Você está na página 1de 19

MISTÉRIOS ANTIGOS DO VINHO DE DIONÍSIO, por arturjotaef.

Figura 1: Sátiros à vindima nas vinhas de Dionísio.


De facto, a relação relevante destes cultos com a mística da viticultura a ocidente e da
cerveja a oriente reforça a suspeita de que a revoluçõ agricula do neolítico teve por «light
motiv» principal a descoberta das bebidas alcoólicas na época posdiluviana ocorrida com o
fim da glaciação do 10º milénio antes de Cristo.
1
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2
Ele estava no princípio com Deus.
3
Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
4
Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens; João 1:1
G-eshtu-E > Ge-Chu-E > Jesueh > Jesus.
Ishkur > Kur-Ish-tu > *Kar-eshtu > Cresto > Cristo.
Há quem ponha em dúvida a historicidade de Cristo com a mesma sensata desfaçatez
com que os cristãos duvidam da existência de Hércules e com o mesmo grau de provas
históricas com que se suspeita da falta de fundamento da guerra de Tróia. No entanto, não
se pode duvidar da universalidade criativa do «gesto» de fogo da «Palavra De Deus».
Jesus Cristo, o «Alfa e Ómega» do alfabeto grego, padrão de toda a literalidade das
culturas do livro, tenha ou não sido também uma, ou parte de algumas personalidades
históricas concretas, a verdade é que assim se demonstra vir a sua Substância Cultural do
princípio dos tempos dando razão, no plano da grande retórica ideológica, aos teólogos que
determinaram que o “filho de Deus” procede do Pai desde toda a eternidade!

Ver: DILÚVIO (***)


20
Edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou de todo animal limpo e de toda ave limpa, e
ofereceu holocaustos sobre o altar.
21
Sentiu o Senhor o suave cheiro e disse em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a
terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice;
nem tornarei mais a ferir todo vivente, como acabo de fazer.
13
O meu arco tenho posto nas nuvens, e ele será por sinal de haver um pacto entre mim e a
14
terra. E acontecerá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, e aparecer o arco nas nuvens,
15
então me lembrarei do meu pacto, que está entre mim e vós e todo ser vivente de toda a carne; e as
águas não se tornarão mais em dilúvio para destruir toda a carne.
16
O arco estará nas nuvens, e olharei para ele a fim de me lembrar do pacto perpétuo entre
Deus e todo ser vivente de toda a carne que está sobre a terra.
17
Disse Deus a Noé ainda: Esse é o sinal do pacto que tenho estabelecido entre mim e toda a
carne que está sobre a terra.
18
Ora, os filhos de Noé, que saíram da arca, foram Sem, Cão e Jafé; e Cão é o pai de
Canaã.
19
Estes três foram os filhos de Noé; e destes foi povoada toda a terra.
20
E começou Noé a cultivar a terra e plantou uma vinha.
21
Bebeu do vinho, e embriagou-se; e achava-se nu dentro da sua tenda.
22
E Cão, pai de Canaã, viu a nudez de seu pai, e o contou a seus dois irmãos que estavam
fora.

Figura 2: Dionísio, os sátiros


vindimadores e a videira, a «árvore da vida»
eterna dos gregos.
Figura 3: Sátiros no sagrado rito da
«pisa da uva», em dornas de madeira.1
Sendo assim, os humanistas deveriam
ter mais respeito pela «drogas culturais».
A maldição dos cananeus teria que começar com uma canalhice ou seja, um crime de
cão! Obviamente que estamos perante uma interpolação tardia feita a propósito das
rivalidades políticas dos judeus helenistas. No entanto o mito de Noé era uma herança
arcaica do seu passado caldeu onde Noé era Zius-udra, Atra-Hasis ou Ut-an-apish-tim.
Claro que é possível que Ziusudra tenha acabado Zeus na reforma do panteão
olímpico por ser um filho de Saturno / Enki como Noé.
De resto, há tradições antigas cretenses que comprovam que Zeus morreu e teve
túmulo em Creta e existe similaridades entre o nascimento de Zeus e de Dionísio. Atra-
Hasis é seguramente um dos sábios filhos de Enki e Ut-an-apish-tim e seguramente um
nome compósito significante que identificaria este rei sacerdote com a tribo dos filho do
Senhor deus Ápis, algo como viriam a ser os filhos de Sete.
Numa primeira aproximação o nome de Noé permite-nos a seguinte equação:
Noé < Jud. Noah < Noak / Anok < Enock < *En-Kiku
<= Anku (> Anzu) > Enki.
Desde logo ficamos a saber que o mito de Noé teria que ver com a mitologia de
Enki, tanto pela fonética quanto pela semântica.

1
Notar que no Alto Douro, na região da Régua as dornas ainda eram utilizadas em meados do século vinte para o
fabrico caseiro de pequenas quantidades de vinhos especiais como por exemplo vinhos brancos, já que o vinho comum
era feito com misturas de castas brancas e pretas. A semelhança com a figura do vaso grego reforça a suspeita de que o
alto Douro e o Minho foram antiquíssimas colónias minóicas ou helénicas na rota dionisíaca da expansão da cultura
mística do vinho.
Figura 4: Dionísio Bassareu, deus da arte vinhateira!
Figura 5: A barca com que Dionísio espalhou a cultura do vinho por todo o mundo
antigo! Notar que esta representação de Dionísio tanto pode ser relacionada com a barca que
salvou a humanidade do dilúvio como com os mitos solares de morte e ressurreição do “deus
menino”. Em relação com a barca do dilúvio existe a coincidência de os mitos suporem a
invenção da cultura da vinha na época pós-diluviana, o que, no mito bíblico do Génesis
corresponde ao próprio Noé! No mito que serviu de pretexto deste vaso Dionísio foi raptado
por piratas etrusco que o deus transformou em golfinhos, animais relacionados com o deus
supremo da talassocracia cretense facto que indicia que a Etrúria teria sido outrora uma
próspera colónia cretense produtora de bons vinhos. A relação desta figuração com a barca
solar reside no facto de o próprio Dionísio ter sido o deus menino que quando crescido se
transformou num deus de morte e ressurreição solar!
Numa segunda abordagem poderíamos então afinar uma pouco mais a semântica e
então:
Noé < Jud. Noah < Nauoth < Anuat < *Anu-ish ? lit. «o filho do Anu» < *En-Kiku.
>*Nawot, lit. «filho d Nebo» > Nauat > *Na-Uta | < Anuki
< Enki | Ki < *En-Kiku > *Anish(u), lit. «filho de Enki, o deus das águas entre a
terra e o céu»!
Zisudra Known as Uta-na'ishtim and Ut-napushte, meaning perhaps "he found life"
and/or "day of life", Hebrew Noah, Sumerian Ziusudra, and Xisuthros in Berossus' Greek
rendering. Epithet: Atrahasis "extra wise" and "far distant"
Se o relato sobre o dilúvio fosse posterior ao sec. XVII a. C. poderia corresponder à
catástrofe do maremoto que teria submergido a civilização minóica pois que, numa primeira
aproximação, o nome de Zisudra permite-nos a seguinte equação:
Ziusudra = Zius utra = Zeus Taur = «touro de deus», seguramente uma metáfora
taurina relativa a um sacerdote do Minutauro!
E foi assim que quando Jesus Cristo na «Última Ceia» tomou o pão e o vinho e o
deus aos seus discípulos e disse: «fazei isto em minha memória» que foi renovada a
antiquíssima tradição da Kurbana, nome da «missa» em caldeu,
Primeiro porque a Kurbana... teria sido *Kiphurana, a cerinónia em louvor da
divina *Kiphura da árvore da vida e da sabedoria acabou sendo a liturgia em que «berbum
caro factum est» pelo viático do sagrado alimento do “pão e do vinho”!
Kurbana < *Kur-Phana < Kurkina > Kikurana.
«Caro» <= Karus < Kauro < Kur.
Depois porque «Caro» é o «filho de deus» pai do céu, o «Sol Invicto»!
Este se apresenta como Acetes, um piloto, e conta que, certa vez velejando para Delos, ele e
seus marinheiros tocaram na ilha de Dia e lá desembarcaram. Na manhã seguinte os marinheiros
encontraram um jovem de aparencia delicada adormecido, que julgaram ser um nobre, filho de rei,
e que conseguiriam uma boa quantia em seu resgate. Observando-o, Acetes percebe algo superior
aos mortais no jovem e pensa se tratar de alguma divindade e pede perdão a ele pelos maus tratos.
Porém seus companheiros, cegados pela cobiça, levam-no a bordo mesmo com a oposição de
Acetes. Os marinheiros mentem dizendo que levariam Dionísio (pois era realmente ele) onde ele
quisesse estar, e Dionísio responde dizendo que Naxos era sua terra natal e que se eles o levassem
até lá seriam bem recompensados. Eles prometem fazer isso e dizem a Acetes para levar o menino a
Naxos.

Figura 6: Um dos painéis do friso da Lenterna de Lisícrates representando a


metamorfose dos piratas em Golfinhos. (Transformação cibernética do autor de desenho da obra:
The antiqvities of Athens (Volume v. 1) - Stuart, James, 1713-1788)
When he [Dionysos] wanted passage across from Ikaria to Naxos he hired a trireme of
Tyrrhenian pirates. But when they had him on board, they sailed past Naxos and headed for Asia
where they planned to sell him. He thereupon changed the mast and the oars into snakes, and filled
the boat with ivy and the sound of flutes. The men went mad and dove into the sea, where they
became dolphins." - Apollodorus, The Library 2.28-37
Porém quando ele começa a manobrar em direcção a Naxos ouve sussurros e vê sinais de
que queriam levá-lo ao Egipto para ser vendido como escravo, e então se recusa-se a participar
num ato de tal baixeza. Dionísio percebe a trama, olha para o mar entristecido, e de repente a nau
para no meio do mar como se fincada em terra. Assustados os homens impelem seus remos e soltam
mais as velas, tudo em vão.
O cheiro agradável de vinho se alastra por toda a nau e percebe-se que vinhas crescem,
carregadas de frutos sob o mastro e por toda a extensão do casco do navio e ouve-se sons
melodiosos de flauta. Dionísio aparece com uma coroa de folhas de parreira empunhando uma
lança enfeitada de hera. Formas ágeis de animais selvagens brincam em torno de sua figura. Os
marinheiros começam a se atirar para fora do barco e ao atingir a água se transformavam: seus
corpos se achatavam e terminavam numa cauda retorcida. Os outros começam a ganhar membros
de peixes, suas bocas alargam-se e narinas dilatam, escamas revestem-lhes todo o corpo e ganham
barbatanas em lugar dos braços. Toda a tripulação foi transformada e dos 20 homens só restava
Acetes, trémulo de medo. Dionísio porém, pede para que nada receie e navegue em direcção a
Naxos onde Dionísio encontra Ariadne e a toma como esposa. – Wikipédia.

Figura 7: Dionísio e Ariadne encontram-se em Naxos.


Os rituais pascais de morte e ressurreição dos deuses solares precisamente eram
mistérios agrários primaveris relacionados com arcaicos mistérios de «passagem» porque os
deuses solares eram mortais, tais como Urash / Nin Gishzida = Damuz / Hamon / Osíris /
Atis / Adónis / Dioniso / Cristo, etc., estavam relacionados com as vindimas e a preparação
das bebidas espirituosas.
Assim, quando os cristãos utilizavam a metáfora da “água da vida eterna” estariam a
utiliza-lo no mesmo sentido do francês «l´au de vie», ou seja, estariam a referir-se a uma
bebida espirituosa que era dada aos neófitos que ingeriam narcóticos comatosos em «ritos
de passagem». Não foi Cristo acusado pelos fariseus de convivência com publicanos, ébrios
e prostitutas? Que outro significado poderia ter tal acusação de verdadeira prática de crimes
ideológicos senão a de conotar Jesus com os mitos pagãos de morte e ressurreição pascal?
Que outra coisa terá sido a “última ceia” senão uma festa dionisíaca? Não entrou Jesus em
Jerusalém em cima dum burro como Hefesto entra numa mula nos bacanais?

Ver: DILÚVIO (***) & GESHTINANNA (***) & HEROGAMOS (***)


De facto, a iniciação juvenil, militar e civil era conseguido sob o efeito de antigas
poções mágicas que não eram mais do que drogas facilitadoras do desafio da morte aparente
por simulações psicossociais. As bebidas alcoólicas eram, tal como ainda hoje é a cerveja na
queima das fitas dos caloiros lusitanos, as drogas de iniciação mais conhecida na cultura
mediterrânica.
As Potnias eram de facto deusas das bebidas fermentadas.
Geshtinanna era uma deusa da «vinha do céu».

Figura 8: Cortejo de Dionísio num vaso grego 2.


A «videira» < «vide» < Lat. vite > vita > «vida», deve o seu nome ao facto de ter sido
seguramente a metáfora mais comum da «arvore da vida», aliás considerada como tal por
muitos autores gnósticos e que, pelo menos em francês, justificou o nome de «agua da vida»
dada pelos franceses à «agua ardente» das deusas do fogo.
O vinho ou a videira deram nome à «vida» a partir da manipulação ritual do conceito
místico da «vida eterna». Na verdade o termo latino deriva dos etruscos que já o tinham
como estrangeirismo.
Vinum = wine (international loanword, Wanderwort).
Não nos podemos esquecer que a Páscoa dos canaaneus era celebrada em honra de Adónis,
deus que seria literalmente Dionísio. De resto, a exegese paulista fés de Jesus um novo Adão,
seguramente com toda a propriedade dentro da tradição mística do culto do «pão e do vinho» como
celebrações da eucaristia pascal em honra da «arvore da vida do paraíso perdido. Notar ainda que a
cevada com que se fabricava pão era a matéria-prima da cerveja das civilizações cerealíferas como
o Egipto e a Suméria.
«Adão» < *Athanu <= Adonis < Athaun-ish lit. «filho de *Athanu,
lit. “o filho do Sr. (Céu)”.

2
Coloração cibernética do autor a partir de desenho da obra “Description Des Quelques Vases Peints, Étrusques,
Italiotes, Siciliens Et Grecs” de Honoré Théodore Paul Joseph d'Albert, duc de Luynes.
<= *Athanu  *Ki-anu-At, lit. «filho do monte Sião» > Tan-ish
> Dion-isho > Dionísio.

Figura 9: Dionísio, a cavalo dum burro, como Jesus no domingo de ramos, durante a
procissão dos ritos de passagem da Páscoa! (British Museum)
A relação da expansão pós diluviana da cultura da vinha com o comércio relança a
ideia de que em todos os processos de expansão cultural estiveram sempre presentes os três
componentes culturais motivadores do imperialismo marítimo ibérico. A conquista das
almas pela fé, a usurpação de bens pela promoção do comércio marítimo colonial e a
conquista de novas terras pelas armas. Se o vinho não deriva de termo itálico autóctone
então podemos postular que ele era de arcaica origem a partir do termo virtual *Ki-anu, lit.
“terra-do-senhor”, campo santo, vinha particular dos templos, quem sabe, local onde eram
enterrados os mortos sacrificados aos deuses da agricultura em ritos solares de morte e
ressurreição.
*Ki-anu > Kian > Sião, os sagrados montes judaicos.
Vinum < Wi-anu(m) < Kianu > Phainu > Fauno.
> Benu.
É inegável o carácter de deus agrícola de fauno, a relação deste deus latino com Pan
dos gregos também, bem como, a relação destes com os sátiros. Os nostálgicos montes de
Sião das elegias do profeta Jeremias eram uma metáfora dos “montes da aurora” e o pássaro
egípcio Benu era o animal de transporte do sol primordial no mito de criação heliopolitana.
Damuz/Nin-Gishzida era um deus dos cultos de fertilidade de morte e ressurreição
pascal. Particularmente Nin-Gishzida era considerado um deus da “árvore da vida”, como
Ashera na Cananeia, ou seja um deus da videira como Dionísio.
O vinho e a cerveja, além de serem “poções mágicas” de vigor e ânimo e “filtros de
amor” por alegrarem o coração dos homens, eram também considerados fontes de
inspiração e inteligência, como o atesta o senso comum ao denominar espirituosas as
bebidas licorosas. Estas crenças e preconceitos derivariam da loquacidade comum dos
ébrios e da combustão, quase espontânea (!), da «aguardente».
Sendo assim, estamos aptos a identificar este deus como sendo Urash, um arcaico
deus agrícola sumério, o «Puto», Dionísio o «Deus Menino» que foi assado como os
animais das queimadas do princípio do Verão, filho das giestas floridas de Maio e das
amarelas maias de Vesta, a deusa mãe do fogo telúrico!
Ora bem, no campo da mitologia não existem propriamente incoerências nem
contradições pois que no tempo em que os deuses reinaram virtualmente no mundo tudo era
maravilhosa e fabulosamente tão inefável quanto fantástico, ideal e imaginário. Sendo estes
seres o protótipo do bestiário das disformidades míticas geradas pela deusa mãe do caos
lamacento primordial há que pensar que tais mitos traduziriam o trauma infantil duma
humanidade que via aparecer por geração espontânea do fundo do lodo as mais estranhas
metamorfoses de batráquios tal como se espantaria com o maravilhoso fantástico das mais
belas borboletas que se geravam a partir da metamorfoses das larvas, formalmente descritas
como cobras ou lagartas.
Figura 10: Antínoo travestido
de Dionísio.
The earliest and most important
Greek mysteries were the Orphic, the
Eleusinian, and the Dionysiac. The
Orphic mysteries were those of a mystic
cult founded, according to tradition, by
the legendary poet and musician
Orpheus, to whom was attributed a great
mass of religious literature (See
Orphism). Far more celebrated were the
Eleusinian mysteries, connected with the
worship of the goddesses Demeter and
Persephone at Eleusis in Attica; with
these divinities were associated Pluto,
god of the underworld; Iacchus, a name
of the youthful Dionysus, god of
vegetation and of wine; and other gods.
The worship of Dionysus, or Bacchus, in
Athens was accompanied by feasts,
processions, and musical and dramatic
performances. In later times the mysteries
associated with Dionysus became
occasions for intoxication and gross
licentiousness. They were forbidden at
Thebes and later elsewhere in Greece. As
the Bacchanalia these rites were
introduced into Rome early in the 2nd
century BC. At first the mysteries were
celebrated only by women; when they
were opened to men, the gatherings were
suspected of gross immoralities, and in
186 BC the Roman Senate attempted to
suppress the rites by decree.
Por outro lado, estamos perante um mito de nascimento primordial ladeado por um
bestiário de guarda-costas sagrados mas agora mais próximo dos Aker egípcios porque já
não se trata escorpiões. Sendo assim, há que pensar que o termo lamashu poderia ter
acabado por se aplicar a todas as bestas míticas da deusa mãe que tinham o papel de serem
guardiães das portas do sol.
Mustés = iniciado na preparação do mosto < grego mysterion
=> «mistério», «mosteiro».
One of the most beloved deities was the shepherd god Dumuzi, the biblical Tammuz. At the
autumnal equinox, which marked the beginning of the Sumerian new year, Dumuzi returned to the
earth. His reunion with his wife caused all animal and plant life to be revitalized and made fertile
once again. Each new year the Sumerians celebrated the marriage between Dumuzi and Inanna.
Cor ibantes = romeiro ululante de Cor(a), fêmea de Kar.
cabiros < Ir. 3Cabur < Kaur
Dionysus Zagreus < Zacreus < Sacar Teos > Za car eus > Zeus Kar
Dion Ysius = deus filho de Isis = Osíris
Pt. «bácoro» = porco < Bac ch(ar)us = (D)iac ch(ar)us => Diac > Bac > Bes.
Dionisio = Iacus = Baco < Wacus < Kakus.

Ver: CARNAVAL (***) & LUPUS (***) & FOLIAS (***)

A hera é considerada uma planta medicinal desde a antiguidade. Na Grécia Antiga era
associada a Dionísio, Deus do vinho. Antigamente havia o hábito de esfregar folhas de hera na testa
para evitar a embriaguez. Segundo os egípcios era uma planta associada e sagrada para o Deus
Osíris.
According to Plutarch, the women who were possessed by Dionysus pounced on the
ivy to tear it to pieces and devour it. One might well believe, he says, that it possesses the
power to excite madness and can produce a state of intoxication, much like wine. Some of
these ideas are confirmed by more recent observations.

LENAIAS
Entre os gregos, as festas de inverno estavam associadas às Lenaias e Brumália, onde
em tempos remotos os gregos celebraram sacrifícios humanos (posteriormente substituídos
por um bode) e às Khronia (lembremos a associação Khronos – Saturnus).
Entre os Romanos haviam as Saturnálias (ou Saturnais), que como o nome sugere,
era festas relacionadas com Saturnus (deus relacionado a Agricultura, Submundo, a Força e
um tanto Obscuro, neste sentido relacionado a Dis Pater, – o Plutão, Hades grego e
provavelmente a Sucellos dos gauleses, além do Dyaus Pitar dos hindus – e ao grego
Khronos) e que começavam depois dos Idos de Dezembro e terminavam justamente na data
do Solstício de Inverno assimiladas na época do Império ao festival do Sol Invictus.
A mais antiga representação de Dionísio é de facto o falo. Pois bem, este começou a
ser um símbolo poderoso de fertilidade precisamente no início do patriarcado iniciado
precisamente com a descoberta pelos pastores do poder fecundante dos machos de cobrição,
como eram o touro e o bode! Obviamente que, até ai, a fertilidade era considerada um
poderoso segredo da Grande Deusa Mãe!

3
“Samhandoic, cadhon Cabur” Pietet em O culto dos cabiros entre os Antigos Irlandeses.
Figura 11: Ménades preparando a orgia das dionisíacas rurais (lenaias), festas
báquicas gregas em que aparece um Darcílio, um Erma vestido e engalanado com heras,
forma festiva e primaveril de “Dionísio Dendrites (das árvores)” nas Grandes Dionisíacas.
“As Dionisíacas Rurais celebravam-se no mês de Posideon que corresponde, mais ou menos,
à segunda metade de dezembro. São as mais antigas festas áticas de Dioniso, mas pouco se sabe até
ao momento a respeito das mesmas. A cerimônia central consistia num kômos, ou seja, numa alegre
e barulhenta procissão, com danças e cantos, em que se escoltava um falo. Os participantes dessa
ruidosa falafória cobriam o rosto com máscaras ou disfarçavam-se de animais, o que demonstra
tratar-se de um sortilégio para trazer fertilidade aos campos e lares... -- Carnaval, Seis Milênios de
História" Dr. Hiram Araújo.
Escusado será dizer que os cultos orgiásticos como o de Dioniso e Atena Korê eram
afinal uma forma de compromisso mítico entre o matriarcado dos cultos da Deusa Mãe
Deméter e o patriarcado emergente do Deus Pais que Dionísio nunca chegou a ser por ter
sido o eterno “deus menino”.
O facto de as dionisíacas rurais serem mal conhecidas diz-nos que já mesmo na época
clássica elas eram desconsideradas por fazerem parte do fundo tradicional da ruralidade
popular, rude e servil, reminiscência arcaica da cultura minóica e cretense da época dourada
e saturnina. Os novos cultos, aristocráticos e citadinos, criaram e sublimaram os seus
próprios mistérios domésticos, civilizados e domesticados, que pouco teriam já a ver com os
costumes castiços, espontâneos e naturais da tradição rural e pagãos.
A sobrevivência destas tradições nas “festas dos rapazes” da cultura rural dos
transmontanos lusitanos confirma, apesar de tudo a forte ligação ao mundo agro-pastoril do
neolítico que perdido nos recantos das serras tendia a perpetuar-se sempre igual a si mesmo
desde os primórdios da própria ruralidade.
Com as características, ora de deus da cultura do vinho e da figueira, ora simbolizado pela
Hera e pelos Pinheiros, ora representados pelo bode, Dioniso, o deus da transformação e da
metamorfose, que havia sido expulso de Olimpo, todos os anos, chegava à Grécia, aos primeiros
raios de sol da primavera, acompanhado de um séquito de sátiros e ninfas sendo saudado pelos fiéis
com música, danças, algazarras, vinhos, sexo e também violência que por vezes terminava em
tragédia. -- Mitologia Grega de Junito de Souza Brandão.
No entanto, as profundas raises arcaicas da mistica dionisíaca deveriam, mais do que
o mito em si, calar fundo na alma popular cujo suporte rustico era o remasnescente pelágico
da cultura creto-missénica que percedera as invasões dóricas, as que estabeleceram a
estrutura aristocrática (e apenas aparentemente mais oligarquica que democrática) da Grécia
clássica

Figura 12: Orgia de sátiros numa “festa dos rapazes” presidida por Dionísio ébrio!
(Museo Archeologico Nazionale Naples)
A este propósito há que encarar a pedofilia pedagógica como uma realidade que
acabou ridícula sem ter deixado de ser explicitamente divertida e prazenteira nos festivais
orgiásticos dos bacanais como são satirizadas na Figura 12.
Estas festas da rapaziada guerreira marcariam precisamente o fim da pedofilia
iniciática e a entrada dos mancebos na adultícia guerreira.

PANDORCAS, CARETOS, CABEÇUDOS E GIGANTONES


O eco destes cultos dionisíacos, que se estendiam do solestício de Inverno até à
primavera persistem ainda em tradições populares de muitos povos mediterrânicos e é
legítimo relaciona-las com o que resta de mais arcaico em algumas festas transmontanas,
por sinal, genéricamente denominada por “Festas dos Rapazes”.
Como em todas as latitudes os milagres não faltam e, assim, em meados do século XVII,
depois de mais uma tomada de Miranda pelos espanhóis, os moradores começaram a sentir cansaço
e fome. Eis que, de repente, saído do nada, aparece um menino de espada em punho atiçando os
portugueses contra o domínio espanhol. Ou fosse pelo menino ou pela fome, certo é que os
espanhóis desandararam dali e quando o povo tentou homenagear o menino este tinha
desaparecido. Daí a pensarem que tinha sido o Menino Jesus que lhes tinha aparecido foi um pulo e
assim esculpiram uma imagem de criança colocando uma farda de general do tempo das Guerras
da Restauração, cartola e uma condecoração ao peito. Ainda hoje a imagem do Menino Jesus de
Cartolinha permanece na Sé.

Figura 13: “menino Jesus” da cartolinha da sé de


Miranda, um “deus menino” saído da imaginação arcaica da
festa dos rapazes em honra de Dionísio.
Existem no concelho do Mogadouro, para além das festas
religiosas, outras que subsistem, como herança de épocas muito
remotas, que se inserem num ciclo de festas transmontanas,
genericamente designadas por Festas dos Rapazes, e que se
desenrolam entre o Natal e o Carnaval. São os casos do Chocalheiro
em Bemposta, do Farandulo ou Festa do Menino em Tó e da Festa
dos Velhos em Bruçó e Vale de Porco. Diz a lenda que o demónio
tentou Nossa Senhora. Como castigo, foi penalizado a pedir esmola
para Ela e seu filho, o “Menino Jesus”.
A festa dos rapazes é uma Estranha redundância só
aceitável num ambiente de mistura de mitologias e tradições que
a inquisição não conseguiu extirpar.
«La tradition des Gigantones et Cabeçudos qui anime toujours les fêtes du nord du
Portugal et dont l’origine se perd dans la nuit des temps, vient d’être ranimée par le travail
de recherche et de représentation plastique d’une peintre française, attachée depuis des
décennies à cette région de l’extrême occident européen.
Liée aux immigrés portugais depuis leur première arrivée en France dans les années 60,
Eliane Meunier a depuis 1963 commencé à fréquenter la côte minhota des alentours d’Afife. -- Lire
l'interview de Eliane Meunier sur le site REVUES-PLURIELLES.
Bandoga (Bandonga) - É uma divindade importante no norte da Lusitânia. É o carácter
feminino da divindade, é a protectora da tribo e da família, quem ordena e faz as leis.
Bandoca seria esposa de Bandua, equeivalente a Wotan / Odin dos nórdicos e a
Dionísio dos Gregos e pai oi filho de Pan.
Bandonga < Bandoga < «Bandoca» < Pan-Durga > «Pandorca».
Se o figura principal destas festas era o “chocalheiro”, na verdade uma representação
zoomórfica do próprio “deus menino” o Minotauro, outros figurantes apareceriam como os
carretos, que seriam os curibantes, os gigantones que mais não eram do que o divino casal
Gaia & Gaio primordial, Saturno e Opis em Roma e Crono e Rea na Grécia e os cabeçudos
os titãs que fizeram o sacrifício canibal de Dionísio.
Na verdade, estes costumes persistiram até à segunda década do seculo 20
precisamente porque o rio Douro deixava de ser navegável a partir do santuário de S.
Salvador do mundo na Pesqueira, por causa do cachão da Valeira onde viria a morrer o
destemido barão de Forrester que em Maio de 1861, foi visitar D. Antónia Adelaide
Ferreira, a uma das meia centena de quintas de que a famosa Ferreirinha era proprietária: A
Quinta do Vesúvio situada na Horta de Numão, entre a Pesqueira e Foz Côa, e que contém
dentro dos seus termos e muros sete montes e trinta vales, era uma das preferidas de D.
Antónia.
Se “para cá do Marão mandam os que cá estão”, acima do Cachão da Valeira
mandaram sempre os que lá viveram e pouca penetração tinha por lá a cristandade onde os
marranos se sentiram sempre seguros e os ciganos nunca foram maltratados, desde que por
lá não pernoitassem mais de que duas ou três luas. Os costumes arcaicos enraizados
poderiam mudar de nome mas dificilmente mudavam de significado e conteúdo. Só a
emegração maciça acabou com eles pois o que hoje perduro é já puro folclore de pouca
convicção e quase nehuma alma. A falta de convicção decorrre da progressiva
desruralaização do pais e a falta de alma do profundo corte geracional que a emegração
produziu na demografia de Protugal interior durante quase 30 anos.

Figura 14: Caretos de Aveleda, Varge e Baçal.


O conteudo sexualmente permissivo do matriarcado primitivo implícito nas festas
dos mancebos foi sempre recebido pela ordem patriacal como subversivo e perturbador da
nova ordem social acente no poder do pater familiae. Querido na adolescencia e amado
pelas mulheres, Dionísio era fonte de vergonha dos adultos e uma afronta para os patriarcas
impotentes, coisa que não deve ter sido frequente por estas bandas.
Nas aldeias do Nordeste Transmontano a beatice nunca esteve muito presente e até o
judaísmo dos marranos perdurou até muito tarde.
O arcaísmo desta tradição é tanto que a representação de Dionísio reveste a forma
mais arcaica e zoomórfica do touro minóico, o Minotauro.
Apesar da sua máscara terrível e medonha que faz ainda arrepiar muita gente, o
chocalheiro é uma figura simpática e cheia de significado. Vestido de linho grosseiro tingido de
preto, o chocalheiro de Bemposta aparece como uma figura tauromórfica. Nas pontas dos chifres
ostenta duas laranjas espetadas; cai-lhe do "queixo uma barbicha de bode; na parte da nuca pende-
lhe uma bexiga de porco cheia de vento; na testa tem um disco e, escorrendo pela face, uma
pequena serpente; na mão segura uma tenaz e mostrando uma serpente de grande porte rodeada à
cintura.
Em dois dias festivos o chocalheiro sai á rua, em Bemposta, para o desempenho dos seus
ritos mágicos: no Santo Estêväo, a 26 de Dezembro e no Ano Novo. Na véspera de Santo Estêväo, o
dia de Natal, a noite, o mordomo procede ao acto do leiläo do cardo de chocalheiro. Esta é a noite
das "mandas", os lances, cujo tempo de realizaçao termina á meia-moite do dia de Natal. O último a
mandar a essa hora ficará com responsabilidade de desempenhar as funçöes de chocalheiro, no dia
seguinte.
No dia 26, de manha, sai o choclheiro, mordomo e comitiva para o ritual do peditório,
designado localmente de "apanha" da esmola. Terminado o peditório, ao fim da manha, todos de
dirigem a casa do mordomo. O chocalheiro termina aqui as suas funçoes e o agente que Ihe deu
vida cumpriu também a sua promessa. Segue-se a refeiçao para os colaboradores no peditório,
oferecido pelo mordomo e em sua própria casa. Antonio Pinelo TizaAcademia de la Máscara de
Bragança.
Figura 15: Na transmontana
“festa dos rapazes” até o trague dos
pauliteiros de Miranda faz apelo a
tradições egeias e anatólicas, ainda
presente na Macedónia moderna.
(...) Sabe-se que na Ásia Menor
também há chocalheiros, ainda hoje.
Mas se consultarmos um bom
compêndio de História Geral,
encontramos já na Civilização
Cretense - entre o ano 3.000 e 2.500 A.
C - Hélios, o deus Sol como esposo da
Mãe Terra representado por uma
figura tauromórfica.

Mas não só em Creta também já nas civilizações do Antigo Oriente encontramos figuras
tauromórficas representando o Sol e outras divindades. Na pastoral de 31 de Janeiro de 1687 o
Bispo de Miranda, D. Antônio de Santa Maria, era assim que lançava a voz contra certos costumes
"abusivos":
"Também nos veio a notícia que em alguns logares deste nosso bispado se teem introduzido
muitos abusos perniciosos: a saber pelos dias das actavas do nascimento do Senhor se fazem hum
modo de festas a que chama vulgarmente "Pandorcas" fazendo danças e festejos por muitos dias
com muitas ofensas a Deus comendo e bebendo demasiadamente, descopondo muitas pessoas de
que resultam graves pendências e outros pecados originados de galhofas entre mancebos e moças".
"Por isso proíbe as pandorcas e se persistissem que lhos denúnciassem para proceder
contra eles.
Em 5 de Junho de 1744 o bispo de Miranda, D. Diogo Marques Morato proíbia também as
pandorcas: Não se façam ajuntamentos de homens e mulheres de noite nem pandorcas ou fiadelas
sob pretexto algum sob pena de 100 réis e os cabeças de 500 réis".
D. Fr. João da Cruz, bispo de Miranda, em Dezembro de 1755, proíbe bailes, jogos
pandorcadas e toda a casta de ajuntamentos de homens com mulheres e as pandorcadas que de
noite se costumam fazer.
A aldeia de Vale de Salgueiro, no concelho de Mirandela, tem uma forma bem original de
assinalar o Dia de Reis, também chamada Festa dos Rapazes em honra de Santo Estêvão.
Todos os anos, é escolhido alguém para protagonizar a figura do rei, que organiza a festa e
traz consigo uma coroa carregada de ouro emprestado pelos habitantes, que vale cerca de 30 mil
euros.

Proíbe ainda os fiadouros públicos que se fazem


de noite, assim nas ruas como nas casas por
serem ajuntamentos de homens e mulheres, bem
como as chamadas festas de St. Estevão por se
comporem de pandorcas danças, algazarras e
tumultos ocasionados pela eleiçaõ de um rei e
outras mais dignidades que nelas elegem por cuja
ocasião tem havido mortes e pendências pelos
excessos de comes e bebes que nos ditos dias se
fazem".

Estes abusos eram punidos com multas pecuniárias, mas também com censuras que iam até
à excomunhão. Eram os tempos.
Mas também no século XIX, em 1869 em pleno mês de Dezembro, D. João de Aguiar, 2.
Bispo de Bragança e Miranda, fazia sair uma circular em proíba as "pastoradas" do Natal por
serem mais que verdadeiras orgias e "certos cânticos que dentro das igrejas fazem oferecendo
ramos aos santos os quais cânticos nada têm de sagrado"... Neste ponto não tinha razão o Prelado.
Os cânticos do Natal que ainda hoje se cantam em muitas terras e as próprias pastoradas tinham
muito de sagrado. Eram autênticos rimances em honra do Deus Menino. O que é certo é que estes
costumes estavam bem vivos entre o povo nos séculos XVII, XVIII e até XIX. É o que nos
testemunham os documentos do tempo, como tivéssemos ocasião de ver. – Pelo Dr. António
Rodrigues Mourinho (Junior).
(...) Um facto que nos salta aos olhos e que é interessante notar é que os Prelados usam
mesmo o termo "Pandorca". Este termo usado no século XVII e XVIII tem ainda uma força de
classicismo muito forte. O significado da "Pandorca" é muito profundo, a meu ver. Pandora era a
divindade grega, senhora de todos os dons. Pan era um deus venerado em toda a Arcádia, na
Grécia, e era o protector dos pastores, cabreiros ou cabaneiros e seus gados, mas era também um
deus da fecundidade. Se associarmos todas estas ideias encontramos em todas estas festas e
celebrações muito da mitologia antiga misturada com mitologia grega, romana e cristã. – Pelo
Dr.António Rodrigues Mourinho (Junior).
Pandorga derivó de un vocablo vulgar *pandurica, con síncopa y sonorización habitual de la
c en g. En este vocablo seguramente confluyeron los sentidos de dos palabras latinas. Una es
pandura que designaba a una especie de laúd de tres cuerdas y es préstamo del griego πανδοῦρα,
vocablo que en griego es un préstamo oriental. Otro es pandorium, que tardíamente se escribió
pandurium, quizá por influencia de pandura, de donde viene nuestra palabra pandero, y que
designa a eso, seguramente relacionado con el latín pandus (curvado, redondo) y quizá influido
popularmente por el latín pandere (extender), por el hecho de que el pandero consta de una piel
extendida y tensa sobre un bastidor redondo. Por influencia de pandorium, pandura debió pasar a
panduria, y dio lugar a nuestra palabra bandurria (especie de guitarra, algo intermedio entre
guitarra y laúd). El derivado *pandurica debió verse influido por pandorium, pues bien sabemos que
la palabra pandero tiene una aplicación metafórica para designar a partes del cuerpo redondas y
abultadas, como hoy el trasero, pero sin duda se aplicó a la panza, y de ahí los sentidos de
pandorga, no sólo como zambomba y antiguamente como serenata ruidosa (los panderos son
bastante estruendosos), sino también como barriga, y finalmente mujer barriguda y gorda.
A etimologia é o lugar privilegiado dos devaneios especulativos bem-pensantes ao
serviço dos preconceitos eruditos mais imperdoáveis: ora a defesa do mito insustentável dos
indo europeus ora o tradicionalismo fácil de reduzir a latinidade ao latim. Na verdade, a
península ibéria resistiu de forma renhida aos romanos e depois manteve sempre um latim
sui generis que nunca perdeu as tradições orientais que eram subjacentes aos falares dos
povos celtiberos. Desde logo pelo étimo pan- o empréstimo latino πανδοῦρα
> pandura > pandero
Esp. Pandorga < «Pandorca» < *pandaurica < πανδοῦρα + ica > pandourida.
+ icum > pandorium > ?
It is considered that the tambouras' ancestor is the ancient Greek pandouris, also known as
pandoura, pandouros or pandourida (πανδουρίς, πανδούρα, πάνδουρος), from which the word is
derived.
Los conocimientos de la pandura se deben al sabio árabe Farabi, quien alrededor del siglo
X mencionó que existieron dos tipos de pandura: el tanbur de Jorasán (el tipo persa) y el tanbur de
Bagdad (el tipo asirio); aunque en realidad hay tres, los cuales son el Tanbur (usado desde Asia
Central hasta Egipto), el Dambura (usado en Afganistán) y el Panduri (usado en Georgia).
Aunque todas son variaciones de la pandura, históricamente se asocian los nombres de
tanbora, tanbur, tambora, mandora, pandora, bandora, etc. al mismo instrumento.

pandō (present infinitive pandāre, perfect active pandāvī, supine pandātum);

pandō (present infinitive pandere, perfect active pandī, supine passum)

«Pandorca  Pandorga» = • s. f. música desafinada e sem compasso;


• charivari; • (fig.) mulher gorda, barriguda, desajeitada. < Pan-Thaur-icas.
“Vitorró vitorró Sr. Mordomo(a)! É o seu nome que é particularmente esperado, é ele que
recolhe as dádivas e é dele que se espera a boa gestão do rendimento do ramo e das dádivas ao logo
do ano e também o apoio incondicional às novas mordomas. Era também ele que noutros tempos
tinha uma mesa farta para os forasteiros/festejeiros onde para entrar na casa era apenas necessário
o cumprimento/ aclamação “vitorró vitorró Sr. Mordomo!” Mordomo provém do latim
maioredomus,- o criado maior da casa, está bem patente a ideia de serviço em prol da comunidade, a
razão de ser um jovem e, partindo da análise do pensamento primitivo, terá a ver com o facto, de
como deduz Frazer, “O Rei deve ser investido nessa função quando está no auge da sua força, porque
contagia essa força ao seu povo e à natureza, da qual o grupo depende”.
Assim, as «Pandorcas» do Mogadouro seriam uma sobrevivência, no Alto Douro, das
Dionisícas rurais e o Farandulo pode ter tido nome a partir de *Farando ou *Farão nome
que Dioníso teve nestas terras da Lusitânia e que pode ter sido também Marão...ou
Mirando, em Mirandela.
Etrusc. Fuflan < Phu-Phar-an  Phar-Antu + lu => «Farandulo».
O «farandulo» teria sido em tempos do alto paleolítico o jovem guerreiro escolhido
para ser em cada ano o herói da terra ou, quiçá, o proximo rei do carnaval que seria
sacrificado na sexta feira de Páscoa e que nos alvores do neolítico seria o sacerdote anual de
Dioníso.
Figura 16: Ménades transportando Dionísio Taurocéfalo.
Estas festividades seriam no fundo, não, pelo menos exclusivamente, em honra do
filho mas...da Grande Deusa Mãe mediterânica que exigia dos seus adoradores os mesmo
dotes aguerridos do seu filho Touro. Na verdade o nome do Mogadouro, que terá sido
Mo®ca(-do-)Douro é um rasto étmico fócil disto mesmo! Que o Touro fosse sobrenome de
rios de caudal violento já o sabíamos a partir do rio Douro do afamado vinho do Porto. Que
isso só prova que o touro era um animal dionisíaco e este um deus ribeirinho prova-o o facto
de existiram rios com o seu nome e quase todos famosos por serem regiões vinícolas por
onde os missionários do neolítico andaram a espalhar a agricultura...e os cultos báquicos do
vinho!
Não se sabe se a expressão Vitorrô seria uma corruptela de “viva o rei” ou uma
exclamação relatica à força do touro sagrado! De qualquer modo o mordono seria o novo
rei-sacerdote das festas do “deus menino”, Dionísio.
Por estas e outras razões é que, ainda que muito cantado por poetas e profusamente
celebrado por todos os artistas, os mitólogos nos legaram de Dionísio uma herança
fragmentária, complexa e distorçida ao ponto de suporem convenientemente estrangeira, tão
contraditória, paradoxal e delirante quanto o próprio deus Dioniso. Para aelém disso, este
deus tinha tantos epítetos quantos teve Marduque da Babilónia, apesar de mal visto pelas
autoridades dominantes o que só pode provar a sua longevidade na alma popular.

Ir para: DIONÍSIO BASSAREU (***)

Você também pode gostar