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O JOVEM RICO

Lázaro bem poderia ter sido o “jovem rico” dos evangelhos precisamente
porque também ele era jovem e rico!
João 11: 5 Ora, Jesus amava a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro.
Marcos 10: 21 E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma
coisa: vai, e vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e
vem e segue-me.
Por outro lado também aquele foi amado por Jesus, tal como este o foi!
The language of (John 11:1) implies that the sisters were the better known. Lazarus is "of
Bethany, of the village of Mary and her sister Martha." From this and from the order of the three
names in (John 11:5) we may reasonably infer that Lazarus was the youngest of the family. All the
circumstances of John 11 and 12 point to wealth and social position above the average. -- The
International Standard Bible Encyclopedia.
Claro que quem se atreve a dizer que “o rei vai nu” sem ter a desculpa
duma natural ingenuidade infantil corre o risco de que lhe seja apontada a sua
própria nudez! A falta de escrúpulos dos que vivem dos lucros dos vendilhões do
templo é igual à dos sacerdotes que chulavam a prostituição sagrada dos tempos
mesopotâmicos (e não só!)!
What about the homosexual rumors? Proponents of homosexuality would like to
have had Jesus on their team, and over the centuries they have tried to recruit him. They
are the only ones, apparently, to realize that Jesus really wasn't romantically involved
with women, so they like to draw attention to his relationship with the boys. 1
A verdade é que, o que marca a diferença cultural dos tempos modernos a
respeito da conquista do direito à diversidade de orientação sexual é
precisamente este: já não e possível continuar a acreditar que um celibatário
trintão possa andar sempre rodeado de homens, dar-se ao luxo de ter amigos
íntimos particulares sem que isso seja, no mínimo (!), suspeito de
homossexualidade platónica não assumida!
Os evangelistas focaram a sua principal atenção sobre a personagem de
Jesus e, como seria de esperar, omitiram referências sobre personagens
secundárias. Sabemos também que os textos originais foram sendo corrigidos em
pormenores de acordos com as conveniências decorrentes das lutas fratricidas
que existiram nas comunidades cristãs primitivas. Assim as referências a Lázaro
parecem ter-se tornados incómodas por suspeita de gnosticismo e foram
reduzidas ao mínimo, aparecendo nos sinópticos apenas como um mendigo
leproso. No entanto, o mais natural seria admitir que Jesus só se teria amado de
forma memorável (no evangelhos, pelo menos!), ou seja, apaixonado, uma única
vez e pelo mesmo jovem. Então o jovem rico, que começou por ser anónimo,
veio a ter nome quando Jesus o veio a conhecer posteriormente.
Ora, todos os sinópticos referem este episódio menos João! A
explicação pode ser simples: como todos estes se terão inspirado em
Marcos, que por ora (e em tese) seria o mesmo que o Lázaro do IV
evangelho, e como este, também em tese, se inspirou nos relatos de Maria
Madalena naturalmente que esta não poderia ter sabido do encontro

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Was Jesus Sexually Active? By Donald L. Hughes.
iniciático entre Jesus e Lázaro porque tais seriam, então como agora, as
regras elementares de decência e do pudor masculino.
Marcos: 10 –- 17  E, pondo-se a Mateus: 19 –- 16  E eis que,
caminho, correu para ele um homem, o aproximando-se dele um jovem,
qual se ajoelhou diante dele e lhe disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei,
perguntou: Bom Mestre, que farei para para conseguir a vida eterna? 17  E ele
herdar a vida eterna?  18  E Jesus lhe disse-lhe: Por que me chamas bom?
disse: Por que me chamas bom? Não há bom, senão um só que é
Ninguém há bom senão um, que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida,
Deus.   19  Tu sabes os mandamentos: guarda os mandamentos.  18  Disse-lhe
Não adulterarás; não matarás; não ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás,
furtarás; não dirás falsos testemunhos; não cometerás adultério, não furtarás,
não defraudarás alguém; honra a teu não dirás falso testemunho;  19  honra
pai e a tua mãe. 20  Ele, porém, teu pai e tua mãe, e amarás o teu
respondendo, lhe disse: Mestre, tudo próximo como a ti mesmo.  20 
isso guardei desde a minha mocidade. Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho
guardado (desde a minha mocidade2);
que me falta ainda?
21  E Jesus, olhando para ele, o 21  Disse-lhe Jesus: Se queres ser
amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: perfeito, vai, vende tudo o que tens,
vai, e vende tudo quanto tens, e dá-o dá-o aos pobres e terás um tesouro
aos pobres, e terás um tesouro no no céu; e vem e segue-me.  22  E o
céu; e vem e segue-me.   22  Mas ele, jovem, ouvindo essa palavra, retirou-
contrariado com essa palavra, retirou- se triste, porque possuía muitas
se triste, porque possuía muitas propriedades. 
propriedades.  Então, Jesus, olhando
ao redor, disse aos seus discípulos:
Quão dificilmente entrarão no Reino de
Deus os que têm riquezas!   24  E os
discípulos se admiraram destas suas 23  Disse, então, Jesus aos seus
palavras; mas Jesus, tornando a falar, discípulos: Em verdade vos digo que é
disse-lhes: Filhos, quão difícil é, para os difícil entrar um rico no Reino dos
que confiam nas riquezas, entrar no céus. 24  E outra vez vos digo que é
Reino de Deus!   mais fácil passar um camelo pelo
25  É mais fácil passar um camelo fundo de uma agulha do que entrar
pelo fundo de uma agulha do que um rico no Reino de Deus. 25  Os
entrar um rico no Reino de Deus. seus discípulos, ouvindo isso,
26  E eles se admiravam ainda mais, admiraram-se muito, dizendo: Quem

2
Eis um exemplo moderno de manipulação dos evangelhos, possivelmente copiado das versões
bizantinas. O original latino e alexandrino não apresentam esta asserção!
Em Mateus:
Byzantine = .
Alexandrian = 
Vulgate = dicit illi adulescens omnia haec custodivi quid adhuc mihi deest
King James Version: The young man saith unto him, All these things have I kept from my youth up:
what lack I yet?
Em Marcos:
Byzantine = 
Alexandrian = 
Latin Vulgate = et ille respondens ait illi magister omnia haec conservavi a iuventute mea
King James Version = And he answered and said unto him, Master, all these have I observed from my
youth.
dizendo entre si: Quem poderá, pois, poderá, pois, salvar-se?  26  E Jesus,
salvar-se?  27  Jesus, porém, olhando olhando para eles, disse-lhes: Aos
para eles, disse: Para os homens é homens isso é impossível, mas a
impossível, mas não para Deus, Deus tudo é possível.
porque para Deus todas as coisas
são possíveis.  
Luc 18 - 18  E perguntou-lhe um certo príncipe, dizendo: Bom Mestre, que hei
de fazer para herdar a vida eterna?  19  Jesus lhe disse: Por que me chamas bom?
Ninguém há bom, senão um, que é Deus.  20  Sabes os mandamentos: Não
adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a
tua mãe.  21  E disse ele: Todas essas coisas tenho observado desde a minha
mocidade.  22  E, quando Jesus ouviu isso, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa: vende
tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e
segue-me.  23  Mas, ouvindo ele isso, ficou muito triste, porque era muito rico.  24 
E, vendo Jesus que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no Reino
de Deus os que têm riquezas!  25  Porque é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de
uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus.  26  E os que ouviram isso
disseram: Logo, quem pode salvar-se?  27  Mas ele respondeu: As coisas que são
impossíveis aos homens são possíveis a Deus.3
Aquilo que podemos entender do remate desta cena é que o grupo de
discípulos era composto por gente rica ou, pelo menos gente fina e ambiciosa,
pois, de outro modo, teriam concluído que só os pobres e, eventualmente, os
remediados é que entrariam no reino dos céus! Dito de outro modo, esta é uma
doas muitas passagens evangélicas que, lidas com a devida a tenção, permitem
desmistificar muitos dos preconceitos que se foram desenvolvendo em volta da
3

Marc: 10 –- 17 Et cum egrederetur in viam, accurrens quidam et, genu flexo ante eum, rogabat eum: “ Magister bone,
quid faciam ut vitam aeternam percipiam? ”. 18 Iesus autem dixit ei: “ Quid me dicis bonum? Nemo bonus, nisi unus
Deus. 19 Praecepta nosti: ne occidas, ne adulteres, ne fureris, ne falsum testimonium dixeris, ne fraudem feceris, honora
patrem tuum et matrem”.20 Ille autem dixit ei: ”Magister, haec omnia conservavi a iuventute mea”. 21 Iesus autem
intuitus eum dilexit eum et dixit illi: ”Unum tibi deest: vade, quaecumque habes, vende et da pauperibus et habebis
thesaurum in caelo; et veni, sequere me”. 22 Qui contristatus in hoc verbo, abiit maerens: erat enim habens possessiones
multas. 23 Et circumspiciens Iesus ait discipulis suis: ”Quam difficile, qui pecunias habent, in regnum Dei introibunt”.
24 Discipuli autem obstupescebant in verbis eius. At Iesus rursus respondens ait illis: ”Filii, quam diffficile est in regnum
Dei introire. 25 Facilius est camelum per foramen acus transire quam divitem intrare in regnum Dei”. 26 Qui
magis admirabantur dicentes ad semetipsos:” Et quis potest salvus fieri?”. 27 Intuens illos Iesus ait: ”Apud homines
impossibile est sed non apud Deum: omnia enim possibilia sunt apud Deum”. 28 Coepit Petrus ei dicere: “ Ecce
nos dimisimus omnia et secuti sumus te ”.Mat: 19 –- 16 Et ecce unus accedens ait illi: ”Magister, quid boni faciam, ut
habeam vitam aeternam?”. Qui dixit ei: 17 ”Quid me interrogas de bono? Unus est bonus. Si autem vis ad vitam ingredi,
serva mandata”. 18 Dicit illi: ”Quae?” Iesus autem dixit: ”Non homicidium facies, non adulterabis, non facies furtum,
non falsum testimonium dices, 19 honora patrem et matrem et diliges proximum tuum sicut teipsum”. 20 Dicit illi
adulescens: ”Omnia haec custodivi. Quid adhuc mihi deest?. 21 Ait illi Iesus: ”Si vis perfectus esse, vade, vende,
quae habes, et da pauperibus, et habebis thesaurum in caelo; et veni, sequere me”. 22 Cum audisset autem adulescens
verbum, abiit tristis; erat enim habens multas possessiones . 23 Iesus autem dixit discipulis suis: ”Amen dico vobis:
Dives difficile intrabit in regnum caelorum.

24 Et iterum dico vobis: Facilius est camelum per foramen acus transire, quam divitem intrare in regnum
Dei”. 25 Auditis autem his, discipuli mirabantur valde dicentes: “Quis ergo poterit salvus esse? ”. 26 Aspiciens autem
Iesus dixit illis: “Apud homines hoc impossibile est, apud Deum autem omnia possibilia sunt”. 27 Tunc respondens
Petrus dixit ei: “Ecce nos reliquimus omnia et secuti sumus te. Quid ergo erit nobis?”.Luc 18 – 18 Et interrogavit eum
quidam princeps dicens:”Magister bone, quid faciens vitam aeternam possidebo?”. 9 Dixit autem ei Iesus:”Quid me dicis
bonum? Nemo bonus nisi solus Deus. 20 Mandata nosti: non moechaberis, non occides, non furtum facies, non falsum
testimonium dices, honora patrem tuum et matrem”. 21 Qui ait: ”Haec omnia custodivi a iuventute”. 22 Quo audito,
Iesus ait ei: ”Adhuc unum tibi deest: omnia, quaecumque habes, vende et da pauperibus et habebis thesaurum in caelo: et
veni, sequere me”. 23 His ille auditis, contristatus est, quia dives erat valde. 24 Videns autem illum Iesus tristem factum
dixit: ”Quam difficile, qui pecunias habent, in regnum Dei intrant. 25 Facilius est enim camelum per foramen acus
transire, quam divitem intrare in regnum Dei”. 25 Facilius est enim camelum per foramen acus transire, quam divitem
intrare in regnum Dei”. 26 Et dixerunt, qui audiebant: “Et quis potest salvus fieri? ”. 27 Ait autem illis: “Quae impossibilia
sunt apud homi nes, possibilia sunt apud Deum 28 Ait autem Petrus: “Ecce nos dimisimus nostra et secuti sumus te”.
figura de Jesus por causa de séculos e séculos de leituras ingénuas e literais,
espalhadas por todo a eternidade dos longos anos da cristandade medieval,
muitas vezes com a subconsciente intenção de fazer da “Boa Nova” o “ópio do
povo”! Jesus não seria um pobretana, filho dum vulgar carpinteiro, mas o filho
assumido dum artesão abastado, possivelmente José de Arimateia, e os seus
discípulos seriam gentes de posses. Simão Pedro seria um próspero empresário
de pescas que se podia dar ao luxo de deixar temporariamente o negócio e ir tirar
com o mestre Jesus, lições de religião-e-moral, a disciplina política daquele
tempo. De facto, Simão & André eram pescadores que teriam negócio de família
e poderiam por isso dispensar a faina para se tornarem “pescadores de homens”,
ou seja, para se dedicarem às lides político-religiosas, sem arriscarem passar
fome. Zebedeu, pai de Tiago & João, era um empresário porque tinha
empregados e podia dispensar o trabalho dos filhos. Os restantes discípulos
seriam igualmente ricos ou abastados, para já não falar de Mateus, rico tabelião
que, por sinal, era um homem rico e irmão do jovem Marcos, desta cena!
Marcos 1: 16 E, andando junto ao mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão, que
lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. 17 E Jesus lhes disse: Vinde após mim, e eu
farei que sejais pescadores de homens. 18 E, deixando logo as suas redes, o seguiram.
19 E, passando dali um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e
João, seu irmão, que estavam no barco consertando as redes, 20 e logo os chamou. E
eles, deixando o seu pai Zebedeu no barco com os empregados, foram após ele.
Por outro lado, os que pensam que Jesus se fez Deus a si mesmo ficam
aqui desmentidos no que se transformou no dogma fundamental do credo cristão!
Possivelmente o original hebraico conteria uma expressão que seria equivalente à
expressão “Bom Deus”! De facto, o evangelho dos Nazorenos, ainda que faça de
Jesus um filho de Deus, coisa que são todos os seres da criação, explica que a
razão porque só “Deus pai do Céu” pode ser “Bom Deus” reside nos atributos
cósmicos de fazer chover e nascer o sol para todos, o que a cultura antiga atribuía
sempre e apenas a Deus supremo e “senhor de todas as coisas”!
"Why do you call me good? One there is who is good -- my Father who is in
heaven -- who makes his sun to rise on the just and on the unjust, and sense rain on
the pure and on sinners." -- Gospel of the Naassenes [perhaps a reference to the
Gospel of the Nazaraeans] (in Hippolytus, Refutation of All Heresies, V.7.26)
Se é fácil o anonimato dum pobre pedinte já é mais difícil manter segredos
sobre a vida de pessoas ricas e influentes com vidas privadas constantemente
sujeitas à devassa, a cargo da natural coscuvilhice social. E príncipes, nas
palavras da Vulgata, não os haveriam a rodos na Judeia desse tempo! Claro que
não se trataria de um príncipe na acepção moderna de “primeiro entre primeiros”,
como os filhos dos rei, mas na conotação de “primeiro entre o comum dos
homens”, ou seja como chefe, tal como era o caso dos chefes de sinagoga, os
membros do sinédrio e o sumo sacerdote, etc.! No caso deste senhor rico ser o
“jovem rico” seria pouco provável que ele fosse já chefe de alguém pelo que o
mais provável seria que neta cena ele estivesse acompanhado do pai, esse sim,
chefe de publicanos, como era o caso de Simão Zaqueu! Então, porque ficou
este “rico” escondido sob a capa do mais secreto dos anonimatos, quando afinal,
a admitir a tese de que se trataria do mancebo recorrente nos evangelhos de
Marcos, se verá noutro contexto que se trataria dum jovem que facilmente se
expunha à nudez, fosse porque não se importasse com isso, fosse apenas para
salvar a pele? Possivelmente porque assim o quis o relator principal dos
sinópticos que foi Marcos na medida em que, sendo o próprio visado, se não
receava a vergonha da nudez física, já, no seu orgulho de ousada juvenilidade, se
envergonharia da cobardia moral que a fuga debaixo dum lençol indiciava.

Ver: MARCOS (***)

No entanto, como explicar em Mateus que faça sentido a frase: “disse-lhe


o jovem: Tudo isso eu tenho guardado desde a minha mocidade”? A versão
latina e alexandrina não contêm este contra-senso! Mesmo aceitando que se trata
de uma interpolação desastrada dos copistas bizantinos, recopiada pela versão do
rei Jaime, a verdade é que tal interpolação poderia conter uma velada referência
`a tradição original de que nesta cena estariam pai e filho!
Por outro lado, se mocidade não é infância também não está muito longe
da juventude, e, de qualquer modo, os originais bizantinos falam em juventude!
Mocidade= • s. f. estado de moço; • juventude; • (fig.) falta de reflexão; •
imprudência.
Pois bem, aceitando a tese de que Mateus foi irmão de Marcos fica em
parte explicada a aparente divergência entre estes dois sinópticos a respeito da
idade deste rico. Estando presentes o pai de ambos cada um manteve o anonimato
da personagem e relatou-a como a recebeu. Mateus do velho Zaqueu que terá
apenas reparado na desenvoltura do filho e este na perspicácia do pai e, por
natural autodefesa, ambos entenderam a lição de generosidade social como tendo
sido dirigida apenas ao outro dos dois presentes!
E, na verdade existem indícios fora dos canónicos de que seriam mesmo
dois os ricos presentes nesta cena.
The other of the two rich men said to him: "Teacher, what good thing can I do
and live?" He said to him "Sir, fulfill the law and the prophets." He answered, "I have."
Jesus said, "Go, sell all that you have and distribute to the poor; and come, follow me."
But the rich man began to scratch his head, for it did not please him. And the Lord
said to him, "How can you say, I have fulfilled the law and the prophets, when it is
written in the law: You shall love your neighbor as yourself; and lo, many of your
brothers, sons of Abraham, are covered with filth, dying of hunger, and your house is
full of many good things, none of which goes out to them?" And he turned and said to
Simon, his disciple, who was sitting by him, "Simon, son of Jonah, it is easier for a
camel to go through the eye of a needle than for a rich man to enter the kingdom of
heaven." -- Gospel of the Nazaraeans (in Origen, Commentary on Matt. 15:14 in the
Latin version)
De facto, para que o extracto de Orígenes a respeito dos evangelhos
perdidos dos Nazorenos (Judeus e Ebonitas) tivesse falado no “segundo rico” é
porque teria havido um outro de dois a falar ou a aparecer primeiro. Claro que a
leitura integral deste capítulo dos evangelhos dos judeus nos ajudaria
definitivamente a saber qual dos dois foi alvo das réplicas de Jesus mas, como é
óbvio, tal é impossível enquanto este evangelho estiver perdido!
Comparando a informação disponível a respeito de todos os evangelhos
em latim termos que concluir que se tratava de “alguém de muitas posses”
(quidam (...) habens possessiones multas), segundo Marcos, de um “jovem
rico” (Unus (…) adulescens (...) habens multas possessiones,) segundo Mateus,
de um chefe que era príncipe e muito rico (Princeps (...) quia dives erat valde)
segundo Lucas e, afinal, de “dois ricos” segundo o evangelho dos Nazorenos.
Assim, a primeira impressão com que teríamos ficado a partir das
traduções comuns seria a de que Marcos contrariaria Mateus por colocar nesta
cena um adulto em vez dum jovem quando na verdade este se limitou a usar uma
linguagem indefinida quanto à idade e identidade desta pessoa! O mais provável
é que esta cena se tenha desencadeado por causa da impulsividade juvenil do
segundo “rico”, filho do (primeiro) “rico” que sendo o verdadeiro detentor da
riqueza (de que o “jovem rico” era ainda apenas ao herdeiro), ao ouvir o que
ouviu, coçou a cabeça constrangido!
De qualquer modo, o célebre aforismo proto-cumunista de que “é mais
fácil a um camelo entrar pelo cu duma agulha do que um rico no reino dos céus”
só poderia ter sido segredada a Marcos por Simão Pedro, seu tutor e mentor
depois da morte de Jesus!
A verosimilhança desta cena fica atestada pela presença de Simão Pedro
referida no seu final em todos os sinópticos que copiaram Marcos e, por isso,
todos referem a tristeza do jovem mas só o próprio Marcos a terá entendido
inteiramente! Mais do que pena pela impossibilidade de entrarem no reino do
céus, Marcos e/ou Mateus, ter-se-ão entristecido pelo preço que teriam que
pagar para corresponderem ao amor do mestre e entrarem no reino (messiânico)
dos céus da política religiosa de Jesus!
Se a identidade do “jovem rico” fica prejudicada pela sua indeterminação
em Marcos, pelas razões já referidas, a verdade é que, razões subjectivas bem
mais fortes reforçam a suspeita de que Marcos sabia demasiado sobre a
identidade já personagem na medida em que foi o único a referir que “Jesus,
olhando para ele, o amou”! Na verdade e como é óbvio, destas coisas só os
visados se apercebem e entendem!
Claro que a honestidade moral obriga a que se tenha de explicar a razão
pela qual os restantes sinópticos (Mateus e Lucas) se esqueceram, ao copiarem
Marcos, de registar que Jesus amou o “jovem rico” e que, (por isso mesmo?),
lhe deixou esperanças de salvação! No entanto, a verdade é que tal explicação se
torna necessária independentemente do facto de Marcos ser ou não o “jovem
rico” e, portanto, o próprio visado! Entretanto, a explicação pode ser
simplesmente a de que Marcos só expôs os seus secretos sentimentos numa
versão secreta tardiamente revista, já depois de se terem espalhado as versões que
viriam a ser copiadas pelos restantes sinópticos. Ficaria assim explicada a
existência do “Evangelho Secreto de Marcos” que se adiante referirá.
De facto, nem sempre os próprios visados são os mais atentos àquilo que
se passa à sua volta e muitas vezes são outros a recordar mais tarde o que
realmente se passou. Já o mesmo não acontece quando a memória fica enredada
nas malhas da emoção! De resto, quem poderá saber das emoções secretas e
profundas dum amor à primeira vista senão os próprios envolvidos?
Estando fora de causa imaginar que Jesus tenha sido um escandaloso
debochado, só sendo Marcos o próprio “jovem rico” se entende que tenha sido o
único a dar-se conta de que Jesus o amou! Nestas coisas raramente os próprios
visados se enganam ou, pelo menos, só uma grande cumplicidade de sentimentos
permite explicar o risco de alguém se expor em relatos tardios relativos a paixões
íntimas e secretas. Por outro lado, é o único a registar o momento de fragilidade
emocional em que Cristo, depois desta tão embaraçada quanto embaraçosa troca
de olhares, revela o seu lado humano tratando os discípulos por filhinhos. Porém,
como um amor à primeira vista é, na semântica dos franceses, um relâmpago
efémero, também não deixa rasto senão nos intervenientes e apenas quando é
correspondido e alimentado pelo que ficamos desde já a suspeitar que este
episódio terá sido o primeiro encontro duma intensa e, quiçá trágica, história de
”amor à primeira vista” que viria a culminar na morte e ressurreição iniciática de
Lázaro com contornos eróticos que o “Evangelho Secreto de Marcos” irá
esconder (e revelar apenas gnósticos iniciados) até a descoberta deste manuscrito
nos tempos modernos!
Claro que, para afirmar que o “jovem rico” seria o próprio evangelista que
o descreve não temos apenas meras inferências circunstanciais mas como não
temos argumentos que impossibilitem esta tese em absoluto temos também a
inferência a partir da relação deste com Lázaro e o “discípulo amado”.
Na verdade, este episódio aparece em todos os sinópticos como sendo ora
alguém rico, ora um jovem, ora um nobre. Pois bem, mais uma vez no Evangelho
de João não existem referências a este episódio. Porque? Porque tendo este sido
em tese inspirado por Maria Madalena e não tendo esta estado presente nesta
cena não soube nada dela nem poderia ter sabido porque tais assuntos eram
então, como agora, exclusividade dos intervenientes. Por outro lado, também
ninguém lhe terá contado esta história porque esta se terá passado com o seu
amado esposo e, a ser como se suspeita, com o seu irmão Lázaro. Como não é
credível que Jesus se tenha exposto ao ridículo dos humanos apaixonados
duplamente insensatos, nem, como senhor duma moralidade radical (que não
seria seguramente inteiramente teórica como soi acontecer entre o comum dos
políticos mais humanos), é admissível que tenha cometido o pecado do escândalo
moral, que tanto reprovava, atentando contra o interdito da revelação dos segredo
íntimos da iniciação para a qual este episódio acabará por evoluir, ficamos com a
quase certeza de que o ”jovem rico” é o próprio autor do Evangelho de S.
Marcos que inspirou os sinópticos, o único que poderia mais tarde ”vir a dar
com a língua nos dentes” confessando psicanaliticamente (sem o querer nem
disso se aperceber(?) a sua secreta paixão pelo homem cuja força moral, a par da
probidade intelectual de Sócrates e Aristóteles, iria marcar toda a cultura
ocidental durante mais de dois mil anos.
Este mesmo jovem iria acompanhar a intimidade de Jesus até a sua prisão
no monte das oliveiras onde mais uma vez se vai encontrar um episódio
anedótico de contornos eróticos que, além de conter pouca relevância para a
doutrina cristã, mais uma vez, se inclui no campo daquelas memórias efémeras
tipicamente psicanalíticas e autobiográficas.
Ver: ALFEU (***) & LAZARO (***)

A historicidade do “jovem rico” suspeita-se realizada na personagem de


Marcos apenas a partir das cumplicidades implícitas entre ambos. O facto de a
biografia oficial de Marcos estar longe da de um príncipe Judeu fica numa parte
a dever-se ao exagero de Lucas, já devidamente explicado, e, noutra, às mesmas
regras de parcialidade apologética que fizeram de Jesus, um Messias laico de
entre os candidatos recorrentes ao trono dos Asmoneus, um Cristo místico
candidato ao trono universal da cristandade emergente! No entanto, nada nesta
biografia oficial de Marcos contraria a hipótese de este ter sido efectivamente
rico uma vez que sua mãe tinha palacete na cidade santa de Jerusalém e
manifestou ter meios económicos suficientes para saber escrever e ter edições
evangélicas próprias, coisa que nesses tempos exigiria tanto dinheiro como nos
tempos modernos montar um filme!
Theissen writes (pp. 186-187): The anonymous young man has also offered
resistance. In the struggle, his clothes are torn off, so that he has to run away naked.
Both these people were in danger in the aftermath. As long as the high priest's slave was
alive (and as long as the scar from the sword cut was visible) it would have been
inopportune to mention their names; it would not even have been wise to identify them as
members of the early Christian community. Their anonymity is for their protection, and
the obscuring of their positive relationship to Jesus is a strategy of caution. Both the
teller and the hearers know more about these two people. Only they could tell us who
they were, whether Peter was the one with the sword, whether both are the same person,
and whether reference was made to them in order to make the story of Jesus' end more
credible. All that will have to remain closed to us. -- by Gerd Theissen in The Gospels in
Context
Marc. 14, 51 E um jovem o seguia, envolto em um lençol sobre o corpo nu. E
lançaram-lhe as mãos, 52 mas ele, largando o lençol, fugiu nu.
Afinal, este jovem era ainda adolescente ou seja, na idade clássica do
puber latino ou do erómeno grego. No mundo grego andar nu, coberto apenas
com um lençol, teria sido coisa normal, razão pela qual ao crentes
maioritariamente greco-latinos nunca terem achado nada de extraordinário nisso.
Os cristãos posteriores à medievalidade da Europa atlântica, já menos habituados
à nudez mediterrânica, devem ter sentido alguns arrepios ao ouvirem esta anedota
a meio da «paixão de Cristo» que achariam mais risível do que erótica, quanto
mais não fora pelo lado incómodo da nudez num clima frio. Porém, no clímax da
tensão do episódio da prisão de Jesus este teria sido pretexto feliz para um breve
momento de alguma descompressão dramática.
Ora, o jovem era rico porque seria filho de alguém que tinha a profissão
que ele próprio viria a ter mais tarde, a de publicano, ou seja, para os sicários
judeus a casta ignóbil dos cobradores de impostos!
Só para testar esta tese procuremos saber que pensava este evangelista da
questão candente do pagamento de impostos aos romanos!
Marc: 12, 13 13 E enviaram-lhe alguns dos fariseus e dos herodianos, para que o
apanhassem em alguma palavra. 14 E, chegando eles, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és
homem de verdade e não te importas com quem quer que seja, porque não olhas a aparência
dos homens, antes, com verdade, ensinas o caminho de Deus. É lícito pagar tributo a César ou
não? Pagaremos ou não pagaremos? 15 Então, ele, conhecendo a sua hipocrisia, disse-lhes:
Por que me tentais? Trazei-me uma moeda, para que a veja. 16 E eles lha trouxeram. E disse-
lhes: De quem é esta imagem e inscrição? E eles lhe disseram: De César. 17 E Jesus,
respondendo, disse-lhes: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus. E
maravilharam-se dele.
Este episódio diverge pouco de idêntico do sinóptico Lucas mas não
aparece em Mateus para quem, sendo publicano teria a questão dos impostos era
constrangedora demais para a ela se referir ser censuras subconscientes, o que
nos permite concluir que a sinopticidade destes três Evangelhos se deverá centrar
improvavelmente em Mateus. A verdade é que Mateus ou seu pai Zaqueu é que
seriam os visado neste episódio porque era ele próprio um cobrador de impostos
e seu pai o chefe desta casta profissional. A sanha contra os cobradores de
impostos costuma ser proporcional ao medo que se tem deles, o que é natural.
Por um lado, porque cobram o que custa a pagar e por outro porque podem,
quando lhes convêm, dificultar, ou recusar-se a facilitar a vida dos contribuintes
em maiores dificuldades pelo que não seria de elementar prudência provocar
Mateus numa cena destas! Já o suposto filho, Marcos / Lazaro era então um
efebo que, como todos, tendem a ter tanto de orgulhosos quanto de ingénuos
acabando por não terem grandes dificuldades em envolver-se em querelas como
esta que seria à época e no lugar particular da Judeia uma manifestação política
de orgulho nacionalista.
Whether Jesus, as He did in the case of several others of His disciples, gave him
the additional name of Matthew is a matter of which we are not informed. As he was a
customs officer (ho telones, Matthew 10:3) in Capernaum, in the territory of Herod
Antipas, Matthew was not exactly a Roman official, but was in the service of the tetrarch
of Galilee, or possibly a subordinate officer, belonging to the class called portitores,
serving under the publicani, or superior officials who farmed the Roman taxes. As such
he must have had some education, and doubtless in addition to the native Aramaic must
have been acquainted with the Greek His ready acceptance of the call of Jesus shows that
he must have belonged to that group of publicans and sinners, who in Galilee and
elsewhere looked longingly to Jesus (Matthew 11:19; Luke 7:34; 15:1). Just at what
period of Christ's ministry he was called does not appear with certainty, but evidently not
at once, as on the day when he was called (Matthew 9:11,14,18; Mark 5:37), Peter,
James and John are already trustworthy disciples of Jesus. Unlike the first six among the
apostles, Matthew did not enter the group from among the pupils of John the Baptist.
International Standard Bible Encyclopedia.
Mat: 9 E Jesus, passando adiante dali, viu assentado no telónio (escritórioda
alfândega) um homem chamado Mateus e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu.
10 E aconteceu que, estando ele em casa sentado à mesa, chegaram muitos publicanos e
pecadores e sentaram-se juntamente com Jesus e seus discípulos. 11 E os fariseus, vendo isso,
disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores? 12
Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas sim, os doentes. 13
Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício. Porque eu não vim
para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.

>Talião
«Telónio» < Telaunio < Tala-wino > Taliban  tabilan > Tabelião.
Ou seja o estudante afegão foi denominado a partir dos seus instrumentos
de escrivão.
Por outro lado temos a quase certeza de que foi na continuação desta cena
que se deu o recrutamento de Mateus para a causa do reino (dos céus)! Alguns
autores traduzem por reino dos anjos, equivalentes de santos, eufemismos com
que os essénicos e nazorenos a si mesmo se atribuíam, enquanto filhos da pomba
e da cruz do martelo vingador dos Macabeus.

Ver: MATEUS (***) & O DISCÍPULO AMADO (***)

Mas, Mateus, enquanto publicano rico e candidato a discípulo de Jesus,


pode ter sido um dos visados nesta cena pelo lado familiar. A este mesmo
propósito, não deixa de ser coisa estranha que Marcos se tenha então colocado
neste mesmo episódio como homem feito e praticante dos mandamentos desde a
mocidade. Estaríamos assim perante um caso enternecedor de um mesmo
episódio ter sido relembrado muitos anos mais pelo irmão mais velho como se
tudo se tivesse passado com irmão mais novo e pelo este como se tudo se tivera
passado com o pai de ambos. Obviamente que então ficamos sem saber se afinal
Jesus amou o pai ou o filho, ou eventualmente ambos com o mesmo amor divino
que levou Marcos a seguir à letra o desafio moral do mestre! No evangelho de
Bartolomeu este seria aquele Matias rico que deixou tudo para seguir Jesus, ou
seja, respondendo literalmente ao desafio do episódio do “jovem rico”! como é
bem possível que Mateus seja irmão de Marcos e quem estivesse na cena dos
homens ricos fosse o pai Simão Zaqueu e o filho mais novo Marcos vamos
encontrar em Lucas uma resposta ao repto de generosidade de Jesus, que mais
não seria do que uma forma subtil de fazer política convidando os seus
seguidores a darem provas de generosidade aliviando o sofrimento económico do
povo, tal como hoje se pratica com políticas “bem estar social”.
Lucas 19 8 E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou
aos pobres metade dos meus bens; e, se em alguma coisa tenho defraudado alguém, o
restituo quadruplicado. 9 E disse-lhe Jesus: Hoje, veio a salvação a esta casa, pois
também este é filho de Abraão. 10 Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o
que se havia perdido. 11 E, ouvindo eles essas coisas, ele prosseguiu e contou uma
parábola, porquanto estava perto de Jerusalém, e cuidavam que logo se havia de
manifestar o Reino de Deus.
Pois bem. A parábola que se segue e uma metáfora tão aterradora quanto
impiedosa no que respeita ao rigor e zelo económico com que Jesus pensava que
deveria ser gerido o futuro reino messiânico de Israel.
Lucas 19 12 Disse, pois: Certo homem nobre partiu para uma terra remota, a
fim de tomar para si um reino e voltar depois. 13 E, chamando dez servos seus, deu-
lhes dez minas e disse-lhes: Negociai até que eu venha. 14 Mas os seus concidadãos
aborreciam-no e mandaram após ele embaixadores, dizendo: Não queremos que este
reine sobre nós. 15 E aconteceu que, voltando ele, depois de ter tomado o reino, disse
que lhe chamassem aqueles servos a quem tinha dado o dinheiro, para saber o que
cada um tinha ganhado, negociando. 16 E veio o primeiro dizendo: Senhor, a tua mina
rendeu dez minas. 17 E ele lhe disse: Bem está, servo bom, porque no mínimo foste fiel,
sobre dez cidades terás a autoridade. 18 E veio o segundo, dizendo: Senhor, a tua mina
rendeu cinco minas. 19 E a este disse também: Sê tu também sobre cinco cidades. 20 E
veio outro, dizendo: Senhor, aqui está a tua mina, que guardei num lenço, 21 porque
tive medo de ti, que és homem rigoroso, que tomas o que não puseste e segas o que não
semeaste. 22 Porém ele lhe disse: Mau servo, pela tua boca te julgarei; sabias que eu
sou homem rigoroso, que tomo o que não pus e sego o que não semeei. 23 Por que não
puseste, pois, o meu dinheiro no banco, para que eu, vindo, o exigisse com os juros? 24
E disse aos que estavam com ele: Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem dez minas. 25 E
disseram-lhe eles: Senhor, ele tem dez minas. 26 Pois eu vos digo que a qualquer que
tiver ser-lhe -á dado, mas ao que não tiver até o que tem lhe será tirado. 27 E, quanto
àqueles meus inimigos que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e
matai-os diante de mim.
Só os ingénuos e os beatos se limitariam a ler esta metáfora como relativa
a meros bens espirituais. De qualquer modo, o contexto duma situação onde um
rico homem acabava de fazer vultuosos donativos que sé iriam beneficiar o
prestígio messiânico de Jesus não deixam grandes margens para especulações
que nãos sejam também de economia social.

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