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INTRODUÇÃO
Ao longo da reflexão conduzida sob a forma de dissertação
(realizada no âmbito do Programa de mestrado profissional em Design/
PPGDesign da Univille) os processos criativos e o papel da imersão1,
a subjetividade do usuário e as interseções metodológicas entre as
1 Segundo Viana (2012), trata-se da etapa em que a equipe de projeto se aproxima com mais
profundidade do contexto do problema, tanto do ponto de vista do cliente como do usuário
final. Destaca-se que, embora Viana aborde a imersão ao discorrer sobre design thinking,
nesta dissertação esta associação não é compulsória pela percepção, que boa parte das
abordagens de Design, em maior ou menor escala, também fazem uso dessa etapa mesmo
que utilizando outras nomenclaturas.
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áreas de Arquitetura e Design estiveram no centro do processo. A
discussão teve como objeto a análise da prática profissional adotada
pelo escritório de arquitetura Metroquadrado, do qual Miguel Cañas
(autor da dissertação) é sócio. Por esse envolvimento, pela escolha
de situar as equipes e as pessoas envolvidas no estudo no centro do
processo e em respeito a coautoria dos participantes, o relato será
realizado na primeira pessoa do plural.
O objetivo central da experiência foi discutir os processos
criativos nas áreas de Design e Arquitetura e suas interseções,
considerando aspectos de imersão e de experiência para projetos
de arquitetura (especialmente o contexto da Metroquadrado). Para
isso, caracterizamos o escritório; abordamos conceitos associados
à criatividade e a experiência em um contexto de arquitetura-arte;
identificamos possibilidades de aproximação entre Arquitetura
e Design, abrangendo arquitetura no contexto de atuação da
Metroquadrado; realizamos experiências e atividades imersivas
no âmbito interno do escritório e no âmbito externo, exercitando
a interdisciplinaridade; e, por fim, abordamos as repercussões da
discussão teórica e das atividades prático-imersivas nos projetos
desenvolvidos com clientes ao longo desta discussão e, na sexta
etapa, discutimos possibilidades futuras.
Destacamos que neste relato pretendemos abordar sobretudo
as experiências e atividades imersivas conduzidas sob a forma
de workshop envolvendo arquitetos, designers e profissionais de
outras áreas com o intuito de proporcionar o compartilhamento
de experiências pessoais/profissionais e o desenvolvimento de um
trabalho coletivo com foco na atividade de projetar. Essa escolha
deriva do significado que a experiência teve para a trajetória da
dissertação e do sentido que assumiu para os participantes.
Miguel Canãs Martins | Marli Teresinha Everling
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CONTEXTUALIZANDO A EXPERIÊNCIA: O INÍCIO DE TUDO
Figura 7 – A fogueira
E no segundo dia...
No segundo dia o Refúgio Criativo teve cinco momentos bem
definidos que foram: oficina de coexploração, caminhada cognitiva-
exploratória e definição do lugar, almoço, prototipação e conclusão.
Oficina de coexploração. O segundo dia foi dedicado à ideação
e prototipagem (aqui compreendida como atividade que se apoia
em códigos gráficos para exploração, síntese e modelação verbal e
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gráfica do conceito) da cabana do Refúgio Criativo. Sentados ao redor
de uma mesa ao ar livre, e com as ferramentas de trabalho expostas,
iniciamos a troca de ideias e reflexões (Figura 8).
______. Signature Against the Sky (1967). In: Eye on Art “Signature
agaist the sky”, a portrait of Louis I. Kahn, architect. produção de
WCAU-TV Philadelphia.
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______. Forma e design. (1˚ed.). Tradução: Raquel Peev. 1. ed.São
Paulo: Martins Fontes, 2010.
VIANA, M.; VIANNA, Y.; ADLER, I.; LUCENA, B.; RUSSO B. Design
thinking: inovação em negócios. Rio de Janeiro: MJV Press, 2012. 162
p.