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G E Lesslng

BIBLIOTECA POLEN
LAOCOONTE
Pam quem min quer <'urg,f}mdir rigor corn rigidez, é xiii!’ cvrrsrkferar qua
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.'é{'ni(-0 c!m:nm1'u _}‘ii'ri.w.51'h. Nam sempre Ha se apwsenrrm em pzilflim
re1'¢=.m'(!u de rrajes rzcmfénricm. culrimda em r:'I.-‘e:'ru.a‘ prorerores ronrm Pmtura e da POESIEI
0 periqu dz? .":ffie.u?0.' :1 pnipria Fri’.-‘im dz: razrio. dc Kam. com redo 0
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Com esclareclmentm OC3Sl0I18lS sobre
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¢'m:w'.fe (Ir iiberdade E’ it a:'egriu 0'0 r¢{fle.x'r?n.

Rubens Rodrigucs Torres Filho

ILUMI4/uRAs

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Brbhoru a Palm
Dmgrda pur Rubcm RO(il‘!giiC§> ’lurrEs hlhu :3 Mdl"Cl0 Su1uk|

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Edllora Ilumlnuras Lida

mm SUMARIO
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sabre Lam omm» e vem,-‘W10; (42-20 .1 C 3 wcuilura £ill”l|Ji.ilC]d a A "€Sd|ldl'O _ -
Atenudoru e -Xpolloriuro de Rode» Museu do Vatmanaa Roma
Introdugaoflntraduqao:
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Mrmesa s Tradur,-an, brmrgew e a Traciugao da ur pttfurrr p0e.m-, 9

Ana Paula Lardmo 1' Paula Corrcia LAOCOONTE


Vnelm Arruda §.an1pa|u I .|-1l‘l€ P(?\$0J on sobrc as fronteiras da Pinlura e da Pocsia

Prefzicio. 7? XV. I9]


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INTRODUQZXO/INTRADUQAO:
Mimesis. Tradugiio, Endrgeiu c a Tradigfio da ut picrurrz ;10e.s'is

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La Fomaiue. C‘mire dii Tiibierni.

J1r.x!{fi('¢ziii':_r do dink,-

Goltholcl Ephraim Lessing I l 729- I781 ) pmsui uma obracronoiégica


e quaiilalivzimcntc central no [_‘lt1l1U!’RlITl£lil1I€|CCll.ll1| do récuio XVIII. Enirc
us muilos créditos qua lhe $50 atribufdos encontra-sc a nfio dcsprczfvel
hunra de ier sigiiificacio um mzirco na conccpqfio quc sc tinha entfio do
oficiu dc lradutor. Os seus CO|‘i'lt3l}IiiI'iO5 snbre 11 iiteraiura comcinporzinea
e claissica vinham scmpre acnmpanhados dr: juizns e reflcxécs quamu
E1 lradugfio. Gragas E1 sua H:iiribiir'gi.s'(*!iz* {)mrmimrgie c ans trabalhos
ABREVIATURAS UTILIZADAS
publicadus nas Briqfc’, die :m:r'srr> Lirwrrrur" Be!i'e{{j‘é'mf, mzus :2 dc 961.15
I hiuknrm, in; Unrrhofd E,mF:=rm':n Lu.“-irrg Hriu-i'cv rr:m’BrrL_*fc in zu-i3ff'B:'inde:i. hrsg. vnn ami gas. a tradugfio para 0 alemfin alczuignu um IIOVO paiamar: u cicmcnto
Wilfricd Baimcr, lrrankfuri am Main: Deuisciser Klassik \i'erlag_ Bd. 5.-"1 IQQEI. formal do original n UHC3 havia side I50 valori zadn quan to nesse morncnto.
Hiiimncr I Lc.s'.\'r'ug.\' Limimuni I . ail, I376]. hrsg. VUH Hugo Biiimiier. 1. \'crhc.=.sc|1c Iihd
Dc resin, cm Lessing tamhém St! pcrcebc 0 relativisino cultural iipicn dc
xcrmchrlc Aiiiiagu, Berlin: Weidinaniiscils: Buchhandlimg. I880. Rousseau c de Herder. A lracluqfio comegou entiio a ser encaracla come
uma tarcfa qua exige uma VP,".<(’IE.II!i§, uma transposigfio do tradutor e
CAN Ab iradugous dc auiorra dc Carlos Aiherln Nunes das seguimcs ebras mas ciiapocs -.\.v$n-an'i,'¢ do ieitor néo apcnas para :1 iingua de partida — mas lambém para a
im.iiua|no.~. u m'1:m:ru da pziginizi Lia r€h[!€L‘Ii\Z1 nbra c dos \'cr:=ns apenas quandn
r:r:i‘nu'cr de parlida.
niio currespunde in |1u||1erz1;;Z10 dus uriginais}:
O tradulor tinha um papci iinportzmle a cumprir mi sociedade de
Humcru, Ifiudrr. £1. ed.. Rin dc Janeirn: Edi0uru_ |*?%. entéo. sobretudo no fimibito gcrméinicoz irijclar na sua iileratura, que era
vista sobrctudo dcniro da categorizi dc “literziiura nacionaI"_ uma nova
Humcro, ()¢fix.~;m'¢i. Rio de Janeiru: izdinuw. >11,
vicla. riovas formas. novns inoddns; e 0 ohjeiivo final era 11 criagéo dc
Virgilio. Em-Mu. S510 Paulo: A Mrmuinha Fdiqées. I98 I. Lima Nagfio ela mesma urigirml. A tradugfio era concebida coma uma
lriodaiiciade dc in1itag€10(mirrre.iis) que dcve|'ia desaguar na formaqfio dc
[i(' = Trmillqées de auluria dc ilaruidu dc Canlpos. um novo padreio — imitével pelas di—:mais Naqéesz assini coma 2| Framga

u
de entfio represenlava urn ta! modelo. Dai esta Nagao ter se tornado uma Nao ha mais espago para a nocao de traducao como belle infidéiez
espécie paradoxal dc moclclo-antimoclelo para os alemiics. Dar’ também. valorizamos tanto as traducoes “1'nonstruosas" que Holdelin fez de
em muitos casos na cuitura gerlnanica dc entao. a opgao pelos Amigos: Pindaro e de Sofoclcs, como lambém teinos dificuldades em definir 0
uma espécie “alt'ernativa" de modelo mais puro e mats originario. que poderia vir a ser Mme. (T) infidelidacle. Alias. devemos ao proprio
Hoje a tradugao tern um pape] “muito mais modesto": pois nfio século XVIII essa maravilhosa (reldescoberta das teorias — e cultos —
acrcditamos ncm na “format;a"\o da Na<;ao" nem em “Nac;€to": nem. do feio e do sublime. Depois de séculos de dominio do gosto classico.
tampouco. no valor absoluto dos “Mode-los". Portanto, rradmtore nao pensadorcs argutos como Burke e Moses Mendelssohn revelaram a
pode mais rimar com rmditore. Esse era o clilema, por exemplo, da teoria humanidade que o melhor modo dc tornar algo belo mais alraente é
da traducao de um Schleierrnacher, o pai da Hermenéutica moderna — justamente interrompendo a sua beleza. A tradugao nao deixa de ser
que. portanto. era neta dos romfinticos Friedrich Schlegel e Novalis. ulna modalidade dessa intenupgao. N50 queremos mais — conforms o
Para Schleiermacher o traclutor vive o constantc dilema dc ter cle servir Benjamin da introducfio acima citada — redimir a Ifngua da sua Queda
concomitantemente a dois senhores: £1 Iingua de partida e at de chegada: babélica. Antes. a lraducao deve ser definida como prética de destruir a
ele, consequentemente. serai sempre um traduloritraidor.‘ Esse dilema aura, de "abrir" textos e mostrar as suas entranhas —— e assim chegamos
nao lioi nem serzi superado. O que Poi relativizado foi a concepgao de proximo ao cerne da concepgfio de antropofagia. e. pronunciada essa
originalidade do original — como jé dizia Valery: “L'originaIité. affaire palavra. creio que nao ha nada mais a dizer para justificar meu titulo.
d'estomac" (“A originaiidade. questao dc est6mago",\1—- e. logo. o peso
dcsse “crime” e da culpa de ser um “traidor”.
O tradutor coitteinporaneo prefere rimar rmdurre com inrmdurre: A domrimt immanisra do ut pictura poesis e a quesrao do paragone
A lraducao torna-se um género literzirio, se nao 0 género Iiterario enrre as arres
enquanto forma por exce le ncia de “fremdbestimm ter Textkonstruktion",‘
construe-an textual determinada pela programatica relagito de dependéncia “Existe uma tal proporgao cntre a imaginagao e o efeito. como exist»:
corn outros textos, na Iinha da parodia, do pastiche. da citagfio — e da entre a sombra e o corpo que gera a somhra. E a mcsma proporgao existe
inlcrtcxtualidade de um modo geral. Mais do que nunca vale a questfto entre poesia e pintura porque a poesia usa ietras para por as coisas na
que Benjamin colocoti na introdugao it stia tradugao dos 't‘"ab!euir.r imaginagfio e a pintura as poe efetivarnente diante dos olhos. de modo que
pttr'r.\'r€!t.? de Baudelaire em I923: “A traducao dirige-se aos Ieitores que o olho recebe as semelhangas como se elas fossern naturais: e a poesia
nao compreendem o ori gi na!‘?’":_ ao que, para esciinda Io e Irrma1;m'ertsrTo nos as o que é natural sem essa similitude e {as coisas] nfto passam para
dos seus conlentporimeos. ele respondeu: nao. a impressiva pela via da virtude visual como na pintura."5 Com essas
“ E-sse mesmo texto Benjamin denominou de “Aufgabe des palavras. Leonardo da Vi nci abriu a sua querela contra a poesia e a favor
Ubersetzers" nurna alusfio profuntlaittcnte ironica ao fato de a traducao da pintura: enquanto it primeira caberia apenas a snmbm do objeto.
existir apenas na tensao entrc a tarefa necessaria e a impossibilidade as ietras na sua tentativa de atingir a imaginagfio, :3 pintura caberia a
c desisléncia: Aufgrrbe significa tanto tarefa como desistir de algo. possibilidade dc por as coisas como que reaimente diante dos olhos,
O tradutorlintrociutor é um leitor privilegiado que teve a chance de como se fossem aaturais, como se fossern a prdpfia Natureza. Ja fica
conviver durante muito tempo proximo ao tcxlo M de modo intimo. claro nessa frase em que medida a questao do pomgone-- termo italiano
Ele conhece e venera a sua beleza, as:-aim como conhece e talvez ate que significa “c0mpetir;ao“ — envolve a reflexéo sobte a ntirm3s'i.s na arte
ame os seus defeitos. Ele quer transmitir a sua Erfkrirrting, experiéncia, (i.e., sobre a querela do platonismo com 0 arisiotelismo na historia da
corn o texlo. Ele é uma modalidade do leitor forte bloomiano — ou ao Estéticaé). sobre a nociio do “objeto” da arte (o real denotado) e sobre
menos pretende sé-lo. Afinal, para Friedrich Schlegel: “Lere esrrever o modo de recepcao do medima de cada arte. A sua discussfio envoive
divergent apenas em grau“.‘ O tradutor é uma voz a mais na nossa cena também unta teoria da “irnagina<;ao“, ou seja, do papel que ela tem na
"desterritorializada". Ele quer ser o representante dc uma utopia social, atividade estética e Iambém da sua relacao com as nossas faculdades
plurilingue. cognitivas. A partir do pamgane e da teoria das diversas formas de

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recepcao de cada arte pode-se rastrear, portanto, a historia das concepgoes a conceitos herdados e Iroduzidos da Iiteratura para 0 trabalho com as
de tmaginacao, a historia da montagem tie uma das mais misteriosas imagens. Se entre os tcoricos (Ia Antiguidade, tais como Aristoteles.
partes do nosso "aparato am'mico". historia essa que “cuIininara" na Horacio ou Quintiliano. a poesia era esporadicatnente comparada com
funcao central que tanto Kant quanto os rornanticos lhe atribuiram no a pintura —— cf. sobreludo o famoso verso da poética de Horacio: to
final do séeulo XVIII. picrrirrr poesis" —. agora essas comparagoes esporzidicas, que tinham
A historia do moderno paragorte entre as artes é tambérn uma um papel meramente. ilustrativo ganham um peso que nao existia nos
historia que se inicia no Humanismo e na sua tentativa de “restaurar" seus contextos de origem. O pintor se “submete" it tutela do logos em
aAntiguidade. de fazer renascer das ruinas de textos, construeoes e diversos ambitos: como tradutor intersemiotico de conceitos da retorica e
imagens, uma Europa moderna. Se pensarmos a “Era Moderna" a partir da poética; consequentemente como teorico e realizador de uma pintura
do Humanisnio renascentista, verentos que essa era é a dos paragoni; voltada sohretudo para a representacao da norrogdo, i.e., do logos: da
porque ela é a era da construcao de um homem novo: e toda identidade Histériaz“ em terceiro lugar. csse pintor deve ser. para cumprir essa nova
so se constitui através do dialogo corn o Outro. E fact! compreender a fungao, um pictor d0r'!u.s'. copia do docras poem (erudito, com Lima Iarga
articulagao entrc os diversos niveis de competiqfio que coabitam nessa bagagem de ieiruro): sem essa erudicao ele nfio poderia eorrespondcr
modernidade: competigao entre a Modemidade e a Antiguidade, entre as a doutrina do decorum ou con-.>eiret'oIe::o. que consistia na prescrigiio,
Nacoes, entre as Iinguas e entre as artes. Todas se articulam a partir da enfatizada. entre outros. por Horacio, de conveniéncia necessziria entre
nocfto de mimesis. Pois quem diz rm'nte.s"i.\" diz trmfttgvio e diz. at pit-trim os diversos componentes da representac€1o. tais como idade. seso. tipo
poesis (poesia é como pintura). pois a imitacfio (das imagens) do mundo humano e origem geogrzifica da pessoa representada. Por tiltimo. o pintor
so existe através da sua tradugao. da sua recodificacao. quer ela se dé via esta submetido a um rigoroso codigo de regras sociais, dc ambito moral.
palavras. quer ela se de via novas imagens. Na eoncepcfio renascentista politico e religioso. Neste tiltimo sentido a pintura torna-se ii'usrro;-do,
das artes — que cle certo modo perdurara intacta em muitos dos seus urn meio diclatico de atingir de modo mais imediato e descompiicado 0
dogmas fundamentals ate o século XVIII —. todas as artes partem deste quc a escrita nfio consegue realizar; basta Iembrar do papel fundamental
press-uposto que as tine: ao1:'nu>si.s. atribuido a ela na era da Reforma e da Contrarreforma. A pintura desde
A competiqao entre a poesia e as artes plastieas so pode se desenvolver o Renascirnento é, de eerto modo. uma pintura de e sobre palavras.
porque aceitava-se a existéncia tie .rernelitang-as entre esses dois campos uma iconologia. O seu fim também é o (re ldespertar, no espectador.
das artes. Com efeito, os artistas plasticos do Renascimento nio possuiam das palavras que ela encerra em si: a pintura quer ser Iida, traduzida em
um acervo de regras e preceitos nem de Ionge tao rico quanto os varios comentarios; quer voltar a ser texto.“'
trataclos de retorica e de poetic-a herdados da Antiguidade. Roger de Haveria uma semelhanea estrutnral entre a pintura e a poesia. o que
Piles. no século XVII. lamentava o falo de que tanto os tratados de permitia a transposigao para a primeira dos ornomemo da segunda.
pintura da Antiguidade. como também as proprias pinturas dessa época Mas. nos tratados de pintura, at eotnparagao com a poesia vai além da
longinqua. haviam sidn destrufdos. Leon Battista Alberti. o primeiro simples arlaptacao dos conceitos e codigos; desenvolveu-se tatnbe in unta
pintor renascentista que resol veu di minu i r essa desvamagem dos pi ntores historiografia Ida arte) que procura realizar uma historia especular das
diante dos poet-as. baseou o seu De Pictara I I435] em obras dc retores e 4-‘~iflI¢\-4.‘-m .
duas artes. Criam-se corresponcléncias entre os personagens principals
teoricos da poesizt amigos. A teoria da pintura enquanto discurso sobre de cada uma delas: Zéuxis seria um Homero, Michelangelo um Dante.
a imagem so pode se articular a partir do fogos — eampo da sua i1-m5,‘ Giotto o Petrarca. Giovanni Paolo Lomazzo no sen Trotrato deU'orre
tmrniga poesia. a'e"t'.I'o pitrtrro. sr'o!ti.m:t er ordtirettrrro I I584) nao apenas colocara —
A teoria das artes nasce com umn clupia dependéncia com relagfto como Alberti — a representagito da historia como o fim mais elevado
ao ambito da poesia: em prirneiro Ittgar ela depende dos tratados de do pintor." mas também estabelecera tun claro paralelo entre a historia
retorica e de poéticazi além disso — e em grande parte em decorréncia das duas artes: Leonardo seria o “tradutor da anintaqao e dignidade de
desse fato — a propria coneepgao de pintura e de escultura sera de inieio Homero". Caravaggio. do “fmpero e grandeza de Virgilio", Michelangelo.
eminentemente lingu1'stica.A pintura se submete a preceitos e sobretudo da “obscuridade profunda de Dante". Rafael. da "pura majestade

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dc Petrarca" e Tiziano, “da diversidade de Ariosto". Os paralelos se da pintura. Apesar de ele nao utilizar ainda o termo “signo". a posterior
multiplicam: se para Benedetto Varchi (Della maggioranza delle am‘, divisao entre signos naturais (das artes plasticas} e arbitrarios on artificiais
Dispura rerza) 21 cor é comparada as palavras. outros correlatos seriam (a linguagem enquanto phone’ e eserita utilizada na poesia)ja se encontra
olhofouvido. corpolalnta, exterior/interior. la o desenho era norntalmente aqui in rmce. Leonardo quer nos convencer das “virtudes" da "vim.-
identificado com a historia. Nessa série em espelho refietem-se tambérn vish-'a"’: a pintura pode por lneio dela poi" as coisas “efetivamente diante
conceitos herdaclos da lilosofia. sobretudo do neoplatonismo com a sua dos [nossos] olhos", “como se elas fossem naturals". Ora, esse “pot diante
oposigao cntre o olho e o espfrito. visivelfldeia; e constituia um ]ugar- dos olhos” é tambérn urn efeito codific-ado pelas retoricas e poéticas da
-comum no neoplatonismo renascentisla. com a sua concepeao panteista Antiguidade em torno do conceito de évdpyeta, encirgeia, a er-"fdentia das
de mundo, atribuir ao olhar a funcao central dos sentidos: pols 0 rnundo é rctoricas lati nas. '4 A .imediaricidade do efeito que penetra pela 1-frri} visiva
ele mesmo uma escrita divina e os nossos olhos sao as portas de acesso é um dado da fisiologia humana para Leonardo. Os objetos nomeados
para 0 Saber. '3 O pintor deveria representar nao 0 objeto individual; isso pelo poeta chegam at impress-Iva de modo “muito confuso e lento”."’
nao importava, nao era digno de ser represenlado. Ele visava representar A viriti 1'r.riva possui nao apenas esse apanagio de ser mais vivaz,
o macroeosmo através do microcosmo. A pintura buscava o universal. 0 ela ainda — superior também nesse ponlo as linguas particulares de
exemplar to tipo). vale dizer: o Belo absoluto. A esfera da scnsualiclade é cada “na1;€1o" -— seria mais universal. A pintura “nao neeessita de
desprezada pela teoria humanista e pelo classicisrno francés, o elemenlo intérpretes, diferentememe das Iinguas e das letras. [Ela] satisfaz a
concreto da arte (a eincurio) é de certo modo irrelevante; o que importa espécie humana imedialamente, nao diferentemente das proprias coisas
sao as ldeias. produzidas pela natureza, e ela satisfaz nao apcnas a espécie humana,
A autoafirmagao do pintor (e do escultor) nesse perfodo passava mas também a animal...".“‘A conclusao que Da Vinci retira desse tato é
ainda por uma superacao de preconeeitos herdados da Antiguidade com absolutamcnte atroz para com a poesia: a esla cabe apenas representar
relacao ao trabalho manual. Os pinlores modernos tiveram que diluir as proprias palavras: "A pintura representa os trabalhos da natureza para
a desaprovacao das artes mecanicas por parte. por exemplo. dc um o senso [comum] com mais verdade e certeza do que palavras e letras
Aristoleles e elevar as artes plasticas a dignidade das artes liberais.” A o fazem. mas as lctras represenlam com mais verdade as palavras para
teoria do paragone de Leonardo da Vinci deve ser comprcendida nesse o senso lcomum] do que o faz a pimura"." A visao é para Leonardo
contcxto. Ela atribuiria ao olhar um papcl tao central como poucas vezes "o sentido mais nobre". o rnais préximo da realidade: “A ianaginasgéio
lhe seria atrihufdo. [imaggirmrioue] nao vé tao excelentemente quanto o olho‘",'“ as coisas
irnaginadas permanecem poueo tempo na nossa ntermirio. O pintor, uma
vez quc ele se dirige it visao, sempre estara adiante do poela na imitagao
O Paragone dc Leona rdo do Vincf - e a rm'me.w's é. evidenternente para essa epoca. o fim da pintura. “E
se tu, poela. quiseres dcscrever as obras da natureza com a tua profissao
No rena, alga é 0_.')l"£’.\‘£’iIffl0'O on rmrmdo cornojzi simples, Iingindo diversos locals e as formas de varias coisas, tn seras
_;'m~. 0 qua mma 0 caminlm dos om-fdns inrim menus a superado pela grandeza infinitamente superior do poder do pintor.""‘“ —
no.r.w rttrurg-(F0 do qua quando apresenmdu ofideiidrtde Como veremos. essa concepgao negativa da descriciio poética e essa
draw ofhos P 0 e.rpecradormexmn vé. valorizagao do efeito de presenqa “imediato" da pintura irao perdurar
HOf2iCiO. 211$ p0r’!fca, | 79-182. até 0 século XVII] e constituirao um credo fundamental na construqao
do Laocoonte cle Lessing.
Mas — apos essa pequena digressao historica de carater introdutorio. A pintura. gragas a cssa sua rnierlimez. é capaz dc representar a beleza.
talvez sucinta demais mas necessziria — voltemos a nossa eitaqao de cuja caraclerfstica maior é “a divina proporgao dos membros cornpostos
Leonardo da Vinci. Como vimos, Da Vinci procura inverter a hierarquia em conjunto num mesrno mo1nento".1“ Se 0 "poeta ao descrever [...]
tradicional que estabelecia a precedéncia da pocsia sobre a pintura, demonstra o corpo, mem bro a membro e em tempos diferentes“. por sua
argumentando em termos da maior intediaricirlade eforga dos “signos" vex 0 “pintor far. com que tu vejas tudo de uma vez",*' Leonardo tomando

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a enorgeia como o lim das artes. deixa claro que a piwzara deve ser o p0e’$!'.'>‘; ele nao foi muito alérn de Alberti. ou seja, cle defende “com
ideal da poesis e nao o contrario, como havia sido afi rmado ate entfio.” unhas e denies" a sua arte a partir de um campo comum que ela dividiria
Leonardo da Vinci elogia ainda a velocidadc da recepcao da pintura com a poesia: so ha competicao. cu repito. onde existe es-page para a
sobre a recepgao da poesia. A unica coisa que ele admire faltar na pintura igualdade. onde existe om campo de intersegao. Esse campo colnum
sao os sons; mas lambém aqui cle “nao deixa por menos": "Portanto, envolvia nao apenas a n"u'rne.si.\", mas também uma série de precettos
diremos que a poesia é a ciéncia que melhor serve ao cego e a pintura faz codificados nas artes rctoricas e poéticas. Em alguns pontos. nao
o me-smo para o surdo: mas a pintura permanece a rnais digna. na mes-rna obstarne. é inegavel que ele esleve quase so, sobretudo na radicalidade
medida em que serve ao rnelhor sentido”.3-‘ Tamhém a consequéncia que do seu naturalismo e da sua defesa da virn} visiva. Mas mesmo o seu
Da Vinci infere desse raciocinio é fundamental para a nossa analtse do naturalismo nao deixa de ser carregado de idealismo: IZ1I'l'lIJE:-311 para ele a
Laoroonrzfi pois a poesia so alcanga a “naturalidadc" da pintura quando pintura visa o universal, 0 tipo. A universalidade que ele atrihuia a visao
ela é poesia dramatica -— Lessing chegara aessa mesma conclusao: “O ern oposicio a particularidade que estaria vinculada ao logos val de certo
Cmieo offcio verdadeiro do poeta é o de fingir palavras de pessoas que modo contra a concepgao humanista da Iinguagem como meio universal
falam entre si. e apenas essas palavras sao representadas naluralmeme de cornunicaqao. mas era parte essencial do ideario -— neoplatonico
para o sentido da audicao porque apenas essas palavras sao criadas 7 dos pimores da sua época. As suas ideias se disseminaram, ainda
naturalmente pela voz humana. e em todos os demais aspectos ele é que inicialmente de modo muito restrito. e muitos teorrcos postenores
superado pelo pintor".“ A representacao {nr.ime.ri.s') tem como paradigma defenderam teses semelhantes. Entre outros mérltos. com os seus
a Nalureza. escritos ele t'oi. como lembra Lecerclefio primeiro a fazer uma teoria
Leonardo discute ainda no seu paragon? p()l' que a pintura foi geral comparativa das artes miméticas. Poucos levaram esse projeto
excluida das arles liberals e tenta provar por que ela e’ tao elevada quanto tao longe quanto ele e apenas no século XVIII essa teoria voltarra a se
a imisica e a Astrologia — e superior a poesia — e. portanto, deveria desenvolver de modo tao elaborado.
ser at’ incluida. Ele procura valorizar o trahalho mentor! do artisra: a sua
invemin e nao a sua d:'.rpn.riI:'u ou <>l.u.:-aria é posta em evidéncia; um
outro trago caracteristico que explicita a relacao de dependéncia das O cl'a.s.si('isrrr0 francés: Fazger do pinmra umo escrnuro
teorias pictoricas com relacao as retoricas. Essa valorizacao da invencao
era um dogma central da doutrina da to‘ picrnm poesis de entao. que No século XVII autores como André Félibien e Charles Le Brun
so sera posto em questao no século XVIII com o desenvolvimcnto de levaram ainda mais longe as doutrinas huntanistas com relacfio ao
uma teoria da rewpgéo das artes. E apenas gracas a essa valorizagao N! pi('Iut'G poem. A tipificaeao dos gestos. das expressficfi f€tCilll$~ U11
da invencao em detrimento da realizagao da obra em si que se podia vestimenta etc. levou a pintura a se submeter mais c mais a um nlinnero de
afirmar a traduzibilidade entre as artes. Se o que importa e a Ideia. os regras que scguiam quase todas 0 preceito da representacao da Histérta.
meios dc atingi~la sao cambiaveis. Ha uma clara concepgao metafisica Os generos da pintura foram distribuidos numa rigida hierarquta. que
dos signos que permite o deseolamemo entre 0 .o'gmfiam e o xignrfié. ia da paisagem. passava pela natureza ntoria. depois pelos pintores dc
A “semiotica prim-aria" de Leonardo ainda encara o elemento medial. animals vivos. para atingir a pintura dc homens l"a mais perfeita Obfa
o “signo“, como algo externo. que nao tem um papel na construcfio de Deus sobre a tetra"), quando o pinlor se tornava um imitador de
do sentido.” Deus. Mas a pintura de retratos ainda nao constituia o cume da arte.
Com o intuito de louvar a pintura Leonardo ainda transfere para a para atingi-Io clever-se-ia passar da representacao de uma 1’: nica pessoa.
escultura toda a pecha dc ser uma arte manual: "A escullnra nao é ciéncia, para a representagao de um grupo de pessoas, ou seja. “deve-se tratar
mas urna arte muito rnecanica. porque ela gera suor e fadiga corporal da historia e da fabula; deve—se representar as grandes agoe-s como os
no sen operador".*“ A ernpreitacla de Leonardo, apesar da tentativa de Historiadores. ou dos temas agradaveis como os poetas". A escalada
reverter a estrutura rigorosa das artes liberals. pondo a pintura acima da continua ao se passar para a representagao “alegorica” dos “grandes
poesia. nao implicou a superacao do paradigma humanista da mpicrnra homens“.3“ Como Rensselaer Lee resurniu o panorama dessa época da

I6 17

— — ———— —— — —: Y» -— — .i
pintura: "criticos como Felibien e Le Brun na medida em que aplicaram em espelho iinediata e transparente, entre os significflfllefl 6 05
as regras da poesia a pintura intelectuaiizaram a tal ponto a arte pictorica signiticados. Le Brun quer codificar a “lingua universal dos gestofi -
que 0 seu carater priniario de arte visual, capaz de afetar a imaginacao O sujeito cnquanto corpo seria uma massa maleavei — cera — Clue
humana apenas através do seu poder inicial sobre o sentido da visao. se ajusta as emocoes e as traduz imediatamente. Ele descreve os tipos
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foi amplamente descuidado".1" Essa doutrina levou a um formalismo das expressoes de cacla emogao. A cabega é concehida corno a par 6
muitas vezes arido — do qual Poussin escapou mas nao sem transpor mais importante nesse sentido: ela vale como um rarrcoursi (resume)
genialniente muitos desses preceitos para as suas obras. do corpo. Cada trago cla face deve remeter a uma paixao. assrrn como
Le Brun fez um famoso discurso elogiando o seu quadro sohre aqueda um graferna chama automaticamente UITI fonema na sua leitura. 0
do Mono por ter nao apenas conseguido unilicar todas as expressoes particular nao importa, mas ape-nas a esquematizacao univviersaliczante
, . _ 1 _ ‘ \\ _ - Q
reprcsentadas em torno do tema central. mas tanibéni por ter atingido tipica do logos. Lada parte do corpo e da race reccbe um-loca con
uma unidade temporal. idéntica a de uma peca teatral. com o seu infcio, _-' .a.L- ¢-'
a sua capacidade de expressar de modo mais claro e direro as paixoes
meio e fiml-‘“ codificadas a saber de se deixar traduzir em determmados nomes.
Por sua vez o proprio Poussin, que provavelmente nunca lera As sobrancelhas constitueni o traqo mais fundamental dessa npologéa
Descartes. expressa. nao obstante. ideias muito proximas as dcsse fildsofo justamente devido a sua simplicidade —— proxirna daouela dos tragos a
justamente no que tange ao seu descrédito coin relacao aos sentidos da escrita -‘I Com isso a pintura ganha uma espécie de dicionario C'LljHS letras
G - 1 L

percepcao e £1 sua valorizacfio do con hecimento ordcnado sob a égide sao essas expressoes tipificadas. Assim a universalidade ouelLeon_arc:1o
da razao. Exatamente essa valorizagao do racional se encontra em reclamara para a pintura seria conquistada para ela — mas pe o meio a
{fort poérique de Boileau, um pequeno tratado de poética que inarcou sua submissao ao modelo da escrita. que. para Leonardo, como vimos.
profundamente o classicismo francés. representava o oposto da Natureza.
Esse racionalismo se manifestou na concepcao de linguagem da
época: sc para Descartes nao existe nenhum empecilho :1 tradugao dos
nossos pensamentos em palavras, para Le Brun a parrie .spi'.+'irnelle é A rerorira sensuolisto o (rise do logos uruversal e do tradigrao
vista como independente dos signos tanto na pintura como na linguagem do ut pictura poesis
dc um modo gera]. As ideias sao universais, apenas as palavras —
como etiquetas coladas a objetos — inudam de lfngua para lingua. Os Como vimos ate aqui neste pequeno resumo lI1E!'O(IllIO>i;l{;]i€
pensarnentos sao independenles do seu niedium; novamente estamos esquematico das doutri nas humanistas da pintura do seculo XV ao I .
diante da traduzibilidade absoluta. i.e., diante da equagao at pi'cturo uma das marcas principals dessas doutrinas ao lado do predomlfllfi E13
poesis. Em termos da teoria da tradugao essa e a base da tradugao iiiimerir (seja da natureza ou da Ideia} e do primado da comparagaof
como belles iiifidéles: o iexto dc chegada é belo. porque ele pode traducao entre as artes — o at pit-taro poesis — e a inarginalidade do papel
adaptar a mensagem do texto de partida completamente a lingua de atribuido at elocutio e dispositio, os dots momentos EIO‘0fiC](‘i]2il'llSllCU
chegada; ele e' infiel apenas com relagao a lorma e as palavras do texto , .
1-t;5p0n5a\.rg]5 -_ -
pela TEHIILRQEO da 4. obra, pI‘Opi'l<-l|Tl€IiI6'(I-H3
'. "
. m outro
de partida. O paradigrna do belo vai de niaos dadas com o da razao e elemento que foi pouco levado em conta nas teorias pictoricas dessa epoca
logos universais.-" era o proprio espectador. A ele é atribuido um Papel P3-55I"°= dc l"“I‘”'
A linguagem é cindida entre o seu elemento raciona! e o material: das obras. de receptor de uma mensagem que pocleria ser 'dccod|l1Cadi1
acredita-se que o primeiro é independente do segundo. Le Brun, sem grandes problemas. _ _ '
nessa linha, valoriza o desenho em detriniento do i'oIori'.r: o desenlio No século XVII, no entanto. esses “exclu1dos" C0lT1e§3"1 3 Iclvlndlcar
correspondendo a linho logical do pensainento. e o colorido ao elemento o seu espaco tanto nas teorias como iias ooras cle arte. Nasoe entao aos
"meramente" ornamental e sensual da Iinguagern — as metaforas — e, poucos — ou renasce — uma retorica mats sensual. que nao desprzza
portanto, dispensavel. Na sua (.‘oizjkfience stir 1‘ 'expre.i'.rr'on génértile er mais nern o ele memo material da poesia e da pintura nem o recegtlrr as
particu.li'ére ele reafi rma a existéncia de uma simetria e correspondéiicia obras. Nae d6ll(fl de ser ironico que a publicacao da obra Sobre o u one

I8 l9

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do Pseudo-Longino tenha sido realizada justamente por Boileau (em esiética que inicia agora, no limiar do século XVIII. levando em coma a
I674), um dos pais do classicismo.Esse1exto teve um profundo irnpacto rec-epgfio e o elemento media] das obras dc arte, constitui 0 pano de fundo
nas teorias estélicas cle emfio. Nela tamo a sonoridade como rarnbém 0 para a explanagao seguinte que deveré destacar alguns dos autores-chavc
estilo da poesia sao postos em evidéncia enquanto meios de comogiio.
para a compreensfio do Laocoome do Lessing.”
Rogerdc Piles { l635- 1 1'09) foi um dos primeiros Ieoricos da pintura
a represenlar essa nova postura. Ele era nao apenas um repnesentante dos
modernes — na famosa querefle des rrnriens er das rnodemes do final
Dufms: on por que “0 ofho esni mars prcirimo do alma do que (J
do século XVI] — como lambém, coerenlemente com essa posture,
modificou a hicrarquia dos géneros. O papel central que ele atribuiu £1 0re>H1o"
cor nfio deve ser vislo apenas como um desdobramenlo de uma oulra
qrrerefie, a dos rubénisres contra os gmssimsres, nem como mera critica O abbé Dubos. com as suas Réfle.rirm.s' rririqrres sm" la Poeisre er
sur Ia Peimure (I7 I9). representa um marco no processo de passagem
da Academia. Ele tram das cores no seu Dialogues sur Fe mioris {I673}.
onde ele nfio apenas faz reparos ao uso das cores por parte de Poussin, da tradigao retorica e poética classicas para a conslrooao de uma
como reconhece e admira o valor da obra de Rubens, sobreludo no que ahordagem propriameme esrérica do fe nomeno artistico. E rnteressanle
tange ao seu trabalho com a cor. Os debates abertos com a publicagao perceber nesse prooesso em que medida ha lanto uma conservagzio
do seu livro C0nver.ra.'irms sur lo c0nnar'ssam'<> de la peinrure, em I677. como uma apropriagao lransformadora da Iradigfio da retoricafpoeiica
levaram a uma revisfio do papel modelar da arle anliga. Prova do sucesso da Amiguidade. Em Duhos isso pode ser percebido pela rnudanqa na
das suas ideias e’ o fato de ele IEBI‘ sido nomeado em £699 Con.re.*Her énfase de algumas categorlas. Para ele. de modo paradrgmatlco — LOITIO
honomvre armrreur da Academia. ja ooorrera cm De Piles -——. o dorere (ensinar) é posto do lado na tarefa
No seu lraiado ifldée do pemrre parfair. a pimura nfio e’ mais persuasiva.“‘ Ainda na linha neoplalonica renascentlsla e na tradrgao de
discutida a partir da divisfio em géneros. mas sim a partir das regras Ron sard para ele o poem deve compor sob o efeito do furor poem-us.
da sua rerepgrio.“ Com isso, a teoria da pinlura pode lambém, talvez O dom nalural lcm um papal maior que a eclucagao na criagao arristica;
peia primeira vez, se Iornar independenie dos tralados dc poética e o artista é caracierizado pela qualrdade do genre. um dom reeeordo do
de retorica. O desenho. consequontemente, e a tipificaqfio dos lemas natureza Fsse anlirracionalismo manifesto-se também na entase do
Iambém deixam de ocupar o cenlro das suas pneocupagoes e cedem lugar émouvoir na tarefa da poesia. Dar’ a famosa crfiica que Duoos taz a
ao estudo das leis da recepgéio da pintura. A invermo lambém é posta arle alegorica. Nessa arte hai uma demanda escessiva da razao para a
em questfio como momento principal da ativiclade do pintor: “Conceber compreensfio do obra. O mesmo se passaria com alpinlura: o objetrvo da
o pintor em fungao das suas invenqoes implica iguala-Io aos poelas... pinlura nao é 0 de exercrtar o nosso mtelecto. mas sim de nos emocionar
Assim, por mais que a ideia perfeila do pintor depcnda do desenho e do e‘ logo, os Lamas dessas obras nao podem nunca pecar pelo excesso quanlo
colorido em conjunlo. dove-so eoncebé-la especialmente com base no E1 facilidade do seu entendimenlo".-‘I O artista deve ITl3I1I6l'-SB dfifltffl dii
colorido".-L‘ A escolha dos temas :5 imporlame, mas nao é o determinants 1':-aiwrrrblurice. caso conlrario nao alingirzi 0 seu objetrvo do _rom-her
na pintura. Essa escolha deve estar subordinada ao medium do pintura. {comover} os receprores da sua obra. Ele se di fereneia do Hrstoraador na
Ou seja, gragzas a sua valorizaqfio da recepqao e do elememo material medida em que ele pode:"rr'or.pa1'a além dos fatos hrsior1cos.o quolvivo
das artes, a seoria da pintura comega a articular teoremas proprios para é permitido a esle. Os poems e prntores podem acrescentar ou suprlmlr
algo ans falos hisloricos. “Nos nao tratamos como mentirosos os poetas
as artes plasticas. A pintura inicia o seu processo — infindo -—— de
“auionomiza§ao”. on pintores que o lazem. A hcoao nao passa por mennra soriag nas obras
!!_‘

as quais nos atribuimos exalamente a verdade dos fatos . Frfrge 0!-I


Mesmo a relagfio do pi ntor com a tarefa do r'a.rIr"ucrio é relativizada por
De Piles: a pintura -— que ainda é definida em terrnos da m:‘me.w‘.1: — dcve Habormas nfio poderiam dizé-Io melhor. O émouvoir deve ser atmgiclo.
para Dubos apenas secundariamenie pela métrica: o essencial na poesia
divemr e sobrerudo meme les pcrsxiorrs rm mou vement, remuer Ie cawr
(por as paixoes em movimento. revolver 0 coragfio). Essa reviravolla da é para ole a invengao de imagens. ou, como ele denomma e-sse aspeoto da
criagfio ariiszica a Poé*.sr'e' do stvle.-“" Haveria. p0FIfll‘IFO- "mil Clara dlvlsao

20 2|
1’
para ele das tarefas da prosa [Rérh0rique) e da Poélrie. A secao da sua Dubos tratou cla métrica sob a rubrica da rrréconique de la Poéisfe.
obra dedicada a poesia do estilo tern o tftulo esclarecedor: "De la Poésie Essa parts da teoria da pocsia “regards les mots que cornme de simples
du Style,,dans laquelle les mots sont regardés en tam que les signes de sons". Enquanto a poesia do estilo lida com a imaginagfio, essa seofio lida
nos tdees ( Da poesta do esnlo. na qua! as palavras sao vistas cnquanto com a harmonia e com o agradar “Zr l‘oreille" (£1 orelha on ao ouvido).
signos das nossas rderas ’).A1lé-setanto uma teorizacfio da rignra como E interessante destacar a comparagfio que Dubos faz entre o francés e o
meio da ékphrasis (descrigfio) e de se atingir a emirgeia como também lalim e a sua predilegao por esta oltima lfngua — Dubos, vale lembrar, foi
uma tenlaliva de distingao entre o poético e o prosaico. A emirgeia é vista a principio adepto dos ancient; — no que tange 21 mecanica da poesiafi“
como um recurso central na cstratégia de convcncimento — permadere Nesse contexto. o autor expoe o seu mito da origern das linguas —
no Jargfio da retorica cléssica — da Poesia: “para nos convencer é que o revela como convencionalmente adepto da teoria da sua origem
fl6ECSSZ:lI'10 nos emocionar; [...I para nos emocionar, é necessario por onornatopaica.
so os Inossos olhos por)me|o de ptnturas os obietos sobre os quais ele Como na doutrina escolastica com a sua distingao entre “sigma
[0 escrttorj nos fala’ 3" E esse elemcnto figural-inluitivo da linguagem naturalia" e “ad placiturn instituta", para recorrer a um exemplo entre
poética que a diferencia da linguagem simbolica da prosa: outros possiveis. tambérn Dubos cstabelece uma famosa divisfio entre
os st'gnos nattrrctis e os nrrificrais — que. como ja vimos, Leonardo da
A poesia do estilo consiste em tttribuir senlirnentos inieressantes at tudo Vinci ja esbocara.“ Esse “fato semiotico" teria um substrate historico:
que nos drzemos. como ao exprimir por liguras e ao representar com as a lfngua originaria. ou as Iinguas originarias, estaria do lado dos sons
rrnagens capazesde nos emocronar o que nao nos comoveria 5.; tit-@556 qdu
dtto num esttio sunplesmenle prosaico. [...] naturals — que Dubos separa dos urnficiels‘ Assim, ele esclarece a
E necessarm. porlanto. que nos acreditemos vcr. por assitu dim;-, so origem da palavra cocq. criada peios “antigos Gauleses", “imitando no
escutar os versus: Ur Ptrmra Poms. drz Horacto, Cleopatra chnmaria menos som da palavra o som do ruido que esse passaro faz em intervalos".'“"‘ As
atencao se o poeta a ttvesse fello falar em estiio prosaico.“ Iongnes méres — como o he breu e o latim — estariam mais carregadas
dessas palavras que despertam as ideias de modo "mais vivaz”. com
E essa imediatez da poesia que, oposta ao campo “mediato" do prosa, maisforce, énergie, e por isso mesmo seriam tambérn plus beanx fmais
tradnz novamente a dualidade tipica da lilosofia da epoca. Dubos era, belasjr."
como se sabc. amigo pessoal de Locke c um assiduo estudiqgg da SUB Dubos expandiu esse modelo de descriqfio da linguagem para o campo
hlosofi a. na qua] a oposiqfio entre a .rer1.m;:¢Io e at refiexdo tem um papel do cornparagao intersemiotica: a pintura teria para ele um poder maior
Fundamental. Dubos faz uma distincao entre o campo da prosa e o da que a poesia devido nao apenas ao fato de ela estar ligada ao sentido da
POESIH, H135 ISSO SEEN} CU['lCC[Zil' El pO€Sl3 210 \"BI'SD.
visfio. mas sobretudo ao uso de signos naturais. Na tradicao do parogone,
Dubos confronta pintura e poesia. Como em Leonardo, a picmra, ou
E5-“=1 IJ1*F1°- *1 "Mi-*'i"1Pf>Fli1I1ie da poesia. é an mesmo tempo as mais dificil
E para inventar imagens que pintem bent o que o poem quer dizer. é para melhor, o seu efeito, e 0 fim da poesia e por isso a pintura esta acirna dela:
ertcorttrar as cxpressoes proprias para dar existéncia a clas que ele nececgiga
do fogo divlno, e nfio para rimar..." Eu creio que o poder da Pinlura e maior sobre os hontcns que o do
pocsia. c eu apoio men senti memo em duas razocs. A primeira e que a Pintura
age sobre nos por meio do sentido da visao. A seguntia é que a Pintura nio
Nessa senlido. Dubos deslaca novamenle a diferenca entre o poeta e emprega signos artificiais, como a Poesia o faz, mas sim signos naturals. E
o historiador: ao Ier um historiador, o estilo é I 'a(.‘ces.s'or're O que coma com signos nnttlrais que a Pintura faz. suas imitaeoes. [...] Podemos dizer.
é a verdadc. ta na leitura do poema “as instrugoes que nos podemos falando dc modo n1elaforit'o_ que n olho esto mais proximo do alma do que
tornar at como o acessorio. O importante e oestilo". Dal’ Dubos procurar a orelha. [...] A Pinturn ernprega signos naturals cuja energia nio depende
da educaeao. [...| Talvez en fale mal quando cu digo que at Pintura emprega
defender 0 Telemaque dc Féneloni “Se a poesia do estilo do romance signos: é :1 Nnmrezo do mesma que n Pintnm poe sob nossos oll‘:os.'“‘
Télemaque fosse tnonolona. poucas pessoas teriam terminado a leitura
(16553 Qbtfl, por mats que ela nao ttvesse entfio possuido menos instrugoes A impressao que o quadro deixa sobre nos seria, portanto. mais forte
aprove1tave1s”."-‘ que a gerada pela poesia. Dubos desenvolve mais essa ideia ao tentar

22 23
palavm desperta 21 ideia Lia qua! ela e’ -.1 Tigur:1,na'1o se fa: com base n-as leis
responder it objeefio levantada por ele mesmo: “é muito raro que um do Nature;-a. Ela é em purte artificial.“
quadro faga chorar: e as tragedies tém frequentemente esse efeito. mesmo
sem serem obras-primas".“’ A explieaezio para essa objegfio é, para ele. i
Devido a essa C{1l'£iLI6i'lS[iC3 das palavras, haveria, para Dubos. uma
\- '

evidente: "uma tragédia encerra uma inliniclade de quadros”. Jai o pintor ineompatibilidade entre a linguagem da poesia. ou seja, 0 -‘Mil-I mfilfl. 6 a
representa apenas um :'n.vmnre da agfio. Ele deve eleger o momento da descriefio de objelos no espngo.
agfio Innis propicio para gerar “uma grande impressfio sobre nos".-“’
Para Dubos o teutro estaria em vantagem com relagfio so simples récir As fruses as mais clams substituem insuficienlemente os desenhos; e é
(narrar;z"io) — mesmo aquele que ocorre pela boea de um dos atores —. raro que at ideia de um prédio que a nossan imaginaefio formou seju conforlrie
justamente pelo fato de o teatro ser um medium mais diretameme visual; no prédio. rnesmo com base num relato de pessons da proiissfio. Ocorre fre-
quenlernente que, quando etn seguida nos vetnos o prelho. nos reconhecemos
“Ora. a narrativa de um ator nfto é senfio, por assim dizer. uma imitaefio que a nossa itilaginaiqfio hutiu eoneebido uma quimeril“
de uma imitaefio, e uma segunda eopia"."
A coneepgfio da arte de Dubos é. portanto. como em Leonardo. Como numa frase famosa que o século XX reservou para marear o
baseada na representaefio. na m:'mesis — e no cuho do elemento 1'.".sm.'i' triunfo da fotografia sobre as artes discursivas (“uma foto vale mais do
no apreciagfio esté1iea.53 Como Dubos mesmo alimiaz "o olho estzi mais
que...").j:i para Dubos, com relagfio ao desenhoe u pintum: “Quatro linhas
proximo da alma do que a orelha". A semiotica de Dubos pode ser
traqadas sohre o pnpel conciliam 0 que volumes inteiros de eomentzirios
explicada nos termos de uma teoria mecénica. Nela pode-se reencontrar nfio poderiam harmonizar".
eiememos da descrigio cartesiana e de diversos autores do século XVII Mas Duhos. como vimos. nfio apenas tinha em coma a evidentia como
da Iisiologia e do funcionamenlo do eérebro dentro da relagfio entre o
o objetivo da poesia. como também a capacidade de criar figuras era
corpo e a alma.“ A dificuldade no coniunicaqfio. segundo esse esquema.
para ele a caracteristica principal do poeta. Nesse sentido ele se mostrou
adviria da passagem da ideia “nfio corporea" por um signo “corporeo".
como um leitor das eoncepeoes que Bernard Lamy divulgou na sua L'Arr
As impressoes dos objetos atingem o eérebro via um sistema de nervos
dc pa:-fer ( I 675. que teve vinte edigoes ate 1757. e a partir de H588 sob
que na alma séo conectados fis ideias desses objetos. A linguagem ideal
0 titulo: La Rhémriqm> nu I ’arr do parier). Nessa ohra lé-so uma frase
seria uma que pudesse dispenser os signos: exatamente como Duhos semelhante a essa de Dubos: “Une seule métaphore dit souvem plus
descreve a comunicagiio no caso da reeepgéo de um quadro composto de
qu'un long diseours".-“‘ Lmny fora um dos principais responsziveis pela
“signos" naturais. Essa linguagem seria mais vivaz. porque mais direta.
revisfio do preconceito que os racionalistas tinham com relagfio ao papel
Nfto hzi necessidade numa "pinturn" de tentar reduzir it lincaridade o
dos sentidos — e das imagens — na estmturagfio do saber e do conceito
mbierm que existe tanto na nossa percepgfio como na nossa alma. Devido
de Iinguagem. O afeto no final do século XVII francés fora reentronado
ft “proxi|nidade" maior do “olho" com a "aima" haveria. para Dubos.
na sua capacidade de abalar a alma e de auxiliar no ensino das ditas
uma menor perda do “energia inicial“ no processo de percepofio do signo
verdades “abstratas". O reavivamento da Retorica claissica, como vimos.
natural. ou ainda. na recepgéo da “natureza mesma". Jzi na recepgito da
contribuiu muito para que isso ocorresse. B. Lamy junrou essa tradiqflo Q
poesia haveria uma cadeia de passagens. de rrudu(‘5es, poder-so-ia dizer, ou
eoncepgfio de origem racio|1alista.comoj:i itisisti, da dualidade entre os
de proeessamentos entre a reeepefio e a “aima‘" que red uzem. consornem,
sentidos e a alma. Desdobrando a relagzio que jti havia siclo eslahelecida
a energia inicial da obra reeebida. Como o proprio Dubos explica:
por Descartes entre a temporalidade como ligada ao discurso da razfio. |
nll

As |Ju1a»-ras devem primeiro dcspertzu as ideius das qtmis t:Ia.\ nfio


e o espago. ligado aos sentidos, ele percebeu uma incompatibilidade
sito senfio sng nos arbitrtitwos. Em seguitlu é tlecessério que essas ideins se cntre a deeomposigfio linear que :1 linguagern é obrigacla a seguir e o
arranjem na rtnaginaezio. e que elas» formem an’ esses qt|ad|'os [rabfernrtl que aspecto silnultfiiteo tanto da nossa recepgéo do impressoes como tambérn
nos cornox-cm. e essas pinturas que nos intercssam. Todas essas operaqoes. do tableau construido pela nossa imagina<;{1o. A forrna cle superar esse
é verdade. srio feitas rapidalnenlez mus existe um principio ii)COI1lt3F~;lé\'t:| na
mecfinica. at saber. a nlulliplicaqittw dos |necanismos enfraqtnece sf:[l'l])l'C o
handicap seriu. para ele — indo contra a solugfio do gramaitiea racionalista
movimento. porque um tnecan isrno nfio comuniea no olltro to-do o movinicnto que igualava a ordeln logica it ordre rmmrei —. justamente :1 utilizagéo
que ele reeebeu. De rcsto. urna dessas opemt;oes_ a que se vealiza quando :1

24 25

-- --_-n mnn-|-“tun-un- :
.._.__,__----.-_-.----------n-n-v-nwvuuuuunmi _

defiguras. i.e., o einprego dc uma linguagem imagética que tentasse especialmente proprios par:-1 a Pintura".“’ 568‘-'l"d'3* @556 Yficlocinio‘ ele
transmitir desse modo o rableau da nossa alina. 0 orador dove. para estabelece uma tipologia dos temas mais proprios £1 poeslae dos mars
ele, ordenar as palavras de modo a “rornar se.n.w've.l e palpdve1', roc-or apropriados £1 pintura. Eis alguns dos sens tragos pnno1paI5 Wimbfim
vivamenre 0.s‘.s'er1tid0.t‘,‘f0rmar nu inragirrcigeio uma pinrura do coisa que a titulo dc elemento para um confromo corn a tipologla que Lesstng
nos qiieremos_fazer conceber". estabeleceu no seu Laocoomelz _
— A poesia estaria em vantagem diante da pinlura no que range a
Nan é uma coisn loo simples qunnto se pensa dizer qual <5 a ovdem natural represeiitaeao dos sentimentos e das paixoes (p. 92).
das partes do cliscurso; ou seja. dizer qual é o arranjo o mais ruzoovel que
- O poeta também tem a vanlagein de poder tratar do personagens
elas podem ler. O diseurso é uma imagein do que esta presente ao cspirilo
vivo. De uma so vez ele consitlera [em'r'.\-age] diversas eoisas, sendo que seria desconhecidos do poblico, que ele pode criar de modo lisre, enquanto
consequenteinente dificil ele determinar o local. at classe. que cada ulna oeupa, o pintor deve escolher os iemas e personagens de conhecnnento geral.
uma vez que ele as aharca iodas e as vé com um so olhar. O que é_ poitanto. para que a sua obra possa ser compreendida e nao gere monotonic
essential para n organizagiio dos lermos de um discurso é que eles esleiam
(p. 9] )_ A recepgao da pintura estaria restrita ao reconhecrmenro.
ligados clr: tal modo que acolham e exprimam de uma so vez o pensamenro
que nos queremos significar." - A pintura expressa as emogoes por meio de um ‘fgrande numero
de personagens" que expressam as emoqoes desejadas pelos seus
Lamy. portanto, afirma que o “esprit” nfio tom os seus pensnmentos gestos: esses personagens atuam como “atores dentro de um quadro
organizados de modo sucessivo, mas sim vé muitas coisas “com um so [mb!eau]" (p. ll)3)- _ ’
olhar". Dan’ ele concluir com relagao £1 expressao desse rableaaz “Podemos _ J3 na poesia, deve haver uma economia mais restnta quanto ao nurnero
portanto dizer que um arranjo é natural £1 rnedida que ele apresente todas de personagens, senao o poema incorre no viriun: da inonotonraz
as partes de uma proposigao unidas entre si como elas se encontram no “um personagem que néio partieipa senao de modo mediocre na agao
espfrito"."‘ Para ele o disc-urso “nao é nada senfao uma copia do tableau torna~se um personagem entediante" (Pp. 103 s.}. _
que o espfrito so forina das coisas sobre as quais ele deve falar". Para que — O poeta autor de dramas deve evitar cenas inverossimeis. para que
o discurso seja claro. tanto o tableau do espiri to nfio pode ser confuso o espetaeulo nao se tome frio e pueril. la o pintor podeh representar
(i.e., uma copia confusa composta a partir das impressoes}. como também cenas de grande pathos sem com isso ir contra a “mecaniea da sua
deve haver uma relagfio de adequagao entre ele e a copia dele realizada arte" {“méeanique de son Ari") (pp. 97. 106)-M
pelo nosso discurso. De modo paradigmatico para a sua époea, em Lamy, Dentro desse paralelo entre a pintura e a pocsia DIJDHS 8Sli\b¢lBC@ "ma
todo o nosso aparelho gnosiologico se deixa explicar em termos de uma aprosiiiiaofio, até onde eu saiba, entfio inédita: para ele o poema em pr0Sa
eadeia de copias. de imitagoes de modelos. paréntese sobre Lamy -— aqui esse epfteto refere-se ao Romance — deveria aproxnnado da
é importante para podermos localizar a moldura em que se desenvolvem esrampa. Se. como vimos. para ele a meefinica da poesia nao constitura
as teorias sobre a pinturalpoesia no século XVIII. Nos reencontraremos o seu elemento central, mas apenas cosméticoi o mesmo se passaria com
esse esquema osbogado por Lamy nos autores desse periodo, muitos vezes a cor na pintura — como ocorria antes do De Piles. Na secgfio intltulada
de modo quase intacto. sendo que ele so foi desativado pela estética “do “Des Estampes & des Poémes en prose” ele compare B5565 d0i5 medmi
génio" do “pro-romantismo".
Eu compararin dc bom grndo as estampns, nas quais nos reencontramos
Voltemos. no entamo, a Dubos. A poesia, que ten] como “paradig|na“ mdn D quad“; |;()|'|1 eJtt:a:§§u‘1 do e01orido_ corn os Romances em prosa. nos duals
a pintura, no sentido da criacgfio de imagens “vivas", fica, como vimos, reencomramos a liceao e o esrilo do Poesia. Eies site Poemas medlda 8
aquém desta quando se trata de represent:-tr objetos via descrigéo. A gem ([1113, A invcnefto das Eslanipas e a_dos Poemas em prosa Si1OIgLI;IllI16!]l€
miles‘ A5 551amp2lS multipi mam no inhnito os quadms dos grandes estres:
descrigao torna a obra poétiea “ei1tediante";“’ enquanto “existein muitas
Elas eolocam no alcance de desirutar deles aqufilfl-' que =1 dlfilfifltlglos IOCZIA
belezas na natureza que 0 Pintor copia mais facilmentc e das quais eondenava at nfio vé-lo-S llllflfiii [---l 05 Aulores da Primes“ del 4 yies B O
ele faz irnitagoes muito rnais tocantes que o Poeta"‘*°. Por outro lado, Telémr.-ro certarnente nunea nos teriam dado cssas ohras. se e es pvesserg
Dubos tenta resgatar o "slams" do poesia, :1 medida que ele estabelece - do escreve—las
tido A .
em serso. '
Eslslem - ~"5"" ‘c_T5°““
bons P°“'“5‘* - " - a ssimeorn
_ in
“que existem temas proprios especialmente para a Poesia e ourros eptistem belos versus sem poesm e belos quadros sem um nco colorido.

26 2?
Numa associagéo iivro. podor-so-ia remcler esse tipo do equaqfio
£1 vaIoriza<;‘&o do medimn das artes o a essa COHCGPQEIOI clo arusta-gcn1o.
emre dois media. historia da técnica. a queslfio da reprodutibilidade 2 a
o ur picrum poexis cntra — paulatinamente -— om on so. AhE§tét!C&i SB
clialética da distfincia ao Narraa'0r, ao Kunsnverk-Aufsarz (“A obra do
desenvolve justamonte enquanto uma “CiéI‘i¢i£l" qug [ema medlauzaf em“:
arte na era da sua reprodutibilidade técnica"), bem como ao Uber einigr:
o ahsolutamentc onico (fruto do “gf:l1i0”) 6 0 L1"iV¢l'5¢\l (¢fi}"flP° 3° 3
Moth-'(> bei Baudelaire do Walter Benjamin. A associaoéo com Benjamin arm penenceu até o século XVII, como vimos}. A reflexéo 1nIersefn1ot1ca
nfio é gratuita, pois Dubos lambém cstende essa analogia £1 sua teoria da
que cslé na sua base lava a uma teoria dos signos: o mcio do I1gagao entre
tmdugfio — ou melhor. 51 sua teoria da inlraduzibilidade.
o indivfduo e o mundo. entro o sujeilo e o objolo.
Com cfoito, para Dubos a tradugfio dc urn p0€lT|£l — assim como a
prosa — dove ser comparzlda a uma estampa. Dubos compara a traduqfio
dc urn poema a uma estampa, para em scguida ncgar a possibilidadc dc . - - - ' ' “ ’r ica"
Racronahsmo e sensmxhsnro. a ambrgmdade da ma g
julgar uma obra poética a partirda sua traduqéo. Mas isso niio implica uma
contradigfio com rciagfio £1 sua acoilagio do romance. da pocsia em prosa. palavra poérica
Antes. isso apcnas implica uma reafirnlagfio da centralidade da “poesia . . _ _ - 1 - ' ' ' d‘s uxa
do eslilo" na sua definigiao cla obra poética, pois a tradugfio também Brcltmger I'€[§)I€5E,'l1Ifl um mon1cnto|m]:_vorIanle na h|sto~na dad 1
dcstroi o "desenho". i.c.. para Du bos. a p0é".§i€ du sr_vIe.‘*‘ O dcsenho, que emre as arles no século XVIII, que. comoja hcou claro.n.1ota-e etlosing
. » ~ ~ - - . ~ s
antes do século XVIII era normalmemc idontificado com :1 irwemio (ou a dlsputa e a definlgao do uma Tl'0i1[€ll‘£l. aquela quipmsa en ro a p T
. . , ' .~ -~_ m mverca,
com a disposirrh. quo era enlfio unida a ela), agora é idcnlificado com a poes1a.AI1nguagem da poesla se1‘|a;u:.tan_1e|1_te‘a mguagfi I £5 1
os ornamentos da r*!m"urio (i.e.. com a doulrina das figuras). afinal. para vale clizer. da imaginaqio. A Esietnca é a dlscnplma que h€ desenvo veu
Dubos 21 “pocsia do cstilo" é que faz. da poesia uma pocsia. para dar coma clessa faculdade animica das imogeos? “poote eofre 3
Para ck: so podernos julgar as ohras escritas numa Ifngua que percepgio 1 i of-nhevis
L . . — e os conceitos. emre o nndwidual-1maget1co e

o universal-concoilual que por sua vez nfao existe sem as lmagens (cf.
nos compreendenxos. Niio so pode temar jul gar uma obra com base
em tradugoes ou com base no jufzo cstabelecido pclos crflicos e a fwmosa mfixima kantianzr “ponsamenlos scm imagcns sfio vazios..."}.
( ~ ' _ _

historiadores da litcratura. Isso ocorre dessc modo justamonte pcla Se o mundo se aorna ao Iongo do século XVIII mans malo umlfolo
imraduzibilidadc cia pocsia. Dubos faz uma séric de comparagoes para lingufstico. a nossa]ingu&1gBFfl,1J0f sua v\=:z,toroa-se_un1 fa1§_|n1:EE:§E
tentar ressaltar o "absurdo" (la empreilada do julgamcmo “do segunda e concenuzll’ . O ur pumra _n0m1-8 vdl. POT 3551"“ (“Zen "3 ‘S? Tl
neggg “mm paradlgma - - .
da I|11gua-genl. - se ludo e' llngudgfim
' - 6 1 ma_ B e1 m.
mfio“. Ele compara esse proccdimonto £1 tentaliva do cxplicar as cores - ~ nao~ dew.->2 dar lnau-I = nos tormos*- do name?
' ...mass|me
a um cogo do nascimento, ou és pessoas que seriam citadas para a chscussao E ue vai
tcstemunharem sobre um acontecimento que elas nfio pI‘€SCl'1CIEll‘3l"|1. lermos do uma teoria da llnguageln produlora do mdn 0. Orflfido da
'1 . ~’
A tradugéo lanto da poesia do estiio como do rilmo, da harmonia, é ocorrcr ja na gegunda motade do soculo XVIII. on SQIZI . I1 0 P6 I
publigagfifl do Laoconme. Dai a importéncia fundamental de eslabelocor
i|np0ss1'vel devido £1 diferenqa e-ntre as diversas Ifnguas. O medium da
O que ggfia ali|1g|_|agen1 da pocsia, que é definidajustamente em oposigao
lingua é Icvado om coma: portanto, n5o hai mais a possibilidade do so
51 [jg p1'()5a Man Iiquemos por agora no que inleressa mais imediatflmfllltfl
traduzir.“-‘ . ' _L_ --..~ " - 4‘ emal araa
Dubos, no emanlo. apcsar da “revolugzio sensualista" que ele nesta rnirodugao. A comrlbuzgao do Bfflitlflgtl’ L fundam p
significou para a incipieme Estélica, pormanoce dcnlro do paradigrna da génese do Laocoome. _ I _
A rolagfio da obra deqse autor com a tradi<;5o retonca 6 Cvldfllltfll
aru: como mimesis e iambém da traduzibilidado cntrc as arlea, ou seja.
denlro da lradigfio do at picrma b0e.w's. que figura como epigrafe das basta observar a5.-mumeras
I -. - do Horac10.Ar1s_toEeies
Cl{d{;0tfS ' ‘ '- ' e Q uimiliano
suas Réflex:'on.s' crin'que.s. Suas comribuiooos foram muitas: ele dcstucou -— hem como do grandes reprcsentames dessa tradsqaogglm? 1131:1505;
Gotischcd. Tanto Brcztmger- - ' 3 mm '1? corlco
quE11110 0 5611 @1130 _ ‘ _a
e explicou a intraduzibiliclado da li11gua.gen1 poética; foi um teorico da
intersemiotica e sobreiudo o formulador e divulgaclor do douirina do literalura Bodmcr apesar do aceitarcm a pros-a como obra l1t6rE\I‘1fl- I130
“artista génio“ que seria fundamental na gé-nose do romantismo. Gragas oliminaram cle modo algum a separagoo entrc o poenco e o prosarco
como dois regisrros hem distintos da ElI1\"!d3(II6 humana o da llngllflgem

28 29
_..._._,.__,_,______ _ _

B roinnlgfir
' ' w'
do-tlnsufl ' gr-nerds
(1015 = (_ .i Gdflungen .. ) do vcrdado, “ a dos sontidos na constituigfio do aparolho racional. O ronascirnonto
vordadoahzgrdrrcn o a poéric-a“."“ Portanto. mantém-so uma distincéo da Rolorica o as £C1'|taIi\’£1S do conoctéda Ea criacfio do uma Iinguagom
1
enre o am
- kno da4 -- verdado
. como ta] ~, o o da sua_ ll'l'llE3Q&O
. . __ poenoa.
I _ quo “dirota”, imagética. sao um prossuposto som o qua] a criaoéio dossa nova
flpfisar do nao podor ultrapassar o limito do verossimil vai além daquolo disciplina loria sido impossivol. A cornparaofio onlro as arlos rovolou-so
O§mb'i. -‘-"
1 0 OI[JCIiI3€0dIlISId tom como objotwoarmilagao do .. vordadeim . para osso o muitos outros autoros desso séoulo como um campo fértil
Mu d@§0‘5S:Ifl‘I1
v _ ” . Wahre ode:- Wahrnheinluhe.
. A 1. . a, sua rolagao - com @555 para dosonvolvor ossa tooria da iniaginagfio.
gd0 6 0 B \’I§ld. - - orn LOIIIOl'lTlldd,d€
~ ‘ - r , A ~ como sondo lgual
com a tradigao, . Desso modo Broitinger vo no linguagorn do poota — que nfio utiliza,
S I o"LllTldC0]JlSldI dianto
K do sou> rriodoio. O boio poomo » -_ (das poerrsche
. como na pmtura, signos naturais — um moio mais potonto do alingir o
r rope). ova. sor foomo na tradiqao rotor|oa— “natural”, Licsprovidg d3 ouvinto-receptor. £1 modida que ela. devido ii sua capacidado do preciséo
aparoncia do aruficlo que dosagrada o parece inipossivol. A semeU1an§r.I (deuriirhkeifl, atingiria o nosso onlondimonto. Verstand. do modo mais
{Ahnlichkeir} é o sou maior objotivo. Para Broiiingor dircto. O poota loria a capacidado do unificar 0 ofeito das dornais artcs.
visto quo através das suas palavras, que sfio criadas pola imaginagfio,
i(~_-~I duanlo mals cornpiola é ossa solriolhanga larno mnis Ioiiz foi a imnaozio. Einbiidmig, que éjustainento o local do unificacfio dos impulses rocebidos
grog ponIo|nonlo a maior co mplotudo dcssas du as rules consist: na complolu
c[Ma c1‘I lonfila cnlro o modolo na naluroza
‘ . o .1 €X|J05IQfl0
~ ~ [Srhu'den{\-|
- .
rc1}|11;\¢_i;g
dos sontidos o do criaqao das roprosontagoos, ole podoria atingir todos os
\ . l. e._ . senlidos o nao aponas a visao ou a audioao. O poota podoria dosso modo
“tornar mosmo o invisivol visivo! 1...] nas suas pinturas tudo osta cheio do
Seguindo a concepcfio do conhocimenlo da sua época, a 3116 dcverin vida o vordadoiro movimomo" (“auch das unsichibaro sichtbar machen
para osse autor visar a ilusdo da p!‘€S€n§'(r do modolo, Urbild. Zéuxis — [...]: in seinen Gomiihldon ist allos voil Lebon and wahror Bowegung").
como'é '
_] no poraodo '~_'o o seu
Hamanusta A modolo do pintor,
- .
qno tambom
Por fim. a poesia pIJsS!.II uma vamagom particuiar que advém do famo do
valo para a arto da poosla. A arte dove fazor com quo “nos nos osquogamos
cia. no modo singuiar da sua imilacfio. ulilizar. om voz do cores. simplesmomo
por urn lornpo ondo nos oslamos o sigamos do bom grado a oio ["0 pinlor p:11a\'ra<.; pois uma voz quo oslas sao signos arbitrarios dos concoilos e das
poot1co’] com a nossa imaginaqao para ondo olo quor nos transporter imagons que so podem sor rocobidos polo ontondimonro, ela pode desso
[\=er:\'£'I:€n] com o podor das suas reprosonlaqoes [I/or.-:rel!m:gen]" “"Comn modo oxpor |.scI1Ha‘ei'ri| as suas imngons do modo irnediato no cérobro
do oulras possoas o roalizar pinturas téo suds quo sao dolicadas domais o
D'~'b°5~ 3 ¢’*'*<I*"23¢’5f‘- H 1"-‘fdemizu é tida como o principal caminho pqra a incomproensivois para on sontidosf”
poosla alcangar o sou objotwo do agradar o onsinar.
' - 1 ‘

d guforogizmorito do Dubos, no ontanlo. Broilingor ostzi mais proximo


A linguagom rnais dirola é a inioloctual o artificial: ossa é a
3 p 5; o qfuanto a‘ valorizagao
()1; . ' .~ do oiomonto uul, - - Nitfjjlifi,
.. . da arlo,
lingua universal para o Iiurninismo na sua elorna busca do uma “ado
ou so‘J a, a taro inoral do &l'IlS[3 " o do poota. Para . . ole lampouco havorm .
caractorisiica universal”. JEI a Iinguagom das imagons —- rocordando
uma moompaiibnlidado onlro os signos arbitrérios da Iinfluagorn o a forga
o invortondo um adégio do pamgone — soria muda. A pintura ioria
da sua aciio sobro o homom. C
a aparonto vamagom do moslrar as suns imagons “do uma voz". “arr!
E“ EnB“
T I T°"1"g6g11oao\1donto‘~ ~ -.~ prosonto na ontao
a LOITibIl‘]dQ£l0 --..
incipionlo einmo1": mas ola oxigo do obsorvador a capacidado do oslabolocor qua!
\ oI ioa’ Pnfrej I950!“ - - (ii? WOW. ' com a. suaa l€['1CIL,i'lCld
Q -, |lumnnsLa
- - ' para
improssfio {Eindmch ossas imagons dovom gorar; ola néo fornocoria, por
avaor" nzaoao os comoiros -'~ claros~ o disuntos Ida lmguagom - , discurswa}
» .
assim dizor, ao receptor as pistas para a rocopcfio da obra, sondo que o
o. por outro lado. a rcionca sonsualista. E nosso contoxto quo um novo
mosmo so passa na rocopgzio da boloza “do um original da Naturoza”:
concono do imaginaczio comoga a sor dolinoado. A imagom on, indis
“Por ontro Iado, as piniuras da poosia sao socializadas corn uma licéio
oxatamonto, o olomomo iniagotico do conhoclmonto, a sua Bildhqfiigkeir,
muitoins1rutiva,ol:1sindicam como so dove olhar as coisas parto a parro
e vista como um momonto indisponszivol na formagfio do qgmhecin-,em0
com reflexao o racionaimonte".*° No capitulo “Vogloichung dor Mahler-
racional. A obra do Broitingor roprosonta juslarnonto um mglngnfg
-Kunst and dor Dicht-Kunst” (“Comparacéo do arre-do-pintura o da ano-
Importanto no dosonvolvimonto da Estélica -s como campo do equdo
dgs . .. . . .. ‘
_ _ I _ _ .
_ -da-poesia“). do ondo foram oxlraidas ossas citagoos, fica claro, porlamo,
53 B"w1@I"£k<’ff. 0 que sigmhcou a suporaqao da tradlcional oxclusao quo a rocepgfio da poosia implica uma submissao E1 linoaridado da1'azf1o,

30 3]
11 -111111111:121-1:11111111uillllflllmllllflfillllllllllfllllflllilllillllllll

em oposiqfio $1 SiITlU]I"lIl(fiE|€1dC da F ' I


S1‘-'_1‘ a arts
_ com
|_ maio;
_ _ fo r~;11‘p.=11a
. _ '°°‘“’¥“.*"‘°
Bremnger. da com
P'm""‘- A Poe-"3
maior C°'15Q~£1l1@
capacidadc dc modo co11ven<:ionaI. rcssalta :1 diferenga dc grau no emprego das figuras: a
cndr £lJ1|Llb&0 dd prcsenga, JUSIBIHCHIB pelo F1110 dc ela se; 3 am Cu.
oratéria é supcrada nessc ponto pela linguagem (la po-:=:sia1.A pocsia torna-
melo e 0 mais “absirato” ie mcnos ‘§€l‘|"§LI3| 11' 1' I E J0 -se um desvio lanto da linguagcm comum como da linguagcm do oraloria,
repl . oduz 11_ cl1:1le11ca
. .. arzsvioarura
’ "’ que eslé- na ~ base..‘nn1(.'1.
da retoricar ssaeua“
nelai 11:5a'0
£1 medida que ela aplica cssas figuras.“-‘ Assim, 21 poesia ultrapassaria 0
artificial equivale :10 mai§ natur " . 1- A , .' ms
S50 réfim ‘ ‘d ~ _ dl. pols mre blgI'lIfiC3 remrca, e as ;}]'[(;_§ rcgistro do erzelrierz {_s11;), 11 nar1‘ag5o.1=: passaria via exprcsszio pictorica.
1: 0.1 € i‘€]J!‘t’.F(’!i'f(1'§‘£I0. 1m1hIer.1'.s'1:-11A11sdr11ck. para 0 patamar do musfrar. zeigerr, ou seja. para
Ma';- aw1 coisas- — feliym
. ente ‘nae “ sao~ I510 sim Ie"' ‘ ‘ » .~ :1 enrirgeia. Passaria (la restrigfio £1 crcnga. GZa11bn-'£ir'u'igk€iI. que demro
'3 '1'“ “Si'“P[¢S" i|1lelecIuaIi§la Ele também é kito pd b1')B£m]nI§el mm do sistema de regras do discurso c-slzi conectado £1 darczu {Dez11‘!1'chke£r),
paradoxalmcnle. ahrmar ., ‘ '0 poem 110 narr'1r‘ asr £19,365
que e 11 6os.dfi ;11'eI=1..
- _ _ 1 ~ screv er para a criagfio do maravilhoso. W11mfe1'bare, do “F-impics1n1:nt1: dar a
Ob_}BI0SC|6\-"EI&1IlQiil’I1'lE1OdB“lII]E:lg€f|S€figl.lI‘HSBX6[iCaS-. flvmd B.“
comprecndcr". 0 bioyd :11 -.'er_v:ehen geben. para 0 “por toialmente vis1've!
wad Figural. p‘i[‘;1[()rn3_]- ag - - . ~ .. 5‘ _ en Hem
diante dos 0lhos"‘ 511111: .vic"hr1f1ur var A11ger1sreHer1."‘A Poesia como um
.Qensuai-4"
_ . .._. Ewe éloeta buscao
_. Cm was repre-senmwgb 1. tmatmgme
‘ G wsuais‘ E
‘“vcslimcnto" dc “coisas invisivcis e espirituais", como tradltgfirl para 0
nele we ele
Thu ‘ d _ H tivesse recebido
H D To 01mm ab
05 e."s IITILI os- atraves lmagem que debpflmnam
'- da --poria dm_ $e|'|[|d()S - .. registro do visual. realiza, na verdade, :1 propria concepgfio da Iinguagem
( 111' er .Sm11en). Portanto opoeta visariacriara SLHHLISS t']' d como. nas cxprcssécs dc Locke. uniiio dc “sensible Signs" c “invisible
-se lanto das vanra ens do seu ‘ ’ -' ~~ ~'L - ."ou|1zan 0-
!dea.¢".“ Para Br1=:i1inger a Iinguagem iTl€Sl'[Hl também era vista como
direto (como em gotrsnhed mat/Olff hncar’ pgdagoglcamemc mais
__ _ __ ‘ _ ‘ ou 0 ) _ como t¢1n1b1:m . » do clemento
, uma "imé1prete" {D01'1’1ner.s~c1'1eri11) dos pcnsamentos.’“ So que. para
semoal da .~,ua1Imguagem.ou seja. dasfigurasicom Dubm) S6 31-Sim
ele. a molivac;€1o entrc sfmholo e simboiizado deverizl ser restabelecida
ch: atmge a ea-'idenr1'a. ‘ ' ”
quando se lrala da Iinguagem —~ 011 da escrita,.5'1'i1r<*£barr — da pocsia.
Aea-'idem‘1'a , a“ex resw" '
_,(](}r]~[ ' ' w 4 - :1 ,
As figuras seriam jusla11nen1c o principai meio dessa rcmotix-"again da
o'er Poesie
_ seria ‘imlgamcnt
. eP oL eOlma emenlo dd poem‘ imam‘m(heAmdrm‘k
que dlstmguc o poélico do linguagem. Essa €oncep§fio é lanlo mais notzi\-'12]. na medida cm que.
prosalco. Numa passagem que parafraseia as Re)‘ie1'1'0n1 1 '1‘ L1
_ . _ ‘ * » 0 ‘Ff 1q11e.1' e como vimos. o falo de a linguagcm do poem nf1ose1'nalurz1lefalar dc um
Dubos que 1.1 kmos aclma. Br1=:1lmger cscreveu:
modo “dirclo com 0 enicndilnsnto" era visto como uma das varllagcns
cla pocsia sobre a pinlura."
I»--I ucx res” ‘- ' ~ -
105 l]ueco11?0v'1|:1a§
I 3' H ‘ L. 1I?1"“[:Jr“1 . da Fania mnsmc
.1 .. . ¢1dode|udooqu1
~‘<,=1011_o . . cm pm pfmflnmm
‘ 1211111:-.dctuIn1o1ioqu1::|q11|Io
4
|,,.] cssu umilisc nos lcva :1 conciuir que 11 cw-r1l11 figural |_figr?:‘1'i1‘hr' and
“He 6 '“*pre‘“ad°
IUD“ "mrimemaln “"3"?-*
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ix 6 _F<=1Jre<en1z1do
_ IP01 noel. Lom‘1|n11gen~ que n*1-bF1'.-'hnm- SrI1rm'bm-1 I. " 11111111 no qua concerns £1 rcccpgiao |A1a111*F111rF1rI1I<e1r]
I IA I‘ |._ I . n pm'H.~.1o_n11r111
A - >1:» fmse - duo ~ dc modo p|'u5;]|¢(;_ .
cxpressao poel|c11 pO'i5|Jl uma lorga I.k'1z1!jr] enqmmérm 6 and . cmno qu;111loE1 il‘l'1|1|'E'§\5|J d9iXilda pelo di<curs.o, pmmi uma vonlagenl mhrc
que I112 com que nos. no Icrmos, ou on virmoq hum \-'(‘rs'o~; nos C -1.1nl1. :1 [cscriu1I que é comum 1: proprin. que co|1<ist1: sohreludo no falo dc dar-
dcIr V6, .5 . -,, _ nd oatorczd.
_ v prcsentcs d|ante
_ - dc nos: - 1 Ur , 1.1111-111111
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do oratorh 1: ainda disli . n uc - ' . -, a pl-053 11111510 emrc o elogio da linguagcm como meio arbitrzirio da criagiio poélica
liltimas —- oratoria e efia a prfjsa dd 'hngua‘%’em da p°e5“" A5 dllas
e uma vaiornzagfio do metzifora como clemento cla linguagem essencial
natun-2:1" O modo dc eps::)ri‘mdi__ Sat? §amcte.nZadaS Como ‘-im"m95“ da
na sua(re)1notiv:1g€1o e na criagfio da <=w‘de11r1'a."“" Ele lama unir a C|‘fiiCi.l
3] 0 de dfalar que as [Jcssoaqd
modo . O~ra[?nd
. u.\»u¢1 1111=:nltonblsw “uma
==: langam -"m"“€50d3q1"°=l¢
mao quando narram dc Locke ao elemenio sensual da linguagem. an seu elogio da partc dc
8 figra fave]. dcf1:nclcn1-sc. ciogmm alauém ou querem conven e Dub0s.“' Também Lessing 1150 estarzi Iivre (Jessa contradigfio. tipica dc
dispor ara al on F . L C F 8
em Y3 _ ‘ I P . .1 £1 111921
, a pers11a.s'm - we '. m0v1menia§a0
- - das uma era de inflexfio no pensamenlo.
01, .es, e 1.550 ela aunge scrv1nd0~se das figuras Mas B1-eigingef d
' - - . e

32
33

\-
A linguagern mio pod’? e.ris'rir sem (1.\‘U£l cor: L'abbé Batzeux como objeto o titil e 0 agrado ao mesnto tempo: assim silo a Eloquéncia
e a Arquitetura: é £1 neeessidade que as fez desabrochar e o gosto que
M. L'Abbé Charles Batteux era professor de retorica e filosofia green- as aperfeiqoou: elas ocupam uma espécie de rneio entre as duas outras
-latina. A sua obra teve uma antpla dtvulgagao em meados do século espécies; elas dividem com elas o agrado e a utilidade”.’“‘ A sua exposigao
XVIII, e essa recepeao foi dc certo modo mats efettva na Alemanha dos principios da poesia é inspirada no esquerna herdaclo da retorica e
do que na Franga. devido E1 critica a ela sobretudo advtnda da parte de se divide na analise da “cria§ao" e da “disposi<;€to" ta essas duas junlas
Diderot. N11 Alemanha, coube a Herder dar 0 “golpe de miserlcordla ele aplica o termo Poé's1P des chases, poesia das coisas) e da Poésie do
na recepefio da obra de Batteux. Na sua resenha da tradueao de J.A. St_vl'e, poesia do estilo. O poeta é caracterizado como aquele que produz
Schlegel (na sua terceira edigfio, de II-'70). ele denominou Batteux de sob o efeito do entusiasmo (que é visto como o momento de inspiragao
“racionalista zirido". “metafisico seeo". “q ue 1150 apenas raramente sabe do génio), que “sai de si1nesmo":“é um Deus que os inspira". Mas esse
o que ele quer dize1',como também raralnente sabe sobre 0 que ele fala . elcmento nao é suficiente para distinguir a eloquéneia da poesia, pois
_ , ,_ . .. _.. ‘ _3
O seu livro serta ‘muito perntctoso para a Alemanha.‘ Antes dlsso. “:1 paixao com todos os seus graus nao monta menos na tribuna que nos
no entanto. a sua principal obra. Les B€au.r-Arts rédluts 11 1111 pt'mt‘Ip€ teatros”. O que caraeteriza a poesia — como todas as artes — é portanto
(1746). ja havia sido acolhida com trés traduqoes ern alemao: uma de a imitagfio. Esse elemento da poesia pode. para Batteux, ser caracterizado
Johann Adolf Sehlegel H751). outra de autoria de Gottsched (U54) como a ficcao. se se quiser dizer com isso “a imitagfto artificial dos
eoutra ainda de Ramler [I756-53). A tradugao de Schlegel é :1 mats earacteres. dos hzibitos. das agoes, dos diseursos etc. Na medida em que
importante no nosso contexlo. pols é :1 que tentou nao apenas tracluz1r fing.i1' [f2'i11dre] seja tomado como a mesma eoisa que represemar, ou.
mas também eomentar e eriticar a obra de Batteux. Mendelssohn. por sua antes, contmjitzer [cor1rrefaireI".“’ Mesmo a poesia lfrica ele define como
vez, na sua resenha da traducao de Ramler. afim1ou que a obra de Batteux imitativa. Batteux é urn dos principals divulgadores da divisao tripartite
era por demais conhecida para necessitar ser apresentada novamente ao da literatura com base numa leitura — um tanto interpretativa — da
pfiblico alemao, e lratou apenas das suas diferengas com as opinioes Poérrra de Aristotelesz“ O clitirambo é traduzido por lirica: e o princfpio
desse autor. A sua eonclusaoé inequivoea com reiagao a importancta da da mirm’.\'i.\' é estendido também a ela. 0 poeta imiiatia os sentimentos
obra de Batteux na época: “Batteux [...] talvez chegue lrequentemente que elefinge sentir.
a conclusoes equivocadas. Ocorre que ainda assim ele é 0 melhor livro A poesia é definida na sua oposigao com relagao it prosa no sentido
que possuimos sobre as belas eiéncias lxhiirten Wisser1scl1qfte11]"5“ de langoge ordinaire. Nela ha uma escolha das palavras e “uma certa
Batteux abriu o seu livro sobre as belas-artes esclarecendo o que o harmonia regular que dzi a sua linguagem algo cle sobrenatural que nos
levou a escrever essa obra: “en me pergunlava o que é a Poesia e em encanta e que nos arranca de nos rnesmos". Além disso. ou justamente
que ela se diferencia da Prosa? [...] eu queria uma definieao exata".“" devido :1 esse caraiter elevado da sua linguagem. ela deve ser “sabia
A Poesia ocupa o lugar central da sua obra. A Pintura é tratada em & esclarecida” e — dentro da tradicao retorica da exert-imr.1'o e do
apenas trés paginas sob o pretexto de ela estar sob o rnesmo principio aprimoramento dos excmpla — nfto uma copia “servil“ do seu n1odelo,""
que rege a poesia, a saber. evidentemente. o principio da imitaeao. 0 11! O verso representaria ~ como para Dubos — apenas o colorido da
p1'cr11m poesis permanece plenamente ativo onde o preceito da mimesis poesia. isso também tem consequéncias para a sua teoria da tradttcfio,
também clomina: “Essas duas artes possuern uma eonformidade tfio como em Dubos. Batteux distingue dots paradigmas da traducfio: num
grande entre elas que, para que tenhamos tratado das duas ao mesmo deles ela é vista comofiel no sentido de ser uma répio irléntica ao original.
tempo. basta trocar os nomes e por pinlura. desenho, colorido no lugar e no outro como uma aproximagao, um meio de poder compreender o
de poesia, de fabula, de versificaeao. E o mesrno Génio que cria em uma senrido do original. Esse segundo modelo de tradugao — no qua] se
c na outra"."-‘ Ele divide as artes em trés grupos. segundo os seus fins: perde a cor da poesia — Batteux tambéin aproxima da arte da estampa:
elas podem ser “Mec§nicas", quando subordinadas E1 neeessldade; _|‘=1
quando ligadas ao prazer temos as “beau x-arts par excelle nee" ("bolas Eu distingo nqui dois upos de traduqfioz o primeiro e' aquele que reslitui
artes por exceléncia"); e o terceiro tipo abarcaria “as artes que possuern um autor com ta] perfeiqiio que poderiu tomar o seu lugar quase como uma
copia de quadro l'eit11por uma excclenie mao ot:1:pao logar do original. O

34 35
an
segundo nio e‘ feilo para ocupur o lugar do autor, 111115 Para fll1Xi|iR1’ aPi‘"=i$ francesa. que seria a mais racional das Iinguas.” Nesse texto Diderot
:1 cornpreender o seu scntido; para preparer as vtus para :1 conipreensao do esbocou a sua primeira refiexzio estetica que tentava ir ulém da tradicfio
leitor. Seria ulgo como uma cst:1mpu.“"
do legado da Retorica, e essa reflexiio partia justamente de uma teoria
da diferenqa entre a poesia e a prosa e da diferenca entre a poesia e as
Para 0 autor. 0 primeiro modelo é 1Fmposs1’vei para “os poetas". Nesse
detnais artesf" Esse Iexto tem. como é amplamente reconhecido. uma
ponto 21 pintura estariu em vanlagem corn relaqao it poesia,z1o mcnos no
importancia central para a compreensao da estética alema da segunda
que concerne £1 sua tradu1;z"1o. Pois 110 pintor “basta olhos inteligcntes
metacle do século XVIII; ele foi resenhado por Lessing, e teve um papel
e uma boa m:."1o" para poder reproduzir as cores do original. Mesmo a
capital na elaboracao da sua teoria “semiotica". como também nas obras
tentativa de traduzir um poema em prosa esta fadada, para Batteux. ao
dc Mendelssohn. Hamann e de Herder.
fracasso. Ele tambéni descarta a parafrase como meio de tradueao: nesse
Se por um lado é eviden 1e a distancia e a critica de Diderot com relacao
caso. para elc,“n€1oén1aistraduzii-,6 comentar", ou seja, a traducfio ideal
ao ideaiismo — da linha de Berkeley —. nao é menos verdade que ele
deveria tentar manter-se dentro do parudigma da mi111e.r1'.s': a interpretacao
herda desse mesmo idealismo a clara noqao do descornpasso existente
pertenceri a a um outro registro. O ideal da trad ucao — o iriertf "p1'cr1ir1'co "
entre o mundo e aquilo que nos percebemos. A partirdessa constatagéio o
— é dcscartado para ele como um ideal impossivel de ser alcancado.
salto nao foi muito grande para ele desenvolver uma teoria da linguagem
A tradugao e’ em si uma empresa sempre condenada ao fracasso. A
nos termos dc uma reflexao sobre 05 signos. O hiato insuperaivel entre
“originalidude" da teoria da ll’&ldU(;§i0 de Batteux es-ta justamente nessa
o sujeito e o objeto é preenchido pelos signos. Tanto as ciéncias como
alirmagao da impossibilidade do tradugao. (On ao menos em reviver esse
as artes constituem campos de articulacao desses signos. Diderot nao é
mpos do intraduzibilidade, que jzi havia sido defendido, entre outros.
um iluminista que ere na possibilidade de atingir uma traducao absoluta
por Dubos e pela Pléiade.) No seu contexto, essa teoria impliea uma
do mundo em conceitos claros e distintos {a utopia da caracteristica
valorizacfio do n1ed1'11m da arte. A linguagem nao pode existir sern a sua
universal): nao teremos nunca acesso a essa traducao, pois pensamos
cor. A poesia em prosa so é admitida por ele porque ela tnantém ainda
através de palavras. Se a verdade passa a ser vista como um fenonieno
Ions coloridos. ela nfio se cleixari a reduzir it estampa. Se é o degré dc reirite
linguistico. ela é ao mesmo tempo pulverizada entre a comunidade de
que caracterizaria 0 poema. nao e me-nos verdade que ele se distingue
todos os Fala11tes.A sua teoria estética deve ser pensada 11 partir desses
do discurso “11at111'al" da prosa apenas devido a esse aimimro na tintura.
pressnpostos. Ele. por exemplo. desc1111a a existéncia de uma ordem
De resto. mesnio que Batteux concordasse com a visao mais rcstritiva da
natural na linguagem com base nessa alirmacao do descornpasso entrc
cor no literatura que. por exernplo. Dubos defendia. comparando. como
pens-ée e expression. A ordem das pala\ ras depende do cmrexro no qual
vimos. o romance, £1 estampa, mesmo a.1.11‘m :1 prosa manteria 11 sua 1:01‘.
a pessoa se encontra.
Nesse ponto a coinparagao com a concepcéio da gravura nos séculos XVII
Seguindo uma linha de ideias semelhante E1 dc Lamy, que vimos
e XVIII nao deixa de ser esclarecedora. Como Jacqueline Lichtenstein
acima, Diderot afirma nesse texto que existe uma incornpatibilidade
demonstrou na sua obra com o nome sugestivo La coufeur éioqireiite.
entre os signos da linguagern e as ideias ou movimentos da nossa
a gravura nessa época era mare-aria peia tentativa de gerar cores a partir
alma que eles tentam expressar. Como o pensamento so procederia via
do preto e brancof“
comparaqfio cle ideias. via conrrasre que se da apenas na sirnulmrieidade
de diversas ideias, e a Iinguagern. por sua vez, forca-nos it linerrridade,
£1 decomposicao, ela so pode chegar a ser uma (‘ripia pdiida e distante
Diderot ou a poe.\-1'0 e.rpac1'al dos hieréghfos daquele universo em movirnento —— da nossa “alma" —— que constitui
um todo.“ Ou seja. o princfpio da nossa “alma" é espacial. é construido
Diderot redigiu a sua Lerrre suFi'e.1"$011rdS er mtrets ( ITS I ) como uma como um tableau; ja o da nossa lingua e’ narrativo, constitui-se no
resposta as teorias da “ordem natural“ da linguagern e da sua "invers:'io" tempo: “{. ..] a diccao a mais viva é ainda uma fria copia daquilo que se
pregadas pelo abade Hiitleux. Batteux simplesrnente era um critico da passa a1'“""‘ {no nosso enrendemenr). Com essa linha dc argumentagao
visfio racionalista do seculo XVII que via mi ordem do pensamento logieo Diderot quis mostrar que nao pode haver inverséio dmis Fesprir. dentro
abstrato a"orde1n natural". Essa ordem era igualada a ordem da 11’ngua

36 37
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do espfrito. Ele nao quis nesse texto comparar o francés com a ordem -rornantica). ja que através dela tentou-se explicar essa divisao entre os
didfitica das ideias, mas sim “com a ordem de invengiio das palavras. dois modes da representaqgrio. 0 intuitivo-espacial e o discursivo-temporal,
com a linguagem dos gestos, que foi substitufcla paulatinameme peia L1 saber. a divisao entre a linguagem natural e a artificial. nos termos de
linguagem oratoria"."° O francés inverteria a ordem dessa lingua uma fundamentagao oritologica. Essa divisfio coiricidia em grande parte
originziria assim como o grego ou o latim e ainda quaiquer1ingua“que com a oposiqao poesia/pl'0$a.
seja escrita". Nesse contexto. Diderot faz uma importanle — e frequente Como no esquema que, emre outros, Saint-Mard” jzi esboqara,
na sua époea, como vimos — distingfio enlre o franeés e as demais também para Diderot lodas linguas teriarn passado por trés estagios:
linguas: ele seria a menos poética e, portamo, a mais pmmica dentre "0 eslado do nascfnlenm, 0 dB formagrin e 0 estado dc p¢’r_‘feig'fi0". A
todas elas. Seguindo desse modo, entre oulros, a Condillac. ele retoma prirneira iinguagem seria um Composto de “mots & de gestes", palavras
0 topos do francés como uma lingua ciara e exata. ligada its ciéncias. em e gestos.""’ A “langue fomiée“ (lfngua formada) teria sido uma Ifngua
oposigéo as demais lfnguas — antigas e modernas — mais prriprias para com uma gramatiea jzl clesenvolvida. adequada :1 simpies expressao
as letras. A mcdida que para Diderot “a comunicagao do pensamento (i.e.. prosaiea). Ja a “langue periectionnée" (lingual aperfeiqoada) seria
[é] o objeto principal da iinguagem”, o francés seria. com relagiio a essa marcada pela exigéncia da harrnonia. Nola é que Ieria surgido a inversao
tarefa comunicativa. a ifngua mais direm. Ha uma distingao entre dois das ideias. Nesse csq uema Diderot retoma 0 modeio da “protol inguagem"
grupos de linguas: as anaiilieas e as iigadas A imaginaoao. A poiarizaqzio como originaimente submetidaa necessidade, e a qua] 0 ornamento teria
enlrc a poesia e a pro-sa se as nos terrnos tradicionais do discurso da sido acrescemado mais tarde.
verdade ver.ms o da mcmira; ou ainda da imaginagao e paixéo versus A |‘tIi3§;fl0 — de represeniac; 50 — entre o pensamen to e a expressao
espfri to etc. Ocorre uma “divisao de trahalho" na expressao das diversas pode se clar, para Diderot. de ares modos: o primeiro. ligado justamente
areas da alma que é projetada na diferenea entre as diver-sas linguas. O E1 expressfio clara e precisa, que é adequado para “a conversagrao
francés. para esse autor. a lingua que seriaentao a mais vinculada ao eixo familiar". seria o apanagio da lingua francesa. Essa lfrigua somada “En
temporal-sintagmzitico. seria 0 responsavel pela melhor rransp0.s'i§<?u escolha dos termos. corn o nfirnero e a harmonia do periodo". geraria
6 cf. Uberserzimg) do elemento discursivo ~— i.e.. da niarrha dos nossos “o estilo que convém a catedra". prosaico. Esse estilo - médio — nfio
pensamenlos: “nos 0 compreendemos :3 medida que ele é falado". As conteria ainda a vivacidade. vale dizer. a evidéncia. do diseurso do
demais linguas caberia a tarefa da expressao das areas da alma onde poeta. Diderot aproxima 0 esrilo sublime da poesia a um je ne sais quoi
a simullaneidade(—paradigmatica) ocorre de modo mais intenso: “O a-discursivo.“" Esse elemento que eseapa ao discursivo é justamenle a
francés é feito para instruir, esclarecer e convencer; o grego. o lalim, o snma da COmp1‘6CnS50,d£l evidentia. da imagern aeiislica e da emogao —
italiano. o inglés. para persuadir. emocionare enganar: fale grego, latim 0 movere da tradigao retoriea — que sao gerados pela poesia. através do
com o povo, mas fale francés com o sabio”.‘” que Diderot denominou hferrigizfos. A Poesia seria, portanto, um meio
Diderot conclui algumas iinhas abaixo, empregando um adjetivo com de se estender :31 iinguagem a eapacidade de expressar de modo adeqimdo
uma longa tradiqao na qualificaqao da prosa em oposigfio a linguagem o eiememo eénieo-espacial da nossa alma:
da poesia: esta Eillima seria caracterizada por uma linguagem que danga
e que possui os “rams & {es inversions". volteios e inversoes: “Assim, Perpassa [...] no discurso do poeta um espfrito que o movimenta e
viviiica todas as sflabas. O que é esse espirito? Eu senti algurr-as vezes a
pesando-se tudo, nossa lfngua pedesrrc tem sobrc as outras a vantagem
sua p|'6SBl'l(;;I1 mas ludo 0 que eu sci é que é ele que fa; com que as eoisas
do Cltil sobre o agradavel"."'* Esse esq uema se desdobra tanto em termos sejani ditas e representadas ao mesmo tempo: que no mesmo momento que
de uma compreenséio diacronica da linguagem. como nos termos de uma o enlendimemo as compreende. a alma se emociona. a irnagiriaofio as vé e
teoria da tripartiqao interna a cada lingua enlre a linguagem coticliana, a 0 ouvido as escuta: e que o discurso néo é mais apenas um encadeamento
de termos energicos que expoem o pensamento com forest e nob|'eza_
da oratoria e a da poesia. Diderot. nesse contexto, critica Batteux por nfto
mas que e’ além disso um iecido de hierégiifos entreiaqados uns sobre
ter feito uma abordagem historiea da questao das diferentes ordens das os outros que o pintam. Eu poderia dizer nesse sentido que todzl poesia
palavras nas diversas linguas. Essa explicagao “historiea" foi um rec urso é erribicn1ii1ica."“
central dentro da semiotiea iluminisla (e de certo modo também da pre-

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Como Hans Komerja demonstrou, a noqfio de hieroglifo de Diderot A linguagern da poesia, na medida em que é descrita como um iecido
mantém os tragos basieos que haviam sido atriliiuidos a essa escrita ja de hieroglifos, como um jogo entre a imagem actistica e a semftntica,
pelos lratados cle Estétiea do Renascimento: o mistério e a universalidade constituiria, também para Diderot. o intraduzfve] por excelencia.'“’
da mensagem. A recepqao dessa escrita antes da sua decifragéo por
Champollion era mareada justarnente pela crenea numa passagem do Como lakobson, também Diderot ja colocava o tema da traduqao nao
particular para o universal. e em Diderot isso implieava uma emblemaitiea apenas em termos inlerlinguisticos. mas tarnhém intersemioticos. Para
clistinta da alegoriea barroca."’-‘ Ele. como Dubos. condenon a alegoria Diderot essa via de anzilise comparativa entre as diversas artes permitiria
barroea. justamenle porq ue nessa arte nan poderia se dar esse jogo sutil o eonhecimento da mecanica de cada uma. pois para ele nao apenas a
entre as diversas “facu|dades". como se passa no tecido dc hieifiglifos. poesia possuiria os seus hieroglifos: “Toda arte de imitagao possui sens
mas sim oeorre um privilégio da reeepgzio racional da obra de ane.'“‘ A liieroglitos particulares. eu gostaria que um espfrito instruido e clelieado
critiea da alegoria barroca. tao frequents nas teorias da poesia do século se ocupasse um dia de comparzi-los entre si". ""‘ Diderot interessa-se por
XVIII, é uma consequéncia evidente da busca de um signo transparente. saber "como o poeta. o pinlor e o miisico restituem a mesma inmgem"
que se autoelimine: o oposio da supervalorizagao barroca do significante. {grifo meu) — ou sej a, como a iririragtio da Natureza se da em cada arte.
Como Walter Benjamin noiou. a alegoria barroca implieava U ma visao como ocorre a passagem. a transposiqfio. a tradugfio da Natureza que cada
do mundo como uma cadeia infinila de signilicantes. A pT£’.\‘t'!1§’fl‘ e a arte com 0 seu codigo proprio realiza. Para ele a pintura teria a qualidade
erenga no progresso que a estétiea iluminista tanto prezava estavani a dc poder mostrar la chose mérne. a coisa mesma. a at; ao no seu moment
"quilometros" de distftncia do Tlraner-Spiel. que era urn jogo com a perda fmpprml. momento impressionante; elaestaria numa situagfio diferente da
e o vazio. on seja. o exato oposto da apologia da presenqa. Em vez do poesiaeda miisiea, que representariam o seu objeto com os seus signos-
momemo infimo visado pela linguagem intuitiva. ou (la elareza e precisao -hierr'>glifos.'“" Na poesia, como lemos na citagfio acima. as coisas "sont
raeionais da linguagem simbolica do lluminismo. na alegoria barroca dites & representées tout a la fois", sfio ditas e representadas ao mesmo
ha. como Benjamin escreveu. um “preeipicio entre o ser imagético e o tem po. Ela estari a numa situagao intermed iari a entre a pi ntura e a mtisica.
significar". O hieroglil'o era valorizado no Barrocojnstainente devido 21 pois ela seria capaz de descreivro seu objeto. enquanto “a imisica su scita
sua face enigmzitiea. como uma imagem opaca que punha em questzio com diliculciade uma ideia". Mas nem porisso.oujustan1ente devido ao
tanto a totalidade organica como a imediatez da “simples eomunic-aQfio": fato de ela constituir um meio tao "pouco preeiso" -- mas que nao deve
os momentos do universal e da imecliaticidade nao eram lomados como deixarde ser imitaefio da alma ou da natureza —, mesmo assim, a imisica
irnportantes.'"‘ Apenas no Pré-Romamisnio e no primeiro romantismo é a arte para aqual Diderot — anteeipando também nisso os romanticos
essa concepgao barroea seria novamente reavivada. justamente no — reservou 0 dom de maior infiuéncia sobre os sens reeeptores.“"
eontexto de uma eritica da estétiea iluminista. Se por um lado é nutorio que Diderot na Lerire sur {es .rom"d.r er
Os hieroglifos. no sentido que Diderot atribui a esse ternio, teriam miiers. seguindo concepqoes do classieismo. estabelece uma estética
sido introduzidos na lingtiagem num periodo posterior a institnisgao centrada na vaiorizaqao do elemento espaeial e atemporal, nao é me nos
da linguagem. ja que para ele a primeira linguagem era instrumental. verdade que na sua obra. sobretudo a partir de meados dos anos I750.
mareada pela ,t"aci'i‘i'ié: foi construicla com base numa adeqrmr;-do ao oeorre uma mudanga nessa concepgao e uma passage m para uma estética
aparelho fonético do liornem e nao segundo uma relagao de semelhanqa do temporal. Essa passagem de uma “retorica da metafora para uma
com o objeto representado.'“" A linguagem poetica seria fruto de estética da metonimia“"' permite novamente uma aproximagao com as
uma iiiorit-ugtio dos sens signos (estabelecimento de uma relaeao de ideias de Jakohson, so com a ressalva que Diderot realizou em ternios
analogia com 0 denotado] que deve ser compreendida no senlido dc uma da sua rruvre o que Jakobson teorizara em tennos da diferenga entre a
aproxiniatgao com os “signos naturals". tal como essa teoria dos signos linguagem da poesia e a da prosa:"'* essa passagem da valorizaefio do
naturais em oposigao aos anilieiais havia sido reavivada por Dubos. eixo paracliginzitico-analogico para 0 sintagmaticodinear implica uma
so que agora vineulada a tuna nova visfio que acentuava a evoluefio valorizaeiio da prosa. Essa patssagem para uma estétiea da metonimia
“historiea" da linguagem. implica uma modifieagao global da visao de Diderot da poesia e cla sua

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_ . .__
linguagem. No entan to, nan eaberia aqui me alongar sobre esse “segun- Arte, ilusrio e teoria dos media: Moses Mendelssohn
do" Diderot —— que foi o pai do genero “salao" e, portanto, da eritiea cle
arte —, pois o Laoeoome de Lessing néio deve nada a ele. Moses Meudelssohn,um dos rnais irnportantes popularizadores da
Se Diderot e. vale lembrar. Rousseau pernianeeem presos at escola dc Christian Wolff. apresentou uma sintese das leorias estéticas
gnosiologia e a eoneepgao representrtt‘ioriist‘a da linguagem da época da sua époea. Na linha de Shaftsbury. Dubos, Baumgarten, Burke e
tleles. nao é rnenos verdade que, como destaeamos na obra de Diderot. Harris. ele estava preoeupado corn a questiio da coniparagfio das artes e
eles ja anunciararn o tim de uma época e a crise do “cogito cartesiano". com a anzilise do efeito da arte sobre o seu receptor. No seu texto “Uber
Esse novo modelo gnosiologieo que se anuneiava teria no seu eentro a die Empfindungen“ (I755) reeneontrarnos a exposigao da quimica
questao do esrérieo, posto tanto como juizo de gosto e integragao dos da “alma” como um jogo entre a sensualidade e o entendimento que
sentidos e das diversas "faeuldades" da alma quanto também como eomanda a organizagfio da expressao. que, por sua vez, tambérn por
abertura de um eampo do poérirso nos termos do intraduzivel par esse autor, é dividida em intuitiva e simboliea. Ele além disso separa 0
e.t‘¢‘eUenr‘e: do individual universal. efeito de agrado que advérn desses dois eampos: “os prazeres sensiveis
Como ja alirmei. a Estétiea é o eampo do entreeruzamento entre o (die .s"i'nnt'iehen Liiste} possuem muito mais poder sobre a alma que
individual e o universal, entre a linguagern. logos, e os fenomenos, o os prazeres intelectuais (verst('indlir'lten Vergnt'igen)”."“ O estudo das
mundo material. A postura de um Baumgarten, que como Breitinger “sensaeoes eonfusas" (\1€.t'l»t'Ol‘!’€.P?€ Empfindimgeri) corresponde desse
era adepto do pararnetro da rrtime$i.5' no julgamento da obra de arte. é modo tanto a uma doutrina da alma (Seelenlehre)' "’ como a uma doutrina
relativizada pela sua coneepqao da Estética como campo do individual. dos signos (Zeir'henlelrr'e). O eomprazimento {lrl/olilgefallett) estaria
Na rnedida em que ele descarta as regras como meio de compreender intimamente ligado a uma pereepgao da perfeigao, Vollkonrmeixkeir,
das obras de arte. ele remete o artista — e aquele que deve julgar a o que revela a sua pertenea inequivoea £1 estétiea iluminista. A sua
arte — Z1 categoria de géniofl " e eoloco rt orrguialidozie no hrgar do definieao de conhecimento sensivel soinlir-lie Erl<emrtm's. segue a teoria
prindpio dafideli'o’ode no modelo. O artista para produzir preeisa langar baumgarteana da inéxima “elareza extensa": ou seja, quanto mais variada
mao tanto da razao como da imaginagao, do espirito criador inato e e plural e’ a representaqio. mais ela é "confuse" e, portanto, convém
também do “entusiasmo divino".' " Daf o produto da sua eriaeao, a obra it arte. No seu texto “Ueber die Hauptgrundsatze der schonen Kiinste
dc arte, ter para Baumgarten um "earater inimitzivel". como Armand und Wissenschaften" (“Sobre os fundamentos das belas-artes e belas
N ivelle ja 0 notou.' " a saber: irttrodu:t'vel'. Tanto a obra nao pode ser ciéncias". I757), pode-se ler;
reduzida £1 nogao de mimesis, como tainbém ela uao é uma simples
Portage (modelo) para a iniilaeao de outros aitistas. Como pertencente Se o cortheeimenlo dessa perfeieao e seusive]; entao ela é deuominada
ao campo do eonheeimento nao distinto, a ante guardn um elemento de heleza. Chania-se l.lil'i conhecimemo de S€!t.9I|'€|l nae simplesinente se
"misterioso", “obscuro". impossfvel de ser transposto para o eampo das ele é senlido pelos sensos externos, mas antes. em geral. tanto quunlo nos
percehamos dc uma ve2 um grande niimero de etu':tcterislicas de um ohjeto
ideias distintas.' "‘ Intraduzibi lidade' " e questionamento da mimesis, ou ao sern poder separa—l2ls de modo distinto [deirrlir-I1] umas das outras. Ia foi
menos de um determinado modelo tradieional dela. apareeem, portanto, demonstrado [...] por que nem as represeiitaeoes distintas nem as obscurus
juntos nesse autor. Se pernianeee uma relaeao de mr'me.s'is da natuieza, ela podem eoneordar com a sensagao da beleza; assim como se denionstrou por i
‘i.
ocorre agora dentro da modalidade — também deserita por Aristoteles na que os conceitos elaros [lrlorl da beleza atuam com uma atraqao llfeizl tao
polente sohre as faculdades apetitiv-as.‘3"
5'-13 Memffmffi — dfl ilttitagfto do pn'iir.'i’pr'o prodiirivo da Natureza. narura
narnrans. Se a fundagao da “eiéneia da Estética“, por Baumgarten, teve
No mesnio texto Mendelssohn definiu a arle e o seu fim. Nesse ponto
um papel fundamental nesse proeesso, tarnbém é indiscutivel o papel dc
ele introduz uma distingao importante para a diferenciagao das artes e
peso das obras de Moses Mendelssohn e Lessing -— que alias tiveram
dos sens meios de agradar:
um ressonancia maior na segunda metade do séeulo XVII].
Nos enconlramos. portanlo, o meio universal de agradar a nossa alma. a
saber. a representrrgrio .vem"r'vel pegfeitri. E uma vez que o lim da arte é agradar.

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logo podemoe pressupor o seguinte princfpio como indisculix-"cl: a esxéncia das representar “tudo aquilo cle que 21 nossa alma pode fazer um conceito
belas-nrlex e ciéncina» consisle numa repre.~¢-ntmgfio m'r:'.vi:'m .\"e:m’1v'l pcrfeiia. claro”.'*‘
ou numa gle-'?“jk’fg'(Ir) .\-r»ns:'veI re,nresenm"dr1 pwlu (me. '3‘
Mas. como o objelivo das artes de um modo geral é a Hnsrio e ela
deve ser atingida preferencialmente por uma expressfio mais “direta",
A arte agrada, para ele, via lll.ISfiO. ’IE‘inr.9chzrng;: “ou sejai ela deve
inlui1iv;1““ -—~ que, como vimos, é marcada pelo predominio do objeto
comover os sentidos dc modo tfio vivaz. que nos creiumos ver a coisa
em deuimcmo do signo —. as anes caracterizadas por possuirem um
mesmsl". Logo, Mendelssohn mantém-se demro do semiotica do sua
meio artificial deveriarn, consequenlemente. procurar "naluralizar"
época que via na eivdenria. na rnfixima cle Horécio at picmra p0¢'.\'i,\‘,
esse seu meio, tornzi-lo mais "sens1'vel". A pinlura, por exemplo, para
o Lillimo estaigio de toda sen1ioIico.'33 Ou sejn. se no Renascimenlo.
Mendelssohn. teria signos “mais distintos ldesirlicher] e deierminados,
Leonardo da Vinci era uma excegfio. :11 medida que exigia do poeta a
que na mdsiea". '3“ Nessa: contexlo o autor procura distinguir a poesia do
submissaio no ideal da picrnra. agora. no século XVIII. esse: postura
oratéria enquniuo duas panes das belas ciéncias. schiinen Wisserlschfren,
lornou-se a dominanle. Ocorre que esse objetivo il'u.5‘i0nfsm pode ser
znribuindo 11 coda uma diferemes fins. Em Mendelssohn persisie a mesma
ulingido por dois caminhos, como lambém jzi havia sido prescrito.
ambiguidade que notamos em Breitinger: a poesia é valorizada tanto
entre outros, por Dubos e Diderot: ou via signos naturals ou via signos
pela arbilrariedade (I05 seus signos como também peia sua capacidade
arbimirios. 05 signos nzmlrais ~ utilizados por exemplo no pintura —
de naturalizé-los via figures e lropos que lornam 0 seu discurso
teriam em eomum u relagfio de similaridade lanto com o objelo denolado
semelhante quer emoqoes. quer ao objelo expressado. Tanto o seu
uomn mmbém com as nossas “paixoes". o que faz com que. apesar de
aspeclo conceilual como o sensual, que encomram-se imhricados no seu
mantel" a énfase na nu'me.n'.v {da natureza 1' das nossas einogfiesl e na
evrkferzria. nfio oeorra uma restrigfio dos signos nalurais ao campo do meio, trabalham no sentido de aumemar 0 escopo de temas que ela pode
represenlar. Conlinuando a passagem acima cilada. Mendelssohn escreve:
espacial-visual: o som também pode serum tal signo:
A partir clessa ohscrvaofio decorre :1 primcira divisao principal do
Us signoa por meio dos quais um ohjelo é expresoadcw podem ser on
expreusaio sens-ix-'c| em bolus-ones e b-claw ciénciua { lweauxmrls & belles lellrc>l.
naturai< ou ;1rhilr:i|'ios. Eles sin nalurais quamdo a relzlgfio do signo com a
As helas ciéncias‘ entre as quai< l1\'l|i.l|ll1Cl‘lI6 coinpreende-se :1 nrle do poesizi e
coisn dgnificalda esl:ifund:1da nas qualiclndes do que :5 .\igI1ii'iCiid(|!l1C5rI!O lie.
ii orznorin. eicpressam os objetos alrm-'é< rle wignos arbilrairios. alravéfi dc wons
do rclicrenle; M. S—S.]. As paixoes evlfio <.'onect'.:¢.la> por naturezu com cerlm
clisiintos | |'erne»‘:n:l‘:'rh¢=] e de Ielras. U ma vez que uma composirgfio arr:12.oadz|
l‘lIi}\-'IIl1t3l'llO.\ nos inemhros do no.~;~:o unrpo. iiS.5li‘l1 como com eenoa sons c
dc muitas pnlnvras é denmninada um discu|'so. assiin a1l||1gimos .~:em nenhum
gestofi. ‘ 1‘ Quem. porr:1nlo.expressa um movi menlo anirnico at|'n\-es do» sons, esforigu n eonhecidu explncaefio huunlgaineailnz um poema serial um di'.\¢-ur.m
gestos e movi|n|::no.\ que Cubem a ele. eswré utilizando signos imuimis. For peijfbiro .\'c::.\f\.'1’!; assim. [umbém es-5:1 explicaqfio nos permiiiu eslnhelecw n
ouiro lado. size denominados de arbilrzirios aquelcs signos que nfio possuern
esséncia das belas-aries em gerui nu represerllagio perfeitn sensivel. A arle cla
nada em eomum por nalureza com a coim significada. mas que. no enlanlo.
poesia diferencia do oralorin ntravés do seu fim. O principal fin] do poesia
l'or;nn lOl'l1i1l‘lOS Lie modo arhilrairin para isso. Os sons aniculadoa de lndzu
e o de agmular por meio Lie um discurao perfeilo sensivel; o on oralciria. no
as linguaq. as lclrma. os signos hieroglificm dos Anligos e nlgumns inlagem
enlanio. é ::onven::er por meio de um discurso perfeito bensix-'el.""
niegoricaq que podem QCIT1 erro ser coniadas junlo com os hieroglifns farem
pane clesse género de signos.'“
Apos estabeleeer essa classilicuefio um lanto comnm na época, ele
A semiotica aqui esbogada corresponde dc modo claro E1 divisfio descreve como 0 discurso das “belas ciéncins" pode so iornur mais
emre os dois tipos bzisieos de represenlagilo -idistima. por um lado. e sensual, a ponto de fazer com que o seu careiter signico se apague.
obscura on confusa, por ouiro) e 51 bipartiqfio das faculcladcs da “alma" Tam béin devemos ler esta pashagem, pois ela disc me vzirios pomos que
em “faculdades £lI1Il1llCE;I:~ superiores e inferiores". As “belas ciéncias" serao tocados no Laocnmzrez
nfio apenas superam a sua aparenle deficiéncia diamte das belas-arles,
O meio de iornur um dmzurso senqivel COl1?~'»iSlC em cecnlher lais
mas as superam E1 medida que o seu meio. grayax 6' arbiri'r1ri('dao'e e expressoes que chamam €\ |nen1('n'ia uma mullidfio dc caractefislicas dc uma
inclependéncia essenciais dos sens signos corn relagfio nos objelos — so vez para que simamos o que c’ significado dc modo mais vivaz do que o
em Ierrnos peirceanos: gragas £1 sua nfio iconicidade —. permite-lhe signo. Desse modo o nosqo conheciinemo lorna-se visual lm:.s"<".'hr:ue::d]. Os

44 45
objetos s50 represenlados como que imediatamente aos nossos seniidos e (= processo de namralizagdo via habito da linguagem prosaica). seria
as faeuldades inferiores da alma $50 zludidas Ea medida que elas as vezes se
esqueeem do signo e Creem visualizar a coisa lnesrna. O valor das imagens uma forlna artificial de recuperar a poeticidade.
poéiieas. comparaqoes e de.w‘ri(5e.s" leu grifo. M. S-S. l. c mesmo das palnvras A ilusao visada pela arte geraria para Mendelssohn -— como num
poélioas isolndas. deve ser julgado a partir dessa inaxima universal.'=" jogo: il-lnderc — 0 euondinmemor £1 anséncia, do meio, por um lado,
e a prescngra. por outro, do objeto representado e ele mesmo aaseme.
A poesia é marcada, portanto. por uma tentativa de eriar uma Essa é a ilusaio que acompanha desde Leibniz as diversas formulagoes da
linguagem sensivel — via liipéroole das suas qualidades aclisticas, ("arm-rerf.rri¢'a universal, que, como uma sombra. pode ser encontrada em
figurais e das suas desc‘ri'¢;‘6es —. que geraln a ilusao da presenga do varios filosofos. gramziticos e teoricos da arte poética do século XVIII. O
objeto iratado. Mas Mendelssohn, em alguns momenros da sua obra, signo. como marca de uma auséncia que ele sempre é. deve ele mesmo
reduz 0 papel da subjetividade do autor e da sensualidade dos signos e ser eliminado para dar lugar £1 presenga do objeto visado. Mas seria um
permanece dentro da visao — também frequenle na sua época — que erro licar apenas na consiatagaio dos limites, por assim dizer. negativos
definia 0 signo natural apenas via sernelhanga com o ohjelo denotado e desse modelo. O jogo de escondimento e dc auséncia tem a sua faceta
que limitava. portanto, porexemplo. os signos nalurais que se organizam positiva a inedida que é aplieado no contexio de um jogo mais amplo de
contiguos. nebeneianirder. a imitagfio dc objetos também extensos no “auloelimina§ao". a saber. de autocriaqao.
espago. contiguos. '1" Como na tradicgao da reidrica e da poética elzissicas. esse jogo
A ilusfio estética, tal como ela é descrita por Mendelssohn, envolve, ilusionisla so é possivel gragas a uma lerceira ausencia: a do poeta a
portanlo. uma dialética com uma esrrumra semelhanle. ainda que de si mesmo, via éxtase: que. por sua vez. é respondida por uma quarto: a
certo modo inveriida. a existenle entre a arte e a nalureza {ou entre do espectador a si mesmo. Nao é graluilo 0 fato da nogao de sublime e
o dom e o aprendizadol da tradigao relorica. A medida que o signo a obra de Longino eonstiluirem uma referencia fundamenlal na ieoria
arbilrario pode ser visto como um gran (“inferior”) ao natural. ha uma estética de Mendelssohn. A £l[){‘€€l1S§(lCli.i ane que represenla um objelo
rel-agao dc c0nrirnn'dan'<> entre esses dois tipos de signo. e, portanto. pode euja grandeza "nan pode penetrar de uma so vez nos sentidos“ e a de
haver uma passagem de um ao outro, do mesmo modo que na Retorica fenomenos do natureza, como o oceano ou uma grande planfcie. levam.
o dom natural é a base da exen:'irariu do orador. Assim. Mendelssohn como ele explica. a um sentiniento de "natureza ambfgua” ts-ernrimlzre
estabelece. por exemplo. uma elassifieagao dos tipos de danqa que val Namr), na medida em que nfio se deixam conectar a uma “ideia" e
da prosaica, passa pela poética. até chegar 21 musical. Nessa escala. a nos levam a “perda dos sentidos”.'-“ Esse fenomeno no seu extremo e
danqa passa da “arte da danga natural ou prosaiea" a um pzuamar cada represeniado pelo sentimenlo do subli1ne.Ele é espeeialmente sensitivo.
vez mais "artificial". kiinsrlirh. Nesse teorema reencontramos a relagao e, porlamo. poétieo, visto que ele é especi almente "forte" e escm-ere todos
entre a prosa e a — lmguagem do estado de — Natureza, que ja haviarnos os “conceitos vizinhos". (Neberibegrlffel. Como veremos. no Lar)(‘0rm'I€
enconlrado em Batteux. Lessing, apesar de nfio disculir diretamente esse eonoeito que ele eonheeia
Mas isso nao impediu Mendelssohn de concordar com a leoria, muito hem. discutira temas muito proximos, a saber: a leoria do terror
defendida na epoca, entre outros, por Rousseau e por Herder. da origem e da represenlaqao de fenomenos que provocam um sentimenlo muito
figural — e “poéIica" —- da linguagem, como ele afirmou. por exernplo, semelhante ao sublime.
na sua resenha na Allgemeine deuarche Bibiiorhek da Preis".rr-lirlj’! de
Herder‘ " sobre a orlgem da Iinguagem. Al’ ele citou concordando com a
frase dessa Abhandlung: “Quanlo mais anliga é uma I1'ngua.1anlo mais Ainda uma palm-'ra sobre a poesia: O Laocoonte on 0 crrfica do
tais audacias(n1eIaforas audaciosas) enconrram-se na sua raiz...".'-“ Essa “lireraliz,ogr70 " das merdfoms
postura “conlraditoria", que via na lfngua “natural” ora a prosa. ora a
poesia, como ja vimos, era comum na época e lambem é uma heranga Wendy Steiner. no seu estudo sobre The colors of Rherorle‘. tentou
da Retorica e da dicotomia ars/nnrura que esta na sua base. A linguagem deinonsrrar que se pode conslruir uma linha que ligaria a concepeao
poética “aiual“, apos a perda da forga melaforica originaria da linguagem do signo iluminista a defendida pelas vanguardas artfslieas do séeulo

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..,. IIN l----=--------=-==-ll--l---l-=-l-=||==|l=-vi-l-r I

XX. Ela viu no Lao<:omm' de Le.r.s:'ng uma lnanifestagao privilegiada Mendelssohn do a entender em alguns dos sous teoremas, elementos
dessa estéliea, que tinha como objetivo a lransparéneia absolula dos com uma extensao temporal. Lessing também esta preocupado com
significantes."‘ Nao seria o caso de discutir aqui a validade dessa tese. essa adequaqao. ela 6 que garanie a ilusiio do processo. Assiin. seguindo
Eu diria apenas que ela é apressada ao temar ver na arte de vanguarda. Dubos — de q uem ele traduzira em parte as Rzffl¢>.\'iun.r critiques — e num
e sobretudo na poesia concreta. uma manifestagao pura da busca da ataque a Baumgarten e Breitinger, ele criticou a descrigao na poesia. ' ‘T Se
iconicidade, quando na verdade ha uma valorizaeao —— muito mais para esses dois a descriqio era poética, porque criaria uma maior “clareza
barroea que iluminista — dos signilicantes que leva a um momento de extensiva”. para Lessing. devido a essa inadequaeao entre 0 elemento
suspensao da sua relagao com o significado e com o referente. N510 ha. espacial do objelo descrito e o linear-temporal da exposigao. ocorrcria
portanto. essa negaeao da tensao entre o aulorreferencial e o sirnbolico uma passagem para o registro do entendimento, e portanto do pru.ra:'r0:
que caracteriza. como Steiner recorda. a poesia. Além disso. a questao da
at picrnm ;me.o'.~;. como ja notei acirna. nao se da mais no nosso séeulo Novamenle. portamo: eu nio nego no discurso em geral a laculdade de
nos lermos que ocorria na era iluminista. A n1irne.n's ocupa as vanguardas doscrever um todo corporeo a partir das suas partes; ele o pode porque os
sens signos. upesar de seguirean uni no oulro. ainda assim_ silo arbitrarios:
apenas do ponto de vista da propria autorrel-lexao sobre o mediirm da ames eu o nego no discurso enquanlo meio da poesia. porque lais descfiqoes
arte, como se observa de modo absolutamente eristalino no movimento de corpus por meio de palavras quebram o ilusorio no qual a pocsia consistc
cubism.‘-‘~" Mas 0 que importa aqui é notar a atualidade da questao posta principaimente; e esse ilusorin. eu digo. deve se quebrar nelas porque
no Ln0crmn!r'. Lessing nao foi um grande inovador nessa obra. mas sem o elenienlo eoesislenle do corpo enira ai em colisao com o conseculivo
do discurso, e. na rnedida em que aquele é dissolvido nesse. de falo o
dovidas ela representa a suma da estética alema da sua époea. 2| rnedida clesmemhrainenlo do todo nas suas panes é facllitado. mas a recomposiqao
que aqui eonvergern varios dos seus temascenlrais organizados dc modo linal dessas parles num todo lorna~se extraordinarinmente dilicil. e nfio raro
sucmto e sistematizado.' “' impossivel.
Também para Lessing a poesia se definia como diferente da prosa. Em toda parle onde nfio se trala do ilusorio. onde so ha apelo no
entendimcnto dos sens leilores e se trata de conceitos distintos e lilo perleilos
:.e.. pela sua capacidade de atingir a ilusao da evikierzritiz
quanto possiveli a|' pode haver lugar para essas descriqoes descarladas da
poesia; e nfio apenas an prosador. mas tamhém ao poeta dogniatico {pols
O poela nao quer ser apenas compreendido. as suas represemaeoes nao la onde ele dogmaliza ele nao é poeta]. elas podem ser dc grande utilidade.
devcm \-t‘l‘ meramente ularas e distintas: o prosador contenla-se com isso. tLum‘oonle, cap. XVII. p. 2'llo.l
Antes. ele quer lornar lao vivazes as ideias que ele desperla em nos. de
modo que. na velocidade. nos tlL'I'CLlilEIl'l0S semir as impressoes §CI1§f\-“Eh
dos sous objelos e deixernos de ler consciéncia. nesse momento de ilusfio. Nas nolas preparalorias do llaocoonre {em pane publicadas ja na
do meio que ele utilizou para isso, on seja_ (lag 5“-L15 p;1|a\.-|-a5, ; ,5m,(~,,_.,,m,' segunda edigao dessa obra como pnralipoinenn). Lessi11g_iai expressara uma
cup. XVII. p. 203.} ordem de ideias semelhante, ao tentar determinar o que seria, na pintura, o
Ct)l‘l"i;BSp0nd6nE€ a prosa na sua relagao diferencial com a poesia. Tambérn
Creio que a essa altura nao preciso mais insistir aqui na teoria a quebra da ilusao seria o determinante na passagem — on seria melhor
semiotica que sustenta essa afirmagao. Em vez disso vou me limitar as dizer "queda"'? —- para o prosaico. A pi ntura seria prosaica a medida que
passagens em que Lessing explicita de modo mais claro o ate’ aqui ja ela nao respeitasse os lirnites impostos pelos seus signos naturals;
exposto, e as que. de algum modo. apresentam uma inovagfio.
Para esse autor. tambem, a quebra da ilusao, i.e.. da linguagem Nem lodo uso de signos arbitrarios. sucessivos e aefisticos é poesia. For
intuiriva. que é a marca da poesia, é o que leva 21 linguagem da prosa, que todo uso dc signos naturals. comiguos e visuais deveria ser pintura, uma
vez que a pinlura é iomada como a irma da poesia? It-ti Hf pik.-ram. ..; M .S-5.]
Enquanro na pOBSl£l a sucessao dos signos deve-se dar de modo rapido -»
Assim como eitiste um uso dos primeiros que nao se dirige exarnnwnte
na estrutura do "m0nr.~:»nm" oposta 21 da alegoria barroca, como Benjamin para a ilusao e por meio do qua! procura-se antes ensinzu do que agradar.
destaeou — e a sua ilusao. como vimos. consiste na autoeliminagao do seu lazer-so compreender e nao tanlo a.rreh:1tar: ou seja, assim como existe a
eleme-nto signilicante. na prosa ocorie um processo s1’gnieo dominado pelo lingua da prosa, lambém a pimura deve tor uma lal lingua.
Exisle. portanlo, pintorcs poéticos e prosaicos.
emendimento e pela analise linear do terna exposto. A poesia, a medida
Pintores prosaicos sao aqueles que nao medem as coisas que eles querem
que tem os seus signos organizados no tempo. so poderia in1itar,segundo imitar segundo :1 essénuia dos seus signos.""

48 49
_-__....“.mm 1

Essa prosaicizaefio pode dar—se na pintura devido a lrés motivos que “A redea na méo da Temperanga. a coluna na qua] :1 Constfmeia se escora
Leasing assim enumera: l) Ao se representar com signos coexlensivos séo apenas alegoricas e. portanto. cle nenhuma utilidade para o poera. A
frzeberieinander} objetos sucessivos (no tempo) {ar;fE=inarrderf0lgende): 2) balanga na mfio da Jusliga jé o é menos porque o usojusto da balanea é
via mislura com signos arlificiais, que gera a alegor-in; 3) e, por iflltimo. efetivamenle uma pane do justigta.""1 O poeta, seguindo esse exemplo,
ao se lentar representar com os signos visuals temas subordinados a deveria buscar o uso de sinédoq ues. e nfio de alegorias.
oulros senticlos que nfio a visfio (como na tentative de pintar a mlisiea}. No prefécio do Laomunre Lessing ressalta as “infiuéncias perniciosas"
Um exemplo brilhante que Lessing escolheu no seu Lrmmanre para que podem decorrer de uma clistingfio inexata entre a pintura e a poesia.
demonst1"a|' tanto a superioridade da poesia enquanto meio ilusorio. que gera “na poesia a mania dz: descrigtiio e na pinmra o alegorismo".
como também como pode se dar na pi ntura essa iiitroinissiio do elememo A distineéo precisa dos eampos de cada arte seria a (mica garantia de
alegorico, foi o da represenlasgfio dos deuses, iiriv1w'vei.r na deseriqfio assegurar o seu efeilo.
de Homero. Assim Lessing critica 0 Conde Caylus pela sua tentaiiva O poem, no Lam-mmre. tem, como é conhecido, o campo dos
de representar essa “invisibiIidade" atraves de nuvens. Nesse ponto seus modelos de imilagfio limitado ao das agoes, i.e., a objelos que se
os signos naturais da pintura licam ml.I1liJ aquém do elemento apenas desdobram no tempo. Jai :3 pinlura eoube. como era de uso na semiotiea
sugestivo cla poesia que leva o leitor a um lrabalho com a sua imaginaezio. da época, o terreno dos corpox (resirilos a um momenro). O poeta, como
A0 representar a “invisibilidade” através de uma nuvem. Caylus teria vimos. deve adequar 0 seu meio £1 imitagéo do seu objeto no sentido
recorrido a um elemenlo simbolico: “isso implica ultrapassar as fronteiras de evitar eair no vi’cio da prosa. i.e., cleve evitar a construgfio do uma
da pinlura; pois essa nuvem é um verdadeiro hieroglifo aqui, um mero imagem naqual o signo se desiaque.“’ Como Leasing afi rmou, criticando
signo simboiico que nfio lorna o heroi libertado invisfvel. mas fala os Alpen cle Haller com as suas inflmeras descrigoesz “Eu eseulo em
para 0 observador: vocés deveriam represenizi-Io como invisive1."“" O eada palavra o poeta trabalhando, mas a eoisa mesma eu esiou longe de
meio da poesia seria superior no da pintura tanlo por nfio se prender aw" '44 (gri fo meu, M. S-S. }. A poesia cleve lemar realizar a sua “pintura"
ao visual — i.e., ela pode represenzar o in-visfvei, como no exemplo airavés de “uma Linica qualiclade dos corpos". e ela deve “eleger aquela
genial de Lessing '*" —_ quamo como uma consequéncia disso. por estar que desperie a imagem a mais sensfvel do eorpo a partir do lado que
mais intimamente envolvida com 0 irabalho da (faculdade intelectual ela precise dele".“-‘
do) frizuginag-do. Nos paralipririmra Lessing anolara que "os signos Lessing descreve, ainda no Laomonze. uma Oulra esirategia do poeta
arbitrairios. justamente pelo fato de serem arbitrfirios. podem expressar no oblengflo da llusfio estétiea que nfio é nada mais do que uma adaptagéo
todas as coisas possfveis em todas as suas possfveis conex€>es"‘ '4' do debate jé esbogado acima entre os adeplos da ordem cla razéo versus
Lessing critica Caylus — e tarnhém Joseph Spence, autor de u ma obra os adeptos da ordem dos sentidos como represeniante da “ordem natural"
sobre a relaefio entre a pi ntura e a poesia — por “litemlizare|n“ as metéforas. da linguagem. Assim. ele afirma, na linha dc Dubos e do Diderot, que 0
Caylus, por assim dizer, “lileraliza lileralmente". uma vez que ele roma 0 lrancés é uma Iingua menos imagélica, em comparagfio com o grego, jzi
que seria uma figura no poela por um-a“in1agern real”. Lessing, como bom que nesta lillima o sentido (Sirm) nzio conta. mas sim “a pintura", (das
ilumi nista, critica a nlilizaqiio indevida da expressio “1netaforiea". “pinturzis Gerniildel. 0 grego seria “eonforme A ordem natural"."“ Mas o poeta
poéticas”, comum no séeulo XVIII. e com isso ele eritiea a “litera]izagfio" através do ordem das suas palavras, da sua escolhn cuidadosa destas e
da comparagéo ur pilrrura poesir. Ou seja. ele quer que essa frase. que em procedendo sempre dentro do eeonomia da breviras. poderia arravés do
Horzicio nfio tinha 0 senticlo que o Humanismo lhe atrihuiu, volle ao seu sua Iinguagem arbirrzir-ia representar as aeoes de modo vivaz. Mesmo
“Contexto correto": dai todo o Lrmmonre ser uma obra sobre os contextos os objetos sem vida ele poderia apresemar desse modo, E: medida que
corretos, sobre as fronieiras — que deveriam ser clams e distintas. ele os represente dentro de uma agéo. Assim se dé no exemplo farnoso
Na poesia a alegoria deve ser evilada pelos mesmos motlvos que o da descrieéo do eseudo de Aquiles de nutoria de Homero.
“simbolico" deve ser evilaclo na pintura. A alegoria implica uma quebra Isso no Laomonre. Nessa: tcxio a separagfro entre os signos naturals
Ela ilusiio. Em vez de apresenlar algo semelhanie (envas }lhnliche.r} ao e os arbilrérios se torna um mornento secundzirio justamente no ponto
objeto deve-se na poesia apresentar a “coisa mesma", (die Sac-he seflrsr). em que a argumentagao atinge o seu momento mais denso e importante,

50 SI

n
.-..................--.--.-...-...--

Aindu uma palavra sobre a poesia. para que o sr. nan cornpreenda sc realizar através da “supera<;ao“ desses media. Lessing apesar de ter
ma] 0 que acabo dc dizer. A poesia deve pura e simplesmente procurar redigido o seu Laorwoiire contra a doutrina do ur pfcmra priesis n50 se
elevar os seus signos arhilrzirios ate’ os naturais: e apenas desse modo ela so
diferencia da prosa e se lorna poesia. Us meios pelos quajs ela far isso sfio Iiberta totalmente delajustamente devido Zr sua fidelidade com relagao ao
0 som. as palnvras. a posigfio das palavras, 1: medida das silahas. figuras e priitcipio mimético das artes. O seu livro é sobie os Iii-nires dessamintesir,
tropos, colnparngoes ctr:.""' Todas essas eoisas Ievam os signos arbitriirios ou seja, ele trata das regras que o anista deve respeitar — e nesse sentido
para a proxirnidade dos naturais; mas I150 os transforinam em naturais: ele de fato é um crftieo “pré-romiiittico" que prescreve regras _, caso
eonsequcntemente todos os géneros que utilizam-so apenas clesse meio devem
ser vistos como os géneros inferiores da pocsia; e o nivel mais elevado da contrzirio sua obra nao iludirzi o leitor ou o espectador. A genialidade de
poesia é aqueie que transforma total meme os signos arbitrzirios em naturais. Lessing. eu repito, foi a da sintese: ou, como diria Friedrich Sehlegelz
E ele é o [génerol dramaitico; pois neie as paiavras deixam de ser signos foi a da sua fantastiea capacidade de apresentar (Darsrefleii) as suas
arbitrzirios e tomam-se signos nalurais dc coisas arbitrarias. Que a poesia teorias. Ele representou um rnarco na Estética e na “construqfio” de uma
dramética constitua a poesia mais elevada. e até mesmo a unicu. Aristoleles
jé havia dito e ele atribuiu £1 epopeia oscgundo lngar apenas it inedida que nova arquitetura anirniea. na qua] a iniaginaeao desempenha um papel
ela é ou pode ser em grande pane dram:itica."" fundamental. Em Liltima instzincia, essa teoria aliada it sua refiexfio sobre a
reeepeao de cada arte e, ponanto. sobre o funcionamento dos seus signos,
Se a eoncepgao da nossa “alma" nos secs. XVII e XVIII aproitirna-se tudo isso contribuiu para a posterior superagao da concepqfio mimética
muito da de um teatro, com os seus atores. spots e recantos obscuros. das artes (e do conhecimento de um modo geral) e, consequenteinente,
nfio é gratuito que Lessing — assim como muitos outros teoricos da sua da doutrina da at picrura poesis.
época — tenha alribuido :1 poesia dramzitica a perfeiefio dentro da poesia: Ja me referi aqui a algumas dessas regras e limites que Lessing
ela seria a mais capaz de encenar o drama interno da nossa “aln1a", i.e.. estabeleceu no seu lzmcnonre — mas também este texto ja esta indo
de expor o nosso tableau interno. Nela nfio ocorre mais a disjungao além dos limites de uma introdugao: os demais temas, como o asco e o
entre o arbitrario e o natural, pois ela é em si uma “dramatizai;5o da feio — dois potentes eoneeitos nessa obra de demareagfio de Lessing
linguagem"."" Nesse sentido o drama realiza a utopia da iinguagem fi. eu diseutirei nas minhas notas; 0 mesmo vale para a recepqao e as
direra. que elimina a polaridade significantefsignifieado. O tempo polémicas —- sobretudo por pane de Herder e I(lotz'-“ — em torno das
neeessario no trabalho da recepgao e decodilicagfio da mensagem seria teses centrais do Laomonre e també m do papel da obra dc Wine kelmann
eliminado, evitando a “queda" na alegoria. A linguagem das artes tal como na génese deste trabalho de Leasing.
ela era descrita nas teorias do séeulo XVIII, comojé tive a oportunidade
de indicar, era valorizada pela sua vein:-idmie.‘” Isso eonstitui o oposto Permitam-me ainda algumas palavras sobre essas noms. As
da teoria valeryana que considerava a passagem rapida pelas palavras minhas notase intervenqoes no texto de Lessing estao entre colchetes.
como apanzigio nao da poesia. mas sim da prosa. Nesse discurso os seus Exagerando um pouco, poder-se-ia dizer que raras sao as frases
signos, uma vez “traduzidos“, se desfazem. Valery manteve a divisfio nesta ohra que nao sfio ao mesmo tempo reflexao teorica e um “tiro"
entre uma linguagem constativa trepresentaiiva, no dizer de Austin) e uma dirigido contra outros autores. Procuro indicar nas notas alguns dos
outra, poétiea_ “ensimesmada". Com ele, e sobretuclo com Mal|armé_ o alvos dessas palavras “eortantes". Nao expliquei o significado de cada
sign i ficante, a escrita, emancipou-se como instfincia do discurso poético. personagein da mitologia greco-romana citado por Lessing; apenas
No século XVIII. no enranto. o caréter representativofrefereneial era quando o eonhecimento do mito e esseneial para a conipreensfio consta
visto como sendo um trago universal da linguagem. Tanto a linguagem a eitplicaqao. Procurei dar ao menos alguns dados biograificos minimos
dos sentimentos como a da razao deveriam superar o seu elemento quanto aos iniimeros autores e editores (a saber: organizadores)
mediatizador. signico: tanto via naturalizagao ou iconizagao (adequagao mencionados por Leasing. Os nomes mais conhecidos eu procurei
ao objeto a ser mimetizado), como também via orderiagao “natural” dos transerever para o portugués; Lessing, como era hébito ainda no seculo
seus signos (adequaqfio :1 ordem “natural” das ideias). Ou seja, se toda a XVIII, costumava usar o nome latino dos autores. Mantive a ortografia
refiexiio estética agora organizava-se em fungao tanto dos inertia como das citaeoes em francés. inglés e italiano. Procurei, quando me foi
da recepqao deles, a ilusfto [i.e., mi'ine.rr's'J a que a arte visava so poderia possivel, completar os dados frequentemente incoinpletos das fontes

54 55
das citaeoes. hem como confrontar o texto citado com as edleoes mais a atnbos pela extrema generosidade e apoio que me derarn nessa
atttais e “filologicatnente mais cot"1'etas”. cu ztpenas menciono se houve parte do mett trabalho. Agradego também a generosidade de Haroldo
on nfto alteragfio do texto citado. dc Campos por ter pertrtitido utilizar as SLIHS tradugoes da Ht'odrt.'“
Esta tradugao se baseia na edicfio organiznda por Wilfried Banter. Agradego it Secretaria de Estado da Cttltttra que concedeu um subsfdio
que citamos nas notas apenas pela inieial "L": para esta publicagao através da Linc: it Fapesp. que finattciou a ntinha
ida a Berlint em julho de 1997 para rcalizar as consultas a bibliotecas e
at professores, ittdispensziveis para esta tradugito; no CNPq, pela holsa de
Laokoon, in: Gorrhoid Epltraim l.essi'ng Werke tmd Brtefe in :it»'<'i{i" recém-dotttor. que possibilitou mlnha dedicacfio a este trabalho.
Briitdert. hrsg. von Wilfried Barner. Frankfurt am Main: Deutscher Agradctgo tambént ao apoio, ao carinho e ao privilégio de ter
Klassik Verlag, Bd. SE2. I990. pp. 9-206. desfrutado do saber de ztlgutts colegas e amigos que forant fundamentals
na ntinha reinsergao na Academia brasileirn dcpois de cinco anos na
Os parrilipnmeitn ligados ao Laomorire encontram-se nessa mesnta Alemanhaz it Jeanne Marie Gagnebin. no Arthur Nestrovski, at Leda
edieao. pp. 207732 I. O texto de Barner sobre o Laomoitre e as suns notas Tenorio da Motta, no Victor Knoll. ao Willi Bolle. ao Luiz Fernando
encontram-se nus pp. 621-‘Jlo. Esta tradttcao tambétn deve muito a outro Franklin de Matos, no Marcos Muller. no Andrea Lombardi, a Susana
editor. I-Ians Bltimner. responstivel pela monumetital edicao: Kampff Lagos. It Lucia Santaella e ao Marcelo Greuel.
Ao apoio e carinho dos alunos do curso de pos-graduacao em
Lessings Laokuort ( I . ed.. I876). hrsg. von Hugo Bltiinner. 2. verhesserte (‘omunicacaio e Semioticzt da PUC‘-SP.
und vermehrte Aufiage. Berlin: Weidmannsche Buciihandlung. I880.
A Claudia. pelo carinho. calor, amor. saber. apoio. companhia e
Tambe'n't consultei as seguitttes trndugoes dessa obrn: compreensao...

Lanmoii. edition frattcaise intégrale. trad. Courtin {I866} revue er Esta traclttgao nunca teria tomado format se eu nao tivesse recebido
corrigée, Paris: Hermann. I997. utn cottvite para Fazé-la em I989. Eu estava entao no segundo ano do
L(J0('rJOIII'£’. £1 cttra di Michele Cometa, Palermo: Aesthetica. 199 I. meu mestrado em Iiteratura alemfi na Faculdade de Filosolia. Letras
Lrioroim, or On the Liiitirs of Prti:trr'ng arid Prietiy, trad. W. A. Steel e Ciéncias I-luntanas da Universidade dc Saio Paulo quando conheci
{slightly modified). in: Gerrttrm ai>.rtheric aim‘ t‘t'rei"riij\' cririris. Rubens Rodrigues Torres Filho ao cursar a sua matéria sobre it tilosolia
W:'rtr‘keIiitanit. Lessing. Hrmmim. Herder, Srltifiei‘, Goethe. dc Fichte. Na época nao pude aceitar o convite: propus a traducfto da tese
Cambridge: Cambridge University Press, I985. pp. 58-I33 (apenas de Walter Benjamin sobre o conceito de critica no romantisnto alemao,
até o cap. XXV. ttao incluindo todas as notns do proprio Lessing). e ele aceitott de pronto {puhlicada também ttesta Biblioteca Polen). No
atto passado ele voltou rt propor o convite. e cu aceitei. Se em todo este
trahalho tem alguma eoisa que vallta rt petta. eu devo isso no Rubens
Crédiros e agrrtdecimemos Rodrigues Torres Filho. “setrtpre-lume" da filosofia e das letras nestas
terras. A ele toda a ntinha gratidito.
As tradttcoes das citagoes em grego Ioram revistas e em parte feitas
por Paula Correa. As traducoes das citaqoes em Iatim foram revistas S510 Paulo. I2 de julho de I998.
e também sfio em parte obra de Antonio do Silveira Mendonea. Sem
clijivida alguma unt dos maiores obstaculos, se nao o mator — e que.
em parte. jttstifica at absurda inexisténcia de uma traducao integral
etn portugués do Laoconnre are hoje —. I5 jllfiflfllflfllfi 0 {B10 desta
obra estar repleta de citacoes em grego e Iatim: portanto, agradeco

56 S7
NOTAS triade retorica, do seguinte modo: invt3t1(;50[r'nvem‘t'o), desenho [dis-posirio) e colorido
(el‘uc“urt'0). Seguindo o antissensualismo da sua epoca ele nito cotifiidera o colorido. Llm
adorno correspondente as metifoms na poesia. como esseneial na persuasio artistica.
Cf. Fran(;<)is Leeerele. La Chiméne ale Zeuxis. Tljbingen. I987. p. I3.
ll Frlfidfich Sfhlfiifirmiwher. “Ueber die verschiedenen Melhoden den Lleherselzeruf“. In: 81 “Poesia é como pintura [tar plrmro poesis]; uma le caliva mais. se te detens mais perto;
Dos Problem ties Uberserzens. org. Hans: Joachim Storig. Darmstadt. I963. pp. 38-TO. outra. se te poes mais longs: estzt prefere a penumbra; aquela querer.-S ser eonternplada
2] Paul \'lE'lé|'!|"- {E*'"""¢’-'>‘ Org» kiln Hytier. Paris. Gallimard [Bibliotheque de la Pléiade}, em plena luz, porque néo teme o olhar penctrante do critico; essa agntdou uma vet;
l95?—l96[l. v. ll. 1960, p.671". essa outra. dez vezes repetida. ugrttdrtrzi sempre.“ Horficio, An Poerim 36 l -365. (Trad.
3} Cf. Karl Maurer. “Die literalrische Ubersetzung 1ll.\' Form fremdbeslimniter po11.:Ar:stoteles. H0l‘€lCl0. Longino_A Poérfca C.‘ld.isica. trad. Jaime Bruna, Siao Paulo,
Textkonstilution", in: Hierikzi B E1976}. pp. 233-25?. Tive :1 oportunidzide dc [1-;1[;1|'_ Cultrix. U933. p. 65.}
num ensaio. da traduefio como uma atividade intertextual do “dissemina<;;1o” do 9} O pinlor se serve do hisrtiriu do poem para a sua invengfio, a irweniio retdrica e poética. A
“original” que é ou deve vir acompalthada de inlrodu|;6-es. notes, glosax etc. a partir hierarquia entre os cliversos generos de ante {pimura historiea. l'6l[‘dl.tJ, paisagem, pintura
do premissa dc que nzio exists nem um texto original “estanque" num urn lexto de de género e u l'liilLll'EZiil1l£)I'l3.](;(}l‘i‘lBt,3El 11 se esboear no séeulo XV e. com 0 classicismo
ehegoda ubsolutamepte lechzidoe iinpermezivel. Cf. M. Scligmann-Silva, “Philosophie franeés. ganha um carziter extrerrtamente rigido. A pintura historica oeupando o local
der Ubersetzung - Uberaetzung von Philosophie: [Jas Prinzip Uniihersetzharkeit". privilegiado dentro dessa hierarquia também chi provaa da valoriza:;:'io da ldeia sobre o
ln: Ray—GiideMerIin t_org.]. Von Jr*sm'ren. Tiirken, D€It!.\'t':l‘i€H' l'H'id nriderrm Fremden: elemento material nus anes. G mgas a esse predorninio da invenrio que se pode afirmar
A:t_;‘Tm'r:e at brtisilimiiwlter Limnttir um.’ lflcrarisrher Uberserzwig. Fmnkfun am :1 traduzibilidade entre as artes. E importante notar que "int.-ent;:3o" aqui néo tern nada
Main.TF-M. 1996. pp. I65-I85. em eomu m com o coneeilo romainlioo de invcngfio e do criaqio. muito pelo contrério.
4] Friedrieh Schlegel. Kritist-he Flviedrirall-Sr-Illegal-Ausgabe. org. Ernst Behler. Mi.inc-hem’ A invents}; retorica e poéliea é conservadora. Como dizia Honicio: "I53 dificil dar um
£:‘fi2:gF|f_\F|en.’v Xvlll, IQ63. p. I33.fragn‘-ento n. lll. 31], Cl:,'{il|II1bémOfTflgmCl‘l[O lratamento singular a coisne gerais e é melhor por nurna peqa 0 poema sohre Troia_ a
I5. O \'t.l'Clil{.lt‘.'|1Ti leitor tem cle ser o aulor nmplihcado. E at mslfincia superior. proferir na condigfio de primeiro o descoiiliecido e inaudito" 1.4 rs Poe-rim I28-13(1).
due recebe a eausajai preliminannente elahorada da insténcia infe|1'or.O sentimento. por Cf. quamo 3 pinlura liistorica o importante ensaio dc Thomas von Gaehtgcns sobrc
tnterniédlo do qua] o auto: Sfipatftlu os materiajs de seu es-crito. separa novarnente, por a pintura historical na in1rodu<;E1odo volume Htsrorienmulerei. org. por Thomas von
otflstfttr do leilura. o que e'1'u|.le e o que é formado no livro ~ e we o Icitor elahorzzase o Gaehtgens e LI. Fleekner. Berlin. Dietrich Rcinier Verlag. I996, pp. I5-T6.
|"~’"1 -‘etlllfliifl H"-III Idflitl. um segundo leitor apuraria aindu mais. e lifizillll. pelo fato dc Ill} Os humanislas nfio apenaa v iam ll pintura em termos da retortca como também elee
1| massa elaborada entrar sempre de novo em recipienles frescamente aitivos. zi massu a aproximavam cla escrita, r-obretudo devido no culto 30.5 hieroglifos. contum entito.
se torna por Iim componente essencial — membro do espirilo elicaz”. Novnlis, Werke‘ C f. o [8110 dc Rensselaer W. Lee que continua eendo canonico quanto a esse tema.
1'Tigebii<-hermtd ersqre. org. H.-J. Miihl e R. Samuel, v. I-III. Miinehen. Hansen I978 s:~.. "U1 piclura Pflfiblfi. The humanistic theory of Painting“. in: Arr Bulletin XXII. I940.
v. ll. p. 282. Trad. port. em: Novalis. P-‘ilm. Fmgrm'nrn.s', (!'f{il(!g|‘)_\'. nmmi{Qg¢;_ |m;;|“§5m pp. I97-269: e tanibém: Frangois Leeercle, op. cit. Cf. ainda zi bibliografia quamo ao
aP"?§9"l3§5" 9 "0i*\5- R1-lb’-?"§ Rodrieues Tl‘II'I'£'F- Fillio, S50 Paulo. llumi nnrns. I988. [L lBl11i} dzl 1:: picmra ;10s'.\'i.$.
103. [Quando nfio for indicado o nolne do tradutor, :5 tradueoes sfio do meu punho.) l I } Lomazzo, Tratmm de{1"'urte (fella pirtum. scoltura er r1rt'hitremra. In: Srrirri sullemri.
5; "Tr.u‘pmpombne P daflri innmigiruiriorre (J l '¢gff:>.'ro qua! ‘€- rial bmbm al‘ coma 0m£lJ;n50_ org. Roberto Paolo C iardi, Floieng-.1. I973-19175, 2 v., v. 2. p. Sfil. Contra Aristoteles,
E lo inedcsima prtijiortiom 5' drrlfrr poesir: rzflapirtuin. perrhé i'a;m<=st'u port I0 we rose a propria represematgfto do liistoria tieveria eeguir. para Lomazzo. a \-'l2l (la lipificaeéo:
uefln lrlrrnngittrttmte dc lerrere r1 la piimru Fe dz} real:nerite_fnri dc !'or:‘.-‘viu. din’ qua! 0 historiador. asaim como o pimor. néo Bhlilflii interessado nos fatos cotidianos. mus
on"hi'0 rirrei'elr> sérnilirurlini mm ztltririrente I’-ll 1' 5 ‘elle_;‘ir.r.¢ino nar.'m'(i.|'1', £’f)[)('_\'f(; jg dd sini na rep|'esenta|;£io de ideias universais.
srmzln £'.\'.\'({‘-S'IIifll1lll'k'Jl‘II(%, 0 non possarto alto‘ impresivu per la via delfa virni vissiva come I2) Cf. E.G. Goinbricli ‘The Visual Image in Neo-Platonic Though". in: Jrmrmil ofrhe
la prrrura. Leonardo da \-“moi. Codex Urbinris. ln: Claire J. Fztrago (oi-g.)_ Lsrmurdn Warbtm: and Courtuuld Ir:m'mres X], I948, pp. lfi3—l 9'2. orldfi SB lé: “Se nos apenas
do l»’u1<‘:' 's Paragune. A Cr:'tr'm.l .-‘itterpreratimr mlli a i‘\le\r Editim: of rite Tar: in me dtrigirmos o nosso espirito para eles [>c. os sintbolos sagrados da lradigfto esotérical.
_ Codex U1'binas_ Leiden. New York. eu:.. EJ. Brill. I992. pp. Ii") ss. nos zitingiinos um insighr que é, ao menos para a iuruigfio direru de ideias ou esséncias.
tn Cf. Gunter Gebauer e Christoph Wulf, M':'mes:'s. Km'mr - Kmm ~ Ge.reH.\-rlmfi. Reinhek_ um caininlio mais irnediato para o conhecintenlo du verdade Eilti ma do que o mciocinio
I992. i discur.r:'m algurna vex poderia sé-I0“ lp. U2. grifo meu}.
7] Alberti seguiu Cicero lanto na sua definiqéo dos fins do poesia. 0 dorerr, del‘ec:are_ I3] As artes liberais tem a sua origem 11:1 Anliguidade a partir do fim do dominio da lilosofia
iiio1=en»_ como tambein os proprios elemenlos componenies do diseurso ciceroniano enquanto tinico meio de forniaefio. ta! como o platonismo procurara estabelecer. A
gm Cnlconlmclos “ll 5'-'3 dell-lllliifio '13 Plmllfil ($9711 6)‘-CBt§5tU Llfl tqftlirtrirti e.1;0rd:'u.=.=t. fumtagfio geral foi poslu no lado da liiosolia como pane dessa odueaeaio e asqim
narrario_ £‘Uf{Ifi‘J".IJItIIJ:O, pemratio). A materia é dividida tambétn em: inventio. dispo.t-i'n'o_ Séneea nu sua Cilflil 38 fala das wtes liberznles e das smdia liberalizt. Essex estudos
efot-tow. c:r.'.'r0 e memoriu. .*\daptan|;lo, ele obteve: circtmscriptio. c.omposin'o. J‘e't'e‘p.':'r; naio servem para a aquisiofio de dinlteiro. Essas artes séo denominadas de liberate
Iuirairiirm. Como Ftanqois Leeercle reeorda: “A tooria de Albcrti repousa sobre uma porque séo dignas de um homem livre: dai a exeluseio da pintura. da escullura e das
analogia termo alterrno entre o periodo e o quaclro. Analogia que relacionzt a proposigtio dernais arles manuais tartes medtu::Er'ac). No final da Antiguidade a iilosofia néio era
com 0 Corpo, o smtagma com 0 mernhm e a palavra com o plano“. Jzi Lodovieo Dolee mais vista como o fim das demais artes {que por sua vez eram eoncebidas ate 61'l[§.0
no seu D:'m’0gn delia Pimtm 1'nrlrm’mo I ‘A retina divide a pirilura [ambém dgmm <13 como apenas uma propedeutiea para aquelti ,1, que aeabamm por se tornar as unieas

*3 59
eiéneias. Elns agora cram sete e so niantiverani assim na ldade Media: Gramzitica. presentifieaqiitr denominado de mdrgein.} A rieswiprio tinha um papel fundamental
Relorica. Dialeticu. Aritrnética, Geoinetritl. Mftsiea. Astronomizt. As qutltro |.i|timas nos Prog_\'mrmsmara (E.t¢'n‘i't‘i0_\' esrolzrresl atribufdos £1 Hermogenes. Quintiliano (3.
artes matemaititras forum. denominadas por Boethius como constituindo o quadrii-iiim 3. T0: 9. 2. 40] a aproxima da evidenrir: enquanto a descrir,-fin viva: e detalhada de um
e as lrés primeiras sfio t.lt?l'l0l't'llI'l€.l(lflS desde o sérulo IX de ri-imam. Vale lenibrar que ohjeto dentro de uma moldura atmvés da enumeraeéo de detalhes senslveis (teats ou
rrrs nqui signifiea doutrina e nfio rrrte no seu sentido atual. Cf. Ernst Robert Curtius, i|1ventar.lo<\J. A deseriqfio detalhada S8 dava atlnves de certos mpnie segundo uma certa
Eiir0p¢'ii'.i-rite LfI(’IUftH' mid lurer'm's<-has Mlrielalrer. Tiibingen. Basel. Franeke Verlag. téenica. Essa modal idade de descrigfio esté na origein do geneno poesia deseritiva. Ela
ll. ed.. I993. pp. 46 rs»: e aintla Eduard Norden. Die unlike Kiirisrprmo. l/om W. deiriava de lildl.) on aspeetos negativos e idealizava 0 objeto descrito. 0 que levou it
.Iahi'-lrterrdei-r t-. (‘Int bi: in die Zeit dew‘ Renrr.".r.rrrnce, LEip7.ig_ I898. ['l11$§lI'l'I. r."_n.{fic'ag:?o em oposiefio no renlismo lcf. lorus cmroenns da poesia pastoral, Ltlusberg.
l O eonceilo de évcipyrtr: eslai inlimamente rel-acionado a oulras nogoes que trataini op. cit._ p_ 3991A deserieio tambem servia W assim como os exercieios dc tradueio
do ,0rrsstrgwrr/rrirdirgfiri entre o logos e as il‘|‘l£igt:!l$. a sober. ele tern ulinidndes com inter-lingufstiea - para aumentar o toeahulério tel‘. mpia renbmwn) do retor e do
noqoes que signiticam a metaniorfose do texto em textura do mundo. em presenea poeta. Nesen liiiha existem livros que se dedieam inteirarnente it deserieio de ohms
do ohjeto representado. Outros eonceilos proxirnos ao de emirgein 5:30: unoninomtt; de artc. como o .':.'r'£'mre.\ dc Filostralos lsotista grego que viveu em torno de 200 d.C.J
thipotyposis. cf. Quintiliano, 9. 2. 40). Zkqapirotg tékplirasis) e fifionotia lethopoiin; e o.~. Ekpliru.\1-i'.r de Callistratus. Na loriga tradieio de descr-iprio cncontramos autores
lllllil modatlidade dajirrin personae muito proxima do coneeito de prosopopeia. uma como ()v|'diu, Calulo. Shakespeare. Toss!) no seu G£’I"tt.ra.-'errtme Libemm. Milton no
“figure que atribui nqiio e movimenlo a coisas. assim como vor. a eoisas nnsentes. as sen Prirr.-dire Lon‘. e Wil I inn Caflos Wi lliamw {Pit‘l‘lire.': from Brireghel). Quanto a esse
vezes ate nos inortos". Lnusberg, Hcimiburl: tier‘ iirrrnri.rrh<’rr Rheirirfk. Stuttgart. 3. lema eu so posso me reportar aqui no ercelente texto de Paul Friedl tinder na introduefio
ed. I990. p. 936; sendo que. rigorosamente ful:J.rido_ a prosopopeia é reserrada para dc: Johannes von Gaza e Paulus Silenriarius. Kt!!!$fl?€.T(‘|ll'F‘fi§?tI!l_§,'(’!1 Jirsrinlanisrher
coisas e mortos e aetltopoeia Piiffl as pessoas itusentes}. A ¢’I?(17!'_Q£’i(J fi on seja. o “por Zeir. com eqslnreciinciitos de Paul Friedlrinder. Leip2igr'Berlin, I912, iiitroduqio
diante dos olhos" -V era lida como um dos ohjeiivos da deseriefio (ou ainda. era lfilliltllli P.F.. “Uher die Besehreihung von Kun stwerken in der anliken Literatur”. pp. I-103.
como sendo ela mesma at deseriqfio. como no definierio dc Quintil iano do ewkleiitln J. A I5} Op. cit.. p. 220. Cl‘. ainda "more pit‘: prawn I serisi la pitrum eke In poe.\"i'r:". p. 230;
ekplirasis grega e arlesrriprin latinu niao séo nuda mais do que essa mesmo deserigflo e: “Tu |poela| nio t-"Es que na tuu eiéncin ll proporeio nfio é criada em um instante.
que Visit it ¢-mi»-gem. No discurso laudatorio, i. e.. epidéitico. a descrigfto tinha u ma mas antes cada parte se sucede uma apos a outta e que a que \-em depois nfio nasce se
papel importante na Retorica. enquunto meio de rtmpllaeéio do discurso lrrrrrplljirurlu l. Ll anterior nfio niorre". p. 237. O tema da sucessfio dos signos puétieos também serzi
Quintiliano 14. 2. 63-~64; tmla da imponéneia do ¢’mii'_geiu como omamento do discurso. central na tcoria serniolica de Lessing.
Para ele a endrgeirr perrniie no discurso forense um eonveneimento inelhor do que o 16} id.. p. I86.
argumento. Essa: leoria supoe tonto a capacidade da imagi naqito do poeta e do ou\-'i tile. IT) lhid.
como iamhém a reeiprocidade entre as image-n.< memais e 0 despertztr das emoeoes IS"! 1a.. p. 199.
(cf. o eoneeito de _n,r_\'ciwgngia): “POl.\ a oratoria é frtistmda no seu efeito total e nfio e‘ l9: Id.. p. I96. l\*les‘|no na representaefio de uma aqrio, como no caso de uma hatalha. Da
perleita se ela apela apenas para a umli-;~fi0 e se o juiz sente que os fatos sohre os quuis Vinci alirnm a precedeneia do pintor sobre o poeta: "A tua pena ter-se-xi eonsuniido
ele tem que deeidir est-{to sendo apenas. nnrrados para ele, e nfio estiio sendo expostos antes dc lu teres deserito aquilo que o pr ntor represenla de modo imediato com a eiéneia
para os olhos da menle na sua verdade v iva" l8. 3. 62. en grifo. M. S-S L E interessnnte dole" tld.. p. 200). Em outra passagem Leonardo eomparn rt deseriwgiao de um ohjeto
so destacar —j:i se lentlo em meme 0 texto de Leasing que iremos ler — que a rrndrgi-in mostrando uma face parte por pane. sempre tanipando as. deniais: a 1‘lr!il‘ vlsim, por
é lomada como algo que uni (riérrt da narraefio: ela é para Quintiliano uma verdadeirn outro lado abarca at proporgéo "a un meclesirno tempo" (p. 218).
mrn.\"rrr'lt1)q;fio do real através das palav ms. Nicolan de M irn (do século V a.C.l também 2m |t1.. p. 241;.
destaeou essa di lereneal entre a nanaeno e a descrit;:?to: “[A riarrnefioj trata de um tema 2| l ld.. p. 246.
de modo geral. [uma descrienol de modo partieularizado. Logo. lemos uma na|"r;|(;i1o 21! Essa eoricepg-{to de ieeiprotsidzide na correspondéncia entre a poesia e at pintura é
quando se diz: ‘Os atenienses e os do Peloponeso lutavan1‘_ No entanto. ternos uma elara na épocn. AS‘ilfl'l como i.l piniuru representa as Historias dos poetas. do mesmo l!!
descrigfio no direr que tipos de arles catdu lado utilizava e que tipos de equipamenlos“. modo e' valorizada a deserieiio poétiea. Ludovico Dolce eilava tie modo eitultante
lApud A. W. Halsall. "Besehreihu|ig". In: Hisrnrisrm-s l/Forte:-irrrrlr der !\‘!iernri'.lr. org. as deserieoes de Ariosto — as l1l\3hHIiiS que Leasing diseuiiré de modo eritico no
Gert Ueding. Damistadt. Wiss. Buehgesellschaft, I992. v. I. col. I495.) Vale observar seu Lonmnirre. Vale lembrar que um dos eampos privilegiados para o pm-ogorie
que nu eiiderrtirr o ohjeto como um todo possui uni carziter esrririro. por mais que ela era jusiamente o portrait. um género renaseenlista que competia com as descrieoes
dependa de um processo: lrata-se do dcscriqfio de uma imagem paralisada na moldumde poéticas dos iridividuos. Tanto num easo como no outro havia um rnaior peso na lll
uma simultaneidade. pormais que nns suns panes ocorra movimento lQuintiliano 9. 2. tipifiengno: na reduefio a exernplos.
40. ex plicztndo o coneeito tie lil|Jfll)' posis; Lau sherg, op. cit.. p. 399). A siintiltnneidade 231 Id.. p. 202. E Leonardo se pergunia mais adiante: “Quem nfio preferiria percler o [seu
das particularidades que deterrni nu o eaniter BSiE§[lC0 do todo do objeto t-5 um eorrelato scntido] da audiqéo assiin como o oliato e o lato at percler o [seu sentido] do visfio?“
da viv§m‘t'c| de siniuftorieidmfe do resieumrilut-: o orador transpoe a si e :10 seu publico lp. 202). Mesmo o adégio que Plutarco atribuiu a Simonides {$00 a.C.1: "ti pinturu é
para a situaeito d6lBSi.EH'l1.ll‘1l'l3$ oeulares tcf. Quint. 4. 2. 123). l Em Lessiiig. no séeulo uma poesia muda; a poesia uma pintura que fala" é contradilo por Leonardo na sua
XVIII. a emlrgeia serti ohservada coniofmendo par-re da narraofio poética; Leasing. inabz|.lfs\'el defesa da pintur41“E se tn disseres que a pintura é um poema mudo, nfio
como veremos. emjuslainente um Ferrenho oposilor do deserigfiti na poesia. Portanto. -aeria fa poesia] ela mesma muda se nfio houvesse alguém para reeiié~la ou para expliear
do seu ponto dc vista. de\-e~:~e guardar a diferenea entre 3 ileserieéio e o efeito da o que ela representa" (p. 306}. Ou ainda, uma vez. que as artes ohjetivam a mime.ri.\' =
]i§§;::..: .
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no seu senlido mais cxlrcmo do representiIi::a|;€io do objelo rcprcscntado, a pintura 6 .">'J}“Asin1agens e :1». figural» devern ser aindil mais frcquemes na maioria dos géneros da
a rainha das arlcs c Laml:iém da hiswriografia: ela é mais cxala na represenlaigaio, 6 a Pocsia que no‘; discursos da oratoria. A Relorica. que quer persuadir a nossa rrcrio
sua comproensao :5 |ncnostedios:1.ja a poesia é apcnas “pimura cega“ Ip. 208. i; falta [grifo maul. dove sempre conservar um ar do iiaoderagao e do sinceridadc. N510 é o
a ela justamcnlr: a concrelizaqfio das imilgtns. Uma pessoa “cega do nm‘-cinwnto nunca mesmo que so passa com a Poesia. que prefere antes do mais nada nos emocionar, c
compreendera o que o poeta demonsira" ([1. 214]. qucm conc:ord:m§ se se quiserdizer que ela atua frequemelncme dc ma-I'é. If-. porlanlo
24) Ihid. Cf. ainda: “Per fingers parole la poesia supcra Ia Pittura, ct per fingers: fatli Ia a poesiu do csliio que faz o Poem, mais do que a rirna e an cesurai’ Id., pp. 298 ss;
Pillura supcra la poesia" (P. 284}. cf. ainda pp. 351%.
25) Cf. Hubcrtus Kohlc. U1 prrtrrra por-ifs non err}. Denis Didemr Krrrrsrbegrafl Mr“reims>m -IUI Id.. p. 297. Quanlo ao papel da €!l(IF};‘€!fi nas poéticas do século XVIII, cf.: Klaus
Exkurs :u J’. B. S. Churdin. Hildcsheim. Ziirich. New York. Georg Olrns Verlag. I989. Dockhoril. “Die Rhclorik als Quclle des VOl’|’0[Tli11‘llISCi'iBI‘| IFTIIIILIIIEIIISIIIUR in dcr
p. I3. Lilc!'al||r- und Geistexgeschichte". pp. 64. 92 ss.
36) Leonardo da Vinci. op. cit. p. 257. 41) Id.. pp. 291.294.
27) Cf. Franqois Lecercle. op. |:ii., p. 43. 41] Id.. PP. 1'-)3 sfi.
281 Cf. Félihien. nus su-as Coirférwmo J0 I“Amdénr.='e R0_\=aIe de Peinrrrre er dc Scuipzure. 43: Id., pp. 3lJ3 ss.
Paris. I669. in: Emreriem srrr Ies 1-{ex er xur {es orrrrages dex pfrrx exceflenrs pein:re.r_ 4-1} Para Dubos o Iaiirn seria mais propicio 5 poesia devido as was "irwcrsc">es" c a sua
Trévoux, H25, v. V, p. 3I0. hrcvidade. Nasse senlido Dubos eslava seguindo a concepgfio que via no francés a
29) Lee. op. cil.. p. 254. Iingua govcrnada pcla razio. Para os uuLor::s (Ia Grmmmnre génémle er raisonée do
30! Cf. lambém a segui me |3i]bSiJgI3l1'I dc Félibicn quanlo £1 conccpqfio da pinlura como uma Port-Royal. por cxcmplo. o Irancés seria marcado pcla ordem riamraf — i.e., racional
realizaqao lffllrfll 13. portanlo. que vai além da sua hipolélica “fronteira medial" c ac — c so oporia :1 ohscuridade do Iatim. Dubos como partidario do scnsualismo passa
lorna exlensa no tempo: “No emanlo. como nas peQa.~: tealrais. a fabula nao csla pcrfcita :1 valorizar o laiim jusiamenle devido a esse seu elemenlo “sensual”.
so ela nao possui um comego. um meio c um fim. para poder ffl2Bl'CCll1‘Ipr€Cl'ld:!FlUCIO -I5} Essa dislingfio dove ser reiragadu E1 querela entre Hermogenes e Crzitilo narrada por
o lema da peqaz podemm 1aml:|ém nas grandes ohras dc pinlura. para inslruir melhor Piatio. ao conflilo entre a concep<;z'1o da Iinguagem como naiural ou como instiluida
aqucles que as verao, dispor neias as liguras e loda a ordem dc tal modo que nos pelos homcns. Cf. Gérard Genclle. Mimofogiqzws. Voyages er: Crar_\'Ii0. Paris. I976.
possamos jul gar mesmo o que prccedcu ii again que é represen1ada..." (Fflibien. op. 461 Dubos. op. i:il.. p. 326. Duhos remote nessi: ponlo a Quinliliano. CI. Insrir. S. 3. 30.
cil.. p. 3 I 3 ,1. G proprio Pou=<i n ao Icrminar :1->sa referida ohm. enviou-a para Charnelou -I71 Id.. p. 325.
com o pedido para 0 seu amigo conlparzi-Ia com 0 capilulo vinlc do Exodoi "Leia a 48! Id.. pp. -"H3-415.
historia e o quadro para saber ae cada coisa é apropriadn ao tcma". (Apud Lee. op. 49: Id.. p. 422.
cil.. p. 224.} A obra foi fciia para ser Iida e comparada com o texto-inodclo. Tudo nela 50: Id.. p. I05. Essa doulrina do momenta propicio para a represent-wgfio do pimor. Cenual
dove ser adequado a exprssszio do seu Ierna hfhlico. para o Lrrnrrlnnfr’. como leremos a oporlunidade do ver. havia sido lcorizadn. entre
31} CI‘. o esclarcccdor esludo dc Roger Zuber, Les "BeIIes Ir:fidéFes" er {a_,‘br:nm‘i0n du oulros. por S|'IElfI.EShUI}'. C f. o seu A Norton Qf the H:'.r:0ricaI‘ Drziughr or Tabiumre of
grnir cfossique. Perm: ¢.f'AbIam"mu'r er Cue: de Brlkac. Paris, I968 inouvelle édilion the Judmenr Q}'.'fercuIe.<>' I U12}. In: Sei'0rm" CF1crr‘m‘!er.\' or the Language of Forms.
revue cl augn1enlc'e. Paris. Albin Michel. I995]. org. Benjamin Rand. Cambridge, I914. pp. 30-6I.
3-2| CI. Rcné Démoris. "La: langage du corps ct Yexpression das passions dc Félihien 5 II Id.. p. I06. Cf. a passagem do Poérica dc Horacio. v. IT‘)-I82, cilada acima na epigrafc
51 Diderot“. in: Des mars er 11¢-.+; Com’eur.r. v_ II. org. Jean-Pierre Guillerm, Prcsseg do soqzio sobre Leonardo da Vinci I p. I-I).
llnivcmilaires dc Lille. 1986. pp. 5| _\.=a. 521 Também a |n|I|.~;ica é consideradu por Dubos como uma arle imilaliva. que. como a
3?-I Isso apesar do Dc Piles lcr considerado ainda a piniura historica como o género principal pimura. uliliza “signos naluruis": “Assim como a Piniura irnila 05 lracgos. c as cores da
da piniura no seu (‘ours de _:;+ei'nnrre par prr'uripe.~;. naturem. do mesmo modo o Mlisico imi la os tons, os :1cenlos,0s suspiros. as inlicxfics
34} Roger do Piles. ("ours de p£’:'n!m'e par pr'r'n('i,r1es. Paris. ITU8. Reimpresso in: do voz. enlim lodos csses sons com a ajudados quais a nalureza mesma exprimc os sous
C0n\'er.rarions sur Ia cmmai.\1ranre de In pefnrure er .s'ui"I¢'j::geirae:1; qu ‘on dniI_f:.'rfr'¢' semimcntos e as suas paixocs. Todos asses sons [...] possuem uma forgo inaravilhoqa
Jes Iabiermx Ireimprcssao do edigfio do I6T?I Gcnebra. I910. p. 3 I2. para nos cmocionar porquc ela“ silo signos das nossas paixo-es. insiiluidos pcla nalurcza
35b E iI‘|lBf6SSEl|]It‘ dcslacar que De Piles foi lraduzido para 0 aicmfio ja em I710 por von do onde cles reccheram 11 sua e|lergia;po1 sua vex. as palavras articuiadas nao sao senfio
Mflfpfifgfifi R0gfil' d6 Pilfrh. Hmoire and Leben derI1m'iIw:res1era Eiimpd§.\-char: Mcrhferf signos arbiirérios das paixoes. As paiavra.-a arliculadas nflo retiram a sua significagfio
S0 sirh durrh Hire Knirsr-Srzlicke b€k(Iflt1T_£,'€l!I£IdlI mmr eiiiigeri Refle,u'on.v dariiberfrmd e o seu valor senio da inslituiqfio dos hornens que so puderam estatlelccé-Ios cm um
Abbifrliing eines I/of.-‘krmuneiierr rtfuhfersf Nari: w¢>I¢rI‘:er die Mr:!:I¢-my (ifs Pi}??? Regal certo pais" (id.. pp. 466 .53.).
I-rm bflrrrheifer wenien, Hzunburg. I710. 531 Cf. H. Kohle. op. cil.. pp. 29 ss.
36] CI. Basil Munlcano. "L'abbc' Du Hos. Esthéticicn dr la pcrsuasion passionnelle". in: 54] Id.. p. 4 lb Igrifo rneu]. Cf. zlinda a passagem que moslra a Icilurn »— i.c.. a escrila —
RLC 30 I I956}. p. 330. como uma intensificagfio no processo mediarizado da recepgao (p. 428].
37] Jean Baptiste Dubos. Refflr-.ri'mi.r cririques sur (:1 Poér'.s'i-e er sur Ia Peinmre. Paris. T’. ed- 55} Dubos, op. cil. . pp. 418 as. Dubos continua afirmando que o mesmo fcnomcno pode ser
ITTFU. Prcmiérc Panic. p. 2| I. obsr:rv:ld0 an Se lenlar descrever um compo dc gucrra, ou um animal cxlraordinzirio.
?-SI Id.. p. 248. Mais adianle Ié-Se: "Or Conlmc la vérité cs: I'£1me de I'Hisioir::. la ou uma méquina: “enfi m iodos os objetos com os quais a curiosidado pode so exorcer.
vraiseinhlance cs1I'a’irne do la Poesixr" Ip. 2553. E ncccssario figuras para fazer icompreender dc modo (‘erro e dminw os Iivros os

62 63
_-

mais mct6dic0>' qua‘: lralam desae lipo dc COiS3S. A in1agina<;flo a mflI$ saibia Iorja o rrago individual do esrflu idc .rriI'us. canola. i.::.. caligralia. traqo proprio] de um
frcqlleincinenle ,*‘2r:rro$:nrr.r quando ela qucr lranqformar as dcscrigoea cm um quadro" génem Iirerario. uma época ou rcgiao. como a cumun idadc com as suas caraclerislicas
Ip. 4|‘). grifo men]. proprias c ullurars c nalurais — £lS!~II'I'l pode-so falar do _s;e.Iria.s" do uma Ifngua. Em Duhos.
56] Cit. in RICICCII. Gmlmrwrre e'!_:1.I'1r'r'rJ.\'rJp'|I':ie* mr s‘I£’r‘r'c (!'r'.\‘ IuJ::i<?re.\'. LIII€. I973, p. 56. acrescenla-so ainda a calegoria do arlisla como génio —- desenvolvida 2: partir da norgfio
Para o que so segue sobre Laniy. cf. cssa mu:-zma obra. pp. 53-oo. rclorica. tarnbém pwsente em Quinlilano. do ingmnrm, que consliluiria um lerceiro
571 Ed. do uma. pp. 239. 249, e ed. do I?i.JI. p. 64.cil. in Rickcn. op. ¢:il.. pp. 59, 62 I-53. grau de imraduzihiiidade que cstaria na base da prodogfio poéiica. Es5;lC:1l€g(1l'i;J do
58; Ed. dc |?|5. pp. 33 .\x._ cil por Ricken. op. 1:11.. p. 64. génio que foi ccnlral oar, P0r‘:im.\* do sécufo X V [II dcsdohra a nogfio L‘Iai:§aiiJ'.1 do csti Io
59} Réfie.riom' rrr'rr'ques. op. cil.. P. 95. como um “nfio Qci qué".
so; Id.. p. 94. am Johann Jakob Bodmer u Johann Jakob Brcilinger. Scfirgfien :irrr',Er¢=m.'rr.»-. org. Volkcr
6! 1 Id.. p. 8-1. cf. lamhérn p. I08. Maid. Stuttgart. I980, p. S9. Cf. aindu: “Dew:-so distingoir a verdado do enlendirnclito
62} Lcssiiig dcfcndera :1 lcsc opoxla no seu LrIm'0rIrlI(’i a pimura deveria \cr uomedida na |V¢':‘.vrurm'r'.i'I do rerdade da iinagirraapio |£iribiId¢mg]; aigo pode pareccr errado ao
rcp|'::son!ar;zio do _m:II:us. eniendimcnlo que :1 imzrgi|1ac;ao aceila como vcrdade: por onlro Iado. o ii'i'lIEIlEIII1'li3llIt)
63} Id.. p. 508. Essa co|11para¢;aoculre a prosa e a e.~;'.ampa dopois lornou-so nmrda corrcnle pode rcconhcccr algo como vcrdade que parcrc inacrcditaivel para a Ianlaxia: e por
no Iongo do século XVI II. Voltaire. por cxcmplo. qua diriglu na Franga o parlido que isso 6 L‘|.'|’Ifl que o errado aw vr1.e> 6 main \"L‘l'Ob‘aIII1II do que Ii vcrdade. A vcrdade
dcfcndeu o Verso conlra a pocsia em prosa Ideibndida por La I\-Ions I. escreveu: "A hua do cntcndinrcnlo perlcncc :1 Iiiosolia. por oulro lado pertence ao po-ela a \-"erdadc da
pocsia we para a boa prosa a<si|n como a danga cstri para um simpics andar nobrc. imaginaugpio: dai ler.-\|1'.slo!cle.<.| Sago:-».s=: a rcfcréncia E1 Iamosa pahsagem da Poérim
como a imisicza esli para o narrar ordinairio. como 11:» corca dc um quadro cstao para dcArislo|eIcs' aohre ussa difnrltnga. IC:":r:'a<'he Dir‘I1hl'rur.\'I‘. Zurich. W40. v. I, pp. I38 sa.)
os [|€5EIlI"IOS a Iapis ’ Icil. in Pelennann. Sm-rr imi I/Prs mm‘ Prmu in :Iw'_,frurr:v'-'H'\<'I?¢'H (1?) Breiungcr in; Johann Jakob Bodmere Johann Jakob Brcitingcr. op. cii., p. 9].
I'.r'rerrrmr (In X VIII. J<:h.rJmr1de:":.s'. Hal le. I9 I 3. p. ? I J. 68: Id.. p. ‘J2.
(1-II "Uma vcz que nao rcenconlramos nurna lraducgio as palavras cscolhidas pelo aulor. (19! c'i-ms.-11.»11:.-mrrm.a.0p.o=., Bd.I, pp. I9 sw. CI. Uwe Mollcr. RI:eruri.\'d:e Uberlirffbnrrrg
ncm o arranjo no qual clc ilS|1il‘-‘H1 poalo para agradar no ouvido c para elnocionar o rmo‘ Di:'Irrir.'r_s;II1m:'ie rm _f'r1'iI'rm I8. _-’uI:r'hum."err. .$'I‘r1¢-W1! :u Gotrwfred. Brefiiirgw
coraqao. Pfidc <6 dizer que julgar do modo geral um poema com base numa versaio mm’ (.1. Fr: II-feier. Miinchcn. I983. pp. 5| ss. Também para Baumgarlen o sucessivo é
cqui\-';|li: an qucrcrjulgar um quadro do urn grands |]‘IC5lfC.C|DgIE1(I0 .\ohr::tudo pelo mais rim porque mais .m::eUirrrn'e ao proccsso do percepgao um lo do mundo exu:'|'no
>cu coiorido. com hast? 1‘il.ll‘il:lBsl%1rl1pa na qual o lrugo do ~i:u dc.~.en ho uinda Bsiariu como do mundo inlcmo. (Cf. u sua .=Ifr'm;:I:_\'w'r‘r: § 541. In: Baumgorlcn. ]|‘l*.rrc :m'
corrompido. Um poem-.1 perde nu ma iraduqflo 2: llarmonia c o nlimr;-ro quc cu (}'rumIIegur:_1,- {fr-:"xI.s"rI1err'I~. org. r: trad. Ham R. Schwnsizcr. Hamburg. I‘-183.} Para clc.
comparo ao colori-lo dc um quadro, Ele perdc of a pocsiu do eslilo que cu uomparo como para Breilingcr. a compara:;:]o nan se dai moi» apenas entre a ohra u o denoiado.
ao doqcnho E a cicpresnao. U ma lraduqfio é uma esiumpa na qua! nada pcrlnanccc rnru iamhém com 0 p|"o+;c.~;\o sciniotico que a |1c:'cep;;:'1o cnvolxe.
do quadro original a nan ser :1 ordem e a aliludc das‘ Iiguraw: por mais que clu estcja ?I}1Id..p.28.
aitcrada.“ Id_, Secn|1dc P;mi¢_>_ p, 556. Com relaqzio £1 lruduoao como i'6[IFfiLILI§‘fii_! do§ TI J Id. pp. 3? '-.5.
aspcclos apcnas n6g;tIi\-'05 do lcxlo original Duboa formula uma lci da lradugfio: "E TI] Fm? rer;ung Drr ('ririri "hen Dr'r'frr£'mi.sr. op i:il.. p. ~III6. (T. Duhos. op. ci I .. pp. Z9 I -Z94.
que :5 (Ia csséncia dc loda lradu:;z1o verler uio ma] as maiores belezas dc um p0L‘II'Ii.l e :1 pa.~.~;agcm de Quintilrano quc Bl‘€IlIl'lgCI"L‘IIEl|1BS\'t2 passo. I'm1i1'.. 8, o. IT.
na me\ma medida em que ela verle Iielmente os dcfcilos do plano c do.~ curaclcres. I3) Ff. Id.. pp. -I02 s>.
Se i:' p=:rmilido Iaiar rlcsse modo. na poe>ia o mérilo das coisas eqiri quasc xemprc H) |o.. p. 320
irfcrrrrfir-rrdu com o mérilo da expressilo" I id_, p_ 553). Sc para oq wadnlores da linha I-'5} CI. id.. p. -IIJ3: e Locke. op. cil.. p. =-I-04.
das "belles infidélcs“ era pns\I\'€I uma hdelidadc a br:Icza c ao ::>p[rilo do original. rm Id.. p. .‘»U‘1.i. Breilingcr faa refcréncia ao falo dc que "LocI\"eja|1olou que apenas on
para Du hos a fidelidade da lraduqfio é a do pior ripo. ja que ela so refers upcnas uos co|1ccilo.~ dc coi.~a.- uorporcaa que sin apanhadas pelox scnlidos possuem palm-ras
dr:I‘ei:o.*-1 do original: porque nao esla dado. para ele. a possibilidado dc aeparar — an proprias | ..| que ludaa, as palavras com as quai s so expri me os concoi ros dc coisas nfio
memos na poesia ; os signilicanles dfls \ignificados. L“UI'P(.JI'L\lSd[’i'I\-'i1(1i_lh sao riguradas por mais que a origum dc muila.~. paIavra< tcnha se
as; Id.. p. 55I..Ioh11I..ockc_i:i insislira nessa nam.-orrespondéncia entre as lingua:-z. [.\.\»o tornado desconhccida 6 IHjl.|!\I.III(.‘£I\-'u.‘I" I Harrwrzrriig Der (‘rirm-Irrn I11‘;-Irriunsr. op I.-il..
dove ser visto como um de~d0bramenlo nalural do bllil Ieoria da origem mrbiirairia da p. 308i. On >e_ia. a figural na.-cc om pn' mciro Iugar como calacrrsso para suplcmenlar a
Iinguagcm. C f. .IoI1n Locke. Air E.\'.\'u_\' ('rI!I{'('!’?1IlIg Hmmm I.-'n(IcrsmrrrIi:rg I low}. Ialla do palavras proprias para a rcpreseniaqio das ideia.-I zibstrzilas.
Oxford. I*)T5. Book Ill. Chapler V "OI the Names of mired Modes and Relalions“ 7?! CI. f'iorr.rc:;rr::g Der (‘ri'rr'.\'r‘!m1 D:‘rh.'k1m.vr. op cil.. pp. 3 I2-3 I4.
:_ pp. -132 ssl. A rcflcxao h(.‘rI'l|'i3 a 1Iil'ereng:a do germs {do i|1dogcrrna|1ico_2w:. criar. dar T33 I/iwbfriimrre era a palavra aicmzi uiiiimdu emao para Iigura.
a luz: gr. ,:;r‘rie.si.s': urigem ,1 dc I.-ada “|1aq£1o“ -» que tem um pupcl central lambém no 1'9! Id.. pp. 315 ss. Cf. ainda: "O discur.-0 que fossc Ionnado a partir dc meras palavras c
.{rtm"n.-mfr’ — pode oer relraqada :1 Lradigoo Rerorica. Quinti liano. por cxernpio. dcscreve dc c>cp|‘cs~,6c:> proprias. lalvcz livesse Iuz. mas uonhum calor. nao seria nada insinuanlc
o gr'r:rr.\"Rhodiw1r.que comriluiria um Lerueiro cslilo. aiém do ailico e do asizilico. como 1: do quando em quando scria fraco" [p. 3 I 2). Ao Lralar da sonoridade da linguagirm.
um géncro mislo que love :1 sua origem em Acscliincs quando ele levou a cullura Bl'CIIIl1g6l‘IIll5ISl|3l1(!\-';Jl'IIBIll€ no ganho em que as onornatopoias implicam para ela: “A
aleniense para Rodes. Nessa rronsposr'(do Icria ocorrido. como cxplica Quinliliauo. perfciigfio da cxpressao no qua: lange Ir harnlonia consists particularinome nu imitarpio
uma “degenr:rai;ao". (CI. Im-. Ox. I2. 9. I9. trad. dc H.E. Butler. Can1bridg::»"I..ondon. Ibliz do som da coisa. a.-<s||r| o som concorda com o ruido da coisa c a repntscnlaqrio
Harvard Univcrsily Pres». I993. v. I. IV. p. -1-6| .3 O gem';.:$ serve lanto para descrcvcr [I/0r\'ieIIuirgj recebe um ta! adicioual cm énfasc e em ucrdadc que nos acredilainos

64 65
. . .....___..o_ I
que as coisas nfio .'-1:10 apenafi pimadas e descritas. mm; antes nos as percchcmos como apenas ans ouvidos. muito mais através dos ouvidos [ela quer atingir] divctameme o I
cfelivamenle prescntes" (pp. 302 ss.}. entendimento, i1ll'fliigll1EK;5.0. 0 coraqiio [...] :1 verdadeira lnzlléria Clil pocsia é constituida ll
l
801 TOd0l'<_t\'. cu meio. julgou depressa dcmai.-_a. na medida em que atirinou que em példs Cnnceilos clams [die klanm Begrfffel, as pensarnentos detcrminados que sin
Brcitinger. an cuntrafno do que ele nota cxistir em Less-ing. niiu haveria uma tenrial da expressos alravés das pa|a\-'ras“ (Id., p. 54}. Nas cdiqées postcriorcs a essa tradugifl
linguagem poética que iria além da valoriza1r;Zu)da mctfifora como meio dc rcii1oti\-zagfio dc J A. Schlegel, Baltcux rcsponde em noun do rndapé its criticas que aquele tizera 21
da linguagem. Todorov arirrna que pant Breilinger “|'arbriu1ire das. mots était un nbra. A resposta que ele dzi com t'e!at;:i0 £1 questfio da mime.ri.s' na lirica 0 aproxirna
handicap pour la poésie. at que. pour y remédier, cells-ct disposait dc la ‘figure ironicamente da postura dc Diderot. na medida em que ele defends que na poesi-.1 0
picliinlle-' tmuIile=ri'.vr-Ire F:'gnri". ou scja. ele. nfio nuta que para Breilingcr. nu iinha dc fiiigir é ITlJ1lSll'l'I])Cli"l€lIllC que 0 “dc fato sentir". defendido por Schlcgcl. Cf. an notas an
Christian Wolf B por mais contratditério que isso scjti com a sua teurin da |m:i:ifnr11 e capitulo “Sui Ia Poiisic lyrique" (Les Beair.\'—ArIs. S. e-d., 1774. pp. 3| ? ss. Cf. tamhém
da complelude dz: linguagcrn onomatnpuica. as imagcns do pensamenlo sciiam mais pp. 62-65. onde ele defende a universalidade da imitaqéo como principio da arte nu
in1ediatas,justamcntt: porque estarinm livres da iiifltiéncia dos sentidos. iT0dornv. medida em que com esse terrno ele quis st: referir 51 "nature choisie 6: embellie autani
“Esthélique et séinintiquc zlu XVIII" siécle". ('ririque XXIX. 303 tjan. l9?3} 3639. qu‘::Iic pcui |‘E1rc par le Génie 8: par le Gofit” [naturcza sciecionada e emhelezada.
aqui p. 35}. CI“. para uma posiqfio ncssr: ponto mais caute|o<a qua: a dc Todorov. Llwc tanto quanto ela pode o ser pelo Génin B pelo Gostol}. Jé Schlegel. por sua vez. nus
Moller. op. cit.. p. 54. nrcdigfies da sua tradugfio. acrescenlou vairias trépiicas its tentauvas dc defesa dc
S I} Com relagzfio £1 critica do Locke its figuras retéricns. ii retdrica dc um modo gem] — e Batteux. Como se percehe. urn debate emocionanic. Cf. lrmcla von dcr Lllihc. que 0
it poesia ? cf. a ’r'an1o:>a passageiii dos scux ensnios no capilulu inlitulado “Of the aconlpanliuu no seu Nmnrmid Nachaimiung. Unterswhnixgeii zur Bmrenx-Rezeption
Abtise of Words" top. cit.. P. 5081. na qual ele estabcleccu dc modo puradigmzitico 1: in Demsrhlmrd‘. Bonn. IQT9. pp. I I3 ss.
diferenga entre 0 discurso ligudo it rwlidadza "tail como ela é". B 0 disturso voltadu 93} Cf. Ricl\en.op. cit.. p. I I6.
our-.1 0 erm e para o prazer. sendo que uqui ele poo num mesmo saco -.1 Rt-térica c a '93} Cl‘. Hugo Meyer. intrnduqaio :1 Diderot. Lerrrv .mr!ex surds ermneis In Fusage dc wen:
Poesia - como Flame jfl o fizera. On seja. Locke descarla mesmo as “belas liéis“! W @m¢'~d1'm P1 qw‘i><1r!<~1r|. Diderot .§rmrn».¢ VH. edited hy om. Fellows. Genéve.
Essa criticu dn Retorica c’ essencial c foi ecoada mais lardc por Kant. 1965. pp. 5 as. Essa texto [oi contempnrfinco ao seu "Traité du Beau". (iriginalmgntc
82} Herder. Rem-:isw.~‘onen ans der Allgerrieineri Detirscfren Bibfirirliek 1770-I774: in: um nrtigo da £'i1r_w-lopédie. Nessa artigo Diderot jzi iizera um balango das pnncipais
Siimtliche Werke. hrsg. \-on Suphan. Bd.V. Berlin. 1891. pp. 2'3"-J ss. C I“. aind:t.|ohn Pizcr. tcorias e.-léticas da sua época e concluiu uaracterizando o rapport como o Iraqo
"Lessing':~ Reception of Charles Batteux". {.es.sfiig'.\' lkwrbmik, I989. v. XXI. pp. 2‘)--43. principal do heln. aendo que :1 sua conccpqflo dzt arte at nfio st: dintancia muito dn do
S3} Mtmes Mendelssohn. (Fesanimeiw Schrifieii. Jubiliittinausgahir. Stuttgart.-‘Bad Cannstadl. Baneux -~ que é elogiado no tcxto —-. ou seja. ela m:1ntém~s.e dc modo in£'qtl|'vo|:o
\-1 4: R¢=;wi.s:'r>nsarrike1 in Bib-Un!h¢'l< z1'ci‘_mlii'iiieii Wi.§s¢>ns¢:l1_fi:>i: and derfre{\‘€ii Kiiiiste dentro do csqucma da imitaqaéo da belie imrure.
(I756~f759'J. I971 p. 249. 94! ”|~-‘I Se nos nfio possuinios divcm-as PCYCCPQEBB simultimeas é impossivel raciocinair
84: Charles Batteux. Les Beam»/1 ris rédm‘r.i 5: nn Jaimie _uri'm'ipP. Paris. I741 p. W. B discnrrer. Puis (.llbC0l'I'Bl' on raci0cin.1i' implicu cuniparar (IULIS ou mais ideias. Ora.
85) Cl1&lI’lt‘r~ Bailtcux. Les Beam-An‘: réduitx ci an niéme Pi-iizrfiie, in: Pri::ci,m'.v do in como coinparar ideias que mic estcjain present:-:5 no espirilu an mesmo tempo‘? Vocé
litrérnriiin Paris. 5. ed.. I774. p. 33-O. I150 pode ncgzlr que nos nfio |)0SSlllI'll0.\ ao mesmo tcmpo divc|'sa1s scn<a<;nes coino
B6] Les Bemo.--Arm. I'M-7. op. cit.. p. 6. as da cor dc um corpo r: du sua figural: oru. eu nfan vejo qual privilégio as eeiisaqfies
8?] Id.. p. i4l. teriam sohre as idcias ahstralas e llllBlECllJiI_lh. Mas a meméria. <egundo vocé PCHSEI.
H8) "Arisldteles dislinguc lrés géneros ou trés ("w'¢'s [...]. Essas trés cores sin 21 do ditirambo nfio supori-.1 ela no julgamcmo duas ideias presentes nimulianeamcnte no cspirito?
on da Poesia lirica. a da Epopeia nu da Pocsia narmtiva. enfim aquela do Drama nu da A idcia que nos tcmos agora c :1 lenihramga daquela que nds tivemos?" tld.. p. 65}.
Tragédia c da Comédiu“ (Les Be-mu"-A rm. 5. ed, I774. up. cit.. p. 259). 95} Diderot. op. cit.. no-"1.
39) .{.es Beam"-Arts. 5. ed. I774. op. ciI.. {J1}. 245 SS. 96} Id.. p. 66.
90} Trairé ale la <'0n.\trm‘Ii0ii omroire. in: Priilcipes de in litréraiure. Paris. 5. ed.. ITT4. 9?} Id.. Pp. ti? .<s.
pp. 289 as. s
98) [d.. p. 68 {grifo no origiinil]. l
9| ] Jacqueline Licl'|ten<atcin_ Lu mm‘¢>ur éinqnerirs, Paris. I981). .l.A. Schlegel fez alguns 99] C1'. Réinond dc Sztint-Marti. S!!!’ Iu p0<».sie mi gsiréraf. Les u.m_Qe.v. .~'e_s' homes, son
reparos a Batteux nit sua lradugfio. Ele negou. por cxcmplo. a wiivei-m.-'idads do éIabli.i.wn1¢'r:t, er .\iir re qi: 'eHe El‘ de rnnmum nvvc In pr¢:_;¢»_ pg; { |]'34 ;_ in; (Em._,m-_
i-
principio da imilaoéo. Essa traduqiti represenln cm si fl'lE.‘$II1fi 'Ul'l'l claro cxemplo v. l\-": Pnetiqrm prise (fans sea SONJ'I'£'.§'. Amsterdam. I?-I9.
de Lraiduqfto dentro do principio da aeinufariu — e da sua reatualizuqfio modcnia IOU) Rotisscau Cnmpartilhnva da mesma bBI1'll(§llC€l de Duhos c Diderot: lambém pnrn ele
na nogfio dc i::ierre.rruuIidade; Schlege] nfio apenas a rocheou de notas criticas. 2| linguagcrn mais i~.i.¢:m{ e’ at mais encrgélica: “Por mais que a lingual dos ges-tog e
como ainda. jai que as criticas COl'l‘lt3§£ll‘ElF|‘t Ii extrapolar as linliles do simples nota dc aquela cla \-'02 scjain igua] meme naturais. ai nda assirn a primeira é mais fzicil e depends
rodapé. ancxou Q sua lradugfio um volume inteiro dc sua atlloria. l-EfII$(‘lIJfi!?.i(UiJg liar nienos dc convenqécs: pois mais ohjatos alingem nossos olhos que nossos 0t|\-'id{Js,
.\‘E'.l1(il1£’f1' Kiinste mif emer Griindxarz. aus d. Fr. iibcrsctzt u. mil Abhmidiuligcn v. J. c as figuras possucin main vnriedade que os sons; alas silo taimhérn mais cxpressivus
A. S.. Leipzig. 3. t-:d., lTFU.J Na Iinha dc Wolff. Brcilinger e Baumgartcn. Schlcgcl c dizem mais cm mcnos tempo“. _l€£1l'l—.l?.IC(|ll6b Rousseau. t':‘.i-mi mr t"or:gi'm' a’ex
defends uma concepqzio menos p<il::riz:1d:1 entre a imaginuqéo e o ciiicndinicilto. e 1' nizgues". Paris. I974. pp. 95 ss.
conecta a poesia ans “conccitos clams". criticando a apruxirnaigzio que Bancux tizcra I01 3 Para Leihni z tambéin lint-'cri:1 :10 lndo do conheci rnenlo (‘l'(t'rr1 dc uma obra dc azrte um
entre a pocsia e ofumr: "A poesia [...] nflo quer simplcsmcnte falar nos ouvidos; nio “je ne suis quoi” irncdtilivel. "qni nous s:1lisl’ait uu nous offusquc". quc nos saiisfaz 01.:

66 67
nos ofusca. Cf. M. Frank. Eitifiilirtiiig i'ti die j'rt;t'i‘t.r0tti.aiiii.ri‘Itr* ilstlie-'it't'c. II'1rIe.viitigi'ti. It). 84]. Essa afi I'lIl&lt;11O eslai em eviderite conililo com 3 que airibui it wda arm 0 _.,-cu
Frankfurt am Main. I989, p. 4?. Nos sens !\-’oti1'i*riit.r e.i'.sat.r stir I ’etite=tid‘r=ittmt hiimiiiti hieroglifo pamcular, que Diderot alifis voltou at defender numa cartii a Batteux. Cf.
t I765} Lcihniz. referindo-se its idcias defiiiidas por Descartes como (‘Fairs er £'U.'lflI_\'i’ H. Korner. op. cit., p, 389.
como no caso “da nor e do calor”. afirina que elas nio podem scr conhecidas via I I0) “Lettri: :1 Mndemoise|le....“. iri: Diderot. op. cit., p. I02,
definiqfio e acrescenta: ~-so po-demos eonhecé-Ias por meio dc exemplos e de resto I I I} Daniel Droixhe. "Diderot: Les signes du Portrait". in: Hi'.iiiir_v of Sr*tni'ottrr.s“. ed. by
clevemos dizer que é uni niio sei o r|ué ale que nos decifrenios a sua conleittura" tLivn: Achim Esclihachtjtirgen Trabant. i‘\fl1S[CTdtlnIilPl1ll3Cl6l|I!l'llfl. I933. p. 14?.
II: Des Idées.cIi;1p. XXIX. org. Jacques Brunschwig. Paris. I990. p. I93). | I2! Cf. Roman Jakohson. Lt'tigiii'stim e ('utiiiitii'r-ng-do S510 Paulo I988
I01} Op. cit._ p. TO. I I31 A n0i;iio_de t'iigi=tiiuiii dc Baumgarten representaria um meio-terino entre o esiptii‘
ltJ?t_i Cf. Hans Korner. “Die Spmchcn der Kiinsie. Die H ieroglyphe als Denkniodell in den e o eonceno dc geittri da esiciica do .Smrm mid Dmtig. no seniido du suhjeiividnde
Iiiiiisthistoi-ischeii Sohi'iI‘tcn Diderot.s". in: Tan‘ iitidBi'Id, Bild imi! Text. DFG S)-mposion do aitisra como fonii: da criaofio rirtfsiica. Cl‘. Marie Luise Linn, "A13. Bauingziriciis
I933, hrsg. von Vii’. Harms. Stuttgart. I990, pp. 385-398. '>i‘\€‘S[l‘lC€I£ii' und dis: aiitike Rhetorili". in: Helmui Soliartze (org). Rheiorik. Beitriige git
I04} “Eu demando um pi’Ii?.Cl' puro e sem penas: eu voito as costas a um pinior que nfio rne tfirer G?si‘Iii“i-.-‘ire iii Detti’.ri‘!iIittid. Vain 1'6. -20. Jcilirfiitndeti, Frankfurt am Main I5‘?-4
propoe senfio um eniblenizi. um enigma ii ser deciI‘i;ii.Io." £s.rrii' .\-iir In _iie-ititnre t tins pp. too I25. cf. tamhém o iiriigo “Genie” de autoria de .l. Ritier no dicioniirio por ele
[I795|). in: (Etivrex. edition étalalic ct annotéi: par Andre’ Billy. Paris. I95 I. For outro orgailizado Hi'.i"trtri.vi-hes Wr‘irii-rbiidi o'er PIii'InsitpIiie, Bd. III. col. 235.
Izido. é verdade que no Leitre stir {es .\~riiird.r er mixers Diderot ressaltou ii dificuldadc I I4) fI.\'theitL'.| in: Bomhnrd Poppe. Alarcttrdw Giititieh Batmigarreii. Seine Beifetitiittg iitid
tnnto do composiqfio como da recepczlo dos I‘£’l'S‘O.§' I op. cit.. p. SI I. lsso decorre nio -5!!’-ltllfilfi "I 6'?!"1'-<’ii‘Hti;-I\'btf,f}‘i.irhett Phi‘.-‘osopiiie imi! seiiie Beziehittig ‘H Kant. Nebw
de iima \':1Iori2at;fio do cniblennitica barrow. riias siin do fato dc oado ime tcr para v€’f"(>§fl.é'?!F>ilI-(‘il‘.I!!iI‘§' sitter Iti_sIiet' itriIrt'.l'rititireti Hatid.\‘i‘I'irifi der .5li.ir!i'etiI< Brtirttrgartetts;
ele uma dosagem diferentc dos diversos conipoiienics que constituent o seu meio e Borii-Leipzig, I9I}?. § 1'3.
caractcrizaiii n sua reccpgfio. I I5} Armand Nivelle. I.c.v Ti‘ie'ririi>i' e.irt‘téti'qiie.i- (‘R Aliettiiigné dr Baiittigririeri ii Kritir.
I051 Walter Benjamin, L-'rspriing din d{’HI‘.\‘i"ilI€fl I"rititerspi'i>.\‘. in: Gesamtitelte Si‘hri',fii't:. Paris. T955. p. 3*).
Frankfurt am Main. I974. Bd. I. pp. 34Z~36I. A p. 383. lé-so aindzi: “A imugem é I lot Ci. A._iti*it-ttk. in: Poppc. op cit. § 35: “O gostn é um juiz nas causas nas quiiis 0
apenas assinaiura no contciiio da uiegoria. apcnas monogruma do esséiicin. nfio II °"“:"d'[““"‘“ "39 q"91' decldlf l~~l. Uiide dove ser apenas hclo. at enientlimento c
essénciu no seu involttcro. Ainda ossim a £'\Cl‘IIEt iifio possui nadu dc servil em si. razao riao t‘lBvci‘t'i pensar seinpre sohre isso. Quein possui uma disposigrfio para o tint-n
iiaio é descartudo n:i leitura como escoria. Ela |Jt‘i‘lClI'L| no lido como a sun ‘£igur2i"'. gosto. sempre escoihcra conforms at ela e dc inodo correio“.
[D35 Biid ist im ZLlSZ!lI1lTIl2Ill11lIIg£' der Allegoric nut Signatiir. nur Monogramm des I I TI Print urim nproxiinacfioenire flldcflfllfififl de poesia de Baumgarieii e sua intraduzibilidade
Wcscn.~._ nichi das Wcseii in seiner Hdlle. Dennoch hat Sciirift nichis Dienendes an ct. Jean-3 vcs Pranchere. “L invention de |‘eslhétique", in: Bauingarteii. E.rtIis'tiqiie.
sich. fiillt heim Lesen nichi ah wie Schlacke. Ins Gelesenc geht sic eiri ails dcsses Paris. I983, pp. [I5-1|.
‘Figur' |. Fica claro que cssa vrilorizriqéo extrema do significante. da escntura, vui no I IS I Moses Mendelssohn. AsrIie:i'srhe Si~itri]E'eit. hrsg. von Otto F. Best. Damrstudt. I080.
scniido oposio do Beqitr’rtii’i'i'M'eit. do flCl€L|i.l£lt§flU entre 0 sigiiificado e o !sIgl'ilIIL‘flTIlC p. 63.
visada pelo lluminisnio. \-‘LII contra rt sepuni<;;1o rigida c radical entre essas dtias faces I I9} Cf. o seu “Ueber die Hauptgrundsatze der sciiijneii Kiinstc und ‘II-'issenschaI“lcn"* “Nos
dii linguagem. Eznia lace l'IEil’t’0C2! do Huiriiinismu. no ontnmo. néo podemos analisar regi-as da helez11.que o génio do artisla some i~ o critico do airte dissolve em si liJgis[‘|‘|0\.
uqui: sent diivida ela estii ria origem de muitos das amliiguidades do coiiceilo do eiicontrum-se escondidos os mis'te'i'ios mais nrofiindos da nossa alma. Cadet regra do
Iinguagein do lluminismo. belezii é no mesmo tempo uma desrobcrta n idoiiirina do alina“ t p. III3}.
I06} Diderot. I'.£’IIt'(' sur let .i-mmds er trtiwts, op cit.. p. 7?. izoi Id.. p. I76.
I0'i'i Ff. id.. pp. Tl ss. Es->c cariiter de intraduzibilidzide do pocsiajzi havia sido destacado i2iiid_, 11 itt.
3'} ' - . . . . J ' r J 1 __ ~ . ,
t:in1he'm |‘JO|‘Cl1H£lIllLlC no seu E.\.siii' sitrt’ 'ot'i'gt'tie dos mmiiit'.i".i"ririi-at hiitnaities: “Enlrc l~-l cl B¢1"m§-"19" "*5 W45 il:i'ffP’tFfffI€P!IP-9 l§ XXMXJ. A tarela do pintum consiste
todos os Escritorcs e entre os Poems que o génio dos Lingtius sc exprirnc do modo ¢_'" '°_P‘|'°*¢"'flT 1"'fli\ CtJn1posi:;ao. I850 tan-it-iém é poéiico. A representuqfio da piniura
mais vivo. Dan’ at dificuldade em tracltizi-Ios: ela é lill que. com talenio. scrizi mais fécil e II‘Il.l]lO‘§El'I'lCll1fl|]lE :1 ideia seiisivel do que e’ pintado. isso e’ p0é1it;‘;i_ Pi;i|'[3n{[] Hm
de siipeiai-Ios cont freqtiéncia nos i gual undo :1 eles sentpre. A rigor poder-sc~ia mesmo por"rici s xsttteifizitite a uma pitttiim. ‘Um pocma como uma pi ntura' (Hor;icio_ Arie
dizer que e impoissivel realizar boas trziducocsi pois as rzizoes qiic provain que duos poetical. 361)“.
Li'i1gu:i.s nfiio ]10d€!|'lEI.I'I1 possuir 0 mesmo carziter provam que os mesinos pensamentos I23] CI. acimn at referida doulrina do clussicisiiiii I‘i'aiicEs. dc urn Le Brun. corn reliicéo ii
riiriimenle podem \€I' restituidos iiuma e nouira com IL‘\' niesmas beIezai~" ted. dc esse.-.~ inov imeritos e gesiofi C0l'|)Ol'£IlSiCOl1'|{J etipiiessfio das emocoes. Par-.1 Mtzndclssohn
I't4o. II. pp. 2'20-22|: cit. por Hugo Meyer. op cil.. p. 166). A poesia seria 0 local esses gesios sao nattirais: para Lessing. coino verernos. nfiu.
do mzinifestagaio do eleniento mais prétirio — do gétiie -~ da Iingua. porque na sua L14)
'1
Ifi2._ Mendelssohn em vez de coneclaro hieroglito - , - .
an elemenio dii poesia que
Iinguagem ocorre just-umenie a reliiqfio "IiierogIifica" de moiivacéio entre significante sintetizzi n imngeiico e 0 discursivo. como o Iizera Diderot tom-it-o apenas no set]
e significado. serindo de ztlegoria e de Iarefa para uma interpretaqfto que cnvolve um zibandono do
I03} Id.. p. 8| . CI. evidentenieitte Lessiiig no pioprio Laomotiic. csteiu do ‘ piirameiite” cstéiico.
I09} “O pintor postsuinrlo apt-ziias um nioniento nfio pode junior lnnlos sintomas lctaiis quanlo I25) Id.. p. I33. Mendelssohn nfirma oiiida que ii mitsica tem uma capacidadc mimélicu
o poeta‘. mas. em contrzipariida. eles séo muito inais tocantcs. E :1 coisa mesmo que o uirreinarnenie Iimiiada: A iniisica cuia ettpresséo se dé com sons inarticulados
pintor mostra; as er pressoes do nitisico e do poetti nfio siio senfio hicroglilos delas." mio e capaz. de iriostrar o conceito de uma roszi, dc um filarno eic.: assiin coino 6

63 no
w

impossivel para :1 pinlura represenlar para nos nm aeonde musical“ (pp. I33 ss.J. Nos mid lmiliereii W.-L-_|, sendo que ao segundo ele atribui a capaeidude de germ o sublime
Briefe. die nenesre l.ir!er¢:1u:-berreflbnd ele negara ii arquilelura e in rmisica qualquer e 0 "Bewunderiiiigswilrdigen". digno de nlaravilha (pp. 333 .<.J.
qualidade niimélica. indo dessa forma conlru Dubos (cf. (iesammelre Sr-lirifien. 12?] Id.. l 9-1. Mendelssohn condena o uso do palavras rnisluradas ii pinlura como ocorria
Jubiliiurnausgahe. Band 5, I: Re:ei1sirmsorrikeI in Briefs. die neuexre Li.'.'er¢.=mr na piniura gotica. mas. por nmro lado, defcnde o seu uso em casos excepcioriais.
beirejfmd H 75‘)-J’ F65J. I991, p. I48]. Cum essa nfirmaefio Mendelssohn defends como na pintum do Pousfiin Er in Aimdio ego, em que 0 Lexlo esclareee o qgnlidg
uma concepgzio que pode ser vista como a anlipoda lamo da mlisica de programa do quadro. que de outro modo seria incoinpreensivel. Esse topos da relaoaio entre a
{Pr-ograirim-Mr:s'ik,1. que se lornou um dos géncros mais populares na composigzio piniura e :1 escrita lambéni foi discutido. entre onlros, por Balteux. Diderot e Duhos
musical do séeulo scguinie. como também das concepgoes estélicas dc Alexander (cf. as suns Réfic_rfrm.r. op. cit., premiere parlie. p. 9 I) e [oi lamhérn retomndo, como
Skrjabin. Kandinsky. Sclionberg e outros arliqas e composilores do nosso bélllllfl, logo veremos. por Lessing.
que. dentro de uma lradigéo que remonla a Ernst Friedrich Chladni e ao seu projeto I33} Id.. pp I82 55.
dc consirugfio de um Clavir_\'linder. pnssando por Goethe e Ollo Runge. procurnr:im_ I39: [d.. p. I83.
como eie sahe. esiabclecer uma amalogia entre a mnsica e as imzlgrinii, fundando I38] Ct". Ernst W.B. H€'Sh-|_l.ll.llCl'l. “Medium - Prozefi — illusion. Zur raiionalen
uina leoria do lraduqio inlersemiolica das arles. C i. para uma iniroduqfiu no lema Rekonstruktion der Zeiuhenlehre Lessings im .Luor0o:ire", in: Dar L:icu'o0n1r*~Projel<r
o Catailogo Win: Klrriig der Bilder: Die Mmilr in o'er Kimsr rim 20. ..-'ol:rhmm'erIs. llffig. Von Gunier Gehauen Slullgarl. I984. pp. 103-I36.
org. Karin v. Maur. Miinchen, 1985. For outro lado. no que concerne £15 “belas |3| l Cf. J. G. Herder. .~‘ib!mndlm:g fiber den Ulikpfllfig o'er Sprache. in: Sfiirriliche Werke
ciéncias" e £13 belas-arles, o proprio Mendelssohn jé dealacara a interpenelragzio das org. Bernhard Suphan. v. V. Berlin, ISQI .
cuaetcristicas dos mus respeciivos meios: "Nos eslabelecemo>. dc lalo. o ilmhilo dos I32) Gesunrmelie .§‘chr1f'erz. Juhiléiumausgabe. Sluugari:’B:1d Cannsladt. Band 5. 2
sigrlofi nulurnis como pcrtencenle £1.~afronIeir:1s das hela.<~ai1es e o dos arhilrfirios como Re:-,ensmi:s(1rii'kel in Ailgeeixeirw u‘¢'ur.\rhe Bibliorllek ( 765-! 754). I991. pp. I82 ss.
parle ClilS |‘ronleira.s das belas ciéncias. Mas devernos cunceder que esws lironleiras I33] “Uber das Erhahene und Naive in den scllonen Wissenscaflen" I 1758}: seniidos
imeipeneiram-se com frequéncia. a saber. com base na regra Ga heleza composla. que pcrcebem algo sernelhanle [no irnenso. Unermejilfrlij errarn lentando abarcar os
devem interpenetrar-se frcquememenle. |...] O poela utiliza-se nfio ram dc cerlas limiics dole c se perdem na imensiclfio" l/-1.Stll(’l‘fS(‘.l1e’ Sriirifreir in.-'\u.m'al1l. op ci1.. p. 108 I.
palavras e de Cfiflilh medidas que possuem uma senielhanga com a coisa designada e I34] Wendy Steiner. The mlors o,f'Rhe:ori'r. Chicago, 1982. pp. i99»2l]4.
o arlisla procura levar para as obraa do sua arlc imagens alegoricas cnjo signilicado 135) Quanlo ao C uhismo. cu so posso rernelcr os inleressados £1:-. ohras de Rosalind Krauss
com lircquénciué apenas :irbi1r:irio"(.3l.r.rlm*i¢che Srhrijiwi in Auomhl, op. ei|.. p. I36). ciladrm l12ll‘I{JS>Ll hibliografiu.
Além disso. assim como Dubo= hm-ia sido marcado por Lully. Mendelssohn lamhém I36} Todorov jzi nolou que a originaliciacle de Lessing [oi a originalidacle do sislemn. Cf.
foi profundamenle impresaionado pcla eslrulura SlI'|65l.éSlL‘il das riperus de Rarncuu. "Eslhéiique el Rérniolique nu XVHE“ siéclc". op. cit. p. 3i. Hess Liirtich lamhém
e leorizon a agzio reciproca (la inlisiea, poesiu e danqa (cf. id. pp. I93 ss-I. Nesse defencieu essa mesma Iese; cf. op. i:it.. p. I I l.
cunlexto ele ehegon ii concluséo: “A ligagfio mais diliicil e quase inlpossivel enire as 53'?) Com relaefio :2 essa crilica da descriozio na poesia cf. a postural de Burke no sua
arles dzi-se quundn c!evc~se unificar nrles cujns belezas sfio represeoladas nmas an Phifomplricul eriquin-' imo rhe origins ofour ideas of the xubfime mid Eimiiriful. de
larlo das omras. com i1|'[Bh cujas belezas szio represenmdus numa sequéncia uma apés 115? l'Oxford. New York, Oxford Un. Press. I992). que or-.1 defende esse procedimenio.
a oulra" {p. I96}. Nos seus comenuirios das notas de Le.~;-ing para o seu Luomnme. na linha da valorizagfio da "manor clareza exlensiva". ou seja, argumeoiando que a
M€HdBlbSl3hfl afirmou que a piniura e a Imisica mio podem ser unidam. enquanio. jzi cunlusflo gerada pelo descriefio e' "ohscureccdora“ e. porlanlo_ ggm pram; [g§[g'[ig()]
no cam da relaqfio da poesia com a nnisica ou com n dnnea. hzweria uma relaqiio de (pp. 7| 55.). om. por ou1rolado_ na pane final desse Iivro lp. !57), fa; uma qririca .11.
ildequnofio. A narraliva do Holnero. por exernplo_ seria adequadu a uma i||1erp|'e1a<;:§o clescrigfio em termos muito semelhanles nos de Le>sing no L.mmo.nn»_
—lr:1duL;f1o W daneaduz “Tocla poesia pode ser dancgada" tin: L8Ssing."E|1I\N'ii|"l¢: zum I381 Blilmner. p.-156.
Laokoon". in: Lam-oonre. org. H. Bliimner. Berlin. 1380. pp. 3Tb ss. Essa ediqzio serai |3‘3l Laoroanre. cap. X11. p. ['35.
referirla a partir daqui apenas pelo norne do seu organization. (J topox lradicional l-40! Como vimos. jzi Breilinger defendera a possibilidade de o poem expressar oulros
que relaciona a poesia e a danga foi lransportado por Nleimdelssohn para uma refle:-:50 rnundosque ofio o da "realidade", utilizando-se para Lzmio do uma expreqszio proximn
seminfnica sohre os meios das antes e ahandonou o lerreno — milico! — da relaeiuo :1 essa que Lessing lomou de modo "li!era|" no seu exemplo. Para Breitinger o poela
enlre :1 dnnga e a lfrspim-he (prololinguagem 1. As eoordenadas para o nascimenlo pode “pinlar tamhein o invis|'vel“.
do G‘esun1inrlrm:.\nver|l' remonlam. portamo. is leorias eslélicais do século XVIII e 2.1 I4! I Bliimner. p. 433.
sua refiexfio sohre "o l3h'ClflfBCi|I16l1iO reciproco das anes“. I42) fnovoonre. cap. X. p. I62.
lib) “O arlisla tem portanto que observer que ele deve dialogar com a nossu alma. mas I43} Cf. Lanroonre. cap. XIV.
apena» com as was laculdades inferiores e semweis: léo logo a reflexfio. o pensar e 144} Laocoome. cap. XVII. p. 206.
o eslorqo do llfn; sejam requeridos para a decifraqfio dos signos. enlfio eles deixam I45} Id.. cap. XVI. p. I94.
de ser sensiveis." (Id.. p. l88.'} Aqui. ponalilo. 0 Wit; \-em Reparado da pocsia. e nflo 146i Id.. cap. XVIII. p. 2|?-.
coneclado -.1 uma das qunlidades do arlisla, como pane cla sua forgo criativa; ele l47]Bli1mner. p. 428.
é tornado npenas como uma das faculdades inlelecluais l 21 saber. :1 de eslabelecer H8] Id., pp. 430 as.
sinteses 1. No seu lextu “Ueber das Erhanen und Naive in den schonen Wissenschflen” 149] As hguras séo “poéticas" e lém um efeiro de "vivacidade“ porque, l;Ol'1f()1‘]T]§5 uma
( I758). Mendelssohn dislinguiu dois lipos de Wirz. o connrm e 0 elevado [gemcdnen ideia que vinha do classicismo francés e que foi ecoada no século XV]]| pg; 3l_j[[)|'Q5

70 Tl
. . .....i,_,,__,___,,,,,_ __

como Leasing e i\-'l€iidt.’l$S(Jh|!. hfi uma relagfio dc ariequag-<10 entre at» expressocs dltllk _ _ _
. . . . . _ fibril-Bhflvfi I13 flrgumcnlatg-node Leatetitg. pareceu-tne muito titil podcr urilizar também
improprias e a repre»entat;rio de"1dera.~t 5et1.~t{\'e|s’ ._]l.i§ilt1iTIBIli£' porque ela» se tornnram H5“ Cxcctcme lmdugim marcadl] la “N __mcr_ rd’ d , N __ __ _
"improprias" gracax a um "desviu" provocado pelos.-."em.fmm110.re.rcnrido.t". CI. por Mai wmbém 3 mmhu ’EmM:mi [:3 60;“ Tr i if l.“?cm'j_' Que ml“? rc_gij“md”
exemplo 0 que rliz Baunlgtlrlen: “Um significado impréprio lligurado) 0' encotltrttdo n_adm_l_m dc H’ { td d~C‘ P‘ *lJJ"" '¢"'J~ ¢l""- ""3 Ill"! 4 CQPIEI 4115
nurna palavra impropriat. Urn-.1 vez que as exprcssoes iinproprias qtiase senipre can a ‘ ' “T ) 0 6 "mpU*"
tie>ign;1§:Eto propria para uma rcp|1:.we|nagao scnsivel, portanto as liguras >50 poética;-.:
I. Porque at representzttgzio que se aprexcnln corn at perifrase figurnda é sensit-'eI. e.
dessc modo. [J0éllt.‘i|; 1. Porque alas. ou seja. as hguras poeilitlax, geram reprcsentucoe.»
confuaas co|nposla.\". Ii”|I‘r.*.I'u.roI'1:‘ri.s'r*r'i¢' B1,’-"l‘(I't'.lIIIffI'_£f{’H fiber einrgv Br*dr'rigungm| r.l¢*.\'
(imlit‘hte.\ tli'35I. Hamhtlrg. I983. § LXXIX. p. 65.}
I50! Carla :1 Nicolai. do 2:» de main dc l?o9. in: Gotthold Iiphrai in Lessing. .5'¢':r:1rIr't~h<>
Sr-Itrificn. hrzig. von Karl I,.|chmann_ Leipzig. 3. ed.. I904. v_ I7. pp. 290 :».\.
I 5 I )("I'. :1 segtnote paiwttgeiii de Wellhery com re|ut;fio:1eH5a canal: "I n the letter to Nicolai.
Lesttillg forces his in\i~tlcnce on the l'iI\li.]I'Zll|1tJ$h of tignilicalion. on the elnhotlimeni
of the |‘t:I'ci'ent. to the point where it lows all nrettnirtg. The only rclercnl which
discourse c:tt1pcrIet:tl).- i|1ntatctt|m.~" out to he not a real or iinaginttry ohject or action.
but discourse itself. At than point where the dillerencc between aign and relerenl is
overcorne. the r'clcrcnt disappears. and the poet i.\[ Iefl the task of diainztti/ing language
itself. of setting it into action". David E. Wcllhery. t',e.s.s-irig '.\ Ltrormirr. .S'ernior.'}-.t and
.Ae.\1ht'rir.~' in the Age ty“Rm.\on. Cainhridge. l‘JR4_ p. 22?. Wellhcry parece ntio ter
notado com clarcitl n nmhiguidnde dc Lessing com rclacao ii necessidutle ou ntio
de n.|lt:ra|li2';;1g"t1tit1t|.~. .~.igi10s da poesia. CI. pp. I03. 180. I95. 236. Numa tenlativa
dc comp|'eender eswe ponto. a p. ISL! ele Iala. por exemplo. dc: "ti turn in Le~+siog's
argument - at lcatt as if httvc described it"!
I52] Cl. na mes'|nat calla de Lessing a Nicolai: “Eu denomino dc signo\ afloitrtirios na
pinturti rtfto open-as ludo o que pertcnce ao mmmre. rna_~. tamhém uma grande parlc
do EX|JI‘t;‘\.<F1tl corporal me~rna. De Iato. essas eorxtts naio silo propriainente arhitrairia.~.
no pintura: 0.» sens ~igno.<. lambém .~a1o signns natiimis nu pinturn: Illtlh .»-at». no entanlo.
signo.» mrrnr-ms dc eoisas url;rrrri:-ins. on L|lliJI\ nnnca potlerfio pmsutr a inermm
comprecnsfio unive1"§-al e o meono efcito veloz e rripitlo como o possuem os signm
naturals de coisae naturals".
I53i Quanta it enorme e cotnplczta reccpqéto dc.\.-4:1 ohm dc I.e.~;.-'i|1g .-to p-o~a~<o remcler
os irttereswtdos not exatttstix-'0» e serios traha|ho.~. dos organizadorea das etliqoea do
I.t:or-more. Wilfried Burner c Hugo Bltimner tcf. bihliogmliai. No enta|1to,nfio pom:
me I'u|1nr :1 cit-ar tuna das pa<\:tgen.~ mais i|nportante.- dentro do hi.~.ioria dat recepgzio
desse Iivro. Tl’&1lLl-.\-C dc um fammo paseo do l)r1'i':.'ung um! Ilhlirlzeir de Goethe {Johann
Wolfgang Goethe. Guerl:e'.s' It-'k'rl'<z'. Hoiirtmreer.»1.ti.s_r;r:-he Hi I4 Brlinderi. hrhg. v. Erich
Trunz. lVIl.lIIL‘lIB1I. I0. ed.. I982. \-. IX. p. 3 Io}: “So \it)|I.d()_i0\-'tII'I1 para poder imagin-.1r
quail o efeito que. o Lu0r'oo!|'!‘z' do Leasing exercen qobre no\. no rnedida em que essa
ohm no\ arren|c>sm.| dc ntn horimnte ntiseraix-cl para on euntex livrcs do pcmaniento.
U in p.ir'.mrt: poem-, por tanto tempo moi interpretado. Ioi de repentc superado: a
diferencrt entre as arles pI:'t<| icas c a poesitt Iicou clam. os cumee de atnhas apztreceram
cnlfio .~'»eprt|'adoa. por mais que as bases >e r3II(.‘tJi]tI“:}.\$EiI]. O a|'li:~,t:t plzistico deverin
tnanler-see dentro das Irotiteitus do belo. por fllillb que ao poets: ~- que nfio pode passttr
~.em o signirictldo dz: quttlquer espécie — Iosse permi tido errar para além delas. Aqoelc
trahalha para o» sentidos €JtlBI‘lIO.‘\ e so st: satisftw. coin o belo. este para a imnginactio
c pode se entender com o 'l‘eio"'.
I54; lnfelizmerne essa Iradogiio de Haroldo dc Curnpo-. ainda nfio estzi concluida. Metznio
assnn lancei mito do que jri foi feito e cito ao lndo da traducaio. “mats cotnportada".
mast ttunhem muito boa. de Carlos Alberto Nunes, Nessc caso ettpccifico da Iliutiu. a

72 72
||||!|mt|mu | | |||| ||r|mm|||| |

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de fazé-lo. N0 inicio de IT67 ele inicia 0 seu trahalho no Deursdte Narf0:rm‘1heare:- E


dc Hamburgo: ele dé continuidade cntfio 2| sua pega Minna Wm Barnhelm (iniciadu ii‘.
ainda em Bresluu), e dedica-sae Ea n2d:\(;:3o da Hamimrgfrrhe Drumumrgie. De rests),
:1 sua polérnica Corn Klotz — que desfigua nus Anriquarisr-hen Br|'e={fi> — scrviu para
dar continuidade a muitas idcias do I.-crm‘m)m€.}
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