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Amor de D.Pedro e D.

ª Inês

               O mês de Maio está por acabar. Daqui a uma semana entraremos


no mês de Junho, chegamos ao meio do ano e ao mês dos namorados. Sim,
digo mês porque há que se aproveitar ao máximo o romantismo da época, o
friozinho ajuda, e não deixar a celebração para um só dia. Pensando nisso,
decidi começar a preparar o clima desde já e nada melhor do que uma
grande história de amor para abrir este ciclo de “festividades” e
“declarações”. Todos os fins de semana falo menos de vinho e mais de coisas
para além dele. A partir deste fim de semana, até ao final de Junho,
dedicarei meus posts a todos os amantes e, em especial, á minha! Uma
singela forma de homenagear um sentimento que, para mim, é precioso e faz
o mundo girar.

             Eis aqui um misto de história e lenda, imortalizada em poemas,


pinturas, musicas, peças, textos e esculturas, o amor de Don Pedro e Inês
de Castro segue encantando o mundo, como símbolo maior de um grande
amor, há mais de 650 anos. Para quem não conhece, eis a história que
originou a conhecida frase “agora não adianta, a Inês é morta”.

                O príncipe D. Pedro, filho de D. Afonso IV e de D. Beatriz de


Castela nasceu em Coimbra, em 8 de Abril de 1320 e morreu em Lisboa, em
18 de Janeiro de 1367. Reinou por apenas 10 anos, de 1357 a 1367 (8º rei de
Portugal), como D.Pedro I. Como de praxe à época, quando casamentos eram
arranjados desde a tenra idade em função de estratégias e interesses
políticos, D. Pedro I e D. Constança, princesa e filha do Infante de Castela,
D. João Manuel, vieram a se casar. A noiva veio para Portugal, em 1340,
acompanhada por um séquito, do qual fazia parte uma aia Galega, chamada
Inês de Castro. Filha do fidalgo Pedro Fernandez de Castro , Inês de
Castro, segundo os poetas, era uma mulher lindíssima, e o príncipe Don
Pedro I se apaixonou perdidamente
por ela que correspondeu totalmente seus sentimentos de amor profundo.
D. Pedro deixou de lado as conveniências de Estado e as reprovações de
todos, desprezando a corte e afrontando tudo e a todos.

                 A corte considerava uma afronta aquela ligação indecorosa pelos


problemas morais e religiosos que levantava, bem como, pelo perigo que a
influência da família dos Castros (Galicia – Espanha) poderia trazer à coroa
portuguesa. Apesar disso tudo, Inês de Castro e D. Pedro viviam trocando
juras de amor eterno. No entanto, as intrigas que chegavam ao Rei D.
Afonso IV, apressavam o monarca a agir. Brando de costumes, mas firme de
valores, o Rei despacha D. Inês para o exílio próximo à fronteira Espanhola
em 1344. A distancia, no entanto, em nada alterou a paixão de Pedro & Inês.
Dona Constança faleceu pouco depois, ao dar à luz a D. Fernando, herdeiro
do trono de Portugal. O Rei tenta, novamente, casar seu filho com uma dama
de sangue real, tendo D. Pedro rejeitado a idéia e trazido Inês do exílio
para, com ela viver despreocupadamente, o seu idílio nas bucólicas margens
do Rio Mondego no Paço de Santa Clara. Esta atitude criou grande tumulto
na corte e deu um enorme desgosto a D. Afonso tendo a relação entre os
dois se esvaziado. Desta relação de Pedro e Inês nasceram três crianças, D.
Diniz/D. Beatriz e D. João, que só vieram a agravar o relacionamento entre
Príncipe e Rei.

               Para incendiar mais ainda a situação, querem fazer crer a D.


Afonso que os Castros queriam ver o Infante Fernando, filho de Pedro e
Constança, assassinado, uma vez que era ele o sucessor de Pedro, e não os
filhos resultantes da sua união com Inês. O monarca se sente amargurado e
vê-se no meio de uma trama que só ele podia resolver. Embora D. Afonso
compreendesse as razões daquela ligação perigosa, todo o enredo
político/social o levou a tomar uma decisão drástica, por influência de seus
conselheiros Diogo Lopes Pacheco, Álvaro Gonçalves e Pêro Coelho, em
reunião convocada sem a presença de D. Pedro, ficou definida a execução de
Dona Inês. Apesar de ser mãe de três filhos de D. Pedro, os executores
régios, aproveitando a ausência de D. Pedro em uma de suas habituais
caçadas, entraram no Paço e, ali mesmo, apesar de suas suplicas, a
decapitaram em 7 de Janeiro de 1355 com apenas 30 anos de
idade.                                         
                Inconsolável com a perda de Inês, D. Pedro chegou a declarar
guerra ao pai. Dois anos depois, quando da morte de D. Afonso IV e de sua
subida ao trono, aos 37 anos, D. Pedro I diligenciou a captura dos assassinos
de D. Inês. Dois deles foram encontrados e executados tendo o terceiro
conseguido escapar. Procurando dignificar o nome de Inês de Castro, D.
Pedro declarou solenemente, apresentando como testemunhas Don Gil, Bispo
da cidade de Guarda e Estêvão Lobato, seu criado, que sete anos antes
casara com ela em Bragança em dia “de que não se lembrava”, tendo esta
afirmação pública sido proferida em 12 de Junho de 1360. Diz a lenda, não
documentalmente provada e aparentemente obra de poetas da época, que D.
Pedro fez coroar rainha a Dona Inês, obrigando a nobreza, que tanto os
tinham desprezado, a beijar-lhe a mão, depois de morta.

                   Cumprida a sua vingança, D. Pedro I ordenou a translação do


corpo de Inês, da campa modesta no Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra,
onde se encontrava, para um túmulo delicadamente lavrado, qual renda de
pedra, que mandou colocar no Mosteiro de Alcobaça. Mais tarde, D. Pedro I
mandou esculpir outro túmulo semelhante ao da sua amada, colocando-o em
frente ao da sua Inês, para, após a sua morte, permanecer ao lado do seu
grande amor. (mais lindas fotos do mosteiro aqui)

                    O quanto disto é real, ou lenda, difícil de definir apesar de


todos os estudos sobre o caso. O que é fato incontestável é o grande amor
que os uniu tanto na vida quanto após a morte. Uma verdadeira estória de
amor; sublime e trágica, cheia de magia e encanto, demonstrando toda a
devoção entre dois amantes. Esta é uma de minhas histórias de amor
preferidas, já que outras cantadas em prosa e verso, são, em sua grande
maioria e apesar de lindas, totalmente obra do imaginário enquanto nesta, os
fatos comprovam a quase total veracidade dos fatos ocorridos. Achei
importante relembrar a história já que estamos por chegar em Junho, o mês
dos namorados e eternos amantes. Salute a todos, que a magia e intensidade
do amor de Pedro & Inês tome conta de todos.

Trabalho realizado por : Ana Matilde da Silva Gomes Castro


Nº1 Turma.5º/1

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