente. A criação de empresas é um problema de crescimento econômico.
3ª - Exige-se hoje, mesmo para aqueles que vão ser empregados, um alto grau de
Empreendedorismo. As empresas precisam de colaboradores que, além de dominar a
tecnologia, conheçam também o negócio, saibam identificar e atender às necessidades do
cliente, possam visualizar oportunidades sabendo utilizar-se dos recursos para viabilizá-las.
5ª- As nossas instituições de ensino estão distanciadas das empresas, dos órgãos
governamentais, dos financiadores, das associações de classe, entidades das quais os
pequenos empreendedores dependem para sobreviver. As relações entre universidade e
empresa ainda são incipientes no Brasil.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos fatos estudados, conclui-se que empreendedores não nascem, são
formados. E esta formação pode ser mais desenvolvida com o auxílio das universidades.
Constatou-se que existem muitos empreendedores, mas como não são incentivados, eles
desistem de suas idéias, ficando acomodados nos seus empregos, sem perspectivas futuras e é
14
por isso que existe tanta desigualdade no Brasil. Acredita-se que quem esta bem hoje teve
sorte, mas não sabem o quanto a pessoa realmente lutou para conquistar tudo o que desejou.
Sorte não, mas sim determinação.
REFERÊNCIAS
DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luisa. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1999;
SILVEIRA, Ailton Carlos da. GONÇALVES, Giovanni. BONELI, Jardel Javarini. CASTRO,
Niciane Estevão. BARBOSA, Priscila Amorim, VILLENA, Daniele Jannotti S.
Empreendedorismo: a necessidade de se aprender a empreender. Disponível em:
http://www.novomilenio.br/foco/2/artigo/artigo_daniele.pdf. Acesso em: 03 Jun.2010.