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ÍNDICE

1º - Introdução

2º- O que Veremos no Livro Digital

3º - Aprendendo a aprender

4º - Estória do Dia

5º - O Caminho do Dinheiro

6º - Terminologia - Ações

7º - Títulos de Renda Fixa

8º - Terminologia - Dívidas

9º - Nomenclaturas mais utilizadas no mercado financeiro

10º - Fundos de Investimento - Introdução

11º - Fundos de Investimento - (Pesquisa e Comparação)

12º - Fundos de Investimento - (Terminologia)

13º - Fundos de Investimento - (Lendo e Interpretando seu extrato)

14º - Os erros mais comuns dos investidores

15º - Conclusão
INTRODUÇÃO
Olá, muito bem-vindo a este Livro Digital sobre Educação Financeira na Prática!

Aqui é o nosso espaço para estudarmos o mundo das Finanças e dos


Investimentos. Tenho certeza de que o tempo investido para ler este conteúdo
será muito valioso e trará muito conhecimento.

Costumo começar falando sobre um mantra que eu sigo na vida que diz “o
conhecimento liberta”.

Eu realmente acredito que a sociedade vive um problema muito grande, que é a


concentração de riqueza.

Mas existe um problema que é ainda maior: a concentração de conhecimento nas


mãos de poucas pessoas.

Somente a partir do momento em que elas começam a ter acesso a esse


conhecimento é que essas pessoas conseguem fugir do regime de escravidão
mental em que vivem.

Lembro de quando era pequeno que eu adorava ouvir Bob Marley. E uma das
músicas ele dizia assim...

“None, but ourselves, can free our minds”

Ou seja: Só a gente consegue libertar a nossa própria mente.

E a gente só consegue isso através do conhecimento.

No geral, as pessoas sabem pouco sobre o mundo das Finanças. E o pouco que
sabem é muito distante da realidade. Isso acontece porque existe uma enorme
“máquina de propaganda” que faz com que elas acreditem num mundo
completamente diferente do que de fato é.

E com isso as pessoas que pouco sabem sobre Finanças acabam ficando na
dependência do consultor de investimentos, do gerente de banco e da corretora,
que infelizmente optam por péssimos investimentos na vida delas.

O problema é que quando você investe mal, além de perder dinheiro, você também
perde a oportunidade de ganhar mais, e é aí que você começa a jogar fora um
pedaço da sua vida.

Sabe por quê? Simplesmente porque todos nós trocamos a vida por dinheiro e
depois trocamos dinheiro por vida.
E esse processo não pode parar no meio, se não você só trocou vida por dinheiro,
e aí perdeu a vida.

Mas preciso te dizer uma coisa: nunca espere que os bancos tenham esse tipo de
percepção. Para eles não é interessante pensar que ao vender um produto a um
cliente, estão lidando com um resumo da história de vida da pessoa.

Afinal, para guardar dinheiro, foi preciso gastar tempo de vida para poder juntá-lo.
E é exatamente esse tempo de vida que a pessoa do outro lado do balcão tinha
que ver como uma enorme responsabilidade.

Têm pessoas que moram longe das suas famílias, passaram finais de semana e
noites estudando para poder trabalhar e juntar dinheiro, por exemplo. E muitas
vezes, tudo isso é para chegar no final do mês e dar nas mãos de um gerente de
banco ou consultor de investimentos.

Só que, infelizmente, a pessoa que está do outro lado do balcão oferece apenas o
que rende mais dinheiro para o banco e não para o cliente.

Existe um fato muito sério que todas as pessoas precisam saber: as pessoas que
vendem investimentos são remuneradas com uma comissão. E essa comissão é
correspondente a uma porcentagem que aquele investimento der para o banco ou
corretora.

Isso significa que raramente essas instituições vão vender o que é melhor para o
cliente. Elas estão focadas no próprio lucro, mesmo que isso possa custar o
prejuízo do cliente.

Eu já vi pessoas vendendo produtos para senhoras de 75, 80 anos que não tinham
liquidez nenhuma e ainda um enorme risco.

E não se preocupe se você não entendeu o que é “liquidez”, você vai aprender
exatamente o que significa nas próximas páginas.

Ouço as pessoas dizerem que “independência financeira” é ganhar muito dinheiro


para nunca mais precisar trabalhar. Mas a verdadeira independência financeira vai
muito mais além…

A independência financeira a qual me refiro é não precisar depender de alguém


para dizer o que você deve fazer com o seu dinheiro.

E é exatamente isso (e muito mais) que você vai aprender nos próximos capítulos.
O QUE VEREMOS NO LIVRO DIGITAL
Vamos começar a falar sobre o seu processo de aprendizado ao longo dessa
leitura.

Existe um caminho que eu considero importante para que o seu aprendizado seja
completo.

Da minha parte, em todos os capítulos, começo dizendo sobre o que vamos


estudar e também sobre a lógica que existe por trás desse conteúdo que estou te
passando.

Sempre procuro explicar de forma prática e responder as principais perguntas


que vocês me mandam.

Entre palestras e cursos, já foram mais de 50 mil alunos. Já conheço as dúvidas


mais comuns e respondi a maioria delas neste material.

Mas se a sua dúvida não estiver aqui, não se preocupe. Basta mandar um e-mail
para o suporte@edumoreira.com.br que o nosso suporte vai te ajudar
respondendo suas dúvidas.

A minha preocupação aqui é que você aprenda o suficiente para não depender de
ninguém para tomar suas decisões sobre finanças.

Veremos aqui:

- Revisão dos conceitos básicos de finanças


- O caminho que o dinheiro segue quando você investe
- Os principais índices e taxas do mercado financeiro
- Os fundos de investimento
- Os erros mais comuns que as pessoas cometem
APRENDENDO A APRENDER
O “Mundo das Finanças” parece intimidador. Milhares de pessoas acham difícil
começar investir, ou até mesmo entender esse mercado.

Mas tudo isso é proposital. O Mercado das Finanças é feito de nomes difíceis e
muita formalidade para que as pessoas tenham medo de perguntar e
consequentemente mantenham-se no campo da ignorância.

Essa ignorância é explorada para fazer com que as pessoas aceitem aquilo que foi
indicado, enquanto os bancos lucram sem parar.

Gosto de lembrar que na maior crise do Brasil, não houve um trimestre onde os
lucros não tivessem demonstrado um lucro recorde. Ou seja, o país piora e os
bancos ganham mais dinheiro por meio da ignorância das pessoas.

A boa notícia é que revertendo essa ignorância, esse dinheiro passa a voltar para
você imediatamente. Mas para isso você precisa aprender; e para aprender, você
precisa perder o medo e se divertir na trajetória.

Curtir o processo é o principal segredo para o aprendizado.


E falando sobre isso, e aproveitando para falar mais sobre mim, eu me tornei
viciado em aprender coisas novas.

Já estudei assuntos como textos religiosos, o ciclo básico dos cursos de


medicina, além de ser formado em engenharia e economia. Frequentemente
estudo aplicativos como como Photoshop, faço cursos de fotografia, além de
buscar entender como funcionam os programas para edição de vídeo e áudio,
entre tantas outras coisas.
O Pablo Picasso dizia a seguinte frase:

“Sempre gosto de fazer uma coisa que eu não sei, porque assim vou estar sempre
aprendendo.”

E eu procuro viver exatamente isso, pois aprender é fascinante. Mas existe uma
técnica para aprender. E a primeira coisa que você precisa saber (e fazer) é:
deixar o fluxo levar você ao longo dessa leitura.

Digo isso porque muitas vezes o nosso raciocínio acaba interrompendo esse ciclo.
Quer saber como não deixar isso acontecer?

Por exemplo, se você está lendo este material e por algum motivo não entendeu
algo que eu quis dizer… pronto. Aquele detalhe vai ficar armazenado na sua
cabeça e vai começar a te incomodar.

Você vai querer entender o que ele significa e enquanto não tiver resposta não vai
ficar satisfeito. Vai perder todo o fluxo de informações que leu até o momento e
não vai conseguir aprender o restante.

Não se preocupe com isso. Se hoje você não sabe nada ou quase nada do que eu
vou ensinar, lembre-se: tudo o que você captar já será o seu novo 100%.

Você não precisa saber o meu 100% de primeira. Até porque você vai poder reler
este Livro quantas vezes quiser. Então vá com calma, vá se divertindo.

Se você perdeu um pedaço, pensa dali para frente. Eu vou sempre trazer os
conceitos básicos de novo quando eles forem utilizados. Exatamente para você
poder ir se divertindo e sem se preocupar com o que já passou e poder curtir a
aula do momento em que ela já passou, para frente.
ESTÓRIA DO DIA
Ainda falando sobre “aprender”, vou começar este capítulo contando uma história
de quando eu era professor.

Fui professor particular durante muito tempo, tanto na época do colégio quanto
na faculdade. E o que muita gente não sabe é que eu paguei a minha faculdade
dando aulas particulares.

E eu tinha um método muito diferente de dar aula e tem uma história que conta
bem esse meu método, que tem tudo a ver com a forma como vou ensinar as
coisas para vocês ao longo dessa jornada.

Eu tinha um aluno chamado Fábio e na época ele estava no 2º ano do Ensino


Médio. Ou seja, faltava apenas um ano para ele prestar o vestibular. Na escola, ele
estava estudando inequações, que são aquelas contas cheias de “x, y, z”.

E o Fábio não conseguia entender como isso funcionava e tirava notas muito
baixas. Estava até com medo de repetir de ano na escola.

Quando ele me procurou para ter aulas particulares, a primeira coisa que eu fiz foi
começar a entender o problema “de trás para frente”. Quis entender a partir de
onde ele sabia matemática para conseguir ensinar de forma correta.

Enquanto eu ia ”para trás”, o Fábio me mostrava que não sabia quase nada que era
necessário ele saber para chegar no nível em que ele estava.

Foi quando eu disse:

“Fábio, X + 4 = 7. Quanto vale X?”

E, infelizmente, ele não sabia me responder essa questão básica para um aluno de
2º ano do Ensino Médio.

Neste momento a única coisa que respondi foi:

“Para tudo e vamos voltar para o começo. Eu preciso de apenas um voto de


confiança seu, mesmo que você já saiba o básico, eu quero que você esqueça
tudo isso.”

Combinei com ele de que passaríamos as próximas duas ou três aulas aprendendo
o básico. E que caso ele achasse o conteúdo “óbvio” demais, não precisava pagar
as aulas.

Eu peguei uma folha de papel e rasguei em quatro pedaços. Fiz quatro bolinhas
iguais e coloquei duas em cada mão.
Perguntei para o Fábio:

“Se isso fosse uma balança, qual estaria mais pesada?”

E ele me respondeu:

“Os dois lados estariam na mesma altura.”

Expliquei para ele que assim era a igualdade em uma equação de matemática.

Fiz uma segunda pergunta para ele.

“E se eu tirar uma bolinha de um dos lados. O que acontece com a balança?”

Mais uma vez ele acertou, dizendo que a balança cairia para o lado mais pesado.

Fiz a última pergunta, e torci para que ele não perdesse a paciência com as
perguntas aparentemente óbvias.

“Fábio, e se eu quiser que a balança fique equilibrada e novo. O que eu faço?”

Ele me respondeu dizendo que bastava tirar uma bolinha do lado mais pesado
para que os dois lados ficassem iguais novamente.

Mais uma vez ele estava certo.

Eu perguntei se ele lembrava que há alguns minutos eu tinha dito que a equação
de matemática era igual a uma balança. Ele disse que sim.

Fiz a seguinte simulação:

“Agora pensa comigo: de um lado da balança eu tenho X + 4. Do outro tenho o


número 7. E a balança está perfeitamente equilibrada.”
A equação é X + 4 = 7.

Agora, vamos fazer o seguinte exercício.

Se eu quiser equilibrar a balança, o X do lado esquerdo (X + 4) precisa ser quanto?

E na hora, com brilho no olhar, ele me respondeu “3”.

Naquele momento percebi que o Fábio finalmente havia entendido o sentido por
trás da matemática. Apesar de ser um exercício simples, essa era a base
necessária para se entender todo o resto.

Vendo o progresso dele, decidi ir além e também perguntei: “Agora você entende
porque, quando queremos descobrir o valor do X, fazemos X = 7 - 4?”

E para nossa alegria novamente ele respondeu certo!

“Sim, porque precisamos saber qual é a diferença entre os dois lado para
equilibrá-los.”

A partir daquele momento, o Fábio ressignificou tudo que já tinha aprendido sobre
matemática.

Ele entendeu o que significavam aquelas letras, símbolos de mais, menos, igual,
vezes, maior ou menor. Ele entendeu que aquilo era uma representação do mundo
que existe. Da vida real.

SÓ a partir daquele momento é que ele começou a entender, verdadeiramente, a


matemática. Em três aulas nós chegamos nas inequações do Ensino Médio.

Uma das melhores partes de tudo isso foi quando ele me contou que tirou 9 na
prova de matemática. E mais do que isso, se formou como o melhor aluno de
matemática da turma dele naquele ano.

Sabe o que eu mostrei para ele e para você, até agora? Como é importante
aprendermos o básico, em fases, para podermos seguir adiante na vida.
O CAMINHO DO DINHEIRO
Neste capítulo, você vai entender o caminho do dinheiro, a partir do momento que
ele sai do seu bolso até chegar no investimento final. E então, entendendo cada
fase desse caminho, você poderá entender como os investimentos funcionam, os
riscos que são pressupostos e as oportunidades que cada um deles oferece.

Vamos supor que você queira investir e tem um saco de dinheiro em mãos.
Existem duas opções: você pode investir em um banco ou em uma corretora.

Vamos considerar que você levou esse dinheiro ao banco. Você chega à agência, o
gerente te atende e você decide colocar o dinheiro na Conta Corrente.

Se você decide colocar o dinheiro na Conta Corrente, é como se você tivesse


colocado seu dinheiro em um cofre. E as tarifas que você tem são equivalentes ao
custo que alguém cobraria para alugar esse cofre.

E o banco funciona como um “grande cofre”. É importante saber isso porque


dependendo do banco que você tiver, ele pode ser “mais” ou “menos” seguro e
você estará correndo “mais” ou “menos” risco.

Basicamente, o risco que você está correndo corresponde ao quão seguro esse
banco é.

Por esse motivo é preferível ter dinheiro em um banco comercial grande, que
demonstra uma solidez e um alto nível de segurança. Se por exemplo, a sua
intenção for deixar o dinheiro parado em uma Conta Corrente (que eu já aconselho
de antemão que você não faça isso), é melhor que você esteja em um desses
bancos grandes, onde seu dinheiro estará mais seguro.

Contudo, não é o que nós costumamos fazer. Normalmente pegamos o dinheiro,


colocamos em um banco ou corretora e depois investimos. E temos duas opções
para investir nosso dinheiro:

- Título de Dívida (CDBs, LCAs, LCIs, LFs, Debêntures)


- Ou em Título de Ação

E talvez você possa se perguntar… mas qual é a diferença entre eles?

Toda vez que você compra uma Dívida, você formaliza uma obrigação entre você e
a pessoa que pegou o dinheiro emprestado.
Já quando você compra uma Ação, você está se tornando sócio de alguma
empresa.

Pense por outro lado. Imagine que você é o dono de alguma empresa, de uma
padaria, por exemplo. Você construiu a padaria e ela vai super bem, por isso você
quer ampliar a padaria. Só que você precisa de R$ 100.000,00.

Você tem duas opções:

A 1ª é pegar esse dinheiro emprestado com alguém. Seja um vizinho, seus pais ou
um banco.

Um deles vai te emprestar esse dinheiro. Você vai ter que colocar em um Título e
talvez tenha que dar uma garantia dessa dívida. Neste Título, as informações que
precisam ter são: uma confirmação que deve esse dinheiro, que vai pagar daqui a
X tempo, com X taxa de juros e vai assinar embaixo.

Todas as vezes que você compra um Título de Renda Fixa, você está comprando
um Título de Dívida, que é exatamente o exemplo que eu acabei de te dar acima.
Ou seja, ao comprar o Título, na verdade, você está emprestando dinheiro.

É curioso, porque quando pensamos em “banco”, imaginamos que este é um lugar


que empresta dinheiro para as pessoas. O que você não sabe é que quando você
compra um CDB (Certificado de Depósito Bancário), por exemplo, você também
está emprestando dinheiro ao banco.

Mas existem outras maneiras de você emprestar dinheiro. Por exemplo, através
das:

- LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio)


- LCIs (Letras de Crédito Imobiliárias)
- LF (Letras Financeiras)
- Debêntures
- E outros Títulos de Renda Fixa e Títulos de Dívidas que existem no mercado

Todos esses Títulos têm aquelas características que eu disse anteriormente: um


prazo de vencimento, uma taxa de juros e alguém que deve para alguém. É
basicamente assim que funciona um Título de Dívida.

Já nas Ações não, pois quando você compra uma Ação, você se torna um os
donos da empresa. E qual é a proporção: o número de ações que você comprou
com o número de ações que existe na empresa.
A 2ª opção é entrar como sócio da padaria. Se por exemplo, você entra de sócio
na padaria com R$ 100.00,00 e a padaria antes valia R$ 100.00,00, você vai ter 50%
da padaria. Ou seja, o que essa padaria tiver de lucro ou prejuízo, você terá direito
a metade.

Mas veja que curioso. Se você colocou o seu dinheiro no banco ou na corretora, e
esse dinheiro foi aplicado em um Título de Dívida ou Ação, você não está mais
correndo o risco do banco, como você corria quando deixava na Conta Corrente.

Agora, o risco que você tem é o risco em uma Ação da empresa que emitiu aquela
Ação. Ou seja, se você comprou Ações de Petrobras, Vale, Eletrobras ou de
qualquer outra empresa, você está correndo o risco dessas empresas irem mal ou
bem.

As pessoas têm um conceito errado sobre “Risco”. Risco não é nem ruim e nem
bom. Risco é simplesmente não saber o que vai acontecer no futuro.

Muitas vezes as pessoas fazem operações de alto risco e ganham muito dinheiro.
Exatamente porque as operações com muita incerteza podem dar muito errado,
mas podem também dar muito certo.

A mesma coisa acontece quando você compra um Título de Dívida. Se você coloca
o dinheiro no banco e compra um Título de Dívida, o seu risco é de quem emitiu a
dívida e não do banco.

Só que existe ainda uma outra maneira de fazer isso. Por exemplo, você coloca o
seu dinheiro em um banco ou corretora, e esse banco pega o seu dinheiro e
manda para um Fundo de Investimento. E então, esse Fundo (nós vamos entender
o que são esses Fundos ainda neste livro) pega o seu dinheiro e investe em Título
de Dívida ou Ações.

A princípio é muito parecido com a opção anterior, mas é diferença é que ao invés
de o Título de Dívida e Ações estarem em seu nome, eles estarão em nome de um
Fundo. Que nada mais é do que uma “cesta” que reúne dinheiro de várias pessoas e
que tem o mesmo objetivo.

Então se todos nós que estamos lendo esse Livro juntarmos nosso dinheiro e
investirmos em um Fundo de Investimento, e esse Fundo comprar ações da
Petrobras, cada um de nós será dono de um pedaço dessas ações da Petrobras
que está no fundo. Mas não diretamente. Somos donos indiretamente por sermos
donos de um pedaço de Fundo.
Qual é a grande “sacada” que eu tenho certeza que vai fazer uma grande diferença
na forma que você investe o seu dinheiro.

Se você tem o seu dinheiro em um Fundo de Investimento, você não está correndo
mais risco do seu dinheiro no banco. Justamente porque Fundo de Investimento é
uma Pessoa Jurídica/empresa, separada.

Ou seja, seu dinheiro não está mais no banco. Contudo, o banco sabe que você
não sabe isso. Então, os grandes bancos comerciais dizem “coloque o seu dinheiro
nos nossos Fundos e você estará muito mais seguro” e cobram taxas de
administração altíssimas em seus Fundos.

Só que isso não faz o menor sentido, pois o risco que você tem é o que existe
dentro do Fundo.

Se você tem dinheiro nos maiores bancos do país, como Bradesco, Itaú,
Santander, Caixa e Banco do Brasil, ou em um banco pequeno, e você investe em
um Fundo que só compra Títulos Públicos…

… Não interessa em qual banco você está com o dinheiro. Interessa os Títulos
Públicos dentro do fundo.

Logo, é muito melhor ter em um lugar onde a taxa de administração seja menor, já
que o Fundo é igual, do que ter em um lugar onde a taxa de administração é maior.

O risco não vai ser menor do que em um banco grande. E isso já pode fazer com
que hoje você consiga investir muito melhor o seu dinheiro, sabendo que estando
em um bom fundo em um banco médio e é melhor do que estar em um mau fundo
em um banco grande.
TERMINOLOGIA - AÇÕES
Durante este capítulo inteiro vamos falar sobre Ações. Depois de ler este
capítulo, eu quero que você saia com todos os conceitos bem estabelecidos na
sua cabeça.

Nós já vimos que as Ações são “pedaços” de uma empresa. E que ao comprar uma
ação você se torna o sócio desse negócio.

Você agora já sabe o que perguntar antes de entrar de sócio em uma empresa.
Vamos supor que o seu vizinho te chame para ser sócio da loja de doce dele.
O que você vai perguntar eu nem preciso te dizer, pois é o que faz sentido para
você. Por exemplo:

Tem outras lojas de doce na nossa vizinhança?


Quem vai tocar a loja no dia a dia?
Tem um gerente?
Nos últimos meses, a loja deu lucro ou prejuízo?
Quanto precisamos investir todos os anos para que mantê-la?
Qual o potencial de crescimento que nós temos na nossa vizinhança?
E outras tantas perguntas que você acredite que faça sentido.

Pois bem. Antes de comprar uma ação, ao invés de ouvir o seu corretor falando
que…

“X ação caiu muito e vai começar a subir. Eu tenho uma fofoca que um amigo me
contou que trabalha dentro da empresa…”

Pare. Você não vai entrar com essas informações rasas, pois você não entraria de
sócio assim em uma empresa. Você não entraria de sócio antes de investigar um
pouco mais a fundo como que aquele negócio funciona.

Por isso você vai começar a pensar, de agora em diante, que as ações são
SEMPRE parte de uma empresa. Vou dar um exemplo:

Imagine uma empresa de rede de lanchonete que tem MIL lanchonetes abertas
pelo país, sempre lotadas. Imagina também que essa empresa tem Ações em
Bolsa.

De repente alguém chega e te diz:

“A lanchonete passou por uma fase super difícil e das MIL lojas que ela tinha,
fecharam 900. E as 100 que sobraram estão super vazias. Você quer entrar de
sócio nesta rede?”
Você vai responder que não, obviamente. Você quer é distância de um negócio
desse.

Pois é. Quando nós falamos como uma empresa, você consegue entender.
Mas quantas vezes você já não se sentiu tentado a comprar uma ação só porque
ela caiu 90%?
Você achou bom ela ter caído 90%, porque agora é a chance de comprar.

Só que, infelizmente, você não está pensando como sócio da empresa.

Eu me lembro de uma vez em que fui dar uma palestra em uma das grandes
empresas do setor de Energia no país. A nova presidente dessa empresa tinha
assumido o cargo me chamou para dar a palestra de posse dela.

Eu dei a palestra e depois fiquei assistindo a palestra dela. E, enquanto eu via a


palestra dela eu pensava…

“Eles vão conseguir fazer algo maravilhosa nessa empresa, porque eles têm
todas as ferramentas, um bom quadro de funcionários e a expertise para o que a
empresa tem de carência! Nossa, eu adoraria ser sócio dessa empresa.”

E aí eu lembrei o que eu falo nos meus cursos, de que eu posso me tornar sócio!
É só comprar Ação dela.

Eu comprei as ações dessa empresa e em oito meses, tive um ganho de 74%. Isso
não significa que eu sempre ganho, já tive vários casos de insucesso também.
Mas dessa vez, eu comprei pensando exatamente da mesma forma que eu faria
antes de me tornar sócio de uma empresa, e por isso o resultado foi maravilhoso.

Então, aqui embaixo eu peguei um exemplo, que vocês também podem pegar na
internet gratuitamente. Eu usei o site advfn, que tem informações que me foram
super úteis para mostrar para vocês que essa é uma boa fonte de informação,
que você não precisa pagar nada e pode acessar para exercitar o que você
aprende aqui sempre quando quiser.

(Fica aqui uma propaganda gratuita ao site, rs.)

Nesse site tem a possibilidade de acessar informações sobre as empresas que


têm Ações negociadas.

E eu coloquei lá Petrobras.
Esse é o tanto de informação, ou balanço, que ela me deu sobre a Petrobras.

Começando do canto superior esquerdo:

Temos o nome da Ação, que é “PETR4”, ou como descrito na linha abaixo,


Petrobras PN. Mas por que “PN”?

Existem alguns tipos de Ações, e aqui vou destacar os dois principais:

- Ações ON (Ações Ordinárias): dão direito de você votar como um dos donos,
para decidir possíveis trâmites.
- Ações PN (Ações Preferenciais): não dão direito a voto, mas dão direito de
você receber antes dos donos das ações ordinárias os dividendos da empresa.

E por que é feito assim?

Basicamente para poder quebrar o conflito de interesse. Ou seja, se a pessoa que


toma a decisão só recebe a parcela do lucro dela depois que a outra que não
toma a decisão receber, essa que não tomou a decisão está protegida.
Porque o que votou só vai receber se o que não votou receber antes. Essa é uma
maneira para você garantir que a pessoa que tomou as decisões vai zelar pelo
bem dos outros também.

Você já deve ter percebido que eu gosto de contar pequenas histórias e eu tenho
outra muito interessante para contar.

Tenho um irmão que é dois anos mais novo do que eu e quando éramos crianças,
brigávamos muito. Um dos principais motivos das nossas brigas era quando
chegava ovo mexido no café da manhã e a gente tinha que dividir.

Sempre um falava que tinha recebido menos e que divisão estava injusta, etc. No
final, essa discussão acabava em briga.

Até o dia em que meu pai falou o seguinte:

“A regra aqui em casa agora é: um divide e o outro escolhe.”

Depois disso, a gente começou a usar até régua e tudo o que você imaginar para
ter certeza de que a divisão estava exatamente igual.

É por isso que essa divisão entre acionistas ordinários e preferenciais é algo que
faz tanto sentido.

Mas voltando à tabela da Petrobras…


Na “Descrição da Ação” no canto superior direito, podemos entender agora o que
significa a “Ação Preferencial da Petróleo Brasileiro S/A - Petrobras”.

E outra informação interessante. Veja que o nome “Petr4”, o qual já falamos.

O número 4 significa PN. Já o número 3 significa ON.

Já na segunda linha da tabela aparecem várias outras informações do dia.

Por exemplo, no 1º quadrado mostra que a ação caiu -0,02 em termos de


preço/real. E no 2º quadrado, mostra que isso equivale a 0,09% do valor total. Já
no 3º espaço é o último preço negociado no mercado e muitas outras coisas ao
longo da tabela.

É importante você saber que essa tabela representa um “raio-x” do que


aconteceu no mercado durante o dia. Mas nesse site tem mais informações sobre
a empresa.

É possível encontrar uma breve explicação do que aquela empresa faz. E


lembre-se: para você comprar uma ação, é preciso agir como sócio. Então a
primeira coisa que você tem que saber é o que aquela empresa faz.

Por exemplo, olha o que o site diz sobre a Petrobras:

Olha só que interessante. Talvez só de ler o 1º parágrafo você já tenha uma


novidade. Talvez você sempre achou que soubesse todas as atividades da
Petrobras, mas viu que ela também está envolvida com energia elétrica, por
exemplo.

Por isso é importante fazer essa busca para abrir a mente que você tem sobre
esse mercado de ações e expandi-la a outro nível. Eu tenho certeza que isso vai
te ajudar a tomar as decisões de uma forma mais fácil.
TÍTULOS DE RENDA FIXA

Aqui vamos falar sobre os Títulos de Renda Fixa. Essa é uma parte muito
importante, pois apesar das pessoas quererem entrar no Mercado Financeiro
para operar ações, a Renda Fixa ainda concentra mais de 80% dos negócios de
investimento no mundo.

Em alguns lugares, esse número chega a 90%, em outros, a quase 100%.

Mas algumas pessoas têm uma falsa impressão de que elas só podem ganhar
dinheiro de verdade em Ações. Só que existem Títulos de Renda Fixa que têm
oscilações de preços maiores que de muitas Ações.

E aqui você vai começar a entender o suficiente para você se aventurar nesse
Mercado de Renda Fixa.

Isso o que você verá abaixo é um Título de Renda Fixa verdadeiro, que existia nos
Estados Unidos há um tempo.
Vamos estudá-lo:

Na primeira parte, como título “The United States of America”, significa que é
para os Estados Unidos da América que você está emprestando dinheiro.

Logo abaixo, nós conseguimos ver que o valor que ele está tomando emprestado
é de “One Thousand Dollars”, ou seja R$ 1.000,00.

E no canto direito, há uma porcentagem de 9%. Isso significa que ao pegar


emprestado de você, ele paga uma taxa de juros de 9%.

Logo abaixo, estão duas datas:

Dated (Data inicial): 15 de fevereiro de 1979


Due (Data para pagar a dívida): 15 de fevereiro de 1987

E mais para baixo diz que esses juros seriam pagos duas vezes ao ano: 15 de
agosto e 15 de fevereiro. Em cada uma dessas datas seriam pagas metade do
juros total, que é 9%.

Ou seja, 9% de US$ 1.000,00 = R$ 90,00. Dividido por duas vezes ao ano = US$
45,00 cada parcela.

Veja abaixo as datas:

Nos dois blocos de cima: pagamento dia 15 de agosto de 1986 e 15 de fevereiro de


1987, por exemplo.

Cada bloco desse é destacável. Ou seja, quando chega a data do pagamento, a


pessoa destacava da dívida e ia ao banco pegar o dinheiro, igual a US$ 45,00.
Todos os meses de fevereiro a agosto, até o ano de 1987.

E cada “destacável” desse chamava cupom.


O Título ao Portador, que significa que não era um título registrado. Ou seja, se
perdesse, já era. Quem portava se tornava dono.

Basicamente, as principais informações e nomes que você precisa saber estão


na imagem abaixo:
TERMINOLOGIA - DÍVIDAS
Olhando agora um caso prático, que todos você têm acesso: Tesouro Direto.

Aqui você vai aprender o básico para poder se aventurar e começar a estudar
os Títulos. Além de ver se existe algum que faz sentido para você.

Veja que interessante a nomenclatura do Título:

Veja que na 1ª coluna vertical existem três tipos de Títulos:

- Tesouro IPCA+ (nome original NTN-B: Nota do Tesouro Nacional série B)


- Tesouro Prefixado (nome original LTNs: Letras do Tesouro Nacional)
- Tesouro Selic (nome original LFTs: Letras Financeiras do Tesouro)

Na 2ª, tem as datas de vencimento de cada um dos Títulos.

Na 3ª coluna há a Taxa de Rendimento de cada título. Mas tem uma pegadinha


para quem não está acostumado.

Por exemplo, o primeiro Título é o Tesouro IPCA + 2024 . “IPCA” é um índice de


inflação. Então ele rende IPCA + 4,61% ao ano, conforme aponta a tabela.

Isso significa que data que você comprar até 2024, se você tiver esse preço de
4,61% que hoje está sendo negociado, você vai receber de hoje até o vencimento,
todo o ano:
- O quanto variou a inflação no ano + 4,61%

E isso vai te garantir poder de compra, pois você sabe que o seu dinheiro está
protegido contra a inflação e além disso ganha mais um juros em cima daquilo.

É por isso que os títulos do Tesouro IPCA+ são os Títulos do Tesouro Direto que
garantem um ganho de poder de compra ao longo prazo, ou um juro real para o
investidor

E por conta disso são títulos muito interessantes para você fazer a sua poupança
de longo prazo, como por exemplo, para programar a aposentadoria.

Já os Títulos Prefixados, têm a rentabilidade deles exatamente como estão na


tabela.

Então por exemplo, no Tesouro Prefixado 2021 mostra que ele rende 8,16% e isso
significa o seguinte: você coloca o quanto está sendo investido hoje e coloca +
8,16% ao ano acumulado e pronto - no dia 1 de janeiro de 2021 é esse o dinheiro
que você receberá na sua conta.

É interessante você saber porque se os juros no Brasil subirem ou caírem, você


tem esse risco. Você está fixando de antemão o seu juros. Por isso são juros
“Préfixados”.

Já o último título, Título Indexados à Taxa Selic é um título que vai render a Taxa
Selic. Por isso que ele chamada “Indexado à Selic”.

Na verdade ele vai render um pouco mais ou um pouco a menos. Quanto é esse
“pouco mais”? Nesse caso como aponta é 0,01%.

Então, você só vai saber quanto você terá de dinheiro futuramente quando
chegar o dia, pois você não sabe quanto serão as Taxas Selics que o Brasil vai
praticar de hoje até essa data de vencimento. Você só vai saber depois, por isso
“Pósfixados”.

Na 4ª coluna de “Valor Mínimo”, é o valor mínimo que você pode investir pelo site
do Tesouro Direto. Dependendo do Título, você pode investir com apenas R$ 45,
39, 31!

E é nesse tipo de oportunidade que você pode começar a brincar de investir


nesses títulos com menos de R$ 50. Sem arriscar grandes valores e colocando
em prática o que você está aprendendo aqui neste livro.
NOMENCLATURAS MAIS UTILIZADAS NO MERCADO FINANCEIRO

Neste capítulo falaremos sobre as nomenclaturas mais utilizadas no Mercado


Financeiro. E uma que provavelmente você já tenha ouvido falar é a CDI.

Muitas pessoas, até que tem uma certa experiência no mercado e que aplicam há
muito tempo, erram o conceito de CDI.

Já ouvi várias delas falando “estou aplicando no CDI”. Só que é impossível alguém
aplicar no CDI, simplesmente porque CDI significa Certificado de Depósito
Interbancário.

Só banco pode aplicar em CDI. E ele aplica em outro banco, por isso
“interbancário”.

O que acontece, todos os dias, vários de nós vamos ao banco e colocamos


dinheiro neles. Enquanto outros, vão e retiram dinheiro.

Chega ao final do dia, o banco está ou com sobra ou com uma falta de dinheiro,
mas super momentânea. Somente até ele conseguir equalizar as finanças, pois
não é possível começar o dia sabendo quantas pessoas vão aplicar e quantas vão
resgatar dinheiro.

Ao final do dia, um banco começa a ligar para o outro. E aí eles descobrem quem
tem dinheiro sobrando e fazem um empréstimo de um para o outro, normalmente
de 1 dia só.

Por isso, se é um empréstimo feito entre bancos que são regulados pelo Banco
Central e outros órgãos fiscalizadores que existem no Brasil, todos os bancos
participam e o risco é extremamente baixo.

Por ser um risco muito baixo, as pessoas consideram CDI a referência do mercado
de juros no Brasil. Ou seja, para você ter uma taxa acima do CDI, só com risco.

Porque se tivesse uma taxa acima da sem risco, os bancos que são os que mais
entendem de dinheiro não iriam investir em CDI no outro banco.

Então guarde essa regra: toda vez que alguém mostrar para você um
investimento e dizer que é “maravilhoso” e que “não tem risco nenhum”, mas o
investimento rende 3% ao mês e o CDI é 0,5% ao mês, fique de fora dessa.

Só pare para conhecer um pouco mais um investimento se a pessoa te disser “tem


muito risco, mas acho que vale a pena você analisá-los”. Nesse caso você pode
parar para ouvir.
Não existe nada que renda acima do CDI e que não traga bastante risco. Esse
risco pode ser muito maior se a taxa prometida for muito acima que o CDI ou
pouco menor se a taxa prometida for pouco menor que o CDI.

Lembre-se que existem vários tipos de risco:

- Risco de mercado (oscilação de preço)


- Risco de crédito (não ser pago de volta no Título de Renda Fixa)
- Risco de liquidez (não ter o dinheiro a sua disposição quando precisar resgatar)
- Risco operacional (operação pode ser executada de uma forma errada)
- Risco de imagem (ter dinheiro em um banco pequeno, que é pego em um
esquema de corrupção, e você pode ter seu nome queimado mesmo sem ter feito
nada errado)

E todos esses riscos devem ser levados em consideração quando você investe.

Mas o CDI, você sempre vai ver os outros Investimentos de Renda Fixa mostrados
com o percentual de CDI.

Um exemplo: “isso rendeu 110% do CDI”.

Não significa que você colocou 100 e tirou 210, ou seja, rendeu R$ 110. Se o CDI foi
10%, significa que ele rendeu 11. Porque 110% de 10, é 11.

Então CDI é a taxa que você vai mais ouvir falar quando você estiver investindo em
Renda Fixa.

Outra é a SELIC. A SELIC é a taxa de juros que o Governo define como a taxa base.
É também onde o Governo emite os Títulos de curto prazo dele, como você viu no
Tesouro SELIC, as LFTs.

São emitidos os Títulos do Governo, que se financiam nessa taxa de juros. Vale
lembrar que o Governo que é o menor risco que existe em uma economia.
(Basicamente pois ele é o dono da máquina que faz dinheiro. Se a situação sair do
controle, basta emitir mais dinheiro e pagar as dívidas. Isso vai gerar uma inflação
enorme, mas não tem problema, ele paga com o dinheiro que será emitido).

A SELIC é a taxa referencial de uma economia. E os bancos se emprestam nesse


empréstimo que falamos que acontece por meio dos CDIs, que é o que define a
taxa DI (a taxa não se chama CDI, pois CDI é o Certificado de Depósito
Interbancário. A taxa é somente DI, que é o Depósito Interbancário).
E essa taxa CDI é muito parecida com a SELIC, mas um pouco abaixo.

Outra nomenclatura é o IBOVESPA, que significa o Índice da Bolsa de Valores do


Estado de São Paulo. Este é o índice que reúne o preço de várias ações e
estabelece um peso para cada uma delas de acordo com a importância daquela
empresa para a economia.

Depois de fazer essa soma do preço das ações é estabelecido um índice, que sobe
e desce à medida que essas empresas vão valorizando e se desvalorizando. Isso
nos permite ter uma ideia se o valor das empresas no Brasil está subindo ou
caindo.

Quando você compra uma ação, pode ser que essa ação tenha acabado de subir e
você fica super feliz. Mas ao comparar com o IBOVESPA, você percebe que ela
subiu muito menos. Isso quer dizer que você escolheu uma ação que está
crescendo menos de valor do que o grupo das ações que compõem essa “cesta”
representativa da economia brasileira. Logo você poderia ter escolhido uma ação
melhor.

Ganhar dinheiro nunca é ruim, mas você pode aperfeiçoar o seu trabalho de
escolha de Ações.

Abaixo veremos a diferença entre CDI e SELIC.

Na 4ª coluna, com título de “Média” é o preço da CDI no dia, ou seja 6,64%. Nessa
época, a meta da taxa de juros no Brasil era de 6,75%. Lembrando que a taxa meta
sempre tem uma diferença com a taxa praticada no mercado.

Já a taxa SELIC, representada na última coluna, estava com 6,65%.

Isso nos mostra que são taxas muito próximas, mas que são diferentes
conceitualmente e quase sempre diferentes numericamente também.
FUNDOS DE INVESTIMENTO - INTRODUÇÃO

Vamos entrar agora em uma parte que vocês vão utilizar muito nesse começo da
vida de investimento. Vamos falar sobre os Fundos de Investimento.

Os Fundos de Investimento são como grandes “cestas” que reúnem dinheiro de


várias pessoas que têm o objetivo comum de investir.

Vamos supor que nós que estamos lendo esse material queremos investir em
Ações. E então nós decidimos que eu Eduardo, vou comandar esses nossos
investimentos.

Nós damos todo esse dinheiro para mim, para que eu crie uma empresa que é um
Fundo de Investimento, que tem CNPJ, que tem o seu objetivo bem definido,
regulamento e tudo o que é necessário. E aí eu invisto o dinheiro em nome de
todos nós de acordo com os objetivos que nós decidimos.

Se eu faço isso para vocês, eu preciso ser uma pessoa credenciada e legalmente
responsável por fazer isso. Mas existem outras figuras importantes que tomam as
decisões e que é necessário conhecer antes de investir no Fundo de
Investimento.

A 1ª delas é o Administrador. Ele é quase que um fiscal desse Fundo de


Investimento. A função dele é ver se o que nós combinamos e que eu devo seguir
estão sendo cumpridas. Ou seja, as regras são: se é Fundo onde nós só vamos
comprar ações, as ações são de empresas grandes, não queremos comprar ações
ligadas à álcool, tabaco, armas, por exemplo.

Isso é só para dar exemplos que você entenda que existem regras que um gestor
tem que seguir. E quem controla esse Gestor é o Administrador. Mas não só isso.

Diariamente ele vai naquela “cesta” de ações, calcula cada coisa que tem ali
dentro e envia para cada uma das pessoas que deixou dinheiro na “cesta” um
relatório, onde a pessoa tem como saber todos os dias quanto está valendo o
dinheiro que ela mandou para aquele fundo.

Então vamos supor que nós todos juntemos o nosso dinheiro e cada um de vocês
me passa o dinheiro. Com o total eu compro duas ações: Petrobras e Vale. Daqui
uma semana, os preços dessas ações vão mudar. E então o Administrador vai
falar para cada um de vocês quanto vocês têm de dinheiro agora com esses novos
preços.

É muito importante que o Administrador seja uma figura diferente daquela que é
um gestor, aquele que toma as decisões.
Um fiscal ser da mesma empresa que aquele que toma as decisões é algo que
pode gerar uma dificuldade de fiscalização. Mesmo que as empresas prometam
que conseguem separar essas funções.

Existe também a figura do Custodiante. Que é aquele que pega a “cesta” com o
dinheiro de todos e guarda dentro do cofre. O Custodiante é o “dono” desse Fundo
que você investiu.

Aqui você já aprendeu que o Fundo é separado do banco. Isso significa que você
não precisa mais ter dinheiro em um banco grande porque você acha que vai
estar mais seguro. Agora você já sabe que o seu risco é do Fundo, e não do
banco.

Ou seja, agora você pode pagar menos taxas para ter dinheiro em um lugar que te
cobra uma taxa pequena e te dá o mesmo risco. Mas você precisa saber onde
esse seu fundo estará guardado, em qual “cofre”.

E o dono desse cofre se chama Custodiante. E por isso muitas vezes vale a pena
ter dinheiro em um Fundo que é vendido por um banco pequeno, mas o
Custodiante do Fundo é de um banco grande. Ou seja, o cofre está sendo o
melhor cofre.

Use o banco só como cofre, mas não use o banco como Gestor e Administrador
se o preço não for justo para isso.

A última figura que temos é a do Gestor. É aquele que toma as decisões do que
comprar e o que vender para o Fundo. Como nós vimos no exemplo em que vocês
que estão lendo dariam para mim o dinheiro em uma cesta e eu administraria a
gestão desse dinheiro.

Todas as vezes que você olhar no Fundo a “taxa de administração”, apesar de ter
um dos membros que se chama Administrador durante do processo, a taxa de
administração engloba as três taxas:

- Paga ao administrador
- Paga ao custodiante
- Paga ao gestor

Para você ter uma ideia, a maior fatia (e quase a totalidade) dessa taxa que você
paga vai para o Gestor, o Custodiante e o Administrador ficam com uma parte
muito menor da que você paga.
FUNDOS DE INVESTIMENTO - (PESQUISA E COMPARAÇÃO)

Você pode pesquisar sobre os Fundos de Investimento em diversos sites que vão
fornecer essa informação gratuitamente.

Inclusive deixo aqui uma propaganda gratuita desses sites onde eu achei as
informações que eu precisava de graça para vocês:

https://magnetis.com.br/fundos-de-investimento
https://infofundos.com.br/laminas

Quando você entra em um desses links e pesquisa no número do Fundo que você
deseja, é possível ver que além do número, também há o CNPJ e nome. E você
pode pesquisar por qualquer uma dessas maneiras.

Neste caso que você vai ver abaixo, eu pesquisei pelo nome. Este é um Fundo do
Safra:

Nele há todas as características sobre o Fundo que é necessário que você saiba.
Por exemplo, na coluna da esquerda, aparece não somente a empresa Gestora,
mas o nome dos Gestores. E partir desses nomes, você consegue buscar as
experiências que essas pessoas tiveram, por onde já passaram, os casos de
sucesso e insucesso, entre outras informações.

Além disso, você também consegue ver quem é o Administrador, o Benchmark


para ver com quem ele compara a rentabilidade dele, que é com o DI (que você já
aprendeu o que é).

Já na coluna da direita, você consegue ver qual é o valor mínimo para aplicação,
que neste caso é R$500.000.
Logo abaixo é possível ver a Política de Investimento que é combinada com quem
tem dinheiro nesse fundo. Nesse caso específico, o combinado é colocar os
recursos que vocês têm no Fundo (nessa empresa que tem o CNPJ separado, que
não tem o risco do banco onde ele está), de forma ativa nos mercados de juros,
câmbio e bolsa.

Serão utilizados os instrumentos derivativos para a proteção, posição (ou seja,


aposta) e alavancando a aposta acima do patrimônio, em busca de ganhos
superiores ao CDI no médio longo prazo.

Além disso, também é possível ver as informações do Fundo através de gráficos.


Olhe abaixo:

Nesses mesmos sites, você consegue acessar esses gráficos com a comparação
deles contra os seus benchmarks, ou seja, dos seus comparáveis que neste caso
é o CDI.

Além disso, no canto inferior direito, é possível ver qual é a Taxa de Administração
e a Taxa de Performance.

A Taxa de Performance funciona assim: às vezes para motivar a pessoa que está
gerindo o seu dinheiro, ela fala o seguinte:

“O meu benchmark, ou seja, quem eu estou competindo é o CDI e eu quero


superá-lo. Mas se eu conseguir render mais que o CDI, você me dá um pedaço
desse rendimento extra? Para me motivar a querer render muito mais”.

Neste caso específico, a Performance é de 20% sobre o que exceder 100% da


variação do CDI. Ou seja, isso quer dizer que o que ele render acima das taxas
negociadas nos CDIs, vai para ele e fica para você.

Mas não se preocupe, pois quando você ver o gráfico do Fundo, já está sendo
desconsiderado tudo isso que você vai pagar. Exatamente para você ver o quanto
sobra no seu bolso e poder comparar um Fundo com outro.
FUNDOS DE INVESTIMENTO - (TERMINOLOGIA)

Neste capítulo vamos falar sobre as terminologias dos Fundos. Você vai ver que
os Fundos usam várias abreviações, senão ficariam com nomes muito longos.

Eu sou da teoria que eles utilizam essas abreviações para confundir o investidor.
Eu já falei para vocês: quanto mais confuso os investidores forem, mais besteira
eles vão fazer e mais vão depender dos consultores que quase nunca oferecem o
melhor para eles.”

Mas enfim, cada um vai ter a sua explicação. O fato é que é complicado porque as
pessoas não sabem o que querem dizer essas siglas. Mas aqui você já vai aprender
as principais.

A primeira delas é FI. É a mais básica de todas, porque quer dizer Fundo de
Investimento. E essa sigla pode ter mais um “i” e ficar FII, que significa Fundo de
Investimento Imobiliário. Basicamente, é um Fundo que compra participações em
empreendimentos imobiliários, imóveis. Seja um prédio de escritórios, um
terreno onde vai se construir um centro modal, um armazém ou como qualquer
outro imóvel.

Existe também a siga FIA, que significa Fundo de Investimento em Ações. Este
Fundo para poder receber essa denominação, tem que receber no mínimo 67% do
dinheiro que eles têm guardado, ou seja, o dinheiro das pessoas que aplicaram
nesse Fundo, em ações.

Então, por exemplo, se essas pessoas deram R$ 1 milhão para o gestor poder
investir, ele tem que colocar no mínimo R$ 670 mil em ações, porque esse valor
são do Fundo. Pois se o Mercado de Ações subir, a chance de quem tem esse
Fundo ganhar dinheiro é muito maior. Isso faz com que ele não corra o risco de
comprar “gato por lebre”.

Por exemplo, a pessoa compra um Fundo de ações esperando ter alguma relação
com o Mercado de Ações. Então, obrigando que se cumpra do Fundo de Ações, é
possível garantir isso.

A sigla CP, significa Crédito Privado. Basicamente, Crédito Privado são todas as
vezes que você empresta dinheiro para uma empresa que não é pública, ou seja,
uma empresa privada.

Então você tem um crédito, um direito de receber dinheiro desta empresa


privada. Essa é uma modalidade de Renda Fixa, um Título de Dívida.
Os FIDICs são os Fundos de Investimento em Direito Creditório. São fundos onde
alguém que tem direito de receber dívidas, negocia para uma outra pessoa ou
negocia para um Fundo, que começa a comprar de um monte de gente o direito de
receber dívidas. Depois, vende para investidores essa “cesta” com conjuntos de
direito de recebimento.

FIM é o Fundo de Investimento Multimercado. É um fundo que pode investir em


vários mercados diferentes. São muito populares no mercado porque dão ao
gestor, aquele que toma as decisões, a liberdade de poder escolher em qual ativo
ele quer investir. Justamente porque o mercado muda e as oportunidades
também.

Se você está em um FIA, por exemplo, ele sempre tem que escolher somente
ações. Em um FIM ele pode passar de ações para uma Renda Fixa, buscando o que
é melhor para você. Obviamente com limitações e regras que são estabelecidas
desde o princípio.

REF significa Referenciado. Significa um fundo que quer imitar alguma taxa. Ele
usa uma referência para ser um fundo que a gente chama passivo em relação
àquilo. Então por exemplo, os Fundos Referenciados DI, tentam imitar a variação
da taxa DI e fazer que tenha uma rentabilidade próxima a taxa que os bancos se
emprestam dinheiro.

FOF não se usa no Brasil, se usa FIC, que significa Fundo de Investimento em
Cota. Eu coloquei porque é uma nomenclatura que veio dos Estados Unidos que
significa “Fundo de Fundos”, porque têm várias pessoas que falam que “existem
tantos Fundos legais no mercado, que eu vou fazer um Fundo que compra cota de
Fundo” e no Brasil foi dado o nome de Fundo de Investimento em Cotas.

DI é o Depósito Interbancário, que é uma taxa média entre as operações que os


bancos fazem entre eles.
FUNDOS DE INVESTIMENTO
(LENDO E INTERPRETANDO SEU EXTRATO)

Nesse exemplo abaixo, tem um pedaço de um extrato meu que eu tirei há


bastante tempo.

E nele você vai poder aprender a ler o seu extrato, que é super importante para
você poder acompanhar as suas finanças.
Ao invés de receber este “papel” e colocar na máquina de picote, usar de rascunho
do lado contrário e coisas do gênero, você agora vai poder realmente usá-lo.

Então veja o exemplo abaixo:

Eu tenho dois Fundos nesse extrato. O de cima “GF FIC FI Referenciado DI” e o de
baixo “GF Liquidez Genial FIC FIM Crédito Privado”.

Começando pelo Fundo de cima. “GF” é a abreviação do meu gestor, o nome de


uma empresa gestora. Esse meu Fundo é um “FIC”, que é um Fundo de
Investimento em Cotas, ou seja, que investe em outros Fundos.

E esses outros Fundos são FIs (Fundos de Investimentos) que Referenciados DI.
Ou seja, eles tentam copiar a taxa DI.

Esse vai ser o tipo de Fundo com o menor Risco que você tem para investir. E por
isso eu sempre tinha um dinheiro investido nesses fundos para ser meu Caixa.

É um Fundo que se você pedir hoje o dinheiro, hoje mesmo ele estará na sua
conta. Então, é como se fosse um dinheiro que você tem na carteira, só que muito
bem investido.
Ao invés de estar na Conta Corrente que rende R$ 0 ou Poupança Automática que
rende 30%, 40% do CDI, que é algo muito ruim. Esses investimentos rendem
próximo de 100% do CDI e você pode usar todo dia.

Na 2ª coluna da primeira linha, também há o “Valor Histórico”. Eu coloquei esse


valor histório de aproximadamente R$ 35 mil em duas aplicações, uma de R$
25.624 e outra de R$ 9.645.

Nesse Fundo também é possível ver a “Data da Cotização”, que são as datas em
que fiz essas duas aplicações. A primeira, em 15/06/2016 e a segunda em
11/07/2016.

A coluna ao lado mostra o “Saldo Líquido R$”, que é o quanto que eu tenho desse
dinheiro hoje. O valor é de R$ 30.056. Ou seja, esse dinheiro rendeu 17,92%.

Na “Quantidade de Cotas”, é possível ver quantas cotas eu comprei, que foram


11.161. E por que é importante saber o número de cotas que eu comprei? Porque o
que varia para cima ou para baixo em um Fundo é o valor da cota.

Tem algo curioso que é o seguinte, duas vezes por ano o Governo vê quanto que
você deve de Imposto de Renda dentro do Fundo, em relação ao quanto ele
rentabilizou. E ao invés de tirar dinheiro do Fundo, o que alteraria o valor da cota
que é o valor de cada pedaço do Fundo, ele tira cotas, porque aí ele não altera o
valor que cada pedaço do Fundo tem.

Assim você consegue realmente saber quanto você teve de rentabilidade. Se o


Governo tirasse dinheiro, você teria uma falsa impressão de que perdeu dinheiro.
Sendo que você não perdeu, pois o que há dentro do fundo não se valorizou, você
só pagou imposto. Mas tudo permanece no mesmo preço.

Por isso que é muito importante saber a quantidade de cotas. E se você


multiplicar a quantidade de cotas pelas Cotas de Aplicação, ou seja, o número de
“pedacinhos” do Fundo que você comprou pelo quanto vale um pedaço, você terá
o valor que você aplicou. (Veja na 3ª e 4ª colunas).

Se você pegar o número de pedacinhos que você comprou, que é 11.161 e


multiplicar pela Cota do Dia que no caso é R$ 2,70714, o resultado será o quanto
você tem de dinheiro hoje, que é R$ 41.487.

Este valor de R$ 41.487 é o valor bruto, antes de pagar os impostos, que são
recolhidos quando você resgata o dinheiro ou duas vezes por ano (maio e
novembro).

No final disso, você vai ter o Saldo Líquido, que é o valor disponível para você
resgatar para a sua conta.
OS ERROS MAIS COMUNS DOS INVESTIDORES
Aqui você vai ver quais são os maiores erros que os investidores cometem. E que
hoje você já pode começar a corrigir na sua vida.

1º Confundir Preço e Valor

Várias pessoas dizem que vão comprar uma Ação, Título de Renda Fixa ou
apartamento porque aquele negócio é muito bom. Porque conhecem alguém que
trabalha em um lugar X que disse que vale a pena, que fica em uma região boa,
porque vai ter muito lucro nos próximos anos e etc.

Tudo isso é uma percepção de valor. Nós devemos tentar comprar coisas que
tenham valor percebido muito grande, mas nós nunca conseguimos comprar e
vender as coisas pelo valor dela. Justamente pois nós compramos e vendemos
as coisas pelo preço.

Tem uma frase que eu gosto muito que diz:

“Preço é o que você paga, valor é o que você leva.” - Warren Buffett

Então sempre tente comprar uma coisa que tem valor alto e um preço abaixo do
valor. Porque no médio e no longo prazo, o preço e o valor tendem a ser
parecidos.

Quando algo está com um preço acima do valor, está caro. E é aí que devemos
vender. Já quando o preço está abaixo do valor, está barato e nós devemos
comprar.

2º Nunca escolha um Título somente pela taxa de retorno

Aqui, acho importante falar dos Fundos de Investimento Imobiliário porque uma
vez um cliente chegou no lugar onde eu trabalhava e nós estávamos vendendo
alguns FIIs. Tinha um deles que oferecia uma rentabilidade de 13% e eu mostrei
para ele rentabilidade de 13% ao ano.

E ele falou “eu tenho um que rende 13,5%, não quero o seu”.

Respondi “tenho um outro, um imóvel para te vender. E eu posso te vender ele por
um valor de R$ 1.000 o metro².”

“Mas está muito barato esse valor. Os preços aqui em São Paulo são 5, 10, 20 mil o
metro². Onde é que fica esse imóvel?”

Respondi novamente “Por que você quer saber? Você compra o Fundo Imobiliário
sem saber o que vem dentro”.
Obviamente, isso foi uma brincadeira e eu tinha intimidade para falar com ele
daquele jeito.

Foi aí que ele entendeu que não se pode comprar um investimento somente pela
taxa de retorno ou pela menor taxa de administração.

É preciso entender o que você está comprando, pois uma taxa de retorno menor
pode valer muito mais a pena se for muito menos risco que você estiver
assumindo. Ou uma taxa de administração maior pode fazer sentido se você tiver
contratando uma equipe que é muito melhor.

Não tome decisões rasas, que parecem te garantir um benefício pequeno agora,
mas que podem te custar muito dinheiro no futuro.

3º Não considerar o risco de liquidez

O risco de liquidez significa ter o dinheiro a sua disposição quando você precisa.
A gente vive em um país que tem uma montanha-russa de momentos onde
parece que tudo vai melhorar, e momentos onde parece que o país vai acabar
completamente.

E se você fica com o seu dinheiro preso muito tempo, você não pode aproveitar
as oportunidades que surgem. E as pessoas não fazem essa conta, por isso
muitas deixam dinheiro preso durante 2 anos para ganhar 5% a mais do CDI.

Mas se ele for fazer a conta no papel, ele vai ver que está ganhando R$ 30 a mais
por mês. Para ficar sem o dinheiro durante 2 anos.

Quando se ele tivesse o dinheiro, ele poderia por exemplo, comprar o


apartamento do lado, onde o dono estava oferecendo 30% de desconto, porque
está passando por uma dificuldade financeira. Ou até mesmo comprar a loja que
ele sempre sonhou, para implementar a expansão da empresa dele.

Então cuidado para não ficar com o seu dinheiro travado por muito pouco. Faça
contas para ver o quanto vale isso que estão te pagando a mais para você não
poder contar ele.
4º Confundir o prazo do cenário vislumbrado com o horizonte de investimento

Muitas pessoas fazem um investimento de longo prazo e se desesperam porque


poucos dias depois as coisas não estão andando como planejava.

Se você faz um investimento a longo prazo, é preciso ter paciência para esperar
as coisas acontecerem. Já se você faz investimento de curto prazo, é preciso
saber que o curto prazo vai te dizer se você está certo ou errado. E tem que
apertar o gatilho para sair daquilo se aquilo se as coisas começarem a dar errado.

Justamente porque no curto prazo você terá a resposta. Agora, se no longo prazo
avalia o curto prazo, você pode estar perdendo a chance de ter um grande
investimento simplemente por essa ansiedade normal que as pessoas têm e por
confundir os prazos de investimento com aquele prazo emocional ou psicológico
de querer ver o resultado.
CONCLUSÃO

Chegamos ao fim do nosso Livro Digital. Esse foi um livro completo e que te
mostra mais sobre o Mundo dos Investimentos do que muitos cursos de
Economia por aí.

Eu acredito que você já esteja preparado para investigar um pouco mais o


mercado e fazer testes no Tesouro Direto.

Quero te deixar uma indicação de um livro para você ler, chamado Iludido pelo
Acaso, de um americano chamado Nassim Nicholas Taleb. Ele é um ex-operador
de derivativos americano e também um grande filósofo.

Neste livro, ele fala como muitas vezes a gente se ilude pela sorte e acaba se
espelhando em pessoas que dizem que têm fórmulas milagrosas e que sabem
ganhar dinheiro, mas que na verdade essas pessoas simplesmente um caso
estatístico.

Suponhamos que a gente pegue mil pessoas e eu peço para que todos joguem
uma moeda para cima. Vamos ver quantas dessas pessoas conseguiram tirar 10
caras seguidas.

E aí vamos supor que tenha 1 pessoa que tire as 10 caras seguidas. Ela vai fazer
um curso ensinando como se tirar 10 caras seguidas e vai se convencer de que há
um método para isso. Todo mundo vai começar a seguir esse método, vai dar um
nome a ele, quando na verdade sempre que mil pessoas jogarem as moedas para
cima, 1 vai ser o caso onde 10 caras seguidas foram tiradas.

Isso não quer dizer que essa pessoa sabe necessariamente tirar caras. Quer dizer
que simplesmente essa pessoa foi um caso estatístico, ou em outras palavras,
teve sorte.

Por isso, tome muito cuidado com aquelas formas, modelos e conceitos que você
segue na sua vida inspirados por alguém que te disse que para ele deu certo. Pois
pode ser que tenha dado certo para ele por sorte, pelo acaso. E você não deveria
ser iludido pelo acaso.

Você deve buscar as fórmulas que consistentemente te ajudam a vencer na vida e


juntar mais dinheiro.
Este livro não te promete ficar milionário. Até torço por isso, pois o acaso vai
levar alguns a ficarem milionários e a competência levará outros. Mas eu tenho
certeza absoluta que isso nenhum curso ou livro pode prometer com essa
convicção que eu prometo, que 100% dos alunos que lerem este livro e
colocarem em prática o que aprenderam, vão ter uma vida financeira melhor do
que tinham antes.

E isso para mim já basta, para fazer com que a gente reequilibre esse jogo, entre
o mercado financeiro, composto pelos bancos e corretoras e os milhões de
investidores que existem no Brasil.

Um forte abraço e até a próxima,

Edu Moreira

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