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Aula Nº 2

A. Filo Porifera

a) Introdução

Os poríferos, também chamados de esponjas ou espongiários, são animais invertebrados


aquáticos e fixos em um substrato. O nome do grupo deve-se pela presença de poros
pelo corpo.

Os poríferos pertencem ao filo Porifera. Eles possuem as mais variadas formas,


tamanhos e cores. Apresentam um padrão corporal básico, em formato de vaso, tubo ou
barril.

Figura 1 – Fotos de alguns representantes do Filo Porifera.

Os poríferos possuem paredes perfuradas por poros e, em seu interior encontra-se uma
cavidade denominada átrio ou espongiocele. Na extremidade oposta à base de seu
corpo, há uma abertura chamada ósculo.

Externamente, são revestidos pelos pinacócitos, células achadas e unidas. A parede


externa dos poríferos é chamada de pinacorderme.

A cavidade interna é revestida pelos coanócitos, células ovoides e com flagelos. O


movimento dos flagelos permite a circulação e representa sistema circulatório das
esponjas.

Existem ainda os amebócitos, células livres presentes entre as camadas de pinacócitos e


coanócitos.
O esqueleto das esponjas é interno e composto por espículas calcárias ou silicosas. Pode
ainda ser orgânico, formado por fibras de colágenos, denominadas de esponginas.

As esponjas não apresentam sistema nervoso e tecidos.

ósculo
Espongiocelo ou átrio

canal
Poro ou óstio

ramo

broto

Figura 2 – Esquema da estrutura de uma esponja.

Os poríferos são animais filtradores. Eles promovem uma corrente de água que entra
pelos poros, passa pelo átrio e sai pelo ósculo. Ao entrar, a água fornece oxigênio e ao
sair, carrega dióxido de carbono e resíduos. Assim, ocorre a respiração, através das
trocas gasosas por difusão.

A alimentação dá-se através de partículas alimentares suspensas na água, como


protozoários e algas unicelulares. As partículas absorvidas são capturadas pelos
coanócitos, que digere parte das substâncias. A outra parte é digerida pelos amebócitos,
sendo posteriormente distribuída a todas as células.

A reprodução dos poríferos pode ser assexuada e sexuada:

a) Reprodução assexuada

 Brotamento ou gemiparidade:ocorre em algumas esponjas, que ocupando um


ambiente adequado em termos de temperatura, de oferta de oxigênio e de
alimento, crescem bastante e podem desenvolver brotos laterais.

 Gemulação: ocorre quando algumas esponjas de água doce ficam sujeitas à


escassez de água. Nessa condição, elas geram pequenas bolsas, com células em
actividade metabólica quase nula e protegidas por um revestimento resistente.
Quando as condições voltam a ser favoráveis, forma-se uma nova esponja.
 Regeneração: as esponjas possuem enorme capacidade de regeneração. Quando
cortadas em vários fragmentos e colocadas em condições favoráveis, cada
fragmento pode originar um novo indivíduo.

b) Reprodução sexuada

No mesênquima (porção gelatinosa de seu interior) as esponjas podem formar


células reprodutoras. Os espermatozoides são produzidos a partir de amebócitos e
lançados na cavidade central. Esses espermatozoides podem entrar em outra esponja
através dos poros e capturados pelos coanócitos, que auxiliam na fecundação do
óvulo. Forma-se então um zigoto que forma uma larva móvel, que nada até se fixar
em um substrato, dando origem a nova esponja.

Classificação: o filo Porifera apresenta três classes, conforme as caracteristicas das


espículas e organização celular.

Classe Calcarea - Agrupa as esponjas com espículas calcárias. Podem ser dos tipos
áscon, sícon ou lêucon;

Classe Hexactinellida - Grupo das esponjas com espículas de sílicas. Podem ser
sícon ou lêucon;

Classe Demospongiae - Esponjas com esqueleto de esponjina, silicioso ou misto.


Apenas do tipo lêucon.

Curiosidades
 Acredita-se que existam mais de 10 mil espécies de esponjas em todo o
mundo;

 Antes da criação das esponjas sintéticas, as esponjas naturais eram usadas no


banho;

 Alguns tipos de substâncias produzidas pelos poríferos podem ser usadas


para fabricação de antibióticos.

 A sobrevivência das esponjas depende do movimento da água em seu


interior. Uma esponja com 10 cm de altura e 1 cm de diâmetro chega a
movimentar mais de 20 litros de água por dia.
b) Conteúdo

Estudo da estrutura das esponjas: esqueleto e tipos de espículas.

c) Objectivos

No final da aula os estudantes devem:

1. Conhecer a estrutura esquelética das esponjas;


2. Saber distinguir e classificar os diferentes tipos de espículas, estruturas
esqueléticas das esponjas;

d) Material

Microscópio óptico, papel para limpeza de lentes ópticas, papel de filtro, preparações
microscópicas permanentes, esponjas secas, tubos de ensaio, soluções de NaOH e
H2SO4 concentradas, lamarinas de alcóol, lâminas e lamelas

e) Desenvolvimento do Trabalho

1. Comprovação da natureza proteica animal das esponjas.

Modo de proceder: Pegar num pedacinho de esponja seca e queima-lo; em seguida


examinar o cheiro libertado passando ligeiramente o fumo pelas narinas. De seguida
queime uma pena de ave ou um cabelo – examine o cheiro libertado. .
2. Observação e estudo do esqueleto das esponjas (espículas)

2.1 Observação e identicação de espículas

Observar espículas de Scypha e Leucosolenia em preparações.

2.2 Extração, separação e classificação das espículas

Pegar num tubo de ensaio e deitar nele um pedaço de esponja e em seguida pôr 2-3ml
de solução de NaOH ou H2SO4 ; depois pegar o tubo de ensaio com uma mola e aquece-
lo, levemente, na lamparina até que a solução tome a cor parda (amrelada/castanha).
Da solução arrefecida fazer uma preparação microscópica temporária e observar ao
microscópio. Devem ser observadas estruturas esqueléticas, as espículas das esponjas
calc

Figura 3 – Esquema representando a estrutura esquelética das esponjas

Figura 4 – Tipos principais de espículas


Ascon Sicon Leucon

Figura 5 – Tipos morfológicos

e) Ficha de Trabalho

1. Classificar e desenhar os tipos de espículas observados em 2.1 e 2.2;


2. Caracterizar os tipos morfológicos das esponjas: vantagens e desvantagens de
cada tipo.

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