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D.

Pedro e Inês de Castro

O infante Pedro era filho de D. Afonso IV, o rei. Como é costume nas famílias reais,
casamento é questão política, não romântica. Logo, ele foi obrigado a casar com
Constança Manuel, uma nobre castelhana. Entre as damas de companhia de Constança
estava Inês de Castro, filha de um poderoso fidalgo galego. O príncipe apaixonou-se por
ela e esta correspondeu o sentimento. Assim, os dois iniciaram um romance nada
discreto que chocou toda a corte. O rei, D. Afonso IV, não estava nada satisfeito com a
proximidade e influência dos dois irmãos de Inês, que atrapalhavam muito as relações
diplomáticas. Em 1344, o rei exilou Inês de Castro em Albuquerque. Constança Manuel
morreu um ano depois, ao dar à luz o segundo filho, D. Fernando. Pedro mandou trazer
Inês de volta e os dois foram morar em Coimbra, num palácio perto do Mosteiro de
Santa Clara. De 1346 a 1354, Inês teve quatro filhos de Pedro. Os filhos de Inês eram
claramente uma ameaça ao herdeiro legítimo ao trono, D. Fernando. Conspirava-se que
a família Castro iria assassiná-lo. Mas não foi ele quem terminou morto. A pedido do
rei, no dia 7 de janeiro de 1355, aproveitando que Pedro estava ausente, três homens:
Pêro Coelho, Álvaro Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco, assassinaram Inês nos jardins
onde ela e Pedro costumavam se encontrar, a Quinta dos Amores. Quando Pedro voltou
da caça e descobriu o que seu pai fez, começou um conflito armado que durou meses,
até que a intervenção da Rainha selou a paz entre os dois. Quando o rei morreu, D.
Pedro mandou procurar os três homens que mataram a sua amada e dois deles foram
encontrados. Um morreu, sendo-lhe o coração arrancado pelo peito e o outro, pelas
costas, enquanto assistia e banqueteava. Também afirmou que havia casado
secretamente com Inês, num dia que não lembrava. A palavra do capelão e o do criado
selaram a legalidade do casamento, o que significava que D. Inês era uma rainha
póstuma e deveria ser tratada como tal. O Rei mandou construir túmulos no Convento
de Alcobaça, com as sepulturas uma de frente para outra. Reza a lenda que, antes de
colocar o corpo de D. Inês no novo túmulo, D. Pedro teria colocado o cadáver da amada
no trono e obrigado a nobreza portuguesa a realizar a cerimónia de beija mão à Rainha
morta.

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