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Duas coisas são necessárias: retorno às origens – aos sonhos e heróis de que
fala Bernanos – e a leitura dos clássicos literários, pelos quais podemos ensaiar
nossas vidas, tornar patentes alguns matizes, aprofundar analogias e, ao fim e
ao cabo, ler a nós mesmos.
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Sobre a questão dos espelhos de Lacan, trata-se de uma anedota interessante:
o espelho é um modo de “se ver”. Quanto mais espelhos por aí, maior a auto-
observação. Tente pensar na experiência de, andando por um shopping, por
exemplo, passar em frente a um espelho. No mesmo instante você se
reconhecerá – o que requer, antes de qualquer coisa, uma pretensão de
identidade (“sou eu ali”). É como se os espelhos promovessem ou impelissem
o autorreconhecimento, pondo em evidência a imagem de alguém que se
pretende UM, apartado ou diferenciado de tudo que não é aquela imagem que
vê refletida.
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